Síndrome do pânico: o que é, quais sintomas, tratamentos e faça o teste!
por Rui Brandao | 10 agosto, 2018 |
Entre os principais nomes dos transtornos psicológicos e dos distúrbios de ansiedade, está a síndrome do pânico.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 280 milhões de pessoas no mundo, ou seja, 4% da população total, sendo 6 milhões só no Brasil, sofre com essa síndrome.
Por isso, viemos trazer um guia completo sobre o tema, para que com informação você saiba identificar melhor os seus sintomas, e buscar ajuda de um especialista, ou ajudar a alguém que precisa.
Veja também o depoimentos dos psicólogos e especialistas do Zenklub.
O que é síndrome do pânico?
A síndrome do pânico é um tipo de transtorno de ansiedade, caracterizada por crises inesperadas de medo, insegurança e desespero, aparentemente sem qualquer risco real.
Essas crises provocam sintomas físicos e psicológicos, como vamos detalhar mais a frente.
Esses acontecimentos trazem prejuízos a manutenção das atividades normais de quem sofre, além de uma preocupação adicional da iminência de um novo episódio, que pode ocorrer, inclusive, durante o sono.
Como diagnosticar a Síndrome do Pânico
São necessários ao menos dois ataques de pânico inesperados para o diagnóstico de síndrome do pânico.
A idade de início varia entre 20 e 45 anos. Esse transtorno raramente acontece antes da puberdade ou após a menopausa.
Segundo Rangé, 2011, 80% das pessoas procura ajuda médica, não psiquiátrica, até um ano depois da primeira crise de pânico.
Ainda de acordo com esse autor, após o primeiro ataque, verifica-se ansiedade antecipatória e preocupação persistente acerca de novos ataques de pânico.
Ocorre uma mudança desadaptativa significativa no comportamento relacionado aos ataques.
Além disso, a perturbação de pânico não é explicada por outro transtorno mental ou por uso de substâncias.
Síndrome de pânico: causas
As causas exatas ainda não foram identificadas, mas a ciência afirma que há fatores que podem influenciar esse comportamento, como a genética, o tipo de temperamento da pessoa, o estresse e as mudanças cerebrais que ocorrem, como uma reação, a episódios e situações específicas.
Segundo o especialista do Zenklub, Massashi Saito, há fatores de risco que podem desencadear uma crise de ansiedade e consequentemente uma crise de pânico:
- Episódios de reação com estresse extremo;
- Transições de vida ou de carreira de forma abrupta;
- Morte ou situação de doença de um ente querido;
- Situações de estresse pós-traumático (TEPT);
- Histórico de violência e abuso na infância;
- Tendência a preocupação excessiva;
- Necessidade de estar no controle da situação;
- Expectativas altas;
- Dificuldade em aceitar mudanças de opinião;
- Repressão de sentimentos pessoais negativos;
- Negação de que haja algo de errado;
- Ocupação constante;
- Admissão de grandes responsabilidades e alto grau de exigência pessoal;
- Perfeccionismo e má aceitação de erros.
Pesquisas afirmam que a síndrome do pânico é mais comum em mulheres do que em homens e que é mais facilmente já na idade adulta, sendo mais comum em pessoas a partir de 30 anos.
Sintomas da Síndrome do Pânico
Leia o relato real de uma pessoa que descreveu como se deu o seu ataque de pânico:
Estava deitado tentando dormir e me vem uma forte vontade de vomitar, tontura, as mãos começam a suar frio, meu coração dispara. Tento controlar a respiração, mas quanto mais me observo respirar mais acelera o meu coração. A frequência cardíaca está muito alta. Não consigo controlar. Perco o controle dos meus próprios pensamentos. Ligo direto para SAMU. Sei que deve ser um ataque de pânico, pois já senti isso muitas vezes, mas e se não for e eu estiver morrendo? Tendo um ataque cardíaco? Mais uma vez chego ao hospital, faço exames. Procuro respostas. Não tenho nada físico. O médico diz ser ansiedade, emocional. De onde vem isso? Como posso controlar isso? Quero parar de sentir meu corpo morrendo toda semana. É uma angústia aterrorizadora.
Como você pode perceber, há sintomas psicológicos e físicos em uma crise de pânico e que podem aparecer simultaneamente ou não, e em variados níveis.
Sintomas físicos:
- Palpitações e aceleramento cardíaco;
- Suores intensos;
- Calafrios ou ondas de calor;
- Tremores ou abalos e formigamentos;
- Sensação de falta de ar, sufocamento ou asfixia;
- Náuseas ou desconforto abdominal;
- Dores ou desconforto no peito ou tórax;
- Tonturas e vertigens;
Sintomas psicológicos:
- Medo de perder o controle ou de enlouquecer;
- Medo de morrer;
- Sentimento de estar em perigo;
- Sensação de bloqueio mental;
- Desrealização e despersonalização das pessoas e coisas;
- Angústia;
- Sensação de transtorno de ansiedade generalizada;
- Medo do medo de ter outro ataque.
Crise de Pânico X Síndrome do Pânico
Existe diferença entre crise de pânico e síndrome do pânico? Sim, e essa classificação tem a ver com a recorrência desses episódios.
Se as crises forem frequentes, é possível que você tenha desencadeado uma condição de síndrome do pânico, caso não, você está experimentando uma crise diante de uma situação conflitante e momentânea.
Segundo a especialista do Zenklub, Lidiane Pontes, quem vive uma situação de crise de pânico experimentam a seguinte sensação:
É vivenciar uma experiência de intenso medo ou mal-estar acompanhado de sintomas físicos e/ou cognitivos. Mas as crises de pânico podem ser verificadas em outros transtornos de ansiedade, nas fobias específicas, como a agorafobia, tripofobia e claustrofobia, na fobia social e no transtorno obsessivo-compulsivo.
Relação entre pânico e ansiedade
Como a síndrome do pânico está dentro de um dos tipos de transtornos de ansiedade, vale também você considerar avaliar a sua relação com esse distúrbio.
No Zenklub é possível você testar o seu nível de ansiedade a partir do nosso Teste de Ansiedade, que a partir de 7 perguntas, com duração de menos de 1 minuto, você consegue entender melhor a sua relação com a ansiedade.
O teste é adaptado do teste científico Americano criado pelo Dr. Spitzer e Dr William (GAD – Generalized Anxiety Disorder 7).
Medo de ter uma crise
Como bem falamos, as pessoas que passam por uma situação de crise, passa a desenvolver um medo ainda maior em viver isso novamente.
Para Lidiane:
A pessoa não sabe identificar ou prever quando e onde eles ocorrerão, então, começa a ficar preocupada e apreensiva com a possibilidade de sofrer novos ataques.
Segundo a especialista, a sensação de medo provoca reações e a pessoa passa a evitar situações em que se encontra no meio de uma multidão, evita viajar sozinha, prefere não sair de casa e deixa de frequentar lugares onde a possibilidade de fuga não seja tão fácil.
Enquanto que nos transtornos fóbicos, o foco do medo está em uma situação específica, nas situações de pânico é mais comum verificar que os ataques de pânico são determinados pelo momento. Em geral, o indivíduo sabe dizer de forma clara qual é o estímulo situacional que gera as perturbações.
Síndrome do pânico tem cura?
A síndrome do pânico pode sim ser superada ou amenizada quando tratada adequadamente a partir da orientação médica.
A psicoterapia é a ferramenta mais indicada e irá agir nas causas dos sintomas a fim de amenizar os episódios até a possível total eliminação da síndrome.
O mais importante é buscar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra ao mínimo desconforto e manifestação dos sintomas, pois assim, você reduz as chances do quadro evoluir e desencadear outros distúrbios.
Síndrome do pânico: tratamento
Como falamos, a psicoterapia é o melhor caminho para quem precisa cuidar do seu bem-estar emocional, principalmente diante de sintomas de uma síndrome. Segundo a especialista Lidiane:
A abordagem cognitivo-comportamental está entre os tratamentos preferenciais para as pessoas que apresentam o transtorno de pânico.
Esse tipo de enfoque combina duas frentes:
- Cognitiva: reconhece os estímulos desencadeantes internos e específicos, como pensamentos, emoções e sensações, e leva à modificação dos padrões de interpretação.
- Comportamental: resulta na mudança de comportamentos disfuncionais da pessoa, com isso, tendem a restabelecer a qualidade de vida e o bem-estar.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito a partir de uma avaliação psicológica, mas pode ser necessário também análises físicas através de exames, para descartar a possibilidade de qualquer outra doença.
É importante que você tenha em mente todos as sensações e sintomas que você tem sentido para relatar ao especialista com o maior nível de precisão possível.
Remédio para Síndrome do Pânico, existe?
Para o especialista do Zenklub, Massashi: “A utilização de medicação para controle dos sintomas é singular em cada caso e também depende do nível de ansiedade em que a pessoa se encontra.
Algumas pessoas optam por um tratamento combinado de medicação e psicoterapia, enquanto outras optam por tratar o pânico somente através da psicoterapia.
Optar somente pelo tratamento medicamentoso não é indicado visto que o índice de recaídas com os sintomas é maior, já que não há a possibilidade de se trabalhar com o psiquismo da pessoa bem como as interferências emocionais que porventura causam as crises.”, completa o especialista.
Síndrome do pânico na gravidez
Durante a gravidez, as mulheres passam por diversas alterações hormonais e convivem com diversos pensamentos sobre a saúde do bebê, por exemplo.
Por isso, é normal que nesse período, as grávidas desenvolvam mais os sintomas de ansiedade em níveis mais elevados.
Essa mudança em sua reação com a ansiedade, sem generalizar como algo obrigatório, pode levar sim a mulher a ter crises de pânico, principalmente, se ela já tiver algum histórico de ligação com os sintomas.
Tanto o excesso de ansiedade quanto as crises podem representar complicações para a gravidez, entre esses riscos temos:
- Probabilidade de ter um parto prematuro;
- Risco de pré-eclâmpsia;
- Diminuição de movimentos do feto;
- Maiores chances do parto ser por cesária do que normal.
Para esses casos, o tratamento deverá ser baseado na psicoterapia, já que a utilização de medicação é bem mais restrita.
Além disso, vale lembrar que muitas mulheres desenvolvem transtornos mentais após o parto, como a depressão pós-parto, ou seja, vale a pena não esgotar o tratamento só porque a gravidez acabou. Siga se cuidando.
Buscando ajuda
Seja para você que está sofrendo com os sintomas da síndrome do pânico ou para você que convive próximo a alguém que sofre, lembre-se de que você não está sozinho nessa.
A terapia é a sua melhor opção e poderá transformar esses momentos difíceis em mais um caso seu de superação.
Muitas pessoas convivem silenciosamente com esse distúrbio, muitas vezes por falta de informação ou de condições de pedir a ajuda de um especialista.
Então, não deixe de espalhar essas informações e ajude de alguma forma a quem precisa, e encontre um especialista, seja com atendimento presencial ou com psicólogos online.
Faça o teste!
Acesse o nosso Teste de Síndrome do Pânico, responda algumas perguntas e veja se os sintomas e desconforto que você está sentindo tem a ver com as causas e fatores relacionados a Síndrome do Pânico.
Vale lembrar que o diagnóstico clínico apenas poderá ser relatado por um médico especialista e o teste, criado pela Associação Americana de Psiquiatria, serve apenas como parâmetro para você se compreender melhor e buscar ajuda.
Dicas para controlar uma crise de pânico
Em geral, sabemos o quanto pode parecer difícil, mas há técnicas que os especialistas recomendam em caso de uma crise:
- Tente relaxar usando a respiração: a alteração na respiração causada pela crise, pode ser controlada com movimentos respiratórios mais lentos, ou seja, procure inspirar lentamente pelo nariz, retenha esse ar por alguns segundos nos pulmões, e expire considerando o dobro de tempo que você utilizou na inspiração;
- Pense positivo: sua mente pode ficar confusa e cheia de medos, por isso, procure pensar em algo que lhe agrada e alegra e encha a sua cabeça de pensamentos positivos para fugir dessa nuvem negativa;
- Alimente-se regularmente: longos períodos sem comer, por exemplo, podem alterar o seu equilíbrio no organismo e causar mais predisposição a ter uma crise. Procure realizar pequenas refeições a cada 4 horas ou busque ajuda de um nutricionista para identificar essas suas necessidades biológicas;
- Seja menos exigente: muitas pessoas desenvolvem uma crise devido a própria cobrança que fazem com si próprio ou por alto grau de perfeccionismo. Seja gentil com você mesmo e desenvolva as coisas no seu tempo. Se ajudar, tente organizar lista de tarefas otimista, que você consiga cumprir sem grandes esforços;
- Aproxime-se de quem você ama: nada melhor do que amigos e a família para compartilhar momentos de distração, amor e paz. São essas construções de momentos positivos que vão lhe ajudar a se conectar com o seu melhor.
Se quiser fazer terapia o Zenklub oferece ajuda profissional para este momento que você está passando. Busque ajuda!
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Carmem De Castro Guimaraes
janeiro 19, 2021 | 8:09 pm
Minha irmã sofre de depressão, há mais de 20 anos. e há pelo menos 15 começou a sofrer crises de pânico. Antes os picos aconteciam em intervalos de 4, 5 anos.. Ultimamente, ela tem tido crises constantes. Quase todos os dias. É acompanhada por um psiquiatra, toma medicamentos para TOC. Mas percebo que está piorando nos últimos anos de maneira que uma simples atividade de receber uma encomenda ou de efetuar uma compra num shopping(sem levar em conta o momento de pandemia) provoca nela um medo tremendo e ela disse que fica muito nervosa, treme toda, sua frio. Será que uma doença assim pode acometer alguém por um período tão longo? Já não exerce atividade intelectual, não faz atividade física porque tem medo de sair na rua, não consegue assumir emprego nenhum porque tem medo de não conseguir desempenhas as atividades, embora seja inteligente e bem formada. Uma simples realização de um curso é suficiente para desencadear a crise. Como é possível alguém conseguir viver nessas condições?
Zenklub
janeiro 21, 2021 | 12:27 am
Carmem, imagino que não seja fácil para ela e para você lidarem com essa situação. Procurar apoio emocional, de um psicólogo, poderá auxiliar tanto a sua irmã quanto você. Um profissional poderá dar todo esse apoio, com as técnicas necessárias Conte conosco se tiver com qualquer dúvida sobre a nossa plataforma ou sobre as sessões online
Frederico Feroli
janeiro 16, 2021 | 4:25 am
To tendo todos esses sintomas juntos menos calor no corpo meu corpo fica frio e eu suo muito , fora a sensação constante de que vou ou morrer do coração ou de falta de ar, se eu deito e paro pra tentar respirar melhora muita mas és ó eu levantar e andar um pouco que começa tudo de novo meu ponto parece que vai explodir eu sei que estou respirando fundo mas se eu não conseguir fazer o mesmo pela boca eu começo a me tremer todo, marquei pra semana que vem cardiologista, pneumologista , neurologista ... Isso se eu não surtar fim de semana.
Zenklub
janeiro 18, 2021 | 10:24 pm
Frederico, imagino que não esteja sendo fácil, mas saiba que é natural se sentir assim e que você não está sozinho. O apoio emocional de um psicólogo poderá te auxiliar a lidar melhor com esses sentimentos e sensações, entre outros benefícios. Lembre-se que procurar ajuda não é uma fraqueza
Ana Lúcia P
novembro 4, 2020 | 3:56 pm
Nessa pandemia tive cuidado excessivo e muito medo, nesse mês de Outubro meu quadro mudou estou sentido falta de ar acordo sufocada ñ aguento escutar barulhos q me assusto com facilidade e meus pensamentos tb muda , Não tenho condições financeira de procurar um psicólogo estou me apegando em Deus em lives espíritas , qdo sinto q estou ficando com falta de ar, começo a respirar lentamente é pensar positivo ...estou retornando ão trabalho em novembro acredito q vou ficar bem ...
Zenklub
novembro 5, 2020 | 12:11 am
Ana Lúcia, tudo bem? Imagino que não esteja sendo fácil para você, mas reconhecer o que sente é um passo muito importante para iniciar uma jornada de melhora Eu não sou psicóloga, mas posso orientar que converse com um dos especialistas da nossa plataforma. São mais de 500 psicólogos, psicanalistas e terapeutas que podem te dar o apoio emocional necessário. Qualquer dúvida, conte conosco
Sirlene V. De Lima
outubro 31, 2020 | 6:33 am
Tem cura crise de pânico
Zenklub
novembro 4, 2020 | 11:28 pm
Olá, Sirlene. Com o apoio emocional e acompanhamento de um psicólogo é possível ter bastante melhora na Síndrome do Pânico. Lembre-se sempre que você não está sozinha e que procurar apoio emocional não é uma fraqueza Eu não sou psicóloga, mas posso orientar que converse com um dos especialistas da nossa plataforma, que possuem o cuidado para te auxiliar Se tiver dúvidas sobre a nossa plataforma, conte conosco
Tanielma
outubro 9, 2020 | 5:55 am
Sofro dê depressão e ataque de pânico todos os dias sinto muitas coisas estranha pôr exemplo dor de cabeça tontura enjoou dormensia formigamento pelo corpo todo e muita fraqueza e tremedeira sinto tudo isso dê uma só vez estou muito apavorada 😢😢
Are Bolguese
outubro 9, 2020 | 7:07 pm
Tanielma, caso você ainda não faça algum acompanhamento com um profissional de saúde mental, considere procurar alguém de sua confiança. Com a ajuda de um especialista, você pode começar a encontrar alívio.
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