Ansiedade no trabalho: como prever e mitigar impactos (para empresas e colaboradores)
Sentir um frio na barriga antes de uma apresentação importante ou uma certa inquietação diante de um prazo apertado é algo comum na vida profissional. No entanto, quando essa sensação se torna frequente, afetando a produtividade e bem-estar dos colaboradores, é hora de ligar o sinal de alerta.
A ansiedade no trabalho deixou de ser um problema isolado para se tornar um desafio coletivo, impactando tanto a saúde dos colaboradores quanto os resultados das empresas.
Para se ter uma ideia da dimensão do problema, o Brasil registrou um número recorde de mais de 470 mil afastamentos do trabalho por transtornos mentais em 2024, de acordo com o Ministério da Previdência Social, um aumento alarmante que revela uma crise de saúde mental no ambiente corporativo.
Este conteúdo foi feito para oferecer um olhar 360º sobre a ansiedade no trabalho. Aqui, você encontrará respostas para colaboradores buscando entender seus sentimentos e encontrar caminhos para o bem-estar, e também para profissionais de RH e psicologia organizacional em busca de estratégias para construir um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.
Para o colaborador: identificando os sinais e buscando apoio
Entender o que você está sentindo é o primeiro passo para retomar o controle. A ansiedade pode se manifestar de maneiras sutis ou avassaladoras, e reconhecer seus sinais no contexto profissional é fundamental para buscar ajuda e desenvolver estratégias de enfrentamento.
Quais os principais sintomas da ansiedade no ambiente profissional?
A ansiedade no trabalho não se manifesta apenas na mente; o corpo também sente. Fique atento a uma combinação de sinais que podem indicar que o estresse do trabalho está ultrapassando um limite saudável:
- Sintomas emocionais: preocupação constante e excessiva com o desempenho, medo de errar, dificuldade de concentração, irritabilidade, sensação de sobrecarga e uma angústia que parece não ter fim.
- Sintomas físicos: palpitações ou coração acelerado, falta de ar, tensão muscular (principalmente nos ombros e pescoço), dores de cabeça frequentes, insônia, cansaço extremo mesmo após uma noite de sono e problemas gastrointestinais.
Vale destacar que sentir ansiedade ocasionalmente no trabalho é algo comum e até esperado. A diferença está na frequência, intensidade e duração da ansiedade. Por isso, vale consultar os colaboradores sobre como a ansiedade tem surgido no dia-a-dia.
Quais as causas comuns da ansiedade no trabalho?
A ansiedade no trabalho raramente tem uma única causa. Geralmente, é uma combinação de fatores que criam um ambiente propício ao estresse crônico. Algumas das raízes mais comuns do problema incluem:
- Excesso de responsabilidades: metas inatingíveis, prazos irreais e uma carga de trabalho que parece nunca diminuir são gatilhos poderosos para o esgotamento.
- Ambiente de trabalho tóxico: uma comunicação agressiva, falta de reconhecimento, assédio moral ou a sensação de insegurança constante podem minar a saúde mental de qualquer profissional.
- Falta de autonomia e suporte: sentir que não tem controle sobre suas próprias tarefas ou não contar com o apoio de líderes e colegas pode gerar um sentimento de desamparo e frustração.
- Desconexão com o propósito da empresa: não ver sentido no que faz ou sentir que seu trabalho não é valorizado pode levar à desmotivação e, consequentemente, à ansiedade.
Existem estratégias individuais para lidar com a ansiedade no trabalho no dia a dia?
Embora a solução definitiva envolva mudanças no ambiente de trabalho, existem práticas que você pode adotar para gerenciar a ansiedade e proteger seu bem-estar:
- Faça pausas estratégicas: Afaste-se da sua mesa por alguns minutos a cada hora. Alongue o corpo, beba um copo d'água ou simplesmente olhe pela janela. Essas pequenas pausas ajudam a "resetar" o cérebro.
- Pratique a respiração consciente: quando sentir a ansiedade aumentar, inspire lentamente pelo nariz contando até quatro, segure o ar por quatro segundos e expire pela boca contando até seis. Repita algumas vezes. Essa técnica simples ajuda a acalmar o sistema nervoso.
- Estabeleça limites claros: defina horários para começar e terminar o trabalho e, na medida do possível, respeite-os. Evite checar e-mails ou mensagens de trabalho fora do expediente.
- Busque ajuda profissional: conversar com um psicoterapeuta pode fornecer ferramentas valiosas para entender as raízes da sua ansiedade e desenvolver estratégias eficazes para lidar com ela. A terapia é um espaço seguro para cuidar de você.
Qual é o impacto da ansiedade no trabalho para as empresas?
Quando um colaborador sofre de ansiedade, ele não sofre sozinho; a empresa inteira sente o impacto. O problema vai muito além de uma questão de bem-estar individual, gerando um custo significativo para as organizações. Estima-se que a perda de produtividade devido à depressão e ansiedade custe à economia global cerca de 1 trilhão de dólares por ano.
Esse custo se manifesta de várias formas:
- Aumento do absenteísmo e presenteísmo: colaboradores ansiosos tendem a faltar mais (absenteísmo) ou a estar presentes fisicamente, mas com a mente e a produtividade comprometidas (presenteísmo).
- Queda na produtividade e qualidade: A dificuldade de concentração e o esgotamento mental levam a uma queda no desempenho, aumento de erros e perda de criatividade.
- Alta rotatividade (turnover): Ambientes de trabalho estressantes são uma das principais causas de pedidos de demissão, gerando altos custos com recrutamento, seleção e treinamento de novos funcionários.
- Deterioração do clima organizacional: A irritabilidade e o estresse no trabalho podem se espalhar, criando um ambiente de trabalho negativo e conflituoso.
Qual a responsabilidade da empresa no manejo à ansiedade no trabalho? (NR-1)
Por causa do alto impacto da saúde mental dos colaboradores nas empresas, cuidar da saúde mental no trabalho deixou de ser apenas uma boa prática para se tornar uma obrigação legal no Brasil.
Com a recente atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), as empresas agora são obrigadas a incluir a avaliação de riscos psicossociais em seu Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).
Mas o que isso significa na prática? Riscos psicossociais são todos os fatores relacionados à organização e ao ambiente de trabalho que podem causar estresse, ansiedade, depressão e outros problemas de saúde mental. Isso inclui:
- Metas excessivas e jornadas de trabalho extensas.
- Sobrecarga de tarefas e falta de clareza nas funções.
- Assédio moral e conflitos interpessoais.
- Falta de autonomia e ausência de suporte da liderança.
A nova regra exige que as empresas não apenas identifiquem esses riscos, mas também criem e implementem um plano de ação para controlá-los e mitigá-los, protegendo ativamente a saúde mental de sua equipe de estresse, depressão, ergonomia, ansiedade e outras questões associadas ao trabalho.
Quer saber mais sobre gestão de riscos psicossociais? Assista à esta palestra gratuita da Zenklub:
Como estruturar um programa de saúde mental? Um passo-a-passo
Implementar um programa de saúde mental eficaz não precisa ser um bicho de sete cabeças. Com um planejamento cuidadoso, é possível criar um ambiente de trabalho que promove o bem-estar de forma estruturada e reduz a ansiedade no trabalho.
Passo 1: diagnóstico e mapeamento de riscos
Antes de qualquer ação, é preciso entender o cenário. O diagnóstico é a base de tudo. Ele pode ser feito por meio de:
- Pesquisas de clima anônimas: inclua perguntas específicas sobre carga de trabalho, relacionamento com a liderança e percepção de estresse.
- Ferramentas de avaliação reconhecidas: utilize questionários validados para mapear os riscos psicossociais de forma objetiva. Ferramentas como o COPSOQ (Copenhagen Psychosocial Questionnaire) e o JCQ (Job Content Questionnaire) são amplamente utilizadas para essa finalidade e fornecem um panorama claro dos pontos críticos na organização.
Passo 2: Planejamento e definição de ações estratégicas
Com os dados do diagnóstico em mãos, é hora de planejar. Defina objetivos claros e escolha as intervenções que atacam as causas-raiz dos problemas identificados.
Se o diagnóstico apontou sobrecarga, as ações devem focar na reavaliação de metas e processos. Se o problema é a liderança, o foco será o treinamento dos gestores, e assim por diante.
Passo 3: Implementação de iniciativas de prevenção e apoio
Aqui, as ações saem do papel. Algumas iniciativas de alto impacto incluem:
- Treinamento de lideranças: capacite os gestores para saberem identificar sinais de esgotamento em suas equipes, praticar a escuta ativa e promover um ambiente de segurança psicológica.
- Palestras e workshops: promova eventos de conscientização sobre saúde mental, ensinando técnicas de gerenciamento de estresse e quebrando o tabu sobre o tema.
- Acesso facilitado à terapia: ofereça como benefício o acesso a plataformas de psicoterapia online, garantindo que os colaboradores tenham suporte profissional de qualidade de forma confidencial e acessível.
Passo 4: Monitoramento e mensuração de resultados (KPIs)
Um programa de saúde mental para empresas é um ciclo contínuo de melhoria. Acompanhe indicadores-chave (KPIs) para medir o impacto das suas ações:
- Redução nas taxas de absenteísmo e turnover.
- Melhora nos resultados das pesquisas de clima.
- Aumento da adesão aos programas de bem-estar oferecidos.
- Aumento de produtividade, etc.
Cases de saúde emocional no trabalho em empresas brasileiras
Investir em saúde mental já é uma realidade em grandes empresas que atuam no Brasil e que colhem os frutos de um ambiente de trabalho mais saudável.
Na Zenklub, empresas como o Zé Delivery, Volkswagen, Gupy e Creditas tiveram resultados excepcionais com a inclusão de novos programas de cuidado à saúde mental e bem-estar dos colaboradores utilizando nossas ferramentas. Conheça nossos cases e saiba mais sobre a nossa solução!
Checklist com primeiros passos para promover a saúde na sua empresa
Quer começar a transformar o ambiente da sua empresa, mas não sabe por onde? Use este checklist rápido como um guia inicial:
- Revisar a conformidade com a NR-1: verifique se sua empresa já está mapeando os riscos psicossociais. Se não estiver, conheça nosso Guia sobre a nova NR-1 e adeque sua empresa.
- Aplicar uma pesquisa de clima anônima: ouça seus colaboradores para entender as principais dores.
- Agendar uma palestra de conscientização: comece a quebrar o tabu e a falar abertamente sobre saúde mental.
- Capacitar a liderança: ofereça um workshop para gestores sobre como apoiar suas equipes.
- Avaliar a oferta de benefícios: considere incluir o acesso à psicoterapia no seu pacote de benefícios
Zenklub: seu parceiro estratégico na melhora do bem-estar corporativo
Como o Zenklub pode ajudar sua empresa?
Oferecer suporte especializado é essencial para controlar quadros de ansiedade no trabalho e promover o bem-estar e a qualidade de vida dos trabalhadores. Se a sua empresa prioriza a saúde mental dos profissionais, conheça o Zenklub Corporativo.
Nossa plataforma oferece soluções abrangentes para auxiliar na promoção de espaços laborais saudáveis, como desenvolvimento de programas personalizados de saúde mental e bem-estar, além de treinamentos regulares para líderes e equipes.
Somado a isso, nossos serviços incluem ainda mapeamento de riscos, diagnóstico do plano atual de gestão de riscos, aplicação de questionários para identificar problemas nos ambientes de trabalho, além de elaborar relatórios com resultados e recomendações.
Com o Zenklub, sua empresa conta ainda com consultoria contínua para garantir a conformidade regulatória e planejamento para atender às regulamentações vigentes.
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