Síndrome de tourette: o que é, sintomas e tratamento
A síndrome de tourette é conhecida pelos atos impulsivos e repetitivos, chamados de tiques. Antes de mais nada, é preciso saber que essas ações motoras ou vocais acontecem de forma involuntária e inevitável. Como resultado desses sintomas, muitos pacientes sofrem traumas e constrangimentos.
Inegavelmente, tudo isso é agravado pelo estereótipo da doença. Por isso, é importante entender o que é síndrome de tourette e banir as piadinhas.
Havendo a suspeita, o médico deve ser procurado o quanto antes, especialmente na fase inicial na infância. Dessa forma, o tratamento é capaz de trazer mais qualidade de vida aos pacientes e evitar ainda mais prejuízos.
O que é síndrome de tourette?
A síndrome de tourette é um transtorno que faz a pessoa realizar atos de maneira impulsiva, repetida e frequente – conhecidos como tiques múltiplos. Ou seja, são ações que podem ser vocais ou movimentos motores ocasionados de forma involuntária.
A princípio, as crianças apresentam tiques simples como um piscar de olhos ou um movimento repentino das mãos. Com o tempo, esses sintomas podem evoluir e culminar em gritos e palavrões, por exemplo.
Nesse sentido, as pessoas com tourette costumam enfrentar dificuldade de socialização. Esse é um problema que pode prejudicar a qualidade de vida em vários aspectos e causar situações embaraçosas.
No filme Primeiro Aluno da Classe (Front of the Class), o ator Brad Cohen mostra bem os desafios dessa doença. O longa mostra o bullying, a impaciência dos professores, o despreparo da família e as inseguranças na vida adulta. Baseada em fatos, a história emociona e ajuda a compreender um pouco mais esse distúrbio.
Síndrome de tourette e outros transtornos
A síndrome de tourette pode estar associada a outros transtornos. Em alguns casos, a presença desse distúrbio tem relação com o desenvolvimento ou agravamento do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH).
A síndrome de tourette ainda pode prejudicar a saúde mental do paciente. Portanto, é possível que o indivíduo enfrente doenças emocionais como ansiedade, depressão e síndrome do pânico.
Quais são os sintomas da síndrome de tourette?
O sintomas da síndrome de são tiques motores ou vocais, simples ou complexos. Em geral, ela se manifesta por meio de um conjunto de diferentes tiques. Mas, isso pode variar de acordo com a intensidade, frequência e tipos.
Estudos mostram que o estado emocional como o estresse e o cansaço também podem influenciar negativamente o quadro.
O que é tique?
Os tiques são como uma necessidade muito grande e involuntária de fazer um determinado movimento. A saber, eles podem ser motores ou vocais, simples ou complexos, súbitos e repetitivos. Então, após a realização, a pessoa tem uma sensação de alívio.
Tiques motores
Os tiques motores mais comuns da síndrome de tourette são:
- Piscar os olhos
- Franzir a testa
- Bocejar
- Inclinar, balançar ou realizar movimentos repentinos com a cabeça
- Contrair os músculos da face ou fazer caretas
- Contrair em trancos os músculos abdominais ou outros grupos musculares
- Encolher ou balançar os ombros
- Tocar ou coçar o nariz
- Movimentar as mãos
- Fazer gestos obscenos
- Sacudir ou dobrar o pescoço
Tiques vocais
Os tiques vocais também são sinais típicos da síndrome de tourette. Nesse caso, podem ser desde um simples ruído a um som mais presente e até constrangedor.
- Tossir
- Soluçar
- Fungar
- Cuspir
- Limpar a garganta
- Gemer
- Uivar
- Gritar
- Falar sílabas ou palavras inteiras
- Repetir palavras ou frases
- Usar diferentes tons de voz
- Xingar
Tiques complexos
Além desses sintomas, a síndrome de tourette pode apresentar movimentos mais complexos. Embora completamente involuntários, algumas ações podem soar como propositais.
- Chutar
- Tocar ou bater em objetos
- Bater em si mesmo
- Andar em um padrão específico
- Saltar ou pular
O que causa a síndrome tourette?
Ainda não há um consenso sobre o seu real causador. Contudo, acredita-se que a origem tenha origem genética ou neuroquímica. Alguns estudos apontam ainda que a doença resulta de um desequilíbrio nos impulsos elétricos dos neurônios.
Como tratar a síndrome de tourette?
A síndrome de tourette é uma desordem que requer um tratamento multidisciplinar. Isso inclui apoio profissional, familiar, bem como dos amigos e da escola.
Psicoterapia
A psicoterapia é um dos principais tratamentos para síndrome de tourette. Recomenda-se a aplicação de uma terapia comportamental chamada intervenção comportamental abrangente para tiques (ICAT).
Trata-se de uma metodologia cognitivo-comportamental que atua na reversão de hábitos. Certamente, o paciente aprende a monitorar a si mesmo e a reconhecer as sensações que antecedem os tiques. Assim, ele é instruído a responder com um novo comportamento – voluntário – substituindo o tique.
Além disso, o acompanhamento psicológico é fundamental para evitar outros impactos. A síndrome de tourette pode prejudicar a qualidade de vida e a saúde emocional da pessoa.
Medicações
O tratamento também pode envolver o uso de medicações. Estudos clínicos mostram a eficácia dos antipsicóticos, pois essa classe de medicamento é capaz de tornar os sintomas mais toleráveis e controláveis. Assim sendo, para alguns pacientes, mesmo em doses baixas, os tiques podem até desaparecer.
Tratamento dos outros transtornos
Em suma, para obter sucesso no tratamento da síndrome de tourette, é fundamental cuidar de outros transtornos coexistentes. O acompanhamento profissional tem um papel importante para que o paciente possa viver bem.
Rui Brandão é médico, com experiência em Portugal, Brasil e Estados Unidos da América, e mestre em Administração pela FGV em São Paulo. Hoje é CEO & Co-fundador do Zenklub, plataforma de saúde emocional e desenvolvimento pessoal que oferece conteúdos, profissionais e ferramentas especializadas para mais de 1.5 milhões de pessoas no Brasil.
Gostei muito do artigo, pois precisava entender o que se passa com minha filha que apresenta vários tiques.Preciso de ajuda para lidar com isso.😭
Oi, Helen, tudo bem? Que bom que o artigo te ajudou, porém o ideal é procurar um especialista no assunto para que ele veja qual o melhor tratamento para a sua filha, tudo bem? 🙂 Esperamos que consiga.