Pensar sobre o Janeiro Branco no universo corporativo nos levanta uma questão: e as empresas com isso? Leonardo Abrahão, psicólogo criador do movimento Janeiro Branco pela saúde mental, nos ajuda a responder essa pergunta.

Segundo ele, a saúde mental não pode ser considerada apenas nos eixos individuais das nossas vidas (ou seja, nas atitudes que nós temos com nós mesmos). A saúde mental só pode se tornar acessível, amplamente praticada e plena quando trabalhada em diversos eixos da vida. E o trabalho é um dos mais importantes.

É por isso que nós sempre enfatiza a importância de pensarmos no bem-estar de pessoas e empresas de forma integrada.

Como as empresas podem trabalhar a saúde mental?

As empresas podem e devem trabalhar a saúde mental e aderir ao movimento Janeiro Branco. Primeiro, entendendo o papel dessa pauta no trabalho.

Empresas são compostas de seres humanos – o que significa que o fator psíquico e emocional sempre será parte importante delas.

Uma empresa, se você parar para pensar, é composta por pessoas interagindo e se relacionando. Claro, com um fim específico de lançar um produto, bater uma meta, gerar lucro. Mas continua sendo uma rede de seres psicológicos interagindo. – Leonardo Abrahão.

Reconhecer a emoção no espaço do trabalho

Entender essa natureza humana que existe por trás de qualquer empresa nos permite enxergar que não olhamos para a saúde mental no trabalho como parte fundamental do negócio.

Inclusive, existe uma dificuldade grande em empresas mapearem a saúde mental internamente. Encontrar formas de tangibilizar essas questões e enxergar de forma prática o bem-estar coletivo no trabalho ainda é um desafio.

É por isso que ferramentas como o IBC Zenklub são tão úteis. O Índice de Bem-Estar Corporativo permite colher dados sobre bem-estar corporativo e começar a desenvolver esse olhar, reconhecendo inclusive construtores e detratores do bem-estar no trabalho.

Assim, também se torna possível traçar estratégias mais assertivas e personalizadas – e medir seus resultados.

Gestores: poder de transformação

Leonardo aproveitou para refletir sobre o papel das lideranças nesse processo de cuidado mental e emocional corporativo. Segundo o psicólogo, não tem como culpá-los por não entender sobre o assunto porque não somos culturalmente treinados para isso.

Por outro lado, gestores que entenderem a saúde mental como parte fundamental do trabalho serão capazes de evoluir suas empresas para outro patamar.

Como gestores podem identificar problemas de saúde mental nas suas equipes?

Leonardo pontua que eles precisam de basicamente duas coisas:

  1. Se educarem sobre o assunto para desenvolverem um olhar atento a essas questões;
  2. E se cercarem de parceiros que sejam especialistas no tema para terem conhecimento e instrumental à sua disposição.

Em 2023, o Zenklub será mais uma vez o patrocinador oficial do movimento Janeiro Branco.