Síndrome do Impostor: o mal que abala carreiras profissionais
“Síndrome do Impostor”. Você já teve a sensação que você não é bom o suficiente naquilo que está fazendo? Ou que o sucesso que conquistou é exagerado, e que você não merece tudo isso?
Mas afinal, o que é Síndrome do Impostor?
A expressão “Síndrome do Impostor” foi usada pela primeira vez pela psicóloga Dra. Pauline Clance, no final da década de 70. Ela encontrou esse termo para explicar o que esse mal que abala os profissionais bem-sucedidos.
Além disso, a Síndrome do Impostor refere-se ao conjunto de sentimentos que envolve insegurança, medo, dúvida, apreensão, baixa autoestima, perfeccionismo, complexo de inferioridade e um ciclo de ansiedade pós-sucesso.
Quem possui esse problema não consegue reconhecer suas realizações pessoais e profissionais como resultado da sua capacidade e esforço. Então, acreditam que seu sucesso decorre de sorte, acaso ou até mesmo de uma ação divina.
Essa síndrome traz um sentimento constante de inadequação, mesmo diante de elogios e reconhecimento externo, a pessoa tende a não acreditar e/ ou reconhecer. Por fim, todo este cenário pode evoluir para outros transtornos como ansiedade generalizada e depressão.
Por que a Síndrome do Impostor acontece?
Muitas pessoas que se sentem impostoras cresceram em famílias onde há muitas cobranças por resultados.
Pais que exigem excelente desempenho e são muito críticos em relação às falhas dos filhos.
Então, isso pode contribuir para a falta de autoconfiança e para o sentimento de desvalorização das suas realizações.
Além disso, essa síndrome também pode ser comum em pessoas que estão embarcando em um novo empreendimento.
Jovens iniciando etapas de mestrado, doutorado, estruturando uma nova empresa ou assumindo um cargo difícil.
Além disso, mesmo tendo sido aprovados em processos seletivos, têm dificuldade em acreditar que são dignos de sucesso ou capazes de seguir em frente.
Então, há também outras pressões sociais, como de amigos ou da escola, que podem piorar e ampliar o problema de insegurança e falta de confiança.
Como a Síndrome do Impostor pode atrapalhar na vida profissional
Pesquisas da Universidade Dominicana da Califórnia apontam que 70% dos profissionais passam por isso pelo menos uma vez ao longo da carreira.
Além disso, ao interiorizar, e até mesmo negar suas realizações pessoais e profissionais, os indivíduos têm sua autoestima enfraquecida, podendo gerar prejuízos para a continuidade da atividade criativa, comprometendo até mesmo resultados pessoais e profissionais.
Influenciados por crenças incapacitantes, o pensamento “impostor”, provocará medos nos indivíduos de que as pessoas não aceitarão que seu resultado esteja “perfeito” e “perceberão” sua incapacidade de apresentar resultados interessantes e satisfatórios, pondo em xeque seu potencial profissional, como se fosse uma fraude.
Quais são as características e sintomas da síndrome do impostor?
Em geral, indivíduos com este sentimento sofrem em silêncio, por medo de julgamentos.
Mas como podemos identificar se uma pessoa está sofrendo dessa síndrome? Conheça veja abaixo cada uma das características:
Autossabotagem
Você acredita que o fracasso é algo inevitável, tem medo de feedbacks, medo de não ter sido bom o suficiente, e considera que as outras pessoas são mais inteligentes que você.
Procrastinação
Neste caso, adiar tarefas e compromissos se faz cada vez mais presente juntamente com o medo da crítica.
Esforço Exagerado
Você acha que se esforçou menos que os outros, e tem obsessão em mostrar resultados que justifiquem o seu sucesso e eliminem qualquer dúvida sobre sua capacidade.
Autodepreciação
Você acredita que a insegurança, o medo, a culpa e a ansiedade arruínam sua capacidade de obter bons resultados, possui um excesso de autocobrança e intolerância às próprias falhas, e sente necessidade em agradar a todos.
Medo de exposição
Aqui, pode sofrer em silêncio e raramente dividir suas apreensões com alguém, por ter medo de ser descoberto, avaliado e julgado.
Por fim, caso sinta que esses pensamentos estão sendo frequentes no seu dia a dia, e atrapalha seu comportamento, é muito provável que esteja sendo dominado pela Síndrome do Impostor.
Dica de enfrentamento
O primeiro passo é reconhecer que esse problema tem atrapalhado sua vida e buscar a ajuda de um profissional de Psicologia.
Então, até que isso ocorra, tente realizar uma “Checagem da Realidade”. Questione a si mesmo fazendo a seguinte análise: Verifique se estes pensamentos realmente fazem sentido, avalie o próprio trabalho com menos autocrítica, faça uma pesquisa de satisfação, peça feedback para pessoas que têm contato com seu trabalho.
Como a Terapia pode te ajudar
A Psicoterapia Cognitiva Comportamental pode ajudá-lo a quebrar o ciclo de “pensamento impostor”, e também a identificar e ressignificar suas crenças que impedem-no de progredir para uma relação saudável consigo e com quem convive.
Por fim, o acompanhamento psicológico pode ajudar a descobrir quais são os pontos fortes e talentos para fortalecê-los. Assim como respeitar falhas e limitações, reformular os pensamentos do que é perfeição.
Eu posso te ajudar
Eu posso te ajudar a entender os seus sentimentos e preocupações. Você pode conversar comigo sobre síndrome do impostor, ansiedade, autoconhecimento, autoestima e depressão.
Vem comigo nessa jornada rumo ao autoconhecimento!
Psicólogo com experiência em Gestão de Pessoas e Atendimento Clínico, Formado em Administração/Processos Gerenciais pela UNINTER e em Psicologia pela INESUL, é Especialista em Gestão de Pessoas e em Terapia Cognitiva Comportamental. Profissional/psicólogo do Zenklub desde 2019, criador da página @esepararprapensar na qual divulga conteúdos voltados à reflexão e promoção de saúde mental. CRP: 08/29800.
Com respeito a literatura sobre o tema, mas a realidade, pelo menos, no contexto atual é de pessoas que podem até ter se preparado bem para o vestibular ou concurso mas se sentem impotentes na hora de atuarem, na formação que tiveram ou vaga de emprego que alcançaram! É este o contexto de uma Autarquia Federal, que conta em seu quadro com concursados com nível superior mas que “se definem” operacionais: despachar processos ou emitir pareceres que tenham redação fora do padrão “copia e cola” são Impotentes, embora presume-se que conheçam a Legislação Específica por terem obtido aprovação no Concurso! Aquela máxima: usar máquina de costura até que se aprende, mas aptidão de fazer corte no tecido para virar uma roupa é dom de poucos!
Ótimo texto, muitas vezes autocritica potencializa ainda mais as probabilidades de cometermos erros, ou até mesmo nos sabotar em oportunidades importantes, por não se achar o suficiente. Parabéns pelo conteúdo André, como sempre, muito claro e objetivo! Sucessooo