Insônia: o que é, causas e o como lidar
Ter uma noite de sono tranquila se tornou um momento raro na vida de muitas pessoas. Isso tudo por conta da famosa insônia que atinge mais de 40% da população brasileira, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Aliás, cerca de 70% dos adultos brasileiro relatam que sofrem de estresse diário. Por isso, faz sentido que a população brasileira (e boa parte da população mundial) esteja relatando que dorme menos do que nas décadas anteriores.
Mas você sabe realmente o que é insônia? Será que você tem? Tem tratamento? As respostas para essas perguntas você encontra a seguir:
O que é insônia?
A insônia é um distúrbio de sono que pode afetar o antes, o durante e o depois do momento de dormir. Isso porque causa dificuldades para adormecer ou para ter uma boa noite de sono.
Então, quando a pessoa acorda já se sente com mau humor e falta de energia.
Além da ansiedade, os problemas do de uma noite de sono mal dormido podem colocá-lo em maior risco. Como por exemplo, você pode perder o trabalho, ter queda no desempenho escolar, ferir a si mesmo. Além disso, pode ter problemas de saúde como ataque cardíaco, hipertensão, derrame, diabetes, entre outros.
Se você passa por situações assim, é hora de ficar atento! Porém, há outros pontos para te ajudar a saber se o seu caso precisa de ajuda médica ou é uma questão de mudança de hábitos.
Tipos de insônia
Existem três tipos de insônia e podemos classifica-las de acordo com a sua duração ou frequência:
- Intermitente: é esporádica e acontece de tempos em tempos, alternando com momentos de normalidade;
- Transiente: dura alguns dias e chega a se repetir por até três semanas;
- Crônica: aquela que acontece por mais de três semanas.
Há também uma outra classificação feita a partir do seu quadro de saúde. Ou seja, nesse caso é quando a sua insônia acontece por alguma outra doença. Esse tipo é a insônia secundária.
Por outro lado, quando não há nenhuma doença interferindo no seu sono, insônia primária.
Causas da insônia
Antes de mais nada, a insônia é um dos sintomas mais comuns que faz os adultos procurarem ajuda médica.
Embora o sono tenha um impulso biológico forte e há uma longa lista de possíveis motivos que podem potencializar as causas da insônia. Entre as mais comuns estão a ansiedade, a depressão e o estresse.
Mas também há outros pontos como a mudança de ambiente, uso de medicação, comidas pesadas próximo a hora de deitar, tomar muito café, fumar e álcool. Até mesmo não ter uma regularidade no horário para dormir e acordar.
Além disso, há alguns outros que não conhecemos tanto.
Por exemplo, assistir à TV ou mexer no celular antes de deitar piora a sua qualidade de sono. Isso porque esses aparelhos emitem luz amarela que diminui a quantidade de melatonina, hormônio responsável por regular a hora de dormir.
Mulheres e idosos também apresentam mais predisposição à insônia. No caso das mulheres, é comum desenvolverem durante o período de gravidez ou por conta da menopausa e das mudanças hormonais durante o ciclo menstrual. Já com os idosos, a questão está relacionada a problemas de saúde e alterações no padrão do sono.
Porque dormir é importante?
Qualidade de sono é qualidade de vida. O ideal é que você respeite que uma boa noite de sono tenha duração de oito horas.
Mas sabemos o quanto isso é complicado no dia a dia e, principalmente, na vida de quem sofre de insônia.
A resposta de o porquê investir cerca de oito horas de sono por noite, é que enquanto você dorme o seu corpo continua trabalhando. É assim que você restabeleça suas funções orgânicas para te preparar para um novo dia.
Em resumo, nós dormimos por três motivos: economizar energia, realizar a manutenção do corpo e consolidar a memória.
Gosta de dormir tarde vendo TV ou sempre dá aquela esticada no bar com os amigos e acorda cedo no dia seguinte? Infelizmente, é errado achar que uma noite mal dormida hoje, pode ser compensada amanhã. Não, não há esse “acordo” com o seu corpo.
Por isso, não há melhor investimento que cuidar do seu sono. No dia seguinte com certeza você vai estar mais ativo, criativo e muito mais alegre para realizar as suas tarefas.
Além de um investimento a curto prazo, dormir bem te protege de uma série de doenças graves como, por exemplo, infarto, AVC e até mesmo Mal de Alzheimer.
Será que eu preciso buscar ajuda profissional?
Mudar de hábitos e criar um ambiente melhor podem te ajudar no momento de ir dormir. Mas, se ainda assim você perceber que a insônia está frequente e dura mais de três semanas, você deve procurar a ajuda de um especialista.
Além disso, um psicólogo pode te ajudar quando a insônia se prolonga por muitas semanas ou se torna um quadro intermitente. Neste caso, nossa qualidade de vida é afetada. Sintomas como lapsos de memória, falta de concentração, falta de ânimo, irritabilidade, diminuição da libido e sonolência excessiva podem aparecer.
Para distúrbios de sono há diferentes profissionais que podem te ajudar, como neurologistas, pneumologistas, psicólogos e psiquiatras. Cada um com a sua atuação e a partir da análise particular dos seus sintomas, você com certeza terá a indicação do melhor tratamento.
Sobre o diagnóstico e tratamento, não existe uma regra, são muitas as opções, sendo comum o uso de medicação regular e acompanhamento de terapeuta especializado em terapias cognitivo-comportamentais.
O que é apnéia ou paralisia do sono?
A paralisia do sono é um distúrbio do sono caracterizado pela falta de sincronia entre o cérebro e o corpo. Ele acontece quando você está quase adormecendo ou antes de despertar. Você está consciente, mas não consegue se movimentar ou até mesmo falar.
Já a apneia ocorre durante o sono quando a respiração é obstruída. Ou seja, você para de respirar durante alguns segundos por diversas vezes na noite. Nem todas as pessoas que roncam possuem apneia do sono, mas este também é um dos seus sintomas.
É importante lembrar que o diagnóstico e tratamento da paralisia do sono e da apneia devem ser feitos por um médico especialista no sono. Além disso, a terapia pode ajudar a pessoa a lidar emocionalmente com os sintomas e a superar possíveis causas psicossomáticas.
Entenda a qualidade do seu sono
Saber qual o significado do sono para você é um ótimo ponto de partida para melhorar seu autoconhecimento. Entenda o que está tirando seu sono e trabalhe isso. Lembre-se que você não precisa lidar com isso sozinho, procure ajuda!
Preste atenção no ambiente ao seu redor, nos seus hábitos e em suas atividades do dia a dia.
Para te ajudar a mensurar a qualidade do seu sono, faça um teste rápido e online clicando aqui.
Fica a Dica!
Dicas práticas para renovar os seus hábitos e contribuir para sua noite ser melhor:
- Crie uma rotina: pode parecer chato ou até impossível, mas é importante ter horário para se deitar e para acordar;
- Evite tirar um cochilo à tarde: parece uma boa ideia, mas é recomendado evitar sonecas durante o dia; use a cama só para duas coisas: dormir ou fazer sexo.
- Aquela última conferida no celular: esse hábito é prejudicial para quem tem problemas para dormir e para quem não tem também;
- Relaxe: meditação de consciência plena (mindfulness), ouvir música calma e um bom banho morno antes de dormir, vão te ajudar a acalmar e a “pegar no sono” mais fácil;
- Acessórios: invista em máscaras para os olhos e protetores de ouvido;
- Ambiente: use cortinas e cortinas blackouts para deixar o seu quarto mais escuro e relaxante;
- Temperatura: o ideal é que o seu quarto fique a uma temperatura de 25ºC ou menos. Isso aumenta a qualidade do seu sono e a facilidade de indução dele.
- Evite: alimentos pesados, cafeína, nicotina e álcool em excesso antes de dormir.
A abordagem clínica
Há uma série de vertentes para o tratamento da insônia, mas vamos mostrar duas:
●O terapeuta avalia o papel que o estressor está desempenhando no seu sono.
Assim, o psicólogo vai dar dicas específicas para o seu caso a fim de que você se prepare melhor para a hora de dormir.
Isto dá mais tranquilidade e controle em relação à insônia.
●Quando a insônia é severa, o uso a curto prazo de um medicamento sedativo pode ajudar na indução do sono e a controlar a ansiedade crescente sobre este momento.
A seleção de um medicamento é individualizada e feita pelo médico.
Dessa forma, o objetivo da terapia farmacológica neste cenário é minimizar o estresse psicológico e físico adicional que a insônia produz.
Além disso, o tratamento da insônia com os nossos terapeutas reduz o desenvolvimento de respostas cognitivas e comportamentais disfuncionais em relação à insônia que, sem tratamento, tornam o sintoma pior.
Por isso, mesmo se você fizer uso de remédios para ajudar a dormir, é muito valioso associar a isso sessões regulares de terapia com profissionais especializados em sono.
Se preciso, procure ajuda para dormir melhor
Para algumas pessoas, observar-se e se esforçar-se, de modo a mudar seus hábitos aos poucos, já ajudam muito a cuidar do sono e da saúde emocional.
Contudo, o acompanhamento profissional se faz necessário em alguns casos.
Quem sofre de insônia, por exemplo, pode ter muitas dificuldades de encontrar uma melhora na qualidade de vida sozinho. Se você sentir que precisa de ajuda, não hesite. Aqui no Zenklub você encontra mais de 500 especialistas para te ajudar aonde você estiver.
Conheça tudo sobre insônia e qualidade de sono no Zencast com Dalva Poyares, que é Médica Neurologista do Instituto do Sono e professora da UNIFESP.
Durante o papo, Dalva compartilhou ensinamentos que devem ser úteis para todos nós e você pode saber mais aqui. A gente garante que você encontrará informações que vão te ajudar a ter uma rotina com mais qualidade de vida!
O Zenklub é a maior rede vídeo-consultas com especialistas em bem-estar emocional, onde você tem acesso a mais de 100 especialistas a qualquer hora, de qualquer lugar.
Rui Brandão é médico, com experiência em Portugal, Brasil e Estados Unidos da América, e mestre em Administração pela FGV em São Paulo. Hoje é CEO & Co-fundador do Zenklub, plataforma de saúde emocional e desenvolvimento pessoal que oferece conteúdos, profissionais e ferramentas especializadas para mais de 1.5 milhões de pessoas no Brasil.
Parabéns Dr. Rui. Li seus textos hoje pela primeira vez e adorei a forma simples e concisa com que você aborda temas super importantes como INSÔNIA e DISTIMIA, elencando os vários aspectos relevantes e esclarecendo sobremaneira o papel de quem convive com alguém que possua as referidas enfermidades.
Eu convivo com uma pessoa aparentemente com ambos os distúrbios, o que é muito difícil. Passamos por momentos difíceis desde a morte de um ente querido. Além das recomendações já citadas, você teria mais alguma coisa a acrescentar? Gostaria de alguns exemplos de comunicação não violenta para usar em situações rotineiras, especialmente em relação ao antagonismo próprio da distimia.
Gratidão Dr. Rui