As doenças psicossociais são distúrbios de saúde física ou mental provocadas por fatores relacionados ao ambiente e às relações no trabalho, incluindo excesso de carga, pressão elevada, estresse crônico, insegurança, isolamento e até assédio.
Nos últimos anos, principalmente após a pandemia de Covid-19, essas condições tiveram um aumento substancial: o número de casos de ansiedade e depressão em todo mundo chegou a aproximadamente 25%, revelando um cenário preocupante. Leia o nosso artigo!
O ambiente e a organização do trabalho influenciam significativamente o surgimento de doenças psicossociais.
Condições como jornadas longas, carga excessiva de demandas, metas inatingíveis, relações conflituosas, pressão por produtividade, falta de autonomia, assédio moral, etc., prejudicam a saúde física e mental dos funcionários.
Inclusive, essas condições já foram integradas às práticas de saúde ocupacional por meio da NR-1, atualizada recentemente, obrigando as empresas a detectar, analisar e controlar fatores de riscos psicossociais na SST (Segurança e Saúde no Trabalho).
A saúde mental no trabalho tem estado no cerne das políticas de prevenção não apenas pelo impacto direto no adoecimento dos trabalhadores, mas também pelos números de acometimento alarmantes, evidenciando a urgência de controlar esses riscos.
Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), em todo mundo, a ansiedade e depressão associadas ao trabalho, geram um custo estimado de US$1 trilhão em produtividade.
No Brasil, os afastamentos por transtornos mentais relacionados ao trabalho tiveram um salto de 134% entre 2022 e 2024, de acordo com dados das Nações Unidas. Diante desse cenário, as organizações precisam adotar estratégias estruturadas de prevenção.
Existem diferentes tipos de doenças psicossociais relacionadas ao trabalho, cada uma com sintomas, causas e consequências diferentes para a saúde e a produtividade do colaborador.
Entenda a seguir:
A Síndrome de Burnout, conhecida também como esgotamento profissional, é caracterizada pelo distanciamento emocional, exaustão mental e física persistente, além da sensação de baixa realização profissional.
Suas causas incluem pressão exagerada por resultados, excesso de demandas, falta de apoio e ambientes laborais desgastantes, que geram uma série de consequências para a saúde geral.
Entre elas, podemos citar risco de depressão, distúrbios do sono, nervosismo, queda de produtividade, isolamento e comprometimento generalizado do bem-estar físico e mental.
Os Transtornos de Ansiedade, como as crises de pânico e ansiedade generalizada no cenário laboral, podem surgir a partir de situações e condições estressantes e do desequilíbrio das demandas e responsabilidades nos espaços de trabalho.
Pessoas que desenvolvem transtornos de ansiedade tendem a apresentar sintomas como irritabilidade, tensão, insônia, falta de concentração, nervosismo e preocupação constante, além de sinais físicos como tensão muscular e taquicardia.
Os impactos nas atividades profissionais e pessoais são os mais diversos, incluindo queda de produtividade, redução de foco, aumento de falhas, comprometimento das relações e risco aumentado de desenvolver transtornos mentais mais sérios.
A depressão é uma das doenças psicossociais mais preocupantes, podendo ser desencadeada ou agravada em espaços de trabalho danosos, por situações de assédio, instabilidade no emprego, sobrecarga prolongada e falta de suporte.
Nesse caso, os sinais de alerta incluem desânimo, tristeza, baixa autoestima, isolamento social, perda de interesse em tarefas antes prazerosas, distúrbios de sono e mudanças no apetite.
As consequências costumam ser: queda relevante no desempenho, prejuízo nas relações interpessoais, baixa produtividade e comprometimento do bem-estar geral.
Entre as doenças psicossociais, o Transtorno de Estresse Pós-Traumático também é comum e costuma surgir em ambientes de trabalho tóxico, com alta exposição a situações estressantes, como emergências, acidentes, atendimento de vítimas, etc.
Os sintomas característicos são os mais variados, como irritabilidade, insônia, ansiedade intensa, hipervigilância, pesadelos e flashbacks do evento traumático, além de medo e sensação de ameaça.
Nesse sentido, o TEPT provoca impactos significativos, como agravamento da saúde mental, queda no desempenho, absenteísmo e afastamento prolongado.
Os fatores de risco para doenças psicossociais no ambiente de trabalho são os mais variados. Entre os principais, estão os seguintes:
Esses fatores aumentam os riscos de desenvolver doenças psicossociais, como ansiedade, depressão, estresse e até Síndrome Burnout.
As doenças psicossociais se manifestam por meio de diferentes sintomas, incluindo sinais físicos, psicológicos e comportamentais.
Confira a seguir quais são eles e como diferenciar estresse comum de transtornos mentais relacionados ao trabalho:
Sinais físicos:
Sinais psicológicos
Sinais comportamentais:
É importante observar alguns sinais precoces das doenças psicossociais, como mudanças no comportamento, alterações no sono, queda de produtividade, isolamento e fadiga persistente.
Para diferenciar o estresse comum de algo mais sério, lembre-se que o estresse comum costuma ser temporário, melhorando com o descanso.
Contudo, quando o desânimo, cansaço e irritabilidade são persistentes, acompanhados de sintomas físicos e emocionais, isso sinaliza adoecimento psicossocial, que requer atenção imediata.
Para prevenir doenças psicossociais, é importante a adoção de uma abordagem integrada, envolvendo a empresa e o trabalhador para um equilíbrio saudável entre o desempenho profissional e o bem-estar.
Nesse sentido, a prevenção começa pelos processos e cultura da própria organização, que deve avaliar os riscos psicossociais e detectar fatores de risco, como sobrecarga no trabalho, jornadas excessivas e assédio, e adotar ações para eliminá-los.
É importante promover treinamentos específicos para os gestores e líderes, a fim de reconhecer os sinais de sofrimento emocional ou adoecimento dos colaboradores, além de incentivar uma comunicação clara, a empatia e um suporte efetivo.
A empresa também deve promover a conscientização sobre a importância da saúde mental no ambiente de trabalho, reduzindo o estigma e facilitando o diálogo sobre doenças psicossociais.
Para os colaboradores, incentive práticas de autocuidado, como uma alimentação equilibrada, rotina de sono adequada, pausas regulares durante o expediente, técnicas de relaxamento e lazer.
Para reduzir o risco de doenças psicossocial, adote políticas flexíveis de trabalho, com a possibilidade de modalidade híbrida ou home office, estabeleça metas realistas garantindo clareza sobre funções e responsabilidades.
Outra medida importante é legitimar a promoção da saúde mental, implementando a gestão de riscos psicossociais ao SST, conforme prevê a NR-1, promover ações de prevenção, campanhas de bem-estar e oferecer suporte psicológico contínuo.
O tratamento das doenças psicossociais ocupacionais envolve a combinação de diferentes abordagens, incluindo medidas de promoção de bem-estar e mudanças no estilo de vida.
A psicoterapia, como a Terapia Cognitivo‑Comportamental (TCC), é uma das modalidades mais usadas e reconhecidas para tratar ansiedade ocupacional, depressão, estresse e burnout, contribuindo para a melhora da funcionalidade e da saúde emocional.
Em casos de depressão e ansiedade de intensidade moderada a grave, o uso de medicamentos também pode ser indicado para reduzir os sintomas e restabelecer o equilíbrio psicológico, mas sempre prescrito por um médico.
Paralelamente, outras abordagens podem completar o tratamento, como técnicas de relaxamento, mindfulness e meditação, além de modificar a rotina diária, incluindo no dia a dia, atividades físicas e pausas regulares para promover o equilíbrio corpo e mente.
Além disso, é recomendado que as empresas ajustem a carga de trabalho, ofereçam horários flexíveis, promovam um clima organizacional mais saudável, além de adotar medidas preventivas, como suporte psicológico para acolher e orientar os colaboradores.
A atualização da NR-1, que ocorreu em 2025, ampliou sua abrangência, incluindo os riscos psicossociais no GRO (Gerenciamento de Riscos Ocupacionais).
As empresas são obrigadas a identificar, analisar e controlar os fatores que podem causar doenças psicossociais, como clima organizacional, demandas excessivas e assédio moral, incorporando-os ao GRO, além de permitir a atuação dos empregados no processo.
A normativa reforça o direito dos trabalhadores no ambiente laboral, garantindo a saúde mental e física e as responsabilidades legais do empregador.
Inclusive, o descumprimento das regras previstas na NR-1 podem resultar em sanções, penalidades, custos significativos, afastamentos e até o comprometimento da imagem institucional.
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