O divalproato de sódio é um fármaco da classe dos anticonvulsivantes que é comercializado pelos seguintes nomes comerciais:

  • Depacon® (Abbott); 
  • Depakene® (Abbott); 
  • Depakote Sprinkle® (Abbott); 
  • Depakote ER® (Abbott).

Para saber mais sobre as informações trazidas pela bula desse remédio tão importante para o tratamento de determinadas doenças, continue com a gente! 

Tenha uma excelente leitura!

Para que serve o divalproato de sódio?

Divalproato de sódio serve para o tratamento de:

  • Episódios agudos de mania associados ao transtorno afetivo bipolar (TAB);
  • Epilepsia;
  • Prevenção de enxaqueca.

A mania é um estado de grande euforia, acompanhado ou não de delírios de grandeza, nos quais a pessoa crê ser alguém com muito mais fama, riquezas e poderes do que realmente tem.

Ou seja, o divalproato de sódio serve para tratar mania com ou sem características psicóticas, em pacientes adultos.

Leia também: Amissulprida: o que você precisa saber sobre esse medicamento

Como o divalproato de sódio funciona e age no organismo?

Seu mecanismo de ação ainda não é totalmente conhecido, mas sua atividade parece estar relacionada com o aumento dos níveis do ácido gama-aminobutírico (GABA) no cérebro.

O GABA é o neurotransmissor inibitório mais importante que existe no organismo, por isso, é de extrema importância que ele esteja em equilíbrio no corpo.

Algumas dos efeitos do aumento do GABA no corpo são:

  • Sensação de calma e relaxamento;
  • Contrações musculares moduladas;
  • Indução do sono.

Para que o divalproato de sódio é indicado? 

Mania

Divalproato de sódio é indicado para o tratamento de episódios agudos de mania associados ao transtorno afetivo bipolar (TAB), com ou sem características psicóticas, em pacientes adultos. 

Os sintomas típicos de um episódio de mania (período distinto de humor anormalmente e persistentemente elevado, expansivo ou irritável) incluem:

  • Agitação;
  • Diminuição da necessidade de sono;
  • Pensamentos acelerados;
  • Aceleração do ritmo da emissão das palavras; 
  • Hiperatividade motora;
  • Fuga de ideias;
  • Grandiosidade;
  • Prejuízo da crítica;
  • Agressividade;
  • Hostilidade.

Epilepsia

Divalproato de sódio é indicado isoladamente ou combinado a outros medicamentos, no tratamento de pacientes adultos e crianças acima de 10 anos) com:

  • Crises parciais e complexas de epilepsia;
  • Quadros de ausência simples – breve perda dos sentidos ou perda de consciência, acompanhada por determinadas descargas epilépticas generalizadas, sem outros sinais clínicos detectáveis;
  • Quadros de ausência complexa – quando outros sinais também estão presentes.

Prevenção da Enxaqueca

Divalproato de sódio é indicado também para prevenção da enxaqueca em pacientes adultos.

Não há evidências de que seja útil no tratamento agudo de enxaquecas.

Vale destacar que em grávidas tal indicação está contraindicada.

Existem contraindicações? Quais?

  • Conhecida hipersensibilidade ao divalproato de sódio ou aos demais componentes da fórmula do produto;
  • Doença ou disfunção no fígado significativas;
  • Conhecida desordem na mitocôndria causada por mutação na DNA polimerase mitocondrial y (POLG, ou seja, Síndrome de Alpers-Huttenlocher) e crianças com menos de 2 anos com suspeita de possuir desordem relacionada à POLG;
  • Conhecido distúrbio do ciclo da ureia (DCU);
  • Doença do sangue conhecida como porfiria;
  • Na profilaxia de crises de enxaqueca em mulheres grávidas e mulheres em idade fértil que não utilizam métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento.

Quais os efeitos esperados?

Algumas dos efeitos do aumento do GABA no corpo são:

  • Sensação de calma e relaxamento;
  • Contrações musculares moduladas;
  • Indução do sono.

O tratamento com divalproato de sódio, em alguns casos, pode produzir sinais de melhora já nos primeiros dias de tratamento.

Por outro lado, em outros casos, é necessário um tempo maior para se alcançar os efeitos benéficos.

Quais os efeitos colaterais causados pelo divalproato de sódio?

Hepatotoxicidade (toxicidade no fígado)

Houve casos fatais de insuficiência do fígado em pacientes recebendo divalproato de sódio, usualmente durante os primeiros seis meses de tratamento. 

A Toxicidade no fígado grave ou fatal pode ser precedida por sintomas não específicos, como:

  • Mal-estar;
  • Fraqueza, (estado de apatia);
  • Inchaço facial;
  • Falta de apetite;
  • Vômito. 

Agravo de convulsões

Assim como outras drogas antiepilépticas, alguns pacientes ao invés de apresentar uma melhora no quadro convulsivo, podem apresentar uma piora reversível da frequência e severidade do quadro convulsivo (incluindo o estado epiléptico).

Além disso, o aparecimento de novos tipos de convulsões com divalproato de sódio pode surgir. Em caso de agravamento das convulsões, aconselha-se consultar o seu médico imediatamente.

Fertilidade

A administração de  divalproato de sódio pode afetar a fertilidade em homens como, por exemplo:

  • Redução da libido;
  • Problemas de ereção;
  • Ejaculação precoce.

Foram relatados casos que indicam que as disfunções relacionadas à fertilidade são reversíveis após a descontinuação do tratamento.

Amenorreia (ausência de menstruação), ovários policísticos e níveis de testosterona elevados foram relatados em mulheres. 

Quais os efeitos de tomar divalproato de sódio com outros remédios?

Topiramato 

Hipotermia pode ocorrer em pacientes utilizando topiramato e valproato em conjunto, após o início do tratamento com topiramato ou após o aumento da dose diária de topiramato. 

Deve ser considerada a interrupção do tratamento em pacientes que desenvolverem hipotermia, a qual pode se manifestar por uma variedade de anormalidades clínicas incluindo:

  • Letargia (estado de apatia);
  • Confusão;
  • Coma;
  • Alterações significativas em outros sistemas importantes como o cardiovascular e o respiratório. 

Contraceptivos 

Contraceptivos hormonais contendo estrogênio em associação com o divalproato podem deflagar aumento de crises epilépticas.

Assim, deve-se evitar a coadministração de tal anticonvulsivante com contraceptivos hormonais contendo estrogênio.

Riscos de toxicidade

Tais fármacos podem aumentar os níveis do divalproato, elevando os riscos de toxicidade:

  • Felbamato;
  • Rifampicina;
  • Ácido acetilsalicílico.

O que corta o efeito do divalproato de sódio?

Há uma série de medicamentos que podem cortar o efeito do divalproato de sódio, ou melhor, aumentar a sua depuração. Entre eles;

  • Fenitoína;
  • Carbamazepina;
  • Fenobarbital (ou primidona);
  • Antibióticos carbapenêmicos (ex., ertapenem, imipenem e meropenem);
  • Inibidores da protease como lopinavir e ritonavir;
  • Colestiramina.

Além disso, há pouco efeito na depuração do divalproato os antidepressivos.

Devido a essas alterações em sua depuração, a monitorização de suas concentrações e de medicamentos concomitantes deverá ser intensificada sempre que medicamentos indutores de enzimas forem introduzidos ou retirados. 

O divalproato de sódio pode gerar dependência?

Divalproato de sódio não causa dependência química, mas pode gerar sintomas de dependência psíquica que são sintomas causados pela falta do hábito da tomada da medicação.

As únicas medicações psicotrópicas que causam dependência química são as das seguintes classes:

  • Estimulantes (por exemplo, metilfenidato)
  • Benzodiazepínicos (como, por exemplo, o clonazepam).

Quais cuidados devo ter ao usar o divalproato de sódio?

  • Recomenda-se fazer contagem de plaquetas e realização de testes de coagulação antes de iniciar o tratamento e depois, periodicamente, pois pode haver alteração nas plaquetas e coagulação.
  • Não tome doses superiores às recomendadas pelo médico;
  • Não cesse o tratamento por conta própria – pode ser necessário descontinuação gradual.;
  • Evitar a ingestão de bebida alcoólica.
  • Cuidado ao dirigir ou executar tarefas que exijam atenção.
  • Supervisionar cuidadosamente pacientes com risco de suicídio. 

Alerta: mulher em idade procriativa deve usar método anticoncepcional seguro uma vez que o Valproato (ácido valpróico, Valproato de sódio e divalproato de sódio) pode provocar sérios danos ao feto, particularmente no primeiro trimestre de gravidez.

Quando interromper o tratamento do divalproato de sódio?

Alguns casos de uso do divalproato de sódio são contínuos.

Ou seja, uma vez que esse remédio serve para tratar doenças crônicas, o tratamento pode não ter um tempo para acabar.

De qualquer forma, é indispensável seguir todas as orientações do médico, o qual irá ajustar o tempo de tratamento e a maneira como será realizado o eventual desmame de forma individualizada.

Dúvidas Frequentes

  • O que fazer em caso de esquecer a tomada da dose?

Se você esquecer de tomar uma dose, tome-a assim que se lembrar. Entretanto, se estiver próximo do horário de tomar a próxima dose do medicamento, pule a dose esquecida. Não tome dois comprimidos de uma única vez para compensar a dose esquecida.

  • Qual a dose máxima do divalproato?

A dose máxima recomendada de divalproato para tratar mania e epilepsia é de 60 mg/kg/dia. No entanto, para casos de prevenção de enxaqueca doses de até 1000 mg por dia são bem toleradas.

  • Como deve ser feito o armazenamento do divalproato de sódio?

Este medicamento deve ser mantido em sua embalagem original. Conservar em temperatura ambiente (15-30ºC). Proteger da luz. Se armazenado nas condições indicadas, o medicamento se manterá próprio para consumo pelo prazo de validade impresso na embalagem externa.

Resumo

O divalproato de sódio é um anticonvulsivante que não serve para tratar somente casos de epilepsia, mas também prevenir crises de enxaqueca e estados de mania.

Todas as situações se beneficiam de uma terapia com profissional da saúde mental, uma vez que através dessas sessões compreende-se ferramentas importantes para a melhora da qualidade de vida.

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Referências

1)https://consultaremedios.com.br/divalproato-de-sodio/bula 

2)https://dam.abbott.com/pt-br/documents/pdfs/nossas-bulas/D/BU02_divalproato%20de%20s%C3%B3dio%20ER_Bula_Paciente_FINAL.pdf