Transtorno bipolar: saiba tudo sobre o distúrbio dos humores extremos
Em geral, todos nós passamos por mudanças de humor. Há pessoas que chamam de bipolar alguém que está passando por uma dessas fases de variação de estado de espírito. No entanto, utilizar somente essa característica é errado.
O Transtorno Bipolar é quando essas oscilações de humor são muito intensas. Ou seja, podem prejudicar e afetar a saúde mental. Hoje, cerca de 4 milhões de brasileiros têm o diagnóstico de bipolaridade.
O que é transtorno bipolar?
Também chamado de doença maníaco-depressiva, o Transtorno Bipolar, é um distúrbio que tem como característica principal as alterações extremas do humor. Além disso, podem se dividir em episódios de mania e depressão.
Primeiramente, a fase da mania é quando a pessoa se sente extremamente ativa, energética e confiante. Por outro lado, na fase depressiva o mais comum é sentir cansaço, tristeza e falta de esperança.
Dessa forma, o transtorno começa a se manifestar no final da adolescência e no começo da vida adulta.
Os primeiros sinais variam de caso a caso: podem ser em sua maioria episódios maníacos ou depressivos. Além disso, em alguns casos, podem aparecer na forma de sintomas psicóticos, que é quando a pessoa perde o contato com a realidade.
O que causa o transtorno bipolar?
Ainda não existe uma causa específica para o desenvolvimento do Transtorno Bipolar. Mas, o que se acredita hoje é que essa doença surja de uma combinação de fatores genéticos, neurobiológicos e ambientais.
Entenda melhor cada um deles:
Genética e hereditariedade
Não existem muitas informações sobre a relação da Bipolaridade com a genética mas o que se sabe hoje é que a maior parte das pessoas com o Transtorno Bipolar têm doenças como essa no histórico familiar.
Alterações no cérebro
Alguns estudos descobriram que o cérebro de pessoas bipolares apresentam alterações. Sendo assim, foram comparados os cérebros de pessoas que não têm o transtorno com as que têm.
Além disso, se sabe que o desenvolvimento da doença pode estar ligado a um desequilíbrio entre neurotransmissores.
Fatores ambientais
Assim como acontece em outros transtornos, fatores ambientais como experiências traumáticas podem contribuir para os sintomas do Transtorno Bipolar.
Por exemplo, alguns desses fatores podem ser abuso físico ou emocional, alto nível de estresse ou sofrer uma grande perda.
Além disso, outro fator de risco pode ser o abuso de substâncias como álcool, tabaco e outras drogas. Sendo assim, esse comportamento pode ser um gatilho para esses episódios de mania ou depressão.
Sintomas do transtorno bipolar
Além da variação de humor e confusão mental, esses episódios também podem afetar o sono, a energia e a disposição da pessoa que sofre com esse transtorno.
Em ambas as fases, é possível que a pessoa tenha sintomas como alucinações características da esquizofrenia.
Além disso, é importante dizer que tanto a fase da mania quanto a depressão podem durar semanas ou até meses. Cada caso é um caso, mas podemos tentar entender quais são os sinais e como a pessoa bipolar se sente em cada fase da doença:
Fase Maníaca
- Sente alegria e energia intensa. Sente ser capaz de qualquer coisa;
- Tem muita energia e disposição;
- Dorme pouco e não sente que precisa descansar;
- Fala rápido e muda de assunto muito rápido;
- Se sente irritado, ansioso e impaciente em relação ao que outras pessoas dizem ou fazem;
- Sente seus pensamentos passando rápido em sua cabeça;
- São impulsivos; podem se colocar em perigo e se envolver com sexo de risco, gastos compulsivos de dinheiro, abuso de álcool e drogas, e outros vícios;
- Pode ter delírios: pensar que é alguém famoso ou acreditar que tem super poderes, por exemplo.
Fase Depressiva
- Se sentem cansado, para baixo, tristes e sem esperanças;
- Não tem energia e disposição para as atividades do dia-a-dia;
- Têm problemas para dormir: pode dormir pouco ou demais;
- Perdem interesse em atividades que antes lhe davam prazer;
- Não gostam de interagir com outras pessoas;
- Têm problemas de memória, concentração e dificuldade para tomar decisões;
- Comem demais ou muito pouco;
- Podem ter pensamentos suicidas;
- Podem ter delírios: acreditar que cometeu algum crime ou que é uma pessoa muito ruim, por exemplo.
Hipomania
Esse é um tipo de estado de mania que é considerado mais leve e menos prejudicial para a pessoa bipolar.
Ou seja, a hipomania permite que a pessoa continue sua vida normalmente, trabalhando ou estudando, sem sintomas psicóticos.
Entenda os 4 tipos de transtorno bipolar
O Transtorno Bipolar pode ser dividido em quatro grupos, levando em conta o padrão e o período das oscilações de humor. Sendo assim, entenda melhor cada tipo:
Bipolar tipo I
É quando os episódios maníacos podem durar entre 7 dias e 6 meses. Dessa forma, os sintomas maníacos são tão graves que podem levar a internação hospitalar.
Sendo assim, os episódios depressivos são mais raros e podem durar uma média de 2 semanas. Episódios mistos, com sentimentos depressivos e maníacos ao mesmo tempo, também podem acontecer.
Bipolar tipo II
Nesse tipo, os episódios depressivos são os que mais acontecem. Além disso, podem ser intercalados com episódios de hipomania. Nesse caso, geralmente não há episódios mais sérios de mania.
Ciclotimia
Também chamado de desordem ciclotímica, esse tipo tem como padrão a variação de sintomas depressivos e de hipomania durante um período de pelo menos 2 anos (1 ano em crianças e adolescentes).
Transtorno Bipolar não especificado
Fazem parte desse grupo todas as outras variações de transtorno bipolar que não se encaixam em nenhum dos grupos acima.
Em resumo, isso pode acontecer porque os sintomas não duram tempo o suficiente ou não há muitos sintomas que levam a um diagnóstico correto.
O Transtorno bipolar tem cura? Qual é o tratamento?
Ainda não se sabe de nenhuma cura certa para o Transtorno Bipolar. Mesmo assim, os sintomas podem ser controlados com um tratamento certo.
O tratamento é feito, normalmente, com uma combinação de medicamentos e terapia. Desse modo, a ajuda é tanto para a pessoa bipolar quanto para familiares e amigos que convivem com ela no dia-a-dia.
Saiba mais sobre as possíveis formas de tratar o Transtorno Bipolar:
Medicamentos
Existem diferentes tipos de medicamentos que podem ajudar a controlar os sintomas. Os mais usados são estabilizadores de humor, antidepressivos e antipsicóticos.
Vale lembrar que para usar um remédio é preciso que haja uma indicação feita por um médico.
Terapia Psicológica
A terapia psicológica, ajuda ao dar apoio, educação e orientação para pessoas com o Transtorno Bipolar e suas famílias.
Entenda melhor sobre os tipos de terapia que são mais eficazes no tratamento desse transtorno:
Terapia cognitivo comportamental
O foco dessa terapia é ajudar a pessoa bipolar a identificar pensamentos que podem ser gatilhos para os episódios de mania e depressão.
Além disso, também ensina a pessoa a lidar melhor com o estresse e situações que provocam emoções intensas.
Orientação psicoeducacional
Nesse caso, o objetivo é ajudar a pessoa bipolar a entender melhor o seu transtorno. O mesmo serve para seus familiares e amigos.
Sendo assim, quanto mais as pessoas conhecem sobre o transtorno bipolar, mais eles podem controlar e ajudar alguém que está passando por um episódio.
Terapia de ritmo interpessoal e social
Essa terapia tem como objetivo ajudar a pessoa bipolar a criar uma rotina equilibrada.
Dessa maneira, auxilia no controle do sono, dietas, exercícios e controle das emoções.
Procure ajuda
Para entender melhor sobre todos os tipos de terapia que ajudam no tratamento do Transtorno Bipolar, procure ajuda.
O trabalho junto a um psicólogo pode ser essencial para controlar emoções, reagir melhor aos episódios e enfrentar de maneira mais saudável situações estressantes e desafiadoras.
No Zenklub você tem psicólogos, psicanalistas e outros especialistas à sua disposição.
Rui Brandão é médico, com experiência em Portugal, Brasil e Estados Unidos da América, e mestre em Administração pela FGV em São Paulo. Hoje é CEO & Co-fundador do Zenklub, plataforma de saúde emocional e desenvolvimento pessoal que oferece conteúdos, profissionais e ferramentas especializadas para mais de 1.5 milhões de pessoas no Brasil.
Pessoa que tem transtorno bipolar que toma altas doses de Quietiapina e outros medicamentos e continua tendo crises de tentativa de suicidio tem como aposentar?
Olá, Zenaide. Tudo bem?
Orientamos que converse com o médico que receitou o medicamento para conversar sobre a dosagem e avaliar o curso do tratamento. Orientamos também que procure o apoio emocional de um psicólogo. Esse apoio é muito importante, esses profissionais tem as técnicas e os cuidados necessários para poder auxiliar a lidar com esses sentimentos.
Lembre-se, procurar apoio não é uma fraqueza
sou casado com uma pessoa que dentro de casa não conversar comigo pouco uma dia ta com cara outro dia ta com outra pensou em mim separa essa pessoa malmente falar comigo o que fazer.
Edvaldo, procurar apoio emocional pode auxiliar a melhorar a comunicação no seu relacionamento. Aqui na nossa plataforma temos profissionais e especialistas que podem dar esse apoio!
doutor pensou as vezes como falar com essa companheira não tenho mas paciência e muito compricado.
Ola,dr nao durmo mais ,sinto tristeza e sem esperança ,tenho mudado meu humor sempre,quero ficar em quarto fechado,ja fui ao medico tomo fernobarbital,e frisium.Sinto que ñ esta resolvendo mais ,ate esta afetando todos em volta de mim,vejo q sou problema.
Tenho crises de ansiedade desde 13 anos ,crises epiletico tbm.faço tratamento a anos.Tenho ocilando muito.
Daniela, imagino que não tenha sido fácil para você, mas não se esqueça que não está sozinha e que procurar ajuda não é fraqueza!
Reconhecer o que sentimos exige muita coragem, não é mesmo?
Orientamos que procure um especialista como um psicólogo ou terapeuta, para que possa receber o apoio emocional necessário
Qualquer dúvida sobre as sessões online no Zenklub, conte conosco.
Ao Zenklub,
Tenho um filho, hoje com 35 anos e que ultimamente tem recebido atendimento de psicólogo porque foi diagnosticado com o transtorno de bipolaridade.
Em 2018 ele foi diagnosticado com Encefalite Viral e ficou 55 dias internado, grande parte do tempo em coma induzido devido às convulsões constantes.
Quando acordou do coma ele não reconhecia outras pessoas, nem mesmo a esposa; não se lembrava que era casado, que tinha um filho na época com 5 meses.
Isso foi previsto pelos médicos e os mesmos até ficaram surpresos com o seu retorno do coma, embora não totalmente curado, mas com muitas probabilidades de aos poucos ir melhorando.
Isso, de fato foi acontecendo, mas as convulsões voltaram, não tão intensas como antes.
Aos poucos fomos identificando um comportamento estranho que após consultas o médico afirmou tratar-se de bipolaridade.
Ele é Analista de Sistemas, Programador e sempre tem trabalho, porém, como a memória falha, seu emprego não dura mais que 3 meses, o que o deixa depressivo, inconformado, e enquanto não consegue outro trabalho vêm as convulsões, a alteração de humor, a falta de sono.
Não aceita suas limitações e até atribui a outras pessoas seu fracasso.
Às vezes escreve frases que me deixam preocupada, dando a entender que sua passagem por aqui não está longe de chegar.
Procuro encorajá-lo e fazê-lo entender suas limitações que antes não existiam.
Tenho receio de que venha a sofrer de esquizofrenia devido ao comportamento estranho que tem em determinados momentos.
Seria isso possível?
Gostaria do parecer desse site, pois todos nós convivemos com incertezas no ia a dia e nos que virão.
Obrigada,
Glicéria.
Glicéria, muito obrigada por nos acompanhar e por entrar em contato conosco.
Imagino que não esteja sendo fácil para vocês, mas lembre-se sempre que procurar apoio emocional profissional é muito importante.
Orientamos que conversem com um psicólogo ou terapeuta, para que o seu filho possa receber esse apoio emocional necessário para lidar com esses sentimentos e situações.
Aqui no Zenklub temos psicólogos, psicanalistas e terapeutas das mais diversas abordagens realizando sessões online. Qualquer dúvida, conte conosco.