Apesar de ainda muitas pessoas ainda fazerem confusão com os termos, a autocompaixão não tem nada a ver com vitimismo. Na verdade, ela tem mais relação com a prática de aceitar a si mesmo. Mas afinal, como desenvolver a autocompaixão?

Nos perdoar mais por falhas que cometemos ao invés de nos condenar nem sempre é uma tarefa fácil, aliás, a maioria de nós nem sequer tenta pensar por esse lado. Ou seja, ficar remoendo aquele determinado assunto já se tornou uma atitude “automática” nossa.

A autocompaixão é exatamente o contrário do que estamos acostumados a fazer. Enfim, para entendermos melhor sobre esse assunto, abaixo separamos alguns tópicos que irão clarear nossa mente e contribuirão para darmos início a esse processo de autocompaixão.

O que é autocompaixão?

De forma clara e objetiva, a autocompaixão é a capacidade de tratar a si próprio com mais compreensão e gentileza. Se algo que você estiver fazendo ou buscando não der certo, entenda que está tudo bem, busque não se condenar por isso.

A autocompaixão não tem idade certa, ela pode ser trabalhada em qualquer momento da vida, principalmente quando ainda somos mais jovens, assim podemos carregar esse sentimento até nossa velhice.

O fato de não cultivarmos a autocompaixão, nos tornam pessoas críticas consigo mesmo e assim sentimos mais dificuldade em aceitar nossos erros, tornando a culpa cada vez mais presente. 

Terapia é para quem quer se desenvolver

Embora essa seja a realidade da maioria das pessoas, devemos dizer que nunca é tarde demais para aprendermos a autocompaixão. 

O ato de tratar a si mesmo com bondade e aprendermos a nos auto-confrontar em momentos de sofrimento, é uma forma muito importante de se respeitar e, dessa forma, gerar menos insegurança ao longo de nossas vidas.

Por isso, se colocar em primeiro lugar em determinados momentos, não é errado, muito pelo contrário, é uma forma muito válida de autocompaixão. Mas, é preciso praticar, pois esse sentimento não nasce da noite para o dia.

Isso porque, quando algo não acontece conforme o esperado, o sentimento de culpa e cobrança são os primeiros a tomarem conta. Por esse motivo, praticar precisa se tornar um hábito.

Aprendendo a lidar com os altos e baixos da vida

É muito importante que tenhamos em mente que não é apenas em nossas vidas que as coisas costumam não dar muito certo. O outro também enfrenta problemas e também externalizam a mesma reação que a sua, de cobrança e culpa.

Precisamos ter em mente que nem tudo acontece da forma que queremos e se culpar não é a maneira mais eficiente de lidar. Além disso, não te ajudará a buscar uma nova solução para aquilo que, de certa forma, deu errado.

Ainda assim, existe a questão dos pensamentos negativos, que servem para nos derrubar cada vez mais. O fato é que, funciona da seguinte forma, quanto mais espaço para pensamento negativo você dá, mais eles tomam conta de você e mais difícil é reverter essa situação.

Por isso, saiba que altos e baixos acontecem na vida de qualquer pessoa e não apenas na sua, e que, tudo dependerá da importância que você dá e a forma com a qual você encara.

Por que a autocompaixão é importante?

A autocrítica e o autojulgamento são pensamentos dolosos, nos quais deixamos que façam parte de nossas vidas. O fato é que nos cobramos demais quando algo não acontece conforme esperávamos, e por isso esses pensamentos se fazem tão presentes.

Por isso, entender que a autocompaixão possui benefícios importantes para nossa vida, é fundamental. Além de nos tratarmos melhor, ajuda a combater a depressão, transtornos de ansiedade, traumas, vícios e até mesmo a raiva e o luto.

O que a grande maioria das pessoas buscam hoje, é uma boa saúde mental, que, devido ao cenário atual em que estamos inseridos, é extremamente necessário. 

Deste modo, além de colaborar com a saúde mental, a autocompaixão também nos permite uma resiliência emocional muito maior e a capacidade de se recompor diante dos obstáculos da vida com mais rapidez e equilíbrio.

Autocompaixão não é vitimismo!

Antes de qualquer coisa, devemos deixar bem claro que a autocompaixão não é ter postura vitimista. Como já pudemos ver, a autocompaixão se trata da capacidade que a pessoa possui em tratar a si próprio com gentileza e compreensão. 

Ou seja, se algo não der certo como se esperava, está tudo bem. A autocompaixão é ato de não deixar a culpa tomar conta de seus pensamentos e entender que é preciso levantar a cabeça e seguir em frente. 

É ter em mente que se algo não deu certo, a culpa não é totalmente sua e que, se agora deu errado, não é preciso se condenar por isso e se colocar no papel de vítima, mas sim, entender que todos passam por isso e, é preciso olhar para frente e buscar por resultados positivos.

Diferente da autocompaixão, o vitimismo é quando a pessoa adota uma postura de que as coisas só dão erradas na vida dela, e na maioria das vezes se condenando por isso ou colocando a culpa em situações que aconteceram em seu passado.

Na postura vitimista, a pessoa pensa que ela não pode fazer nada para se ajudar, que não é ela o autor das próprias ações e nem da própria vida, mas sim, uma vítima de todas as circunstâncias. Ou seja, em sua cabeça, o mundo sempre conspira contra ela.

Uma atitude que é característica do ser humano, é se culpar por algo não dar certo conforme esperava, porém, a autocompaixão trabalha exatamente isso e propõe que a pessoa não se culpe tanto e saiba se confortar diante dessas situações.

Desenvolvendo a autocompaixão através do mindfulness

Mindfulness ou atenção plena, de modo geral significa ter consciência da experiência vivida em cada momento, sempre com muita clareza e equilíbrio. É você estar sempre consciente e disposto para o que o momento está te oferecendo, te ensinando.

É você viver o presente, o momento sem se apegar e se preocupar com o que aconteceu no passado e sem ficar pensando no que possa vir acontecer no futuro. Saber lidar com sabedoria diante dos erros e sempre ter em mente que errar faz parte, e não é necessário se condenar por isso.

Temos o péssimo hábito de tentar fugir de qualquer tipo de sofrimento, sendo ele consciente ou também inconsciente, principalmente o sofrimento causado pela nossa própria autocrítica. 

Além disso, estamos sempre em busca de soluções para esses sofrimentos, e não nos permitimos ao menos entender o que levou a essa determinada situação. Com isso, é importante entender que, atrelar a atenção plena, o mindfulness à autocompaixão é fundamental.

Pois, precisamos em primeiro lugar reconhecer e entender os nossos próprios erros e sofrimento, aceitando-os com plenitude, para que aí sim, possamos nos tratar com gentileza, ou seja, com autocompaixão.

Diante de todas essas informações, abaixo separamos algumas dicas importantes para que você consiga desenvolver a autocompaixão.

  • Em primeiro lugar, seja gentil consigo mesmo;
  • Desenvolva seu amor próprio,
  • Não faça as coisas sempre esperando a aprovação do próximo;
  • Seja seu principal aliado;
  • Imponha limites;
  • Não seja uma esponjinha e absorva tudo;
  • Aceite seus sentimentos; 
  • Se cobre menos;
  • Busque sempre realizar uma autorreflexão e seja mais grato por tudo;
  • Entenda que, sua própria companhia em determinados momentos é o suficiente;
  • Aprenda a escolher quais batalhas você acredita valer a pena encarar;
  • Coloque uma coisa na cabeça, você é o único responsável por você mesmo;
  • Tenha cuidado com os pensamentos negativos e não deixe que eles tomem conta de você;
  • Preste atenção na forma com que você se enxerga fisicamente, tente identificar se você está se vendo pelo olhar dos outros ou com seus.

Por último, tente não fazer tudo ao mesmo tempo de uma só vez, e isso não vale somente pela questão de desenvolver a autocompaixão, isso também vale para qualquer momento de sua vida.

E lembre-se, é sempre importante buscar ajuda de psicólogo, para que esse processo seja levado com mais facilidade.

A terapia também pode auxiliar no desenvolvimento da autocompaixão

Agora que sabemos o que é, e como funciona a autocompaixão, entendemos que não é possível ser desenvolvida da noite para o dia e que precisa de ser praticada.

Se você sentir que essa tarefa não está sendo fácil de ser realizada sozinha, busque ajuda de um psicoterapeuta, ele é o profissional mais indicado para te orientar e te ajudar.

Além disso, você poderá compartilhar suas frustrações sem se preocupar em ter que ouvir julgamentos. 

Na psicoterapia, o psicólogo irá te ajudar a entender e lidar com suas questões, te ajudará a pensar e encontrar qual caminho você deve seguir, diferente de um amigo ou familiar, que geralmente também passam pelo mesmo que você e também não saber o que fazer. 

Por isso, procure um psicólogo, exponha para ele seus “monstros”, ele saberá como conduzir o tratamento e te ajudar. 

Porém, é importante deixar claro que, ninguém além de você precisa querer sair dessa situação e se ajudar, até porque, a terapia é sim o melhor caminho, mas sozinha ela não trará o resultado que você espera e o tratamento pode levar um tempo muito maior.

Conclusão 

A autocompaixão é uma ferramenta muito importante tanto na vida pessoal, quanto na profissional. Aprender a lidar bem quando as coisas não saem como o esperado e conseguir entender a sua parcela de culpa na situação pode tornar a situação mais leve.

Errar é humano e todos nós cometemos erros, e isso não quer dizer que devemos segurar toda a culpa para nós mesmos, ou não devemos superar. 

Mas, sabemos que alcançar essa maturidade emocional pode ser um grande desafio. Por isso, contar com a ajuda de uma equipe variada de profissionais como psicólogos, terapeutas e coaches pode facilitar essa jornada. 

Investir em autoconhecimento garante retorno em bem-estar, qualidade de vida e financeiro para todos. Ganhe em performance e impulsione os seus resultados investindo em gestão de saúde emocional com o Zenklub.

COMECE AGORA.

Referências

Callow, T. J., Moffitt, R. L., & Neumann, D. L. (2021). External shame and its association

with depression and anxiety: the moderating role of self-compassion.

Campos, D., Cebolla, A., Quero, S., Bretón-López, J., Botella, C., Soler, J., GarcíaCampayo, J., Demarzo, M., & Baños, R. M. (2016). Meditation and happiness: Mindfulness and self-compassion may mediate the meditation-happiness