Quando preciso procurar um psiquiatra?
O psiquiatra é um médico especialista em tratar transtornos mentais.
De fato, em algumas ocasiões esse profissional é imprescindível.
Afinal, a principal diferença entre psicólogo e psiquiatra é que este último pode prescrever medicações controladas cujo efeito ocorre no cérebro (os chamados psicotrópicos).
Hoje em dia, na situação de pandemia que vivemos, muitos psiquiatras estão oferecendo atendimento online.
Isso traz mais praticidade aos atendimentos e também permite que médico e paciente pratiquem o isolamento social, uma das medidas eficazes de contenção da disseminação do vírus Sars-Cov-2.
Basicamente é preciso recorrer ao psiquiatra em qualquer caso de transtorno mental, para averiguar a necessidade do uso de medicações.
Para saber mais sobre esse importante tema, confira o conteúdo deste artigo até o final.
Tenha uma ótima leitura!
O que trata um médico psiquiatra?
O médico psiquiatra trata os mais variados transtornos mentais.
Vale ressaltar que dentro da psiquiatria há várias subespecialidades cada qual aprofunda os conhecimentos em determinadas doenças mentais.
Por exemplo, há a psiquiatria infantil que é a subespecialidade que o psiquiatra pode seguir a fim de se aprofundar em doenças psiquiátricas como:
- Autismo – um espectro, ou seja, uma escala em que a criança tem dificuldades em algumas esferas como comunicação, desenvolvimento cognitivo, linguagem;
- Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) – criança possui dificuldade de foco que leva a ter mau desempenho da escola;
- Transtorno desafiador opositivo – doença na qual a criança desrespeita em excesso os pais, professores e se insere em conflitos com frequência, seja com colegas de idade, seja com adultos;
- Transtorno de conduta – uma condição que faz com que as crianças tendem a realizar atos ilícitos como furtos, maus tratos aos animais, sendo um fator de risco para desenvolvimento do transtorno de personalidade antissocial (popularmente conhecido como psicopatia).
Além disso, há psiquiatras que são especialistas em tratar doenças como:
- Questões de psicogeriatria, isto é, condições psiquiátricas que acometem os idosos
- Transtornos de dependência química (tabaco, álcool maconha, cocaína, crack, entre outras)
- Esquizofrenia – condição caracterizada por um distanciamento da realidade chamado psicose que pode ou não causar sintomas como alucinações e delírios
- Transtorno afetivo bipolar – caracterizado por uma fase altamente ativa denominada mania e, em alguns casos, nota-se uma fase depressiva;
- Entre outras.
De acordo com o médico psiquiatra, neurocientista, formador de terapeutas, escritor e palestrante Diogo Lara, a psiquiatria visa melhorar a vida do ser humano como um todo através de abordagens que cuidam da parte física, mental e emocional.
Quando uma pessoa precisa de um psiquiatra?
São inúmeros os casos em que o psiquiatra pode ajudar.
Hoje em dia, ao invés de procurar uma clínica psiquiatra, é possível realizar o atendimento online, através do qual as técnicas da psiquiatria são aplicadas em um ambiente virtual sem perder a eficácia.
Como dito anteriormente, todas as doenças psiquiátricas necessitam da avaliação de um psiquiatra a fim de saber se é necessário o uso de medicações de prescrição médica.
Além disso, algumas condições que aparentemente são mentais, podem ter relação puramente física.
Nesse sentido, para realizar o diagnóstico correto o psiquiatra solicita uma série de exames (sejam eles de imagem, laboratoriais, entre outros) a fim de diferenciar com precisão o que é um transtorno mental e o que é uma doença física.
Por exemplo, doenças físicas que podem ser confundidas com depressão são:
- Hipotireiodismo
- Fibromialgia
- Doença de Parkinson
Entre as principais questões que levam as pessoas a procurarem ajuda de um psiquiatra estão:
Transtornos de ansiedade
A ansiedade é quando pensamos excessivamente no futuro, naquilo que pode acontecer.
Até certo ponto a ansiedade é normal e até mesmo desejável, porque nos ajuda a planejar, organizar e realizar melhor aquilo que ocorrerá no futuro.
No entanto, quando a ansiedade começa a trazer sofrimentos (para a pessoa que sofre e/ou para aqueles que convivem com ela) no dia a dia é preciso procurar ajuda de um psiquiatra.
Alguns dos sintomas da ansiedade exacerbada são, por exemplo:
- Irritabilidade
- Alterações no sono
- Crises de pânico
- Medo exacerbado
Depressão
A depressão é chamada por muitos de “O mal do século”.
Afinal, essa é uma das doenças psiquiátricas com maior prevalência ao redor do mundo.
Por isso, muito do trabalho do psiquiatra envolve em ofertar o melhor tratamento para a depressão em cada caso.
Nesse contexto, vale ressaltar que cada quadro é único, respondendo a certas medicações e períodos específicos de tratamento.
Ou seja, não há uma “receita de bolo” que o psiquiatra usa para tratar os casos de depressão.
Transtornos psicóticos
Entre o principal transtorno psicótico, em que a o distanciamento da realidade, está a esquizofrenia.
Esta condição exige o tratamento por um psiquiatra, uma vez que este profissional é o único dentro da saúde mental que pode prescrever as medicações chamadas de antipsicóticos, consideradas primeira linha terapêutica da esquizofrenia e de vários outros transtornos psicóticos.
Problemas com o sono
Muitos dos problemas com o sono possuem um fundo de ansiedade excessiva como causa.
Por isso, procurar um psiquiatra é importante ao ter dificuldade para pegar no sono e/ou despertares frequentes.
Assim, o psiquiatra pode receitar remédios que ajudam na indução do descanso ou que até mesmo melhoram a qualidade do sono.
Mudanças de humor
Todos nós temos mudanças de humor.
Afinal, há dias que estamos felizes, dias que estamos tristes.
Isso é plenamente normal.
No entanto, em alguns casos, essas modificações ocorrem de maneira súbita e intensa, prejudicando as relações e colocando a pessoa que sofre disso em riscos.
Pode ser que mudanças repentinas de humor indiquem um quadro de transtorno afetivo bipolar no qual as pessoas podem se envolver em comportamentos sexuais perigosos (sem proteção), gastos financeiros descabidos e vivências que colocam a vida da pessoa em risco (dirigir em alta velocidade, arrumar confusões).
Além disso, as mudanças de humor podem indicar o chamado Transtorno de Personalidade Borderline que acomete principalmente as mulheres e faz com que elas possuam um humor instável, o que dificulta o estabelecimento de relações sólidas e duradouras.
Períodos de apatia
As causas para alguém estar apático ou apática podem ser as mais diversas.
Quando a apatia se confunde com o que se chama no jargão da saúde mental “anedonia” – que é basicamente a falta de prazer em atividades antes satisfatórias – pode ser que se esteja diante de um quadro de depressão.
No entanto, como dito antes, a apatia pode ter relação não só com doenças psiquiátricas, mas também com condições físicas.
Nada melhor que procurar uma clínica psiquiátrica para realizar essa distinção da melhor maneira.
Qual a diferença entre psicólogo e psiquiatra?
Antes de entender a diferença entre psicólogo e psiquiatra é preciso entender com profundidade o que é a psiquiatria.
A psiquiatria é uma especialidade médica cujo título pode ser obtido de duas maneiras, após a graduação em medicina que dura 6 anos:
→ Realizar a residência médica em psiquiatria que dura 3 anos (a carga horária de trabalho é intensa e o estudante recebe bolsa)
→ Fazer uma pós-graduação em psiquiatria que geralmente dura 1 ano e é realizada aos finais de semana e é paga pelo estudante – após esse ano, realiza-se a prova para conseguir o título em psiquiatria.
Agora que você compreendeu o que é a psiquiatria, naturalmente quer saber a diferença entre o psiquiatra e o psicólogo.
Embora algumas pessoas imaginem que psiquiatria e psicologia sejam a mesma coisa, trata-se de áreas bastante diferentes.
A psicologia é um curso de graduação que dura de 5 a 6 anos (a depender da universidade) que capacita o profissional a realizar psicoterapias, que são sessões nas quais se orienta o paciente a fim de otimizar a saúde mental.
Por outro lado, como foi visto, o psiquiatra é um médico que fez 6 anos do curso de graduação em medicina, mais os 3 anos de residência (ou 1 ano de pós-graduação).
A maior diferença entre o psicólogo e o psiquiatra é que este pode prescrever medicamentos controlados e o primeiro pode realizar psicoterapia.
Embora o psiquiatra que se forma por meio da residência médica possa optar por um 4º ano de residência em psicoterapia, a maioria dos psiquiatras não realizam terapia.
Lista de doenças que um psiquiatra pode tratar
Há uma infinidade de doenças que o psiquiatra pode tratar.
Vale lembrar que o psiquiatra não se trata somente de doenças psiquiátricas, mas todas as doenças físicas que podem deflagrar transtornos mentais. Afinal, o psiquiatra é, antes de tudo, médico generalista.
Assim, entre as principais doenças que o psiquiatra pode tratar estão os seguintes transtornos:
- Depressivos (transtorno depressivo maior, depressão pós-parto, baby blues, depressão sazonal);
- De ansiedade (transtorno de ansiedade generalizada – TAG, transtorno do pânico, transtorno do estresse pós-traumático – TEPT, transtorno obsessivo-compulsivo – TOC, fobias específicas, fobia social);
- Psicóticos (esquizofrenia, transtorno psicótico breve, transtorno afetivo bipolar…);
- De personalidade (borderline, esquizoide, esquizotípica, antissocial, narcisista…);
- Ligados à psiquiatria infantil (autismo, TDAH, transtorno de conduta, transtorno desafiador opositor);
- Psiquiátricos geriátricos (demência, Doença de Alzheimer, Doença de Parkinson);
- Alimentares (bulimia nervosa, anorexia nervosa, transtorno da compulsão alimentar periódica);
- Dissociativos;
- Entre outros.
Como é um tratamento com psiquiatra?
Embora o tratamento com o psiquiatra seja muito variável a depender da abordagem de cada profissional e dos principais transtornos que cada um é especialista, alguns pontos do tratamento com psiquiatra são comuns:
Em primeiro lugar, realiza-se uma consulta mais demorada, de aproximadamente duas horas, em que a história de vida de cada paciente é minuciosamente avaliada.
Alguns profissionais optam por enviar um checklist com uma série de perguntas para serem respondidas antes da 1ª consulta.
Após essa 1ª consulta o psiquiatra pode prescrever medicações, pedir exames e realizar encaminhamentos.
Após cerca de 1 ou 2 meses, o paciente retorna ao psiquiatra para relatar o progresso do tratamento, efeitos colaterais das medicações e, assim, o profissional realiza os ajustes necessários para otimizar a melhora de cada pessoa.
Apesar do psiquiatra e do psicólogo serem profissionais diferentes, a atuação deles se dá de forma conjunta, pois o trabalho de um complementa o do outro.
Por isso, na maioria dos tratamentos com psiquiatra, o paciente é encaminhado para um serviço de psicoterapia para melhorar os resultados terapêuticos.
Como saber se o psiquiatra é bom?
Há várias maneiras de saber se um psiquiatra é bom.
Antes de consultar um profissional, busque saber alguns dos seguintes pontos:
Registro de processos
Infelizmente, alguns profissionais já se envolveram em alguns processos jurídicos.
Apesar de muitas vezes não serem culpados, é importante verificar esse aspecto, pois cuidar da saúde mental é algo muito delicado.
Avaliações na internet
Hoje em dia, a internet, além de ajudar a aliviar a solidão derivada deste tempo de pandemia, auxilia também a encontrar excelentes profissionais.
Você pode conferir as avaliações de psiquiatras no Google Meu Negócio, Doctoralia ou até mesmo acompanhando os comentários nas redes sociais.
Indicações com pessoas da sua confiança
Nada melhor que encontrar um psiquiatra que tenha boas referências de pessoas que confiamos.
Vale destacar que se você possui um familiar de primeiro grau com algum transtorno mental que foi tratado adequadamente por um psiquiatra você pode procurá-lo.
Isso sobretudo se você passar a ter os mesmos sintomas de tal transtorno, vale a pena procurar o mesmo profissional, pois ele levará os tratamentos prévios em consideração na hora de prescrever o seu.
Verificar o currículo
A formação do profissional da psiquiatria diz muito sobre a competência técnica dele.
Por isso, verifique se ele tem o hábito de participar de congressos e realizar cursos para se manter sempre atualizado.
Além disso, procure saber em qual instituição ele se formou como médico e depois como especialista (se ele fez residência em detrimento de pós-graduação certamente é um profissional que teve mais vivências no período anterior à obtenção do título de especialista).
Como a terapia pode complementar o tratamento com um psiquiatra?
De fato, a terapia é uma grande aliada da atuação do psiquiatra.
Porque, enquanto o psiquiatra atua prescrevendo medicações que vão estabilizar biologicamente o sofrimento de cada paciente, a terapia atua na psique, agindo profundamente na questão geradora da angústia.
O tratamento com psiquiatra antes da terapia é indispensável sobretudo para os casos em que há maior sofrimento.
Por exemplo, alguém que está em uma crise de mania, que é o estado eufórico do transtorno bipolar, precisa primeiramente passar por um psiquiatra que irá prescrever os fármacos específicos para aliviar o sofrimento.
Uma vez estabilizado o quadro, é fundamental que o paciente busque ajuda da terapia para que possa aumentar o autoconhecimento e assim reconhecer questões externas e internas que geram conflitos e dificuldades.
Portanto, a psicologia e a psiquiatra são grandes irmãs que andam lado a lado para promover a saúde mental das pessoas!
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Rui Brandão é médico, com experiência em Portugal, Brasil e Estados Unidos da América, e mestre em Administração pela FGV em São Paulo. Hoje é CEO & Co-fundador do Zenklub, plataforma de saúde emocional e desenvolvimento pessoal que oferece conteúdos, profissionais e ferramentas especializadas para mais de 1.5 milhões de pessoas no Brasil.