O que você precisa saber sobre higiene ocupacional?
A higiene ocupacional é uma área voltada à identificação, análise, controle dos riscos físicos, químicos e biológicos presentes nos espaços laborais.
Além de ser uma exigência legal, ela atua na preservação da saúde dos colaboradores e na prevenção de doenças ocupacionais, garantindo que a empresa esteja em conformidade com as normas regulamentadoras. Confira!
Quais são as etapas da higiene ocupacional?
A higiene ocupacional baseia-se em quatro etapas fundamentais: antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos, guiando todo o processo de prevenção de doenças e acidentes no trabalho.
Entenda a seguir como cada fase atua na segurança ocupacional, possibilitando a detecção de perigos, análise de exposições e a implementação de estratégias eficazes para preservar a saúde dos trabalhadores:
Etapa 1: antecipação dos riscos ambientais
A antecipação é a primeira fase para garantir a higiene ocupacional e deve ser adotada antes do início das operações.
Ela tem como finalidade prever riscos ambientais potenciais durante a etapa de planejamento das instalações, processos e atividades. Nessa fase, são avaliadas as metodologias de trabalho, o layout e os insumos usados para mitigar riscos
Etapa 2: reconhecimento e identificação de perigos
Na etapa de reconhecimento e identificação de perigos são realizadas inspeções minuciosas em todos os ambientes ocupacionais para identificar e registrar a natureza dos perigos presentes.
O objetivo é compreender e analisar onde e como os riscos se manifestam, incluindo, maquinários, processos e condições de exposição, entregando uma base técnica para direcionar mensurações e estabelecer prioridades de intervenção.
Etapa 3: avaliação quantitativa da exposição
A avaliação quantitativa é a etapa técnica que compõe a higiene ocupacional, na qual se adota ferramentas e métodos específicos para analisar o nível de exposição dos colaboradores a agentes ambientais.
Ao obter os dados, eles são comparados com os limites de tolerância estabelecidos pela NR-15, que define parâmetros para diversos fatores, como calor, ruído, poeiras e substâncias químicas, permitindo calcular o risco real e definir as ações corretivas.
Etapa 4: controle e mitigação dos riscos
O controle e mitigação dos riscos consiste na etapa de ação, quando são aplicadas estratégias administrativas, de engenharia e individuais para mitigar ou reduzir os riscos detectados.
Essa fase deve priorizar a extinção e substituição do agente nocivo, a adoção de melhorias no ambiente e adaptações operacionais, além do uso de Equipamentos de Proteção Individual para garantir a eficácia das ações e o atendimento à legislação trabalhista.
Impacto da falta de higiene ocupacional na saúde e produtividade
A falta de ações voltadas à higiene ocupacional pode resultar no surgimento de doenças ocupacionais físicas e emocionais, que são as seguintes:
Saúde física:
- Surdez induzida por ruído;
- Intoxicações químicas;
- Problemas respiratórios graves (decorrentes da falta de atendimento aos limites de exposição técnica definidos).
Saúde mental:
- Estresse crônico;
- Ansiedade;
- Síndrome de Burnout;
- Prejuízo à qualidade de vida dos trabalhadores.
Esses fatores aumentam as taxas de absenteísmo, além de expor a empresa a risco de acidentes graves, contrariando a NR-1, que define a gestão de riscos ocupacionais, e a NR-24, que aborda as condições mínimas de higiene e de conforto nos espaços laborais.
Como identificar os riscos ocupacionais no trabalho?
A fase de identificação dos riscos ocupacionais deve envolver a inspeção sistemática do ambiente de trabalho, a fim de reconhecer os riscos ambientais presentes nos espaços laborais.
É, justamente, nessa fase que é adotada a codificação por cores, destacando os potenciais perigos para, posteriormente, incluí-los no PGR.
A codificação por cores é a seguinte:
verde -> seguro
amarelo -> atenção
vermelho -> crítico
Essa identificação inicial ajuda a determinar as ações de mitigação prioritárias, garantindo, assim, a conformidade legal e reduzindo as chances de acidentes e doenças ocupacionais.
Riscos físicos
Os riscos físicos estão ligados à exposição dos colaboradores a agentes e incluem os seguintes:
- vibração
- calor
- frio
- radiações
A norma NR-15 determina o monitoramento dessas condições por meio de laudos técnicos e a comparação da intensidade dos riscos aos parâmetros estabelecidos.
Dessa forma, a empresa deve precisa fazer medições ambientais, registrar os números e aplicar medidas corretivas em situações em que os valores se aproximem ou superem os limites legais.
Riscos biológicos: prevenção e impacto na saúde
Já os riscos biológicos referem-se aos organismos vivos ou seus subprodutos que podem provocar infecções ou doenças ocupacionais, como:
- bactérias
- vírus
- fungos
Em hospitais e laboratórios, detectar onde esses agentes estão presentes, mapear os grupos expostos e adotar medidas de contenção, vigilância sanitária e a realização de treinamento é essencial para reduzir o impacto na saúde e evitar contaminações cruzadas.
Riscos químicos no trabalho
Por sua vez, os riscos químicos no trabalho estão relacionados à exposição aos seguintes agentes:
- poeiras
- gases
- vapores
- névoas de substâncias tóxicas
Esses agentes costumam ingressar no organismo por meio de diferentes vias, como absorção pela pele, ingestão e inalação, causando efeitos como intoxicação, doença ocupacional ou lesão orgânica.
Para identificar esses agentes, a empresa deve classificar o risco, avaliar a via de absorção, calcular concentração e comparar com os limites estabelecidos NR-15. Ao serem identificados, estes devem ser incluídos no PGR e tratados como prioridade.
Segurança do trabalho e normas de higiene ocupacional
A atuação do departamento RH deve estar alinhada às exigências previstas na NR-9 e na NR-15, que compõem a base da higiene ocupacional nas empresas.
A NR-9 determina que o empregador implemente o PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos), que deve contemplar a identificação, avaliação e controle dos agentes físicos, químicos e biológicos presentes no ambiente de trabalho. A norma também ressalta que o PGR deve “prever medidas de prevenção que eliminem ou reduzam os riscos”, o que se aplica diretamente a situações como exposição contínua a ruído ou calor excessivo.
Já a NR-15 define quais atividades são consideradas insalubres e estabelece parâmetros de tolerância para agentes nocivos, como calor, ruídos e substâncias químicas.
A normativa determina que “a insalubridade será caracterizada por perícia técnica”, reforçando a necessidade de monitoramento constante e avaliações periódicas — especialmente quando há riscos de exposição prolongada durante o expediente.
Para estar em conformidade com essas obrigações, a empresa deve acompanhar continuamente o PGR, registrar todos os agentes avaliados e implementar medidas corretivas sempre que forem detectados níveis acima dos limites de tolerância previstos nas normas.
Além disso, a gestão técnica de riscos à saúde mental deve integrar essas ações, uma vez que a exposição frequente a agentes nocivos pode desencadear estresse, ansiedade e outros impactos psicossociais, exigindo suporte emocional contínuo e políticas de prevenção eficazes.
EPIS e EPCS: Equipamentos de higiene ocupacional
As medidas previstas para o controle em higiene ocupacional definem que as ações mais eficazes são adotadas antes de empregar à proteção individual.
- Extinção ou substituição do agente de risco identificado.
- Adoção de controles de engenharia, que incluem ventilação, barreiras ou enclausuramento.
- Implementação de controles administrativos, como treinamentos, processos, diminuição do tempo de exposição.
O uso tanto de EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva) e EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) deve ser a última alternativa de defesa, adotado somente em casos em que as etapas anteriores não extinguem o risco por completo.
Sendo assim, esses equipamentos devem ter uma atuação complementar e não substituir os cuidados administrativos e técnicas mais efetivas de controle de exposição.
Promova bem-estar e aumente a produtividade com o Zenklub
Promover a saúde ocupacional também está ligado ao bem-estar integral dos trabalhadores. Por isso, contar com parceiros especializados, como o Zenklub corporativo, é fundamental.
Nossas soluções são focadas na melhoria da qualidade de vida no trabalho e no fortalecimento da cultura de segurança e prevenção.
Entre elas estão mapeamento de riscos psicossociais, programas de bem-estar, psicólogo online, trilhas de cuidado individual e acompanhamento contínuo da equipe.
Conheça as soluções do Zenklub corporativo para a sua empresa.