O burnout, muitas vezes chamado de esgotamento profissional, tem se tornado uma preocupação crescente no mundo do trabalho. Com o ritmo acelerado, a pressão constante e as exigências cada vez maiores, os profissionais estão enfrentando níveis alarmantes de estresse e exaustão.

Neste artigo, exploraremos o burnout como uma doença ocupacional, discutindo suas causas, sintomas e impactos no bem-estar dos indivíduos. Além disso, abordaremos a importância de reconhecer e abordar o burnout no ambiente de trabalho, oferecendo estratégias eficazes para a prevenção e o gerenciamento dessa condição.

Acompanhe-nos nesta jornada para entender melhor essa realidade e promover ambientes de trabalho saudáveis e produtivos.

O que é Síndrome de Burnout?

A Síndrome de Burnout é um transtorno da mente causado pelos efeitos adversos do estresse derivado do trabalho excessivo e desgastante.

De fato, trata-se de uma condição muito comum em todo o mundo.

Por isso, uma junta de profissionais da saúde da OMS se reuniu nos últimos anos a fim de reforçar a definição do transtorno junto ao Código Internacional de doenças (CID).

O que é importante destacar é que, antes do advento do CID 11, a Síndrome de Burnout não tinha uma correlação diretamente ligada com o trabalho, o que foi interpretado com uma definição pouco precisa da condição.

Números da doença no Brasil

Os números da Síndrome de Burnout são estratosféricos. 

Segundo estimativa da International Stress Management Association, cerca de 32% dos mais de 100 milhões de trabalhadores brasileiros sofrem com Burnout.

Além disso, essa forma de estresse crônico associado ao trabalho suscita mais de 500.000 pedidos de auxílio-doença frente ao INSS.

Quais são as causas do Burnout?

Dentro da atual definição do Burnout, suas causas estão estritamente ligadas ao ambiente de trabalho.

Ou seja, o colaborador que vem a desenvolver a Síndrome não deve se sentir culpado pela condição, uma vez que as circunstâncias externas têm papel crucial no surgimento do quadro.

Assim, um ambiente laboral com algumas características nocivas aumenta a chance de ter seus colaboradores com a Síndrome. Vejamos mais sobre isso… 

Por que Burnout passou a ser considerada doença ocupacional?

Há alguns anos, pouco se falava de saúde mental dentro do ambiente corporativo.

Afinal, não eram divulgadas informações sobre como o trabalho pode interferir negativamente no bem-estar psíquico das pessoas.

Mas, com pesquisas e evolução das ciências que cuidam da saúde mental, notou-se que literalmente milhões de pessoas adoecem por conta do trabalho.

Não que o trabalho seja mau em si, mas há condições laborais que suscitam a Síndrome de Burnout, entre esses pontos estão:

  • Cargas horárias excessivas;
  • Clima exacerbado de competitividade;
  • Assédios morais;
  • Pouca flexibilidade;
  • Pouco espaço para controle dos processos de trabalho;
  • Relações de trabalho muito verticalizadas e baseadas no controle.

Diante disso tudo, a OMS reconsiderou a definição de Síndrome de Burnout como uma condição diretamente relacionada com a qualidade de vida no trabalho. Assim, renomeou o Burnout para “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”.

Isso se deu porque o transtorno está estritamente ligado com a medicina ocupacional, não somente com um esgotamento ligado ao estresse em outras condições da vida.

Principais sintomas?

Além do fato da Síndrome de Burnout estar muito ligada a outras condições como, por exemplo, transtornos de ansiedade e depressão, há 3 sintomas que são pilares para o diagnóstico do quadro.

Vejamos…

Exaustão emocional

A pessoa que sofre do Burnout se sente literalmente exausta.

Trata-se de um cansaço físico e mental que impede que a pessoa raciocina com clareza e reaja com calma diante das situações laborais.

Associado a tal exaustão, outros sintomas somáticos (quando a mente é responsável por sintomas do corpo físico) podem surgir, como, por exemplo:

  • Dor de cabeça e em outras partes do corpo;
  • Queda da imunidade;
  • Pressão alta;
  • Dificuldade de concentração;
  • Memória fraca.

Despersonalização

Também conhecida no jargão técnico como cinismo, a despersonalização é a indiferença em relação ao trabalho e às pessoas envolvidas com ele.

Por exemplo, um médico que apresenta Burnout e, por tabela, a despersonalização tende a agir de forma apática com seus pacientes, demonstrando pouca empatia e ânimo para realizar o cuidado à saúde.

O cinismo gera uma grande sensação de desânimo por parte do profissional, uma vez que ele não se vê motivado para executar sua função diária.

Baixo sentimento de realização

Em praticamente tudo que fazemos, buscamos a realização e a felicidade (seja em um aspecto imediato ou mais profundo).

Assim, uma pessoa que sofre de esgotamento devido ao trabalho tem grande dificuldade de reconhecer o seu valor e o valor do seu ofício.

Além disso, a exaustão emocional inibe que o trabalhador exerça sua função de maneira adequada, gerando um ciclo vicioso de frustração.

Quem pode identificar a doença?

Identificar a Síndrome de Burnout de forma precoce é importante, uma vez que quanto antes forem iniciadas as medidas terapêuticas, melhores as chances de recuperação.

Por isso, é crucial que, aos menores sinais da doença, é preciso procurar um psicólogo ou psiquiatra, que são os profissionais competentes para fazer o diagnóstico do transtorno e encaminhar o paciente para o tratamento.

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Tratamento

O tratamento dos sintomas da Síndrome de Burnout envolve um cuidado multiprofissional.

Contudo, a pedra angular no tratamento da condição é a terapia, pois é através dela que o paciente poderá compreender os fatores causais e assimilar o sofrimento.

Além disso, em alguns casos será necessária a avaliação de um médico psiquiatra para se verificar a necessidade da prescrição de medicamentos da classe dos antidepressivos. Estes responsáveis por tratar não somente a depressão, mas também transtornos de ansiedade que comumente estão associados ao Burnout.

A prática regular de exercícios físicos orientada por um profissional da educação física é uma parte importante do tratamento, uma vez que os exercícios não só liberam hormônios que promovem o bem-estar, mas também reforçam a autoestima dos pacientes.

Também vale pontuar que um acompanhamento nutricional é interessante, visto que uma alimentação balanceada interfere na saúde mental como um todo. Por exemplo, o café e o álcool são componentes que podem piorar os sintomas de ansiedade associados ao Burnout.

Síndrome de burnout tem cura?

De fato, na maior parte dos casos a Síndrome de Burnout tem cura e os seus sintomas desaparecem com o tratamento adequado. 

No entanto, é preciso dizer que pessoas que demoram para procurar ajuda tendem a desenvolver uma forma crônica da condição, o que leva a sofrimentos ao longo da vida.

Ademais, para atingir a cura do Burnout é crucial que o paciente realize o tratamento de forma completa de acordo com as instruções dos profissionais de saúde responsáveis.

Como prevenir?

A prevenção principal se dá na busca por ambientes de trabalho que verdadeiramente promovam a saúde mental dos colaboradores.

Também é interessante que os trabalhadores tenham espaço para falar sobre suas dificuldades e gargalos que estão prejudicando sua saúde mental no dia a dia de trabalho.

Assim é possível que a equipe de RH e de gestão de pessoas criem estratégias para promover o bem-estar mental dos seus funcionários.

Além de tais pontos, é importante que cada pessoa tenha o hábito do autocuidado por meio de algumas medidas como, por exemplo:

  • Atividades físicas;
  • Atividades de lazer;
  • Estar com pessoas queridas e positivas;
  • Realizar terapia sempre que possível.

Qual posicionamento precisa ser adotado pelas empresas?

Diante da seriedade por trás da Síndrome de Burnout, as empresas precisam agir para evitar que seus colaboradores sofram desse sofrimento.

Além de prejudicar a saúde física e mental dos funcionários, a empresa recebe o ônus de arcar com o todos os custos do afastamento pela doença.

Com as novas mudanças trazidas pela a OMS, a empresa é responsável pelo diagnóstico desse tipo de estresse crônico, tendo que arcar com todo o suporte legal ao colaborador em tratamento.

Em alguns casos de maior gravidade, o trabalhador consegue o benefício da aposentadoria por invalidez devido ao Burnout.

Por isso, o posicionamento ideal das empresas é investir em uma saúde mental proativa para seus funcionários. 

Com o Zenklub empresas, levamos o bem-estar psicológico para os colaboradores, o que diminui os índices de Burnout e também melhora o desempenho organizacional.

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Papel do RH

O RH é responsável por mapear o estado emocional dos colaboradores.

Assim, diante da percepção de sinais e sintomas do Burnout em um trabalhador, é papel do RH acolhê-lo e disponibilizar os cuidados necessários para a recuperação do colaborador.

Além disso, o RH pode estudar formas de promoção e cuidado do bem-estar psíquico dentro das equipes de trabalho.

Conclusão

A Síndrome de Burnout já era uma condição que ganhou os holofotes nos últimos anos.

Afinal, sua prevalência é altíssima e atinge milhões de trabalhadores brasileiros.

Mas com a implementação do CID 11 o Burnout ganha uma relação direta com o meio corporativo, uma vez que as empresas se tornam responsáveis diretas pelo bem estar psicológico dos seus colaboradores.

Portanto, é importante que os gestores e profissionais de RH estejam atentos a esse novo movimento adotado por cada vez mais empresas: o cuidado da saúde mental no ambiente de trabalho! 

Referências

https://www.rededorsaoluiz.com.br/doencas/sindrome-de-burnout

https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/09/09/de-olho-no-burnout-12-sinais-que-podem-indicar-que-voce-tem-o-problema.htm

https://exame.com/carreira/burnout-vira-doenca-do-trabalho-em-2022-o-que-muda-agora/

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sindrome-de-burnout

https://istoe.com.br/agora-e-doenca/

https://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/noticia/2022/01/11/sindrome-de-burnout-e-reconhecida-como-doenca-ocupacional-veja-o-que-muda-para-o-trabalhador.ghtml

https://www.tuasaude.com/sintomas-da-sindrome-de-burnout/