O microgerenciamento é uma característica de gestão muito questionada atualmente, e que se utiliza de métodos que podem causar mais danos do que benefícios, até mesmo gerando falta de motivação nos colaboradores da empresa. 

Uma gestão que utiliza demais o microgerenciamento com seus liderados pode gerar insatisfação, índice de turnover e outros. Ou seja, contribui para os índices daqueles profissionais que não pedem demissão por problemas com a empresa de modo geral, mas sim, por conta de problemas com seus gestores diretos e cultura empregada na gestão.

Na grande maioria das vezes, o microgerenciamento é imperceptivel por quem o pratica. Afinal, para essa pessoa ela está agindo de forma correta, uma vez que, suas intenções são as melhores, com o objetivo de reduzir as chances de acontecer algum erro. 

Com isso, uma postura mais rígida é adotada e acaba afetando a equipe de modo que seu desempenho e qualidade do serviço prestado vão caindo. Para que possamos entender melhor o que é microgerenciamento e como ele pode afetar uma equipe, abaixo separamos alguns tópicos que irão nos ajudar nesse processo.

Afinal, o que é microgerenciamento? 

Sabe aquele gestor que fica em cima e controla cada passo das tarefas que você precisa realizar durante seu dia a dia de trabalho? Ele de certa forma não deixa os profissionais que compõem sua equipe trabalharem mais a vontade, pois controla tudo e todos de forma excessiva.

Então, é sobre essa liderança extremamente controladora que se trata o microgerenciamento. 

Para identificar esse tipo de gestor é simples, geralmente a grande maioria não gosta de ser deixado de fora de qualquer e-mail e, além disso, costuma marcar diversas reuniões para alinhar os processos, mostrando a necessidade de estar por dentro de tudo.

Acontece que o microgerenciamento não pode ser confundido com um estilo de gestão de pessoas, pois quando a liderança se torna micro gerenciadora é sinal de que o relacionamento entre líder e liderado não está funcionando da melhor forma possível para gerar resultados e boa performance. 

De forma objetiva, o microgerenciamento se trata de uma liderança controladora, que quer estar por dentro de tudo mas de uma forma excessiva e controla o trabalho de cada membro de sua equipe de perto, não deixando espaço para liberdade e criatividade.

O que ocasiona o microgerenciamento? 

É preciso ter em mente que esse tipo de comportamento pode vir a aparecer de várias formas, algumas mais evidentes e intensas, já outras mais contidas. Para entendermos melhor, abaixo separamos algumas dessas situações que contribuem para o surgimento do setor micro gerenciado.

Falta de confiança na equipe

A não confiança na equipe é uma realidade do microgerenciamento, e isso, além de prejudicar o desempenho do funcionário, prejudica ainda mais a empresa de modo a impactar em seus resultados finais. 

E isso acontece devido ao fato de que a confiança é fundamental para o desempenho da equipe e para a realização das tarefas de forma mais independente e autônoma. 

Não delegar tarefas

Um dos pontos mais evidentes de uma postura micro gerenciadora é não delegar funções. O líder que adota esse perfil costuma pegar para si o máximo de tarefas possível e utiliza os demais membros da equipe apenas como suporte na execução de algumas etapas dessas tarefas.

Esse tipo de atitude tira toda autonomia da equipe para solucionar possíveis problemas e dar andamento no projeto.

Necessidade de controle

Assim como todas as outras características, o gestor que possui esse perfil possui a necessidade de ter o controle sobre tudo, tirando a autonomia dos demais membros da equipe para agir.

Exigir relatórios de todas as demandas

E dentre todas as mencionadas acima, não podemos deixar de falar que gestores que adotam esse tipo de postura estão sempre exigindo relatórios sobre cada projeto que esteja sendo realizado. Isso acontece pois ele possui a necessidade de estar por dentro de tudo que está acontecendo e como cada projeto está se desenvolvendo.

O que acontece com uma equipe que vivencia o microgerenciamento?

Como já pudemos entender até aqui, uma equipe que atua sob a gestão de um líder micro gerenciador não possui um dia a dia de trabalho muito tranquilo, afinal, está sempre monitorada por esse profissional e as coisas parecem não fluir em um bom ritmo como deveria. 

O fato é que isso traz consequências desagradáveis tanto para o profissional que está vivendo sob essa pressão diária, como para o clima organizacional. Para que tenhamos uma noção maior, vamos explicar mais a fundo quais são essas consequências.

Insatisfações

A insatisfação vem tanto por parte do funcionário como por parte da empresa, pois o profissional passa a perder a motivação e com isso a qualidade de seu serviço tende a cair, o que para a empresa não é bom e afeta diretamente seus resultados. 

Funcionários insatisfeitotos dificilmente entregarão o melhor de sí na execução de uma tarefa e consequentemente a qualidade do serviço oferecido pela empresa irá cair.

Perda de produtividade

Devido ao fato de precisar se preocupar em desenvolver relatórios, passar todas as informações para o gestor e aguardar aprovação, ou seja ficar de certa forma à mercê do gestor, a produtividade tende a cair de maneira drástica.

Interfere nos resultados da empresa

Como mencionamos acima, funcionários insatisfeitos dificilmente irão se empenhar para entregar bons resultados, além de estarem propensos a cometerem erros com mais frequência e isso impacta de forma negativa nos resultados da empresa. 

Aumenta a rotatividade de funcionários 

Com uma gestão desse tipo, dificilmente os profissionais irão se manter por muito tempo na empresa, e na primeira oportunidade que tiverem sairão. Por isso, acontece uma alta no turnover e rotatividade de funcionários, o que impacta também em como a empresa é vista no mercado diante dos profissionais.

Acúmulo de trabalho na gestão 

O fato de não possuir autonomia para desempenhar suas tarefas e precisar o tempo todo da aprovação do gestor, faz com que o acúmulo de tarefas se tornem uma realidade no dia a dia dos profissionais que estão sob a gestão desse líder.

O microgerenciamento é sempre ruim? 

Como pudemos entender até o momento, o microgerenciamento possui a grande maioria dos pontos negativos, porém, é preciso ter em mente que em determinadas situações ele se faz necessário. 

Pode até parecer difícil enxergar algum ponto onde esse tipo de gestão é necessário, mas em situações como mudanças de estratégia da empresa, de um departamento ou também ao implantar um novo processo, são ações que exigem que os líderes monitorem mais de perto sua equipe.

Outro momento que também se faz necessário esse tipo de gestão, é quando o colaborador está com dificuldades de desenvolver suas tarefas e seu desempenho não está conforme o esperado pela empresa.

Além do que mencionamos, existem outras situações que pedem o microgerenciamento para que as coisas saiam conforme o esperado, mas é preciso observar bem antes de implementar esse tipo de postura, porque do mesmo modo que ela pode ajudar, ela pode prejudicar mais ainda.

Como evitar o microgerenciamento? 

Agora que já entendemos as desvantagens e possíveis vantagens do microgerenciamento para a empresa, devemos estar atentos aos sinais para evitar que esse tipo de postura venha a surgir onde ela não funciona.

Crie uma cultura de feedbacks com a equipe 

Criar uma cultura de feedbacks com os membros da equipe é fundamental para que o gestor dê os feedbacks necessários de forma assertiva e também receba feedback dos seus liderados. Na cultura de feedback, da mesma forma como você expõe sua opinião, você também ouve a do outro.

Avalie a nota da NPS  .

Para quem não conhece esse termo, Net Promoter Score (NPS) é uma ferramenta que funciona como indicador para verificar o nível de satisfação e insatisfação. Portanto, uma boa ideia é utilizar essa ferramenta e desenvolver uma pesquisa para que os profissionais da equipe avalie a liderança.

Dessa forma, é possível identificar com mais facilidade a presença da microgestão.

Crie momentos de descontração com a equipe 

Que o trabalho exige seriedade, isso todo mundo sabe. Mas, é preciso criar momentos de descontração durante o dia a dia, mesmo que por meio de conversas mais informais. 

Atitudes assim, farão com que os membros da equipe sintam-se mais à vontade e o ambiente fique mais agradável, gerando mais bem-estar aos funcionários.

Faça avaliação 360º 

A avaliação 360° nada mais é que um método de análise de funcionário que junta a autoavaliação e a avaliação dos demais profissionais que atuam com ele, incluindo também os superiores. O intuito dessa avaliação é ter uma visão mais completa possível do desempenho desse colaborador.

Melhore a comunicação 

É fato que um bom gestor ouve o que os membros de sua equipe tem a dizer. Dessa forma, ele consegue se comunicar melhor com todos e possibilita que os demais sintam-se à vontade para falar o que julga ser necessário.

Automatize os processos 

Hoje com a evolução da tecnologia, temos disponíveis em nossas mão ferramentas que vem para facilitar nosso dia a dia, principalmente de trabalho. Portanto, automatizar alguns processos é uma alternativa muito eficiente e dá mais liberdade para os colaboradores.

Priorize as atividades

Aprender a identificar e definir o que é prioridade é extremamente importante. Para isso, hoje existem ferramentas que tornam nosso dia a dia de trabalho mais dinâmico. Assim, através delas é possível entender o que precisa ser feito de imediato e o que pode esperar um pouco mais, além de ser possível ter a real noção do prazo para que essa tarefa seja entregue 

Conclusão 

Todo esse impacto do microgerenciamento (e de outros hábitos de trabalho) nas equipes pode ser medido através do IBC Zenklub, uma pesquisa que mapeia o bem-estar dos colaboradores. Tudo de forma anônima e segura.

Os resultados do IBC Zenklub e uma série de outros dados comportamentais ficam disponíveis no ZenManager, a plataforma do Zenklub para gestão de saúde mental corporativa. 

E agora o ZenManager tem uma versão de demonstração gratuita para todos os RHs.

Experimente agora

Referências

GARCIA, Denise B. Os diferentes tipos de Liderança e sua influência no clima organizacional. Data da publicação, v. 13, 2017.