De modo geral, muito se fala sobre as emoções. É um termo que está em alta e muitas pessoas falam sobre, mas, você consegue reconhecer as emoções e como as vivencia no dia a dia?

Em minha prática clínica percebo que grande parte dos pacientes têm dificuldades em reconhecer suas próprias emoções, e nesse sentido vamos conversar um pouco sobre as principais emoções e o papel delas em nossas vidas.

Conceito

Etimologicamente falando, a palavra emoção vem do latim movere, que significa mover, mas a palavra emoção tem em seu início o prefixo “e”, no latim este prefixo significa “afastar-se”, portanto as emoções vêm com o intuito de criar movimento, fazendo as pessoas agirem de imediato. 

Podemos pensar nas emoções como um “impulso para a ação”, todavia, no decorrer da vida, em nosso processo de amadurecimento, somos ensinados erroneamente que algumas de nossas emoções são ruins ou até mesmo que devemos evitá-las, por isso atualmente tantos adultos sofrem processos de adoecimento emocional.

Atualmente existem inúmeras emoções que podemos descrever, entretanto, vamos falar das 5 emoções básicas abaixo:

  1. Alegria – Esta emoção estimula a atividade cerebral, inibindo pensamentos depreciativos e aumentando a energia da pessoa. Por meio da alegria conseguimos nos recuperar de momentos de tristeza, sentindo de imediato disposição e entusiasmo.
  2. Tristeza – Quando vivenciamos esta emoção, nosso metabolismo se reduz, causando de imediato uma perda da energia e do ânimo. A razão desta redução metabólica e de volição, é para que a pessoa possa ter um momento de reflexão sobre sua perda ou frustração.
  3. Medo – Já percebeu a palidez no rosto de alguém tomado pelo medo? Isso se dá pelo fato de que o sangue é direcionado para os músculos ligados ao sistema esquelético. O medo é uma defesa natural, e ele possibilita que o indivíduo se prepare para fugir ou se esconder. Uma das estruturas mais antigas do cérebro, a amígdala cerebral, envia sinais de alerta para que o corpo possa agir no primeiro sinal de perigo.
  4. Raiva – Fisiologicamente recebemos uma grande descarga hormonal onde a adrenalina, o cortisol e a noradrenalina preparam o corpo para a batalha. Existe um evidente aumento dos batimentos cardíacos, deixando o corpo pronto para agir.
  5. Nojo – O nosso cérebro percebe que algo ruim, seja cheiro ou sabor, está presente, nos protegendo de algo que poderia nos fazer mal. A expressão facial do nojo, ao enrugar o nariz e torcer a boca, sinaliza uma resposta evolutiva de proteção, para não sentir o cheiro de algo que poderia ser nocivo ou expelir um alimento que estaria estragado.

(GOLEMAN, 2012)

Um novo olhar!

Após essa breve explicação você acredita ter aprendido algo novo?

Então, convido você a ter um novo olhar sobre as emoções.

Todas as emoções são importantes para nós, cada uma tem sua função no equilíbrio emocional e a repressão dos estados emocionais causam o adoecimento. É de extrema importância poder nomear as emoções que sentimos, para que possamos compreender o nosso estado emocional e também as mudanças fisiológicas que acontecem em nosso corpo.

Os estados emocionais são temporários e devem ser por nós percebidos como uma onda no mar. As emoções vêm e vão, não são estáticas, elas se movimentam no decorrer do dia ativando diferentes potenciais de ação, promovendo o bem-estar.

Um ponto de atenção

Quando as emoções parecem não passar, e você experiencia a mesma emoção com uma alta intensidade e frequência, é hora de procurar ajuda. Alguns quadros como a depressão, a ansiedade e a mania se relacionam às emoções acima elencadas, e quando estão fora de controle precisam de tratamento.

É normal sentir tristeza, e ela tem um papel importante no seu controle emocional, mas estar triste o tempo todo a ponto de não conseguir realizar suas tarefas, pode ser um indicativo de doença.

Sentir medo é normal e importante até para a manutenção da nossa vida, mas quando só o medo toma conta, e para de ser direcionado a algo específico impedindo você de estar em ambientes que fogem do seu controle, é um sinal de alerta.

Quando a alegria extrapola e você percebe a euforia como principal emoção, se engajando em muitas coisas ao mesmo tempo, gastando além do que se pode e com muitos comportamentos que envolvem risco social, é hora de parar e se cuidar.

A terapia cognitivo comportamental (TCC) tem a função de ajudar regulação emocional, conhecer os padrões de pensamento e as emoções que estes pensamentos provocam. Um estudo recente da Universidade de Cambridge aponta grande eficácia da TCC no tratamento de quadros depressivos, ansiosos, transtornos do humor, dependência química e estresse. (FORDHAM et al., 2021).

Lembre-se, se acreditar que suas emoções estão saindo do controle procure um profissional e agende uma consulta!

Eu posso te ajudar

Eu posso te ajudar a entender os seus sentimentos e emoções. Você pode conversar comigo sobre ansiedade, depressão, transtornos de humor, autoestima e estresse.

Referências

GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. 2 ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

FORDHAM, B., SUGAVANAM, T., EDWARDS, K., STALLARD, P., HOWARD, R., Das Nair, R., . . . LAMB, S. (2021). The evidence for cognitive behavioural therapy in any condition, population or context: A meta-review of systematic reviews and panoramic meta-analysis. Psychological Medicine, 51(1), 21-29. doi:10.1017/S0033291720005292