Um tratamento que não é muito conhecido, porém é fundamental e proporciona inúmeros benefícios para os pacientes, a equoterapia de forma objetiva se trata de um processo terapêutico que se utiliza de cavalos, cujo principal foco é estimular o desenvolvimento da mente e do corpo.

Esse processo terapêutico utilizando cavalos possui um papel muito importante na reabilitação de pacientes portadores de diversas doenças, sendo elas físicas, psicológicas ou cognitivas. É como se o cavalo fosse uma máquina utilizada para reordenar os impulsos do paciente.

Para que possamos entender melhor o papel desse processo terapêutico na vida do indivíduo, abaixo separamos tópicos importantes que ajudarão a entender melhor como esse processo funciona e a sua importância. 

O que é equoterapia?

Um método terapêutico que se utiliza de cavalos para ajudar na reabilitação de pessoas com deficiência, seja ela física, psicológica ou cognitiva. A equoterapia tem como objetivo estimular a mente e o corpo através do andar do cavalo. 

A equoterapia também é conhecida como hipoterapia ou terapia assistida por cavalos e é muito indicada para pessoas que possuem necessidades especiais como a síndrome de Down, paralisia cerebral, autismo e também ELA – Esclerose Múltipla Amiotrófica.

Essa técnica já existe há muitos anos e existem registros de que os cavalos eram usados para tratamento terapêutico já na Grécia antiga. Porém esse método foi reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina apenas em 1997.

As sessões duram em torno de 30 minutos e são realizadas uma vez por semana, individualmente ou em grupo, mas é preciso deixar bem claro que essas sessões são acompanhadas por um terapeuta, que também pode ser especializado em fisioterapia, um psicomotricista ou até mesmo um fonoaudiólogo.

Se faz necessário um profissional capacitado para conduzir as sessões de maneira correta, além de serem realizadas em um local que possui toda a estrutura para esse tipo de tratamento.

A segurança física do paciente e de todos que estão no local é fundamental, uma vez que o comportamento e atitudes habituais do cavalo podem vir a modificar devido às circunstâncias e ações que podem ocorrer ao seu redor.

Vale evidenciar que o sucesso do tratamento depende muito do paciente, dos familiares, dos profissionais e também do local onde o tratamento está sendo realizado.

Quem pode fazer equoterapia 

A prática da equoterapia é muito indicada para pessoas com deficiências físicas ou mentais e também pessoas portadoras de necessidades especiais. Porém ela pode ser praticada por qualquer pessoa, de qualquer idade.

Mas esse método é indicado para pessoas com doenças genéticas, neurológicas, ortopédicas, sequelas de acidentes ou de também de cirurgias, como terapia complementar ao tratamento, afinal, ela proporciona resultados significantes. Abaixo citamos alguns casos em que a equoterapia é indicada.

  • Paralisia cerebral;
  • Artrite;
  • Hiperatividade;
  • Depressão;
  • Síndrome de Asperger;
  • Distrofia muscular;
  • AVC – Derrame cerebral;
  • Lesão na medula espinhal;
  • EPT – Estresse pós-traumático;
  • TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade

Esse tratamento só pode ser realizado após um parecer médico favorável, além do parecer do psicoterapeuta e também de um fisioterapeuta.

Como qualquer outro tipo de tratamento, seja ele psicológico e de cuidados com a saúde física, para se acompanhar a evolução e seus resultados, é necessário realizar registros periódicos e sistemáticos das atividades desenvolvidas com o paciente.

Porém, cada caso é um caso e deve ser analisado cuidadosamente, pois existem alguns pacientes que é preciso ter um cuidado maior com essa técnica terapêutica. Esses pacientes são aqueles portadores de:

  • Cardiopatia aguda;
  • Alergia ao pelo do cavalo;
  • Subluxação e luxação de ombros ou quadris;
  • Hérnia de disco;
  • Esclerose estrutural acima de 30 graus;
  • Hidrocefalia com válvula.

É justamente devido a esses casos que é preciso ser realizada uma avaliação médica e de um fisioterapeuta, afinal o intuito do tratamento é ajudar e não prejudicar o paciente.

Benefícios da equoterapia 

Podemos destacar que são muitos os benefícios proporcionados por esse tratamento, é possível perceber mudanças físicas, psicológicas e cognitivas. Abaixo separamos e pontuamos os principais deles.

  • Fortalecimento Muscular;
  • Desenvolvimento da coordenação motora;
  • Equilíbrio;
  • Controle da ansiedade;
  • Relaxamento;
  • Noção de espaço;
  • Aumenta a autoestima e a autoconfiança;
  • Promove sensação de bem estar;
  • Estimula a sensibilidade do tato, visual e auditiva;

Para entendermos melhor os benefícios físicos, apenas imagine uma pessoa que está há muito tempo sem andar e precisa reaprender porém, devido às sequelas e ao tempo, ela perdeu estímulos importantes.

É nesse momento que o cavalo entra, é como se ele fosse uma máquina capaz de ensinar a forma de fazer os movimentos para andar novamente. 

A marcha do cavalo simula o andar de uma pessoa e a partir desse movimento do dorso do animal, são transmitidos impulsos e imagens cerebrais capazes de auxiliar e reordenar o aprendizado e os impulsos do paciente.

Além de todos os pontos mencionados acima, a equoterapia permite que a pessoa se torne mais sociável e facilita a integração dessa pessoa nos grupos, o que também é muito importante para todo o processo de tratamento.

Equoterapia e o autismo 

Transtorno do espectro autismo (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados.

O tratamento com a equoterapia pode proporcionar excelentes resultados nos pacientes portadores desse transtorno, ele contribui na melhora da interação social, na linguagem e também no âmbito emocional.

Com a equoterapia o indivíduo aprende a superar alguns medos, contribui para melhorar as expressões faciais, entre outros aspectos que o portador do transtorno do espectro autista possui dificuldade em desenvolver.

Porém é importante ressaltar que cada indivíduo possui sua necessidade e, por esse motivo, os exercícios irão variar de um para o outro, além da diferença de tempo que os resultados irão levar para aparecerem. 

Onde praticar equoterapia 

Após entendermos melhor do que se trata esse tratamento e quais os benefícios na vida do paciente, é preciso mencionar que o local onde a equoterapia é realizada é muito importante em todo esse processo.

Por isso, antes de iniciar o tratamento é preciso pesquisar muito bem para escolher o local onde ele será realizado. Hoje pelo Brasil, existem mais de 200 centros especializados e é muito importante também, buscar referências com os profissionais que atuam na reabilitação desses pacientes. 

Ao realizar a escolha do local, procure conversar com os familiares ou até mesmo os pacientes que realizam o tratamento nesse local, além disso, peça para assistir e observar algumas sessões. 

Um ponto muito importante que é necessário observar e ficar atento é que o terapeuta não é o único profissional que deverá estar presente no momento da sessão. De acordo com a Associação Nacional de Equoterapia, é indispensável a presença do treinador do animal, seja ela apenas para monitorar.

Um detalhe que também é muito importante no momento de escolher o centro de tratamento, é ter conhecimento em relação às exigências da Associação Nacional de Equoterapia, e se atentar se o centro atende corretamente a essas normas, como por exemplo:

  • Animais saudáveis e treinados, especificamente para equoterapia;
  • Oferece acessibilidade e está adaptado para usuários de cadeiras de rodas, com rampas, barras de segurança e elevadores.
  • Dispões de instalações e equipamentos adequados;
  • Possui uma equipe multidisciplinar de profissionais como: psicólogo, fisioterapeuta para pessoas com deficiência e profissionais de equitação;

Ou seja, busque se informar sobre as normas exigidas e se o local está seguindo corretamente conforme o necessário, afinal, ele está lidando com vidas.

Conclusão 

A equoterapia é uma estratégia terapêutica que faz uso do cavalo como forma de melhorar e tratar aspectos ligados a problemas físicos, cognitivos e também de saúde mental. 

Utilizando-se do contato com o animal, do cavalgar, da interação e de um equipe completa e multidisciplinar, a equoterapia pode ser muito positiva. Assim como outros tipos de terapia, buscar ajuda profissional não deve ser vergonha e a terapia já ajudou e continua ajudando muitas pessoas.

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Referências

LEONFORTE, Julia. Psicologia Junguiana na contemporaneidade: Contribuições da relação entre humanos e cavalos para a psique. Monografia apresentada à Faculdade de Ciências da Saúde como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Psicologia Junguiana.