Ter felicidade no trabalho é possível? Veja as dicas dos nossos especialistas
Se você perguntar a qualquer pessoa o que ela quer da vida, provavelmente ela vai dizer que quer ser feliz, e ser feliz na vida envolve ser feliz em suas relações amorosas e familiares, na conquista de sonhos e objetivos, e no desempenho da sua rotina e das atividades de trabalho, afinal passamos grande parte das nossas horas e dias nesse ambiente. Mas será que é possível ter felicidade no trabalho?
É sim, e se você ainda não descobriu como, nós vamos tentar trazer nesse artigo as principais motivações que podem estar levando você a se questionar sobre esse tipo de felicidade, além das dicas dos nossos especialistas que poderão te ajudar a ter uma perspectiva e avaliação melhor sobre o momento que está passando, e como superá-lo.
Fazer o que ama é a palavra-chave?
Poderia ser simples assim, não é mesmo? Fazer o que a gente gosta é um passo na busca pela felicidade no trabalho, sim, mas não é exatamente assim que acontece para todo mundo, certo? Seja pela atividade que você pratica dentro da sua área de atuação, pela empresa que você está empregado hoje, ou pelo cargo que você ocupa nela e o quanto o seu desempenho influencia nos resultados, tudo isso precisa estar equilibrado ou minimamente confortável para que você se sinta realizado e feliz.
Ainda assim, há quem dentro de uma perspectiva positiva não se sinta, digamos, pleno, e aí, nesse caso, entram também as relações pessoais e o quanto elas podem estar interferindo no seu desempenho e felicidade no trabalho. Pois é, a sua vida pessoal e a qualidade dela, podem fazer a diferença na sua rotina de trabalho.
Há ainda aqueles que não encontraram o seu propósito, apesar de exercerem uma atividade coerente para aquilo que planejaram, algo muito comum nos jovens adultos de 30 ou 30 e poucos anos, que, geralmente, encontram nessa idade um momento para refletir sobre as suas conquistas da tão sonhada vida adulta.
Autoconhecimento pode ser uma ferramenta de trabalho
Para a psicóloga e consultora em desenvolvimento de carreira e habilidades de liderança, e especialista do Zenklub, Flávia Cabral, o autoconhecimento permeia essas questões ligadas a felicidade no trabalho. Para ela ao aplicar essa ferramenta, tanto na vida pessoal quanto no trabalho, trará a você uma habilidade a mais para se compreender dentro desses universos e enfim entender se é a hora de mudar.
“Conhecer os seus limites e anseios é a melhor forma de saber se é o momento certo para mudar de emprego, cargo ou carreira. Normalmente vemos a necessidade da mudança apenas quando o limite emocional chega ao extremo do esgotamento e percebemos tudo ao redor, inclusive, as nossas capacidades, como negativas ou só enxergarmos barreiras e dúvidas. Praticar o autoconhecimento como forma de prevenção a esses limites é uma boa ideia.”, afirma Flavia.
Saiba aproveitar os feedbacks
Não é só da autoavaliação que se progride nas diferentes esferas da vida. No trabalho, podemos receber constantemente, de forma perceptível ou não, o quanto o nosso desempenho está sendo avaliado e valorizado por nossos chefes e colegas de trabalho. Saber aproveitar, filtrar e executar esses feedbacks também não é tarefa fácil, mas com certeza poderá transformar o ambiente que você trabalha para você e para os demais colegas.
“O feedback nada mais é do que uma habilidade de transmitir uma informação e uma avaliação. Quando treinamos os nossos canais de absorção do mundo a perceber o meio em que estamos, seja trabalho, casa ou entre amigos, e quem emite a informação, pode ser seu chefe, seu companheiro ou familiar, saímos da posição de receptor para avaliador. Ou seja, assumo e avalio aquilo que é transmitido a mim e isso me permite dar um significado positivo à crítica de uma ação, contribuindo com a correção, manutenção ou melhoria do comportamento ao resultado esperado”, completa Flavia.
Como encontrar o meu propósito?
Vamos pensar agora sobre a questão do propósito e por que a ausência dele nos faz perder essa expectativa de felicidade no trabalho. Nós já levantamos aqui no blog sobre transição de carreira e a diferença entre emprego e trabalho, e para quem não viu ou não lembra, o Iury Florindo, especialista e psicólogo do Zenklub, traça uma analogia sobre o tema:
“Se você não se identifica com o que faz, questione o seu momento atual! Imagine que exista o “trabalho ganha-pão”, que paga nossas contas e nada mais, e o “trabalho do coração”, que além de quitar todos os boletos, nos traz satisfação. Investimos muito tempo no “trabalho ganha-pão” e, com isso, encontramos dificuldades e desistimos do sonho de encontrar o “trabalho do coração”. Entramos na engrenagem do dia a dia. Se você sente que está apenas no “trabalho ganha-pão”, afirma Iury.
Para ajudá-lo nessa autoavaliação do seu propósito e se você tem um trabalho do coração ou um ganha-pão, o Iury nos revelou um exercício prático e que pode desenhar a você algumas diretrizes. Papel e caneta na mão:
– Pense no que você realmente gosta de fazer? Deixe de lado os seus julgamentos e seja sincero com os seus sentimentos nesse momento. Coloque no papel tudo isso, inclusive se o que você gosta de fazer tem a ver com mudanças radicais na sua vida, como morar fora, abrir o próprio negócio ou quem sabe viver para prestar serviços de solidariedade social;
– Em qual ambiente de trabalho você se imagina? Avalie se você gosta de trabalhar com um grande grupo de colegas, ou sozinho de casa, ou ainda com equipes pequenas em que você perceba mais a sua necessidade.
– O que você sabe fazer? Aqui você deve pensar, novamente sem julgamentos, naquilo que você realmente se autoavalia com bom desempenho, ou em algo que você sempre quis aprender ou não levou adiante ou não teve oportunidade de realizar.
– Existe demanda para a atividade que você acabou de desenhar? Se a resposta for sim, é a hora de planejar a sua transição de carreira para o trabalho que faz o seu coração bater mais forte.
Ser feliz no trabalho e conquistar bem-estar emocional
Não é novidade que muitas pessoas adoecem psicologicamente e fisicamente por razões de trabalho. Essas dificuldades e transtornos já possuem nomes conhecidos, como ansiedade, depressão e estresse, mas há também outros nomes nem tão conhecidos, como a síndrome de Burnout. Não é raro reconhecer esses sintomas em si próprio ou em alguém muito próximo, e esses sintomas são alertas sobre a sua condição de estar feliz ou não com o seu trabalho.
Veja as dicas do especialista Iury, sobre como equilibrar melhor o trabalho e a saúde
– Respeite os seus limites: trabalhar demais não é necessariamente trabalhar melhor. Nosso cérebro precisa de descanso para manter-se saudável. Isso quer dizer que precisamos de boas noites de sono, alimentação equilibrada, atividade física regular e relações sociais saudáveis.
– Pratique outras atividades: ter um hobbie é uma excelente maneira de manter nosso bem-estar emocional. Para quem ainda não descobriu o seu hobbie, a dica é usar a imaginação e pensar em coisas que você simplesmente vê outras pessoas fazerem, como tocar violão, desenhar ou estudar assuntos diferentes daqueles que você pratica no trabalho, e que você gosta, e tentar!
– Aproxime-se das pessoas que você ama: valorize os momentos com as pessoas fora do trabalho. Separe um tempo para a família, os amigos e outras pessoas importantes e crie regularidade com essas ocasiões. Elas vão te dar força e motivação para superar as dificuldades dentro das suas transições de vida e de carreira.
E para você, líder de uma equipe, como deixar seus colaboradores mais felizes?
Agora a dica é para você que é líder dentro de uma equipe e precisa ou gostaria de motivar seus colegas a serem mais felizes, além de estimular um ambiente profissional mais saudável a todos:
– Crie e preserve um ambiente onde as pessoas possam ser criativas;
– Distribua as tarefas e quando puder execute junto, assim você evita níveis de estresse por conta de sobrecarga de demanda, por exemplo;
– Ansiedade e cansaço não são sinônimos de produtividade. Feedbacks e compreensão sobre o momento que o colaborador está passando pode te mostrar como ajuda-lo;
– Aprenda a ler a linguagem corporal: mesmo sem falar, as pessoas comunicam o que sentem e pensam através da linguagem corporal. Bocejos demais, braços cruzados e mau humor constante não são bons indicativos. Quem é feliz acaba demonstrando a felicidade mesmo que de forma não intencional. Saiba reconhecer esses sinais e busque novas formas de encontrar o equilíbrio no ambiente de trabalho. Lideranças horizontais costumam estimular equipes participativas e mais satisfeitas.
Caso isso ainda não aconteça, é importante começar a levar a pauta de saúde mental para os demais líderes e estabelecer um programa de saúde mental para empresas.
Será que eu preciso da ajuda de um especialista?
Para Iury, “se você se sente preso ao seu trabalho, cansado grande parte do tempo, tem tido alterações no sono, no apetite e no peso, e sente-se sem propósito, você pode precisar da ajuda de um especialista sim. Pense que este é o seu momento de se questionar, elaborar e planejar e que a vida é curta demais para passarmos anos fazendo o que não gostamos. Um profissional pode te ajudar a superar esse desafio sem tanto desgaste emocional.”
Como eu trabalhei em setores em que fui chefe de mim mesmo, já em outros com mais funcionários do que tarefas a fazer, penso que a sensação de que o trabalho dependa de nós e termos um Coordenador ao invés de chefia imediata, é uma experiência Indescritível: eu fechava a porta da seção na sexta feira querendo que a segunda-feira logo chegasse. Nessa época até ouvi do coordenador, quando fui levar o ponto, final do mês, para ele acostar o visto da chefia, de que era burocracia a folha ponto com a produtividade que eu apresentava! E de fato, não apenas no Serviço Público, mas as Empresas, se deparam em ter que aferir produtividade com critérios técnicos ou de comprovação de presença, porque falta planejamento setorial X meritocracia, para que haja uma força de trabalho com habilidades genéricas e haja menos especialistas!