Você já ouviu falar da Síndrome de Hulk? Esse é um nome popular dado para um distúrbio de comportamento que atinge normalmente pessoas na faixa dos 16 a 35 anos. Mas, afinal, do que se trata esse distúrbio? Para começar, vamos entender quem é o Hulk, e assim você terá uma vaga noção do que é a Síndrome de Hulk. 

Como todos ou quase todos já sabem, Hulk é um herói da Marvel que se trata de um cientista que busca incansavelmente formas para não se transformar mais. Pois, essa transformação ocorre quando ele sente raiva e sua aparência é o que mais assusta.

Mas, o assunto principal aqui não é o herói, e sim sobre o Transtorno Explosivo Intermitente (TEI), também conhecido como a Síndrome de Hulk. Abaixo, vamos entender melhor o que é essa síndrome, seus principais sintomas e tratamentos. 

O que é a Síndrome de Hulk?

A Síndrome de Hulk é um distúrbio caracterizado por um comportamento impulsivo, explosivo e agressivo, que leva a pessoa que sofre com esse transtorno a agir de forma descontrolada quando algo a irrita. 

Síndrome de Hulk é o nome popular dado ao Transtorno Explosivo Intermitente (TEI), que é um tipo de transtorno de controle de impulsos (TICs), do mesmo grupo de doenças como a piromania e cleptomania.

O grande problema desse transtorno é que a pessoa não sabe gerenciar e controlar esse surto, tomando atitudes impulsivas e depois quando tudo passa, percebe o dano que causou a si próprio e a quem está a sua volta.

É possível diagnosticar esse transtorno normalmente a partir dos 6 anos de idade, já que antes disso os sintomas podem ser confundidos com hiperatividade. 

Principais sintomas da Síndrome de Hulk

Sentir raiva em determinadas situações é um sentimento normal e comum desde que a pessoa tenha total controle e consciência sobre ele. Mas, quando esse sentimento de raiva passa do limite e acaba se transformando em um estado de fúria e agressividade, este pode ser um sinal de alerta. 

Além disso, outros sintomas podem ser indicativos da Síndrome de Hulk. Veja a lista de principais sintomas:

  • Perda de controle sobre impulsos agressivos;
  • Ataques de raiva;
  • Comportamento reativo;
  • Agressões físicas e/ou verbais;
  • Frequência cardíaca acelerada;
  • Impulsividade;
  • Alteração no tom de voz;
  • Tremor;
  • Suor excessivo;
  • Formigamento

Esses são alguns sintomas que uma pessoa que sofre da Síndrome de Hulk pode apresentar quando antecede ou durante um surto.

Qual a diferença entre ataque de raiva e TEI?

De forma objetiva, a diferença entre os dois está na frequência e na intensidade da raiva. Devemos ressaltar que esse sentimento é normal, e que se trata de uma resposta emocional a determinada situação pela qual o indivíduo está passando. 

Mas, afinal, como identificar se é um ataque de raiva ou Transtorno Explosivo Intermitente?

No ataque de raiva, a vontade de atacar quem está à sua volta ou quebras algo que está por perto, até pode existir, mas em questões de segundos esse impulso é parado e controlado. 

Já para quem sofre com TEI a situação é diferente. A pessoa tem explosões de raiva com muita frequência, em torno de duas a três vezes por semana, e o motivo que desencadeou esse surto é completamente desproporcional e pequeno em relação a atitude da pessoa.

A pessoa que sofre de TEI, não tem controle sobre seus impulsos e não consegue reconhecer que esse ataque de raiva é desnecessário e está te prejudicando. Geralmente, essas pessoas acabam sentindo muita culpa e se arrependendo após um surto.

O que pode levar alguém a desenvolver Síndrome de Hulk?

Ainda não se pode dizer com exatidão o que leva uma pessoa a desenvolver a Síndrome de Hulk, e também, não existem exames específicos que possam identificar esse transtorno. Mas, vale apontar que o desenvolvimento dessa síndrome pode ser a junção de alguns fatores, como:

  • Histórico de abuso sexual e/ou físico na infância;
  • Traumas;
  • Baixa produção de serotonina;
  • Genética;

Como é feito o diagnóstico para Síndrome de Hulk?

O diagnóstico é realizado por um médico psiquiatra, que irá solicitar e checar uma série de exames e o histórico médico familiar, além de conversar com membros da família e pessoas próximas. O intuito é encontrar as causas exatas e entender se o paciente de fato sofre com essa síndrome. 

Um dos pontos que também são avaliados, é a frequência em que a pessoa tem os surtos e sua intensidade. Além disso, é importante dizer que os sintomas apresentados por uma pessoa que sofre com TEI, pode facilmente ser confundido com outras condições psiquiátricas, como a bipolaridade.

Em uma crise considerada leve, a pessoa que sofre de Transtorno Explosivo Intermitente, faz ameaças, xingamentos e em alguns raros momentos podem até mesmo cometer agressões físicas. 

Mas em casos graves, além de cometer lesão corporal pode quebrar qualquer coisa que esteja à sua volta, resultando até mesmo em crime. Por isso, é extremamente importante que se procure ajuda de um profissional.

Síndrome de Hulk e álcool

Como mencionado anteriormente, sabemos que os surtos acontecem por motivos pequenos. Mas, quando com a somatória do álcool, mesmo que em pouca quantidade, é comum que os ataques de fúria sejam mais graves e intensos.

Síndrome de Hulk na infância 

O diagnóstico de Transtorno Explosivo Intermitente na infância só é possível a partir dos 6 anos de idade, pois é quando a criança já possui um certo controle sobre suas emoções.

Antes dos 6 anos, esse transtorno é facilmente confundido com hiperatividade, por isso, se torna mais difícil seu diagnóstico precoce.

Qual o tratamento para a Síndrome de Hulk?

Antes de tudo é importante deixar claro que não é correto se automedicar e o tratamento pode variar de acordo com o caso de cada paciente. Ou seja, é fundamental que haja um acompanhamento de um médico psiquiatra.

Além disso, o ideal é fazer um tratamento completo e com profissionais diversos, tendo também o acompanhamento da psicoterapia

Fora o acompanhamento profissional e possivelmente a medicação, ter hábitos melhores e mais saudáveis pode ajudar na hora de superar esse distúrbio de comportamento. Abaixo, vamos apontar algumas formas de tratamento que a pessoa que sofre com a Síndrome de Hulk pode seguir.

Atividades físicas;

É importante pois liberam endorfina e serotonina que contribuem positivamente não apenas para quem sofre com a síndrome de Hulk, mas também para quem sofre com qualquer outro tipo de transtorno. 

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Meditação;

Seu maior objetivo é ajudar a pessoa a se manter mais focada, proporcionar sensação de tranquilidade e diminuir o estresse e a ansiedade. Ou seja, é indicada para qualquer pessoa, esteja ela sofrendo ou não com algum transtorno.

Psicoterapia;

É fundamental, pois ajuda a pessoa que sofre com essa síndrome a trabalhar e lidar com suas questões. Colabora para que o paciente aprenda a identificar os gatilhos e os sintomas que antecedem um surto.

Hoje em dia, com a ajuda da terapia online, as consultas com psicólogos se tornaram até mesmo mais acessíveis, com a facilidade de poder procurar orientação e ajuda de qualquer lugar.

Rotina pré-estabelecida;

Estabelecer uma rotina e nela incluir momentos como a meditação e a terapia, faz toda a diferença para se manter o controle. 

Além de todas as opções mencionadas acima, é possível que o tratamento seja também realizado à base de remédios, como antidepressivos, benzodiazepínicos, estabilizadores de humor e outros medicamentos nos quais o psiquiatra julgue necessário.

Novamente devemos deixar claro que todo e qualquer tipo de tratamento deve ser acompanhado por um psiquiatra ou profissional capacitado.

Síndrome de Hulk tem cura?

Segundo estudos, a Síndrome de Hulk ainda não tem cura, no entanto é importante deixar claro que ela pode ser tratada Dessa forma quem sofre pode ter mais qualidade de vida. Por isso, é fundamental procurar ajuda de um profissional, pois ele saberá qual o melhor tratamento.

Quais as consequências para a vida de quem possui a Síndrome de Hulk?

Assim como todo transtorno mental, a Síndrome de Hulk quando não diagnosticada e tratada da forma correta, pode causar consequências negativas em todos os campos de sua vida, sejam eles profissionais, relacionamento e outros.

Ou seja, as consequências podem ser devastadoras tanto para a vida de quem sofre com esse transtorno, mas também para quem está à sua volta.

Se você tem alguém próximo que sofre com a Síndrome de Hulk ou apresenta sinais, é importante que você também procure ajuda e orientação sobre como lidar com essa pessoa. Profissionais como psicólogos e psiquiatras podem te ajudar com orientação e informações. 

Conclusões

A Síndrome de Hulk, ou Transtorno Explosivo Intermitente, é um transtorno de controle de impulsos que pode afetar gravemente o bem-estar e saúde de quem sofre com ela e das pessoas ao redor. A psicoterapia e o acompanhamento com um médico psiquiatra são partes fundamentais do tratamento.

Buscar ajuda profissional é importante não apenas se você sofre com o TEI, mas também se você precisa aprender a melhor forma de lidar com alguém do seu convívio e que passa por isso.

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Referência

BARRETO, Tania Maria da Cunha Doutel; ZANIN, Carla Rodrigues; DOMINGOS, Neide Aparecida Micelli. Intervenção cognitivo-comportamental em transtorno explosivo intermitente: relato de caso. 

American Psychiatric Association (2002). DSM-IV TR TM, Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Tradução: Claudia Dornelles. 4. ed. Porto Alegre: Artmed.