Agorafobia: o que é e como os seus sintomas se manifestam?
Você sabia que existe um tipo de fobia chamado de agorafobia, que está ligada a transtornos de ansiedade e síndrome do pânico?
As pessoas desenvolvem medos e fobias de muitas formas e por vários motivos. Além disso, entre as mais conhecidas está o medo de aranhas, baratas, altura, fobia social, claustrofobia e até mesmo medo de buracos, também conhecida por tripofobia.
Em geral, pessoas com agorafobia sentem um medo incontrolável de viver situações que podem ser gatilhos para crises de pânico, falta de controle e vergonha.
Segundo dados do Hospital Israelita Albert Einstein, 150 mil brasileiros sofrem desse distúrbio mental e buscam tratamento psicológico para controlar.
Por isso, entenda melhor o que significa agorafobia, quais os sintomas, causas e como encontrar tratamento certo para você, um amigo ou família.
Mas, afinal, o que é agorafobia?
Agorafobia é um tipo de transtorno de ansiedade. Nesse caso, acontece quando a pessoa fica ansiosa em lugares desconhecidos ou sente que não tem muito controle sobre a situação.
Além disso, é comum que isso aconteça junto com crises de pânico. Isso porque, segundo estudos, 30 a 50% das pessoas com agorafobia também sofrem com síndrome de pânico.
Diferente de outras fobias, esse medo pode acontecer tanto em espaços abertos quanto em lugares pequenos. Além disso, a pessoa já começa a sofrer antes mesmo de qualquer evento acontecer, como medo de passar vergonha ou não saber agir na frente de outras pessoas. .
Quando as crises de agorafobia acontecem?
Isso pode variar de pessoa para pessoa, mas há algumas situações e lugares que pessoas que sofrem de agorafobia procuram evitar, já que podem ser gatilhos para suas crises:
- Ficar sozinho dentro ou fora de casa;
- Viajar de ônibus ou de avião;
- Espaços com multidões;
- Filas de espera;
- Espaços fechados como cinemas e lojas;
- Espaços abertos como parques, feiras e estacionamentos;
- Sentar no meio de uma sala de aula, teatro ou cinema;
- Transporte público;
- Locais onde a possibilidade de saída ou fuga não seja fácil.
O que pode causar agorafobia?
Não se sabe quais são as causas exatas, mas alguns médicos dizem que pode estar ligado também a aspectos biológicos. Além disso, esse transtorno é mais comum em mulheres e se manifesta, na maioria dos casos, entre o final da adolescência e o começo da idade adulta.
Fatores de risco da agorafobia:
- Outros transtornos de ansiedade, fobias ou pânico;
- Ambiente de estresse;
- Reações com crise de pânico e medo irracional excessivo;
- Abuso de substâncias – o uso crônico de tranquilizantes e pílulas para dormir, como os benzodiazepínicos;
- Comportamento ansioso, inquieto e nervoso;
- Memória de eventos traumáticos;
- Infância violenta;
- Histórico da doença na família.
Quais os sintomas da agorafobia?
Fique atento a alguns sinais e sintomas físicos e psicológicos da agorafobia:
Sintomas físicos:
- Aumento da frequência cardíaca;
- Hiperventilação ou falta de ar;
- Dor ou pressão no peito;
- Tonturas;
- Formigamento no corpo;
- Suor excessivo;
- Calafrios;
- Náuseas;
- Diarreia;
- Desmaios.
Sintomas psicológicos:
- Medo de morrer; lugares cheios; de ficar ou sair sozinho;
- Ansiedade;
- Baixa autoestima;
- Insegurança.
Como diagnosticar a agorafobia?
Essa fobia é resultado de outras doenças, como por exemplo ataques de pânico e sintomas de ansiedade.
Ou seja, para realizar o diagnóstico o especialista têm que analisar alguns fatores importantes, como por exemplo:
- Histórico médico psicológico;
- Descrição dos sinais e sintomas;
- Exames físicos para descartar outras doenças com sintomas semelhantes;
- Consulta ao Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais (DSM-5), publicado pela Associação Americana de Psiquiatria.
Como é o tratamento da agorafobia?
Você pode prevenir a agorafobia tratando mais rápido os sintomas do transtorno de pânico e de ansiedade generalizada. Mas caso você não trate a tempo, há tratamentos para esse tipo de fobia.
O caminho mais comum é a psicoterapia. Além disso, se for preciso, o uso de remédios pode ajudar.
O primeiro é entender o que está acontecendo com você. Por isso, é preciso que a pessoa entenda o que é essa fobia, suas causa e sintomas.
Além disso, é bom praticar o autoconhecimento, para que cada um entenda seus gatilhos e o que pode causar as crises. Por isso, o tratamento é diferente e seu tempo pode variar de pessoa para pessoa.
Ou seja, a terapia ajuda de forma duradoura para a maioria das pessoas com transtorno do pânico e agorafobia e é o melhor tratamento para que esse problemas não afetem mais seu dia a dia.
Remédios para agorafobia
O tratamento pode sim ser feito com a combinação de remédios e terapia, mas isso deve ser indicado por um médico. Ou seja, não se automedique.
As substâncias mais comuns a serem utilizadas são os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), ansiolíticos e sedativos.
Agorafobia e a inteligência emocional
A inteligência emocional pode ser um ótimo caminho na busca de respostas para lidar com o medo, tensões e ansiedade.
Ou seja, conhecendo a sua própria inteligência emocional, você vai perceber que fica muito mais fácil entender quais são seus gatilhos emocionais. Além disso, você pode aprender a desconstruir esses sintomas.
Prevenção e ajuda da família
Sem dúvidas a melhor prevenção é o autoconhecimento sobre si e sobre situações que podem estar afetando a sua rotina.
Mas se você percebe que não se sente mais tão confortável em ambientes que antes eram comuns, pode ser um sinal. Além disso, se você tem se deparado com muitos eventos onde a ansiedade é incontrolável, também.
Toda mínima percepção de qualquer sintoma ou fator de risco que possa antecipar o tratamento, antes que se transforme em um distúrbio de ansiedade, de pânico e, consequentemente, de agorafobia, é considerado uma forma de prevenção.
Nisso, as fobias podem ser comuns e outras pessoas ao seu redor também possuem, mas isso não quer dizer que você não precise de ajuda de amigos e familiares, e de um especialista.
Mas se você tem algum parente nessa situação e não sabe como ajudar, o certo é que você também procure a ajuda de um especialista que te indique a melhor forma de lidar.
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Rui Brandão é médico, com experiência em Portugal, Brasil e Estados Unidos da América, e mestre em Administração pela FGV em São Paulo. Hoje é CEO & Co-fundador do Zenklub, plataforma de saúde emocional e desenvolvimento pessoal que oferece conteúdos, profissionais e ferramentas especializadas para mais de 1.5 milhões de pessoas no Brasil.