A desipramina é um fármaco que deriva do metabolismo da imipramina, um antidepressivo tricíclico.

Embora a desipramina tenha alguns nomes comerciais, sobretudo de venda fora do Brasil (como, por exemplo, o Norpramin®) é mais fácil encontrá-lo na forma de genérico ou requisitar a sua manipulação.

Norpramin® está disponível em comprimidos de 10, 25, 50, 75, 100 e 150 mg.

Por conta dos seus potenciais efeitos cardiotóxicos, seu uso é feito com cautela e realizado de preferência em doses mais baixas.

Para saber mais sobre as principais informações da bula da desipramina, continue com a gente até o final!

Para que serve a desipramina?

Embora a desipramina não seja um fármaco de 1ª escolha para aquilo que serve para tratar, suas indicações incluem:

  • Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH);
  • Quadros de dores, principalmente as neuropáticas;
  • Enurese noturna em crianças;
  • Depressão e ansiedade.

É fundamental associar ao tratamento com desipramina a realização de terapia.

Leia também: Moclobemida: o que você precisa saber sobre esse medicamento

Como a desipramina funciona e age no organismo?

A Desipramina é um antidepressivo tricíclico (TCA), que bloqueia seletivamente a recaptação do neurotransmissor norepinefrina (noradrenalina), a partir da sinapse neuronal. 

Ou seja, tal antidepressivo faz com que as quantidades sobretudo da norepinefrina aumentem no organismo, causando boa parte dos seus efeitos terapêuticos.

Além disso, a Desipramina também possui atividade anticolinérgica discreta (o que resulta em relaxamento muscular e melhora das dores), através da sua afinidade para os receptores muscarínicos.

Para que a desipramina é indicada? 

Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)

Apesar de não ser a 1ª escolha para tratar o TDAH, a desipramina é uma opção.

Tal indicação geralmente ocorre quando não há sucesso com estimulantes anfetamínicos, tal qual o metilfenidato.

Os efeitos noradrenérgicos da desipramina são os responsáveis pela melhora dos quadros de TDAH.

Quadros de dores 

Por ter um leve efeito anticolinérgico, a desipramina também exerce uma branda função analgésica.

Assim, tal fármaco pode ser utilizado com outros remédios para tratar quadros de dor como, por exemplo:

  • Fibromialgia;
  • Neuropatias.

Ansiedade e depressão

A desipramina é um remédio de 2ª ou 3ª linha para casos de depressão e ansiedade.

Afinal, há outros fármacos que têm maiores evidências científicas para tratar tais quadros como, por exemplo:

  • Inibidores seletivos da recaptação de serotonina;
  • Antidepressivos tricíclicos.

Existem contraindicações? Quais?

Não se deve tomar a desipramina se:

  • Teve recentemente um ataque cardíaco;
  • Se for alérgico à desipramina ou componentes da fórmula;
  • Hipersensibilidade à antidepressivos semelhantes, como a amitriptilina, amoxapina, clomipramina, doxepina, imipramina, nortriptilina, protriptiline, ou trimipramine.
  • Grávidas;
  • Lactantes.

Quais os efeitos esperados?

Algumas pessoas se sentem mais alertas e enérgicas imediatamente após tomar a desipramina.

No entanto, para muitas pessoas, leva-se várias semanas até que percebam os efeitos do medicamento, que, a depender da indicação, podem ser:

  • Melhora das dores;
  • Maior atenção, foco e controle da impulsividade;
  • Melhora o humor e a ansiedade.

Quais os efeitos colaterais causados pela desipramina?

De acordo com a bula da desipramina, os efeitos colaterais são classificados de acordo com a gravidade da questão:

Necessário obter ajuda médica de emergência 

É preciso buscar ajuda de um profissional médico no Pronto Socorro em caso de sintomas que indiquem uma reação alérgica grave, entre eles:

  • Urticária;
  • Dificuldade respiratória;
  • Inchaço do rosto, lábios, língua ou garganta.

Entrar em contato com o médico que acompanha o tratamento

É preciso procurar o médico responsável pelo tratamento ao apresentar os seguintes sintomas:

  • Visão turva;
  • Dor nos olhos ou inchaço, vir halos ao redor das luzes;
  • Agravamento de dor no peito, batimentos cardíacos ou vibrações no peito;
  • Dormência súbita ou fraqueza, problemas de visão, fala, ou equilíbrio;
  • Febre, dor de garganta;
  • Fazer facilmente hematomas;
  • Hemorragia invulgar (nariz, boca, vagina ou reto);
  • Pontos minúsculos roxos ou vermelhos sob a pele;
  • Alucinações, pensamentos ou comportamento incomum;
  • Dor ou dificuldade para urinar;
  • Dor na parte superior do estômago;
  • Perda de apetite;
  • Icterícia (amarelamento da pele ou olhos);
  • Convulsões; 
  • Reação grave do sistema nervoso – músculos muito duros (rígidos), febre alta, sudorese, confusão, batimentos cardíacos rápidos ou irregulares, tremores, sensação de que vai desmaiar.

Quais os efeitos de tomar a desipramina com outros remédios?

Inibidores da monoaminoxidase

Não use despipramina se tiver usado um inibidor da MAO nos últimos 14 dias. Pode ocorrer interação cardiovascular que pode ser perigosa.

Os inibidores da MAO incluem:

  • Isocarboxazida;
  • Linezolida;
  • Injeção de azul de metileno;
  • Fenelzina;
  • Rasagilina;
  • Selegilina;
  • Tranilcipromina.

Não tome um IMAO durante pelo menos 2 semanas depois de parar de tomar desipramina.

Substâncias que aumentam o risco de intoxicação

O uso concomitante da desipramina com fármacos que desaceleram as enzimas realizadoras da metabolização.

Por exemplo, o uso em associação com o álcool pode aumentar a quantidade de desipramina no organismo.

Isso faz com que os efeitos colaterais sejam maiores e mais perigosos.

O que corta o efeito da desipramina?

Não há um remédio na bula da desipramina que corte seu efeito.

No entanto, é preciso ter cautela com qualquer fármaco que acelere as enzimas que degradam a desipramina.

Por isso, é crucial contar ao médico todas as medicações as quais se utiliza, incluindo:

  • Fitoterápicos;
  • Suplementos alimentares.

A moclobemida pode gerar dependência?

A desipramina não causa dependência como o álcool e a heroína, por exemplo. 

Embora os antidepressivos não sejam por natureza fármacos que causem dependência, muitas pessoas que param de tomar os medicamentos apresentam sintomas semelhantes aos da abstinência de drogas.

Alguns dos sintomas que podem ocorrer devido à retirada súbita da desipramina incluem: 

  • Agitação;
  • Calafrios;
  • Diarréia;
  • Tonturas;
  • Dores de cabeça;
  • Perda de apetite;
  • Dores musculares;
  • Náuseas;
  • Alterações no sono. 

Estes sintomas são mais comuns em pessoas que tomaram a medicação por seis semanas ou mais.

Quais cuidados devo ter ao usar desipramina?

  • Não associar com bebida alcóolica;
  • Não utilizar em caso de hipersensibilidade a outros antidepressivos;
  • Nunca se interromper o tratamento por contra própria;
  • Em casos de ideação suicida, monitorar o paciente, sobretudo nas primeiras semanas;
  • Nunca aumentar a dose por conta própria.

Quando interromper o tratamento da desipramina?

O médico irá determinar quando será necessário interromper o tratamento.

Relate qualquer sintoma novo ou agravamento dos sintomas ao médico, tais como: 

  • Mudanças de humor ou comportamento;
  • Ansiedade e/ou ataques de pânico;
  • Dificuldade em dormir;
  • Impossibilidade;
  • Tristeza;
  • Pensamentos sobre suicídio.

De acordo com os efeitos, o médico poderá interromper o tratamento.

Dúvidas Frequentes

  • Desipramina vicia?

Há várias diferenças importantes entre a abstinência e o vício. A desipramina pode causar abstinência em alguns casos, mas ela não é a dependência (vício), porque não resulta em desejo impulsivo de fazer uso do medicamento e não causa necessariamente complicações pessoais de vida ou de saúde.

  • Qual a dose máxima de desipramina?

A dose máxima do medicamento é de 300 mg diariamente, mas os adultos são frequentemente prescritos entre 100 e 200 mg.

  • O que fazer se esquecer de tomar a desipramina?

Se você esquecer-se de tomar desipramina no horário estabelecido pelo seu médico, tome-o assim que lembrar. Entretanto, se já estiver perto do horário de tomar a próxima dose, pule a dose esquecida e tome a próxima, continuando normalmente o esquema de doses recomendado pelo seu médico. Neste caso, não tome o medicamento em dobro para compensar doses esquecidas. O esquecimento da dose pode comprometer a eficácia do tratamento. 

Resumo

Embora a desipramina ajude a tratar condições como ansiedade, depressão e até mesmo TDAH é imprescindível dizer que sozinha ela não contempla todo o tratamento.

Ou seja, é indispensável realizar, juntamente com o uso de psicofármacos, sessões de terapia com profissionais especializados.

No Zenklub contamos com mais de 4000 profissionais, cada qual especialista em certas áreas de atuação. 

Eles estão disponíveis para agendar horários para sessões virtuais de terapia.

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Referências

1)https://www.indice.eu/pt/medicamentos/DCI/desipramina/informacao-geral 

2)https://biolider.com.br/wp-content/uploads/2021/01/D_DESIPRAMINA.pdf 
3)https://www.rxlist.com/norpramin-drug.htm#indications