Como a lesão por esforço repetitivo impacta a saúde no trabalho
A lesão por esforço repetitivo ou LER é uma síndrome composta por distúrbios musculoesqueléticos provocados por movimentos repetitivos e contínuos, que afetam músculos, tendões e ossos.
Diferente da LER, o DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) é um termo técnico usado para descrever um conjunto mais amplo de doenças, que surgem em decorrência da atividade laboral.
Causas e riscos da lesão por esforço repetitivo no trabalho
A lesão por esforço repetitivo no trabalho costuma afetar alguns profissionais, como operários, caixas, digitadores e profissional de saúde, em razão da execução contínua de movimentos repetitivos, do uso de força contínua ou de manter posturas inadequadas.
Essas condições favorecem o desenvolvimento de lesões em tendões, músculos e nervos.
Além dos riscos físicos, o ambiente laboral com cobrança por produtividade, falta de pausas e de autonomia também contribui para o desgaste emocional, agravando a saúde mental e a suscetibilidade dos músculos e nervos.
Como comprovar lesão por esforço repetitivo
Para comprovar a lesão por esforço repetitivo, há alguns exames e procedimentos necessários, que são os seguintes:
- Exames médicos e laudos que comprovem o quadro clínico do trabalhador, como radiografias, ultrassom, ressonância, eletromiografia e análises ergonômicas;
- Emissão da CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) pela empresa, médico, sindicato ou pelo próprio trabalhador;
- Perícia técnica feita pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para avaliar o nexo causal entre a atividade profissional e a doença ou a redução da capacidade profissional.
- Manter documentos completos, como exames, laudos, prontuários e relatório ocupacional.
Lesão por Esforço Repetitivo no trabalho
Quando há a comprovação da lesão por esforços repetitivos ou de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho resultantes da atividade laboral, o trabalhador tem direito ao afastamento do trabalho e benefício previdenciário.
Somado a isso, a legislação garante a estabilidade provisória do contrato de trabalho quando a doença ocupacional é reconhecida e atestada.
Nesse sentido, a Lei n.º 8.213/91, art. 20, assemelha um acidente de trabalho a doença ocupacional, enquanto a Instrução Normativa DC/INSS n.º 98/2003 regulamenta o reconhecimento de LER/DORT.
LER e a importância para diagnósticos
A lesão por esforço repetitivo, como mencionamos, faz parte dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, e corresponde a quadros clínicos presentes na CID-10 (Classificação Internacional de Doenças), que reconhece e registra doenças.
As causas, normalmente, estão associadas a movimentos repetitivos, sobrecarga contínua, posturas forçadas e inadequadas ou falta de tempo de recuperação, que afetam nervos, tendões, articulações e músculos.
A identificação correta no CID possibilita relacionar o nexo causal entre trabalho e adoecimento, fundamental para o diagnóstico e ação preventiva.
Lesão por Esforço Repetitivo no CID
No sistema CID‑10, as condições que compõem uma lesão por esforço repetitivo ou distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho estão enquadradas nas categorias G50-59, G90-99 e M00-M99.
Essa categorizada possibilita a identificação oficial da doença, facilitando o registro estatístico, respaldando a notificação ao sistema de saúde ocupacional e embasando as reivindicações de direitos do empregado.
Quais são as lesões por esforço repetitivo mais comuns?
Do ponto de vista biológico, a lesão por esforço repetitivo no trabalho surge a partir de uma repetição recorrente, postura inadequada e esforço físico prolongado, que resultam em microtraumas presentes nos tecidos musculoesqueléticos e nervosos.
Essas condições de saúde podem limitar os movimentos, causando dor e impactando no bem-estar do trabalhador.
Confira alguns exemplos:
- Bursite: inflamação das bursas;
- Lombalgia: dor na área lombar ligada à má postura ou a sobrecarga;
- Tendinite: inflamação dos tendões;
- Epicondilite: inflamação em regiões do cotovelo;
- Síndrome do túnel do carpo: compressão do nervo mediano no punho.
Essas doenças interferem significativamente na rotina do trabalhador, que sente dor, tem limitações nas atividades e também pode apresentar consequências para sua saúde mental, como frustração e ansiedade, além de sensação de incapacidade.
O que acontece se não tratar a LER?
Quando a lesão por esforço repetitivo não for tratada adequadamente, o quadro pode se agravar, prejudicando não somente a saúde física, mas também a vida profissional e pessoal do profissional.
Alguns sintomas comuns de evolução das lesões incluem formigamento, dormência nas extremidades, dor persistente mesmo em repouso, rigidez muscular e articular, além da perda de força.
As consequências da falta de tratamento da lesão por esforço repetitivo incluem:
- Agravamento das lesões;
- Dor crônica;
- limitação funcional;
- Desgaste emocional;
- Risco de incapacidade permanente ou temporária;
- Prejuízo à qualidade de vida do trabalhador;
- Impacto na saúde mental em razão da frustração pela incapacidade labora;
- Ansiedade;
- Estresse;
- Depressão.
Tratamento e prevenção
O tratamento para a lesão por esforço repetitivo exige uma abordagem médica e fisioterapêutica, mas a prevenção é um cuidado primordial.
Por isso, é importante ajustar os ambientes laborais, incentivar pausas ativas e adotar posturas ergonômicas corretas, o que pode diminuir consideravelmente as chances de recorrência ou prevenir a evolução para um quadro crônico.
Tratamento da LER: fisioterapia e cuidados médicos
A fisioterapia é uma abordagem voltada à recuperação funcional, redução da dor e reeducação postural, que pode ser feito por meio de exercícios de fortalecimento muscular, alongamentos e técnicas manuais, como eletroterapia e liberação miofascial.
A avaliação de um médico especialista, como ortopedista, também é importante para a prescrição de medicamentos, como anti-inflamatórios ou analgésicos.
Em casos complexos, outras medidas, como imobilização ou outro tipo de intervenção, como bloqueios, infiltrações e até cirurgias, podem ser necessárias.
Alongamento e exercícios preventivos
Alguns alongamentos e exercícios preventivos ajudam a evitar o desenvolvimento de LERT/DORT e proteger a saúde do colaborador, incluem as seguintes práticas:
- Realização de pausas a cada 60 minutos para descansar as musculaturas;
- Alongamento de punho, esticando o braço à frente com a palma para cima, e com a outra mão, é preciso puxar os dedos levemente em direção ao corpo. Mantenha essa postura por 20 segundos.
- Alongamento de pescoço com postura ereta, inclinando devagar a cabeça para um lado, mantendo a orelha bem perto do ombro. Mantenha por 20 segundos e faça esse movimento do outro lado.
- Alongamento de coluna e ombros, mantendo em pé ou sentado, entrelace as mãos acima da cabeça e empurre levemente para cima, esticando a coluna. Fique por 15 segundos.
- Manter postura correta com pés no chão, costas apoiadas, teclado e mouse próximos. Além disso, o monitor deve permanecer na linha dos olhos.
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