Indicadores de segurança no trabalho: como promover ambientes seguros
Os indicadores de segurança no trabalho são métricas usadas para analisar, monitorar e prever situações de riscos presentes nos ambientes laborais, possibilitando a identificação precoce de falhas e a realização de ajustes para prevenir acidentes.
Esses KPIs de segurança transformam dados operacionais em informações, que podem ser usadas de forma estratégica para cumprir obrigações legais, garantir a proteção dos trabalhadores e manter os espaços de trabalho seguros. Confira!
Indicadores proativos vs. indicadores reativos
É comum confundir indicadores proativos e indicadores reativos no contexto de saúde ocupacional, porém, mesmo sendo complementares, essas métricas possuem conceitos diferentes.
Os indicadores proativos são aqueles com caráter antecipador, ou seja, eles mensuram ações e condições de forma preventiva, como números de quase-acidentes reportados e inspeções de segurança, para identificar potenciais riscos.
Em contrapartida, os indicadores reativos servem para analisar os eventos ocorridos, como faltas, reincidências, lesões e acidentes, ajudando a diagnosticar falhas nos procedimentos e medir os impactos após o dano ocorrido.
O equilíbrio dos indicadores de segurança no trabalho é importante para a prevenção e antecipação de eventos danosos, além de apontar problemas e resultados, permitindo que a empresa tenha uma visão completa da saúde e segurança ocupacional.
Os 15 principais indicadores de segurança no trabalho
Para uma avaliação completa e eficaz das condições laborais, há 15 indicadores de segurança do trabalho que ajudam a mensurar o desempenho preventivo, monitorar riscos e identificar as ações necessárias.
Confira a seguir os principais indicadores de segurança no trabalho para serem acompanhados:
1. Taxa de frequência de acidentes
A taxa de frequência de acidentes é uma métrica que mede o número de acidentes, com lesões e afastamentos, por milhão de horas-homem trabalhadas.
Esse indicador possibilita que os gestores comparem o desempenho da organização e com padrões usados pelo mercado.
2. Taxa de gravidade de acidentes
A taxa de gravidade de acidentes, como o próprio nome sugere, avalia o impacto dos acidentes, considerando quantos dias foram perdidos por milhão de horas-homem, ou a gravidade média, revelando a frequência e a complexidade das ocorrências.
3. Número de dias perdidos por acidentes
Essa métrica baseia-se na soma total de dias de faltas decorrentes de acidentes com gravidade, indicando, portanto, o impacto operacional e custos desses eventos para a companhia.
4. Taxa de absenteísmo relacionado à segurança
Mensura a quantidade de ausências e afastamentos dos colaboradores devido a acidentes, lesões ou doenças ocupacionais. Esse KPI demonstra como as medidas de segurança influenciam a presença e o engajamento dos funcionários.
5. Número de doenças ocupacionais registradas
Calcula a quantidade de acidentes ocupacionais registrados, um indicador de segurança no trabalho importantíssimo para as empresas com exposição a agentes psicossociais, químicos e ergonômicos.
6. Número de quase-acidentes reportados
Avalia a quantidade de falhas que foram evitadas e reportadas, servindo com um sinal de alerta das condições de riscos presentes nos espaços laborais, o que possibilita a correção antes que acidentes aconteçam.
7. Participação em treinamentos de segurança
Percentual que indica o número de colaboradores que participaram de treinamento, refletindo o compromisso da organização com a cultura de prevenção e capacitação sobre saúde e segurança no trabalho.
8. Taxa de conformidade no uso de EPIs
Esse é um dos indicadores de segurança no trabalho que verifica a utilização dos equipamentos de segurança individuais e se os procedimentos estão sendo realizados de forma correta, sendo essencial para a prevenção de acidentes.
9. Número de inspeções preventivas realizadas
Calcula a frequência de inspeções preventivas de segurança executadas, a fim de identificar os riscos antes que provoquem acidentes.
10. Tempo médio para correção de não conformidades
Mensura a agilidade da empresa para corrigir falhas ou irregularidades identificadas, um dos indicadores de segurança no trabalho essenciais para impedir que pequenas falhas se transformem em acidentes.
11. Índice de cultura de segurança
Analisa o grau de envolvimento e engajamento dos funcionários com as medidas de segurança indicadas, uma métrica que revela a sustentabilidade da gestão de Saúde e Segurança do Trabalho e, se de fato, a cultura de prevenção é forte.
12. Taxa de reincidência de acidentes
A taxa de reincidência mede a proporção de acidentes repetidos em um mesmo local ou função, apontando, assim, os erros estruturais ou de processos que devem ser reajustados ou corrigidos.
13. Número de sugestões de melhoria em segurança
Avalia o número de relatos de risco, feedbacks de segurança, sugestões de melhorias, etc, servindo como um indicador de engajamento e proatividade dos funcionários, essencial para promover uma prevenção colaborativa.
14. Índice de auditorias em dia
Analisa se a companhia consegue manter uma rotina regular de auditorias de segurança, a fim de manter a regularidade e garantir o atendimento às normas regulamentadoras.
15. Indicador de bem-estar e saúde mental
Mede os aspectos psicossociais, como ansiedade, estresse, fadiga e absenteísmo por causas relacionadas à saúde mental no trabalho, um fator que impacta diretamente a concentração, o risco de falhas e acidentes.
Como implementar um sistema de monitoramento de indicadores de segurança
Implementar um sistema de monitoramento de indicadores de segurança no trabalho ajuda a transformar dados em informações estratégicas, fortalecendo a gestão de riscos e proporcionando espaços laborais mais seguros.
Confira um passo a passo para aplicar as métricas de segurança ocupacional de maneira estratégica:
- Mapeamento de riscos: analise o cenário atual da empresa, a fim de identificar riscos, condições de trabalho, histórico de acidentes e quase-acidentes, além de fatores associados à saúde mental.
- Definição de objetivos claros: escolha metas de segurança, como redução de acidentes e melhoria dos índices de adesão aos treinamentos, além das métricas que reflitam a prevenção e os resultados das ações.
- Seleção de indicadores proativos: defina KPIs de segurança, como uso de EPIs, regularidade de inspeções, auditorias e relatórios de quase-acidentes, a fim de antecipar ações preventivas e diminuir riscos.
- Uso de indicadores reativos: escolha métricas, como doenças ocupacionais, dias de atividades perdidas e número de acidentes, para analisar o histórico e a eficácia das iniciativas adotadas.
- Coleta e registro de dados: estabeleça frequência de coleta, método de registro e os responsáveis pelo trabalho, garantindo um monitoramento consistente e uma comparação precisa ao longo do tempo.
- Interpretação dos resultados: compare os valores dos indicadores de segurança no trabalho com os objetivos definidos, para identificar padrões, tendências e desvios. Use os resultados para guiar os planos de ação.
- Integração de dados de saúde mental: monitore indicadores de saúde e bem-estar, como clima organizacional, absenteísmo, relatos de estresse e cansaço mental, para identificar fatores psicossociais presentes.
- Melhoria contínua: faça uma revisão periódica dos indicadores de segurança no trabalho conforme as mudanças na legislação e na estrutura do ambiente para garantir que o sistema seja evolutivo e flexível.
Benefícios de monitorar indicadores de segurança no trabalho
Acompanhar os indicadores de segurança no trabalho permite compreender se a empresa, de fato, consegue prevenir acidentes de forma efetiva, proteger os trabalhadores e atender às normas de saúde e segurança nos ambientes laborais.
Confira quais são os benefícios de monitorar os indicadores de segurança no trabalho:
- Diminuição de custos diretos e indiretos: com menos acidentes, as empresas também têm um menor gasto com assistência médica, afastamentos, seguros, indenizações, além de reduzir as perdas por paradas da produção.
- Redução de acidentes: acompanhar as métricas de segurança ocupacional, como inspeções, frequência de quase-acidentes e acidentes, possibilita identificar falhas antes que causem lesões, reduzindo riscos de novos acidentes.
- Aumento da produtividade: espaços laborais mais seguros diminuem interrupções, ausências e retrabalho. Além disso, os colaboradores trabalham com mais confiança e segurança, melhorando o desempenho geral.
- Melhoria no bem-estar físico e mental: ao proporcionar segurança nos ambientes laborais, é possível reduzir a exposição aos riscos de ansiedade e estresse, proporcionando equilíbrio mental e melhorando a saúde geral.
- Fortalecimento da cultura organizacional: ao proporcionar mais segurança, a empresa transmite compromisso e responsabilidade social, obtendo confiança entre clientes e colaboradores.
- Conformidade regulatória: ao monitorar os indicadores de segurança no trabalho, a organização garante que os processos estejam alinhados às normas de SST, evitando multas, autuações e litígios.
- Decisões mais estratégicas: ao obter dados concretos sobre o desempenho das ações de segurança, é possível analisar eficácia de iniciativas e priorizar ações, tornando a gestão muito mais eficiente.
O papel da saúde mental na segurança ocupacional
A saúde mental tem um papel fundamental na segurança ocupacional das empresas. Isso porque, condições como ansiedade, estresse e fadiga mental, podem comprometer a concentração do colaborador, aumentando as chances de falhas e riscos de acidentes.
Para você ter uma ideia da influência da saúde mental na segurança ocupacional, dados da Organização Mundial de Saúde apontam que o adoecimento psicológico e os transtornos mentais estão entre as causas mais comuns de afastamentos laborais.
No Brasil, os benefícios concedidos por afastamentos temporários ligados à saúde mental no trabalho saltaram de 201 mil em 2022 para 472 mil em 2024, um aumento de 134%.
Ou seja, quando a saúde mental no trabalho está enfraquecida, a capacidade de detectar riscos, reagir com rapidez e precisão ou seguir medidas de segurança, é reduzida consideravelmente.
Diante disso, cria-se um ambiente inseguro e vulnerável a falhas e acidentes, o que reforça que promover saúde psicológica nas empresas preserva o bem-estar de todos.
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Acompanhar os indicadores de segurança no trabalho também é uma das formas de contribuir com a saúde física e mental dos seus colaboradores.
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