A análise ergonômica do trabalho é um conjunto de procedimentos técnicos que avalia se as condições laborais atendem às necessidades físicas, psicológicas e cognitivas dos trabalhadores.
Seu objetivo é identificar problemas que podem colocar em risco a saúde, o bem-estar e o rendimento dos colaboradores.
Prevista na Norma Regulamentadora, NR-17, a AET é fundamental nos ambientes organizacionais por contribuir com a promoção da integridade e segurança dos trabalhadores, prevenir doenças ocupacionais e garantir a conformidade legal.
Leia o nosso artigo e entenda o que é análise ergonômica do trabalho e como realizar essas avaliações na sua empresa. Confira!
Por que a Análise Ergonômica do Trabalho é importante para as organizações?
A realização da análise ergonômica do trabalho é essencial para as empresas, principalmente no que se refere à saúde ocupacional e a produtividade das equipes.
Ao adaptar o ambiente às necessidades físicas e cognitivas dos trabalhadores, a AET contribui diretamente para a prevenção de doenças ocupacionais e melhoria da qualidade de vida no trabalho.
Ela também contribui com o desempenho dos colaboradores e a prevenção de riscos ocupacionais, refletindo positivamente nos resultados operacionais e financeiros da organização.
Onde a Análise Ergonômica do Trabalho é exigida pela legislação?
A AET é uma exigência prevista na NR-17, que trata sobre aspectos que envolvem a ergonomia no ambiente de trabalho. Na seção 17, a norma determina uma série de regras, confira na íntegra:
17.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR visa estabelecer as diretrizes e os requisitos que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar conforto, segurança, saúde e desempenho eficiente no trabalho.
17.2.1 Esta Norma se aplica a todas as situações de trabalho, relacionadas às condições previstas no subitem 17.1.1.1, das organizações e dos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como dos órgãos dos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério Público que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
17.3.2 “A organização deve realizar Análise Ergonômica do Trabalho – AET da situação de trabalho quando:
- a) observada a necessidade de uma avaliação mais aprofundada;
- b) identificadas inadequações ou insuficiência das ações adotadas;
- c) sugerida pelo acompanhamento de saúde dos trabalhadores (PCMSO);
- d) indicada causa relacionada às condições de trabalho na análise de acidentes ou doenças (PGR).
Etapas da AET: como é feita a análise ergonômica?
Para elaborar análise ergonômica no trabalho de maneira adequada, é preciso seguir as etapas que asseguram uma avaliação completa das condições laborais, conforme as diretrizes da NR-17.
Confira a seguir as etapas da AET:
1. Mapeamento das funções e atividades
O primeiro passo é realizar o mapeamento das funções, atividades, jornadas de trabalho, turnos e estrutura operacional dos diferentes departamentos da empresa.
Essa etapa requer também uma avaliação detalhada do perfil dos colaboradores, formato das equipes e demandas do dia a dia.
2. Observação e registro das condições reais de trabalho
Para uma análise ergonômica do trabalho minuciosa, é preciso ainda observar e registrar as condições reais de trabalho.
Ou seja, os profissionais envolvidos neste processo devem fazer coleta de dados in loco, incluindo medições ambientais, checklist ergonômicos, fotos e vídeos, que registram estrutura dos espaços, equipamentos, mobiliários e posturas dos colaboradores.
3. Avaliação de riscos ergonômicos
Essa etapa inclui a identificação de aspectos relacionados à ergonomia, como posturas incorretas, ritmo intenso, levantamento de peso e esforços repetitivos.
É preciso mapear ainda as condições ambientes, que incluem temperatura, presença de ruído, iluminação e demanda mental.
4. Entrevistas e coleta de percepções dos trabalhadores
Para elaborar uma análise ergonômica do trabalho completa, é necessário realizar entrevistas e coletar a percepção dos trabalhadores em relação às dificuldades, desconforto, validade dos processos e adaptação ao trabalho.
Essa etapa é essencial neste processo, principalmente, porque ela proporciona uma melhor compreensão das condições laborais a partir da visão dos colaboradores, ou seja, de quem utiliza os instrumentos e estrutura da organização.
5. Elaboração do relatório técnico com recomendações
Por fim, essa etapa inclui a elaboração de um relatório técnico completo, que contenha a descrição das tarefas, indícios visuais e avaliação de riscos.
O documento deve incluir ainda um plano de ação com soluções corretivas e preventivas, prioridades, responsáveis, prazos e indicadores de sucesso.
Quem pode elaborar uma Análise Ergonômica do Trabalho na empresa?
Embora a NR-17 não especifique quem pode elaborar uma análise ergonômica do trabalho, o mais recomendado é que essa avaliação seja feita por profissionais habilitados, com qualificação específica em ergonomia.
O ideal é que esses profissionais tenham conhecimento teórico e prático sobre o tema, além de entendimento aprofundado da legislação aplicável.
Entre os profissionais aptos a elaborar a análise ergonômica do trabalho incluem médicos do trabalho, engenheiros de segurança do trabalho, fisioterapeutas e profissionais de educação física.
AET x AEP: entenda a diferença entre os dois documentos
A Análise Ergonômica do Trabalho e a Avaliação Ergonômica Preliminar são instrumentos essenciais para a gestão da ergonomia nas empresas, porém, são mecanismos distintos, com finalidades e níveis de aprofundamento diferentes.
A AEP consiste, basicamente, em uma fase inicial obrigatória, que deve ser adotada em todos os ambientes de trabalho. Sua principal finalidade é detectar de maneira macro os fatores de risco ergonômico presentes nos espaços laborais.
Desse modo, a Avaliação Ergonômica Preliminar tem caráter preventivo, servindo como parâmetro para a elaboração do PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) e para a realização de ações voltadas à saúde ocupacional.
Por outro lado, a AET é um procedimento mais técnico e detalhado, sendo usado quando a AEP apresenta condições críticas ou quando há sinais da presença de riscos ergonômicos, que podem resultar em acidentes, falhas operacionais ou adoecimentos.
Além disso, a análise ergonômica do trabalho também pode ser necessária quando o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) indica uma investigação mais abrangente ou quando as ações adotadas não demonstraram eficácia.
Em suma, a AEP proporciona uma visão completa das condições de trabalho, permitindo um levantamento inicial dos riscos, enquanto a AET possui caráter analítico, aprofundando o mapeamento das causas e propondo soluções mais estruturadas.
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