Ritalina: tudo o que você queria saber
Ritalina é o nome comercial do cloridrato de metilfenidato. Mas o que é o metilfenidato? Afinal, o que é a Ritalina? Para que serve? Quais são os efeitos colaterais? É bom para estudar? É bom para a memória?
Encontre essas respostas e outras informações importantes sobre esse remédio a seguir. E lembre-se que o uso da Ritalina deve ser feito somente sob prescrição e acompanhamento médico.
Introdução
A Ritalina é um remédio da família das anfetaminas. Ou seja, crianças, adolescentes e adultos com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) usam esse remédio. A saber, o primeiro estudo clínico feito com uso de estimulantes (benzedrina) para tratamento da hiperatividade em crianças foi em 1937. À época, os resultados foram surpreendentes.
Entretanto, o metilfenidato só foi sintetizado em 1944. Mas ainda parecia não estar completo. Então, as pesquisas e experimentos continuaram para tentar reduzir efeitos colaterais mais severos. Até que em 1954, chegou-se a uma fórmula com reações adversas mais toleráveis, e o composto foi patenteado.
Em 1955, a Ritalina foi lançada no mercado pela Ciba-Geigy (precursora da Novartis). Por certo, não demorou muito para identificar sua ação nos tratamentos de narcolepsia, fadiga crônica, letargia e depressão moderada. Mas seu uso para o tratamento de TDAH só foi certificado pela comunidade científica em 1960.
Para que serve a Ritalina
Em resumo, o metilfenidato funciona como um estimulante leve do sistema nervoso central. Ou seja, ele inibe a receptação da dopamina e da noradrenalina. Em outras palavras, a Ritalina estimula a atividade mental, reduzindo a sonolência diurna e aumentando o foco e a concentração.
Quem quer saber para que serve a Ritalina descobre que ela é receitada para o tratamento de:
- TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade)
- Narcolepsia
- Hiperatividade (acompanhada ou não de déficit de atenção)
Quais são as contraindicações?
A Ritalina é contraindicada, por exemplo, para pacientes que apresentem casos como:
- Alergia (hipersensibilidade) ao metilfenidato ou a qualquer outro componente de Ritalina
- Ansiedade, tensão ou agitação
- Problemas cardíacos, como por exemplo batimento cardíaco irregular, dor no peito (angina), insuficiência cardíaca ou se nasceu com problema do coração
- Hipertensão ou estreitamento dos vasos sanguíneos
- Glaucoma
- Tumor da glândula adrenal
- Síndrome de tourette
Precauções
Além de compreender para que serve a Ritalina, converse com seu médico também sobre a presença de outras doenças ou tratamentos em andamento. Portanto, se você tem alguma das condições a seguir, a Ritalina deve ser prescrita com cuidado:
- Abuso de álcool ou droga
- Desmaios (epilepsia, convulsões, crises epilépticas)
- Hipertensão
- Anormalidade cardíaca
- Distúrbios nos vasos sanguíneos cerebrais, como aneurisma ou vasculites
- Psicose
- Mania aguda
- Alucinações
- Comportamento agressivo
- Pensamentos suicidas
- Tiques motores
Interações medicamentosas
Em princípio, a Ritalina não deve ser administrada em associação com alguns medicamentos. A interação química não só reduz o efeito do metilfenidato, como também, tem o potencial de causar danos à saúde.
Portanto, sempre informe o seu médico sobre os remédios que está tomando. Conheça a seguir algumas classes e exemplos de medicamentos que devem ser evitados durante o tratamento com Ritalina.
- Antidepressivos inibidores da monoamino oxidase (IMAOs) (fenelzida, isocarboxazida, moclobemida, tranilcipromina)
- Medicamentos que aumentem a pressão sanguínea (como efortil, giapreza)
- Antidepressivos tricíclicos (como amitriptilina, clomipramina, desipramina, imipramina, nortriptilina e doxepina)
- Aagonistas alfa-2 (como a clonidina)
- Anticoagulantes (como heparina, enoxaparina, nadroparina, bivalarudina)
- Anticonvulsivantes
- Fenilbutazona ou butacifona
- Medicamentos que influenciam o sistema dopaminérgico (usados para o tratamento da Doença de Parkinson ou psicoses)
Por fim, outra combinação que precisa ser evitada é Ritalina e álcool. Em outras palavras, durante o tratamento, não é aconselhável a ingestão de bebidas alcoólicas.
Efeitos colaterais
Existem diversos efeitos colaterais do uso da Ritalina – que variam de pessoa para pessoa. Mas, é importante destacar as ocorrências mais comuns, que são:
- Perda de apetite
- Dor de cabeça
- Boca seca
- Irritabilidade
- Labilidade emocional (tendência para alternar emoções com facilidade, oscilando rapidamente entre elas)
- Tremores
- Perda da libido
- Pressão arterial muito elevada
- Convulsões
- Confusão, fraqueza ou paralisia dos membros ou face
- Dificuldade de falar
- Batimento cardíaco acelerado
- Dor no peito
- Equimose
- Espasmos musculares ou tiques
- Garganta inflamada e febre ou resfriado
- Movimentos coreatetoides
- Alucinações
- Desmaios
- Bolhas na pele ou coceiras
- Manchas vermelhas sobre a pele
Nomes comerciais
A Ritalina, do laboratório Novartis, é o medicamento referência do metilfenidato. Mas atualmente é possível encontrar esse princípio ativo em sua versão genérica, bem como, em outros nomes comerciais:
- Concerta
- Ritalina LA
- Fenibut
- Huperzine A
- Fluence
- CitrusiM
- Epicor
Dúvidas
Ritalina é bom para a memória?
A Ritalina atua sobre o sistema nervoso central, estimulando-o e, portanto, favorecendo a atenção, o foco e a concentração. Justamente por ser um fármaco psicoestimulante, interfere no estado de vigília, elevando a capacidade de concentração. Ou seja, aumenta a capacidade de absorção de informações, levando a uma melhoria pontual na memória.
No entanto, é preciso reforçar que esse é um medicamento de uso controlado, que deve ser acompanhado por um médico. Além disso, a prescrição deve ser feita apenas para tratar pessoas que realmente têm distúrbios neurológicos.
Da mesma forma, vale ressaltar também o risco de dependência da substância se não tomada com acompanhamento médico. A Ritalina inclusive foi classificada pela Drug Enforcement Administration, como um narcótico com os mesmos efeitos da cocaína.
Ritalina emagrece ou engorda?
De fato, entre outros usos da Ritalina, ela também é aplicada no tratamento de obesidade mórbida, quando aliada a um programa de exercícios, dieta e acompanhamento médico profissional. O suporte profissional nesse caso também é indispensável porque a Ritalina tem um efeito estimulante sobre o coração, sendo contraindicada para pessoas que tenham qualquer tipo de cardiopatia.
Por isso, é necessário que vários exames sejam feitos antes que alguém possa aliar o uso do metilfenidato a qualquer programa de perda de peso.
Devo tomar Ritalina para ansiedade?
O uso da Ritalina em geral é indicado para pessoas que tenham TDAH ou narcolepsia. Entretanto, sua ação potencializadora da concentração pode funcionar como um tranquilizador ou redutor do excesso de agitação motora em alguns pacientes.
Mas a decisão pelo uso do medicamento deve ser sempre do psiquiatra, que também deve acompanhar toda a terapia. E ainda que a Ritalina possa ajudar na ansiedade em alguns casos, nem sempre o paciente atinge o resultado esperado.
As informações desta página foram disponibilizadas com fins puramente informacionais. Em hipótese alguma, elas devem embasar a autoprescrição ou indicação para terceiros. Sempre consulte um especialista sobre qualquer assunto relativo à sua saúde mental.
Rui Brandão é médico, com experiência em Portugal, Brasil e Estados Unidos da América, e mestre em Administração pela FGV em São Paulo. Hoje é CEO & Co-fundador do Zenklub, plataforma de saúde emocional e desenvolvimento pessoal que oferece conteúdos, profissionais e ferramentas especializadas para mais de 1.5 milhões de pessoas no Brasil.