Embora o termo não seja tão conhecido a LER (Lesão Por Esforço Repetitivo), é mais comum do que possamos imaginar. Essa lesão atinge os membros e tem como seu principal sintoma e característica a dor nos membros superiores e nos dedos.

Além de também ser conhecida como LER, ela também é chamada de DORT (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho), LTC (Lesão Por Trauma Cumulativo) e AMERT (Afecções Musculares Relacionadas ao Trabalho).

Existem alguns tratamentos para LER com o uso de medicamentos e em alguns casos, dependendo da gravidade, se faz necessário intervenção cirúrgica. Para entendermos de forma mais completa o que é a LER e como tratá-la, abaixo separamos alguns tópicos que irão nos auxiliar nesse processo.

O que é a Lesão por esforço repetitivo

A LER se trata de uma lesão causada pelo desenvolvimento de atividades repetitivas, como por exemplo digitar, dirigir, tocar violão, escrever, entre outros. Ela afeta os ossos, músculos e tendões, devido a realização de movimentos repetitivos por um longo período de tempo.

Essa é uma lesão que vem surgindo aos poucos com o decorrer do tempo em nosso organismo, e em algumas situações pode ser interpretada como uma doença ocupacional. 

Essa lesão por esforço repetitivo pode até parecer um incômodo normal no começo, mas se não tratado de forma correta e dado a devida importância, essa lesão pode se tornar um grande problema na vida do trabalhador.

Qual é a diferença entre LER e DORT?

Podemos dizer que ambas são utilizadas para definir a mesma lesão, mas o que diferencia uma da outra é o motivo pelo qual essa lesão foi desenvolvida. Uma vez que a LER pode ser desenvolvida ao realizar qualquer atividade de forma repetitiva, a DORT está relacionada às atividades repetitivas no ambiente de trabalho.

A LER é desenvolvida por movimentos repetitivos de modo geral, como tocar violão, escrever, jogar vídeo game, entre outros. Ou seja, em qualquer circunstância ou situação do nosso cotidiano, a DORT é desenvolvida de forma mais específica por movimentos da rotina de trabalho.

Desse modo, podemos destacar os seguintes movimentos: digitar, escrever, linha de produção como montagem, ou qualquer outro posto que exige daquele funcionário movimentos muito repetitivos e por horas. Isso pode levar o indivíduo a desenvolver tendinite por exemplo.

Causas da Lesão por esforço repetitivo 

Como o próprio nome já diz, a LER (Lesão por Esforço Repetitivo), é causada pela realização de movimentos, vibrações, compressões ou esforços repetitivos, por muitas horas e um extenso período de dias, que na grande maioria dos casos acontece no trabalho.

Movimentos esses como por exemplo: digitar, jogar vídeo game, escrever, mexer o mouse, atividades de linha de produção e montagem, dirigir, entre outros.

Quais partes do corpo são mais afetadas pelos esforços repetitivos?

A LER pode afetar qualquer pessoa que realiza movimentos repetitivos em seu dia a dia por um grande período de horas. Isso acontece na grande maioria das vezes no trabalho, por exemplo, onde muitas vezes é preciso empregar os mesmos movimentos em um ritmo mais intenso.

Além disso, vale destacar que doenças crônicas e condições desconfortáveis também contribuem para o desenvolvimento dessas lesões. Por isso, as regiões que são mais afetadas por essa lesão são:

  • Ombros;
  • Cotovelos;
  • Punhos;
  • Mãos;
  • Região da Cervical;
  • Região da Lombar;
  • Joelhos.

Quais são os sintomas da Lesão por esforço repetitivo

É preciso entender que os sintomas vão variar de pessoa para pessoa, por isso é fundamental saber e entender qual movimento repetitivo estava sendo realizado para que a LER tenha sido desenvolvida.

Esses sintomas surgem aos poucos, podendo acontecer em circunstâncias isoladas ou de forma que independe da situação, estando ou não realizando o movimento a pessoa está sentindo. Os sintomas mais comuns da lesão por esforço repetitivo são:

Dor 

A dor, que é uma característica não apenas da LER, é o principal sintoma para quem sofre com essa lesão. Por isso, é fundamental buscar ajuda de um médico especialista e não usar medicamentos sem a prescrição correta.

Formigamento e Fisgadas

O formigamento e as fisgadas também são sintomas que devemos ficar atentos. Quando sentimos formigamento ou uma fisgada vez ou outra por dormir de mal jeito é algo de certa forma normal. 

O grande problema é quando esse sintoma se torna presente mesmo quando não realizamos o movimento repetitivo, desse modo é preciso ficar atento e buscar ajuda de um profissional.

Fraqueza muscular, sensação de peso e cansaço

A fraqueza muscular e a sensação de peso e cansaço no membro lesionado também são características muito marcantes em quem sofre com a LER. Muitas das vezes fazer uma compressa na região alivia essa sensação, porém é preciso consultar um médico para iniciar o tratamento com medicamento.

Alteração na sensibilidade 

Outro sintoma que também devemos nos atentar e observar é a alteração na sensibilidade do membro afetado, isso porque a sensibilidade de cada região em nosso corpo é diferente umas das outras. Por isso, é preciso observar e a qualquer percepção de mudança, buscar ajuda de um profissional.

Tipos de Lesão por esforço repetitivo

Diferentes lesões podem ser encontradas no grupo da LER, afinal são horas e dias repetindo o mesmo movimento em uma mesma articulação, o que acaba gerando consequências no futuro.

Esses movimentos podem gerar inflamação na estrutura óssea, músculos ou nos tendões, além de ocasionar problemas de circulação. Desse modo, ao primeiro sinal da LER é importante buscar ajuda de um médico para realizar o tratamento correto.

Como mencionamos, dentro do grupo da LER diferentes lesões podem ser encontradas, por exemplo:

Doença de Quervain

Embora o nome não seja tão conhecido, a doença de Quervain se trata de uma inflamação dos tendões que passam pelo punho no lado do polegar. Quando essa articulação é usada em excesso, os tendões podem inflamar, o que pode dificultar os movimentos do dedo polegar e do punho.

O tratamento para essa lesão consiste no uso de medicamentos anti inflamatórios e repouso absoluto dessa articulação para que a inflamação não venha se agravar. Mas, é preciso deixar claro que é necessário buscar ajuda de um especialista, fazer exames e, assim, realizar o tratamento correto.

Tendinites dos extensores dos dedos

Para entender melhor essa lesão é preciso saber que os tendões são uma espécie de cordões extremamente fortes, são eles os responsáveis pela flexão de nossos músculos nos ossos. Já a tendinite, significa a inflamação dessas estruturas que é causada pelo uso excessivo de qualquer articulação.

No caso das mãos, temos um grupo de músculos que são responsáveis pelo movimento dos nossos dedos e mãos. Quando realizamos o mesmo movimento por muito tempo, desenvolvemos a tendinite dos extensores dos dedos, que nada mais é que a inflamação de músculos e tendões responsáveis pela extensão de nossos dedos e mãos.

Assim como as demais lesões, o tratamento mais indicado é o uso de antinflamatórios e repouso. Mas, não se automedique e busque o atendimento de um médico, ele fará os exames necessários e passará o medicamento correto. 

Bursite

A bursite é uma inflamação que atinge a estrutura do corpo chamada bursa, que é como se fosse uma pequena bolsa que envolve nossas articulações e trabalha como se fosse uma espécie de amortecedor entre os ossos, tendões e tecidos musculares.

Sua aparição é mais comum principalmente em cotovelos, ombros e joelhos, onde uma de suas principais causas é a lesão por esforço repetitivo (LER). Seu principal sintoma é a dor, restrição de movimentos, inchaço na região e também a inflamação.

O tratamento para essa lesão deve ser realizado sob orientação médica, onde será prescrito o uso de antinflamatório, relaxantes musculares e também repouso. 

Tenossinovite dos flexores dos dedos

Os tendões flexores dos dedos estão presentes na palma das mãos e são cobertos por uma bainha chamada sinovial, que é responsável por fazer com que a contração dos músculos fiquem mais macias e suaves.

A tenossinovite dos flexores dos dedos acontece quando essa bainha que reveste os tendões flexores dos dedos inflama. O sintoma mais presente é a dor ao realizar o movimento dos dedos, pois os tendões se contraem para que o movimento aconteça. 

Síndrome do Túnel do Carpo

A Síndrome do Túnel do Carpo é a lesão mais comum e conhecida desenvolvida pela LER. Ela acontece devido a compressão do nervo mediano que vem do braço e passa pelo punho e é desenvolvida uma inflamação e inchaço que passam pelo túnel do carpo.

Isso faz com que esse nervo fique mais fraco, provocando formigamento e dormência nos dedos, além da dor incômoda e até mesmo choques que vêm dos dedos para o braço. Os movimentos repetitivos fazem com que os sintomas piorem gradativamente.

O tratamento para essa lesão também é a base de antiinflamatórios e relaxantes musculares, além de serem combinados com uso de munhequeiras que comprimem a região do pulso e mantém as articulações mais fixas e firmes. 

Em algumas situações, se faz necessário imobilizar o antebraço juntamente com o punho e a mão, para que o indivíduo não se movimente e a recuperação seja mais eficiente. Ainda há casos também que a cirurgia é a melhor alternativa e os sintomas melhoram de forma significativa.

Epicondilite Lateral

Conhecida também como tennis elbow (cotovelo de tênis), é causada pela inflamação das partes pequenas mais elevadas dos ossos do cotovelo. Ossos esse que são a parte de fora do braço. Essa lesão é muito comum em quem trabalha levantando muito peso, em escritórios ou que realizam trabalhos manuais.

A dor vai aumentando de forma gradativa e o indivíduo passa a sentir incômodo ao realizar pequenas tarefas como abrir uma fechadura de porta. O tratamento, assim como as demais lesões, é com medicamentos antiinflamatórios e repouso, além disso também é indicado alongamentos.

Como é feito o diagnóstico de LER?

O diagnóstico é realizado por meio de exames clínicos e de imagem. Exames de tomografia e a ressonância são fundamentais nesse momento, através deles o médico poderá dar o diagnóstico correto e indicar o melhor tratamento para o caso.

Além disso, é importante detalhar ao médico suas tarefas e o que pode ter desencadeado essa lesão, dessa forma é possível prescrever o melhor tratamento. Não se automedique e busque ajuda de um profissional para que esse tratamento seja realizado da forma correta.

Como se prevenir da LER

É necessário que o colaborador fique atento a possíveis dores ou incômodos causados pelos movimentos repetitivos no trabalho. Além disso, a empresa pode incentivar os colaboradores a realizarem por exemplo alongamento antes de iniciar seu dia de trabalho e durante ele também.

O time de Recursos Humanos pode, como forma de trabalho em equipe, incentivar boas políticas de prevenção dessas lesões.

Abaixo separamos algumas dicas para ajudar na prevenção contra a LER que o colaborador pode colocar em prática. Caso algum sintoma seja apresentado busque ajuda de um profissional para que o tratamento correto seja iniciado e essa lesão não avance.

  • Respeite os limites do seu corpo;
  • Utilize apoios ergométricos para os punhos, por exemplo;
  • Faça alongamento antes de iniciar seu dia de trabalho e durante também;
  • Faça atividade física;
  • Corrija sua postura se trabalhar por horas sentado ou ao abaixar, por exemplo, para pegar objetos que estão no chão;
  • Tenha um estilo de vida mais saudável;
  • Caso trabalhe com movimentos repetitivos por muitas horas, faça pausas para se alongar durante o período de trabalho;

Tratamento da LER

O tratamento da LER é a base de antiinflamatórios e repouso para que a região lesionada não se “estresse” mais. Além disso, se for necessário, imobilizar o local também é uma opção.

Em alguns casos, quando a lesão está em um nível muito avançado, a aplicação de corticoides na região da lesão ou a ingestão do mesmo por via oral é uma alternativa. Além também de fisioterapia e, em alguns casos mais severos, cirurgia.

Novamente vale ressaltar a importância de buscar ajuda de um médico e não se automedicar. Com a dor é normal buscarmos medicamentos para aliviar a sensação, mas a ajuda de um profissional é indispensável para não prejudicar o tratamento.

Direitos trabalhistas ligados à LER

A LER pode ser considerada uma doença ocupacional, uma vez que é desenvolvida por profissionais que realizam tarefas com movimentos repetitivos durante seu período de trabalho.

Por isso, cabe também à empresa parte da responsabilidade, existindo maneiras de incentivar a prevenção dessa e outras doenças ocupacionais, como por exemplo o burnout.

Quando é desenvolvida a incapacidade de desempenhar as atividades de trabalho devido a LER, podem ser produzidas três formas de reparação: pelo INSS, pela empresa e pela previdência privada.

O benefício previdenciário, como por exemplo a aposentadoria, é concedido quando o quadro da doença for irreversível e impossibilite o indivíduo de trabalhar. Além disso, uma das opções também é o auxílio doença, que é concedido quando é entendido que o trabalhador pode se recuperar e retornar às suas atividades.

Para que ambos mencionados acima entrem em vigor, é preciso que o trabalhador tenha em mãos um parecer médico e exame que comprovem a lesão. Com isso, ele agenda junto ao INSS uma perícia médica, para que seja determinado o benefício que ele irá receber. 

Mas, para que o INSS seja acionado, o trabalhador precisa ser afastado de seus trabalho, pelo seu médico particular por mais de quinze dias. Assim, ele poderá acionar o INSS e buscar por seus direitos.

O trabalhador precisa buscar se informar e, se sentir necessidade, entrar em contato com um advogado trabalhista para entender melhor quais seus direitos nesses casos. Um detalhe que podemos adiantar é que sim, é possível acumular os direitos do seguro social com os direitos do seguro privado. 

Muitas vezes, devido a incapacidade de exercer o trabalho, empresas realizam desvio de função para cargos mais administrativos e que evitam o movimento repetitivo.

Outro ponto também é que é cabível de indenização ao trabalhador quando a empresa se omite quanto à ocorrência da lesão, mas,é preciso que esse trabalhador consiga provar suas condições ou a falta dela no trabalho, além de também ser cabível de indenização por danos morais. 

Conclusão

A lesão por esforço repetitivo pode ser uma doença ocupacional, que além de causar dor, pode acabar no afastamento temporário ou permanente de um colaborador no ambiente de trabalho. É preciso que tanto os colaboradores, quanto a empresa estejam atentos a boas práticas para evitar essas lesões.

O papel do time de Recursos Humanos é facilitar e garantir que esse processo seja feito da melhor forma possível, dando informação e espaço para que os colaboradores expressem suas dores e necessidades. 

Mas, sabemos que lidar com essas questões, e até mesmo prevenir essas lesões, não é uma missão fácil. Por isso, contar com a ajuda de uma equipe variada de profissionais como psicólogos, terapeutas e coaches pode facilitar essa jornada. 

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