Diante do cenário pandêmico que passamos a enfrentar no início de 2020 e por consequência veio o isolamento social, muitas empresas se viram obrigadas a adotar o método de trabalho home office. Por isso, muitos acreditaram até mesmo que a volta ao trabalho presencial não seria mais uma realidade.

Porém, após dois anos seguindo com as medidas de segurança, a vacinação e a diminuição de contaminados pelo Covid-19, a volta ao trabalho presencial já está acontecendo na maioria das empresas. Mas, para muitos funcionários, isso está causando um desconforto.

Mas afinal, já estamos prontos para retornar a nossa antiga rotina e voltar ao trabalho presencial? Abaixo vamos falar como esse retorno está sendo visto e a maneira com a qual está afetando a todos.

Cenário pandêmico gera receio nos colaboradores

O Covid-19 é uma doença infecciosa que, de maneira resumida, se transmite através do contato e do ar. Dessa forma, se espalha com rapidez, se tornando a grande pandemia que vivemos, afetando todos de forma significativa e trazendo grandes danos à sociedade. 

No primeiro momento, como ainda não sabíamos com o que estávamos lidando, o distanciamento social se tornou a maneira encontrada para tentar conter essa doença. 

Muitas empresas tiveram que fechar as portas, deixando milhares de desempregados. Mas os empreendedores que conseguiram manter seu negócio e por consequência manter seus funcionários, precisaram se adaptar. 

Durante dois anos o home office se tornou a realidade dos funcionários, o que tem seus pontos positivos e negativos, pois além do conforto de se trabalhar de casa, trouxe a economia de tempo e de despesas que seriam gastos com transporte e alimentação. 

Mas após esses dois anos, com a vacinação e as medidas protetivas necessárias, muitos empregadores estão pedindo para que seus funcionários retornem ao trabalho presencial. Há quem goste e está sentindo falta do ambiente presencial, mas também é algo que não está sendo muito bem aceito por todos.

Mesmo com as doses exigidas da vacina, o uso de máscaras e álcool gel e o distanciamento social, essa doença ainda está entre nós e afetando muitos, o que pode gerar muita insegurança.

Exame e vacinação podem ser exigências?

De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), a vacinação é uma medida de proteção coletiva, portanto é um dever do funcionário, uma vez que ele divide o local de trabalho com outros colegas.

O Ministério do Trabalho e Previdência publicou uma nova portaria que proíbe as empresas de exigirem o comprovante de vacinação contra a Covid-19 no momento da contratação, demissão ou manutenção de cargo.

Como essa publicação não tem status de lei, essa decisão não impõe nenhuma obrigação a ser cumprida pelas empresas.

Sendo assim, as empresas possuem total liberdade para determinar quais protocolos irão adotar para efetivar o retorno de seus funcionários ao trabalho presencial.

Mas é importante deixar claro que apenas aqueles funcionários que não se encaixam no grupo de risco da Covid-19, podem voltar ao trabalho presencial.

Porém, para isso as empresas precisam respeitar os protocolos que foram estabelecidos pelo Ministério da Saúde e da Economia e Secretaria Especial da Previdência e Trabalho. Sendo eles:

  • Ação para identificação dos funcionários com sintomas da Covid-19 para afastamento;
  •  Disponibilizar informações e protocolos;
  •  Instruções sobre higienização;
  •  Promoção da vacinação;
  •  Medidas preventivas, nos locais de trabalho.

Quando o funcionário é obrigado a voltar ao presencial?

Após as empresas se verem em um cenário onde precisam se adaptar ao home office, prática que muitas não tinham, elas puderam observar que seria sim possível manter o desempenho e cumprir a demanda de trabalho à distância.

Porém, muitas empresas estão retornando ao trabalho presencial novamente, e muitos funcionários estão tendo que encarar a volta ao presencial. Mas essa obrigação só é válida quando o funcionário não faz parte do grupo de risco da Covid-19.

Fazem parte do grupo de risco às pessoas portadoras de doenças crônicas como diabetes, hipertensão, asma, doença pulmonar, fumantes, pessoas com 60 anos ou mais, gestantes e puérperas.

E se ele se recusar?

O funcionário deve seguir as normas estabelecidas pela empresa onde trabalha. Se a empresa exigir seu retorno, o funcionário deve retornar.

Mas como mencionado acima, aquele funcionário que se enquadra no grupo de risco, por lei tem o direito de manter o home office, porém é necessário que ele comprove a empresa com laudos médicos.

Direitos e deveres

A Covid-19 chegou de maneira rápida e assustadora, pegando a maioria de surpresa, causando grande impacto não só na vida pessoal, como também na profissional de todos.

Nesse período de pandemia, sabemos que muitas empresas fecharam as portas e muitos profissionais ficaram desempregados. Porém, aqueles que conseguiram manter seus empregos, sentiram-se cada vez mais inseguros. 

Com a incerteza se amanhã estariam empregados, muitas pessoas tiveram sua saúde mental afetada, desenvolvendo depressão, ansiedade entre outros distúrbios que colocam em jogo o psicológico. 

Da mesma forma que cuidamos do nosso físico, a saúde mental também precisa de atenção, principalmente neste período de pandemia que estamos enfrentando, onde muitos tiveram grandes perdas. 

Diante desse cenário, sabemos que tanto as empresas como os funcionários possuem seus direitos e deveres a serem exercidos, por isso abaixo iremos abordar essas questões mais detalhes.

Do trabalhador

Vivemos em tempos de incertezas, principalmente quando se trata de trabalho, e hoje o que os funcionários mais precisam é de um ambiente saudável, afinal o trabalho é o local no qual as pessoas passam maior parte do seu dia. 

Embora isso seja uma responsabilidade do empregador, sabemos que os funcionários além de possuírem direitos, também possuem deveres a serem cumpridos. 

Então vamos deixar claro alguns direitos e deveres que o trabalhador possui.

Direitos:

  • Ambiente de trabalho seguro;
  • Afastamento remunerado;
  • Estabilidade empregatícia;
  • Auxílio-doença do INSS caso o afastamento exceda 15 dias;
  • Direito a acompanhamento médico periódico no trabalho.

Deveres:

  • Buscar ajuda dentro e fora da empresa;
  • Respeitar seus limites;
  • Ser transparente com a empresa;
  • Se sentir abertura, compartilhe com outros colegas o que está sentindo, talvez eles também estejam na mesma situação. 

Do empregador

Como falamos dos funcionários, não podemos deixar de falar também do empregador, que tem por obrigação zelar por seus funcionários, afinal eles são fundamentais para a empresa.

Por isso é importante que o empregador tenha ciência dos seus direitos, mas principalmente dos deveres com seus colaboradores. 

Listamos alguns direitos e deveres que o empregador possui. 

Direitos:

  • Avaliar e entender o que é melhor para a empresa,
  •  Exigir o cumprimento da carga horária acordada;
  •  Exigir sigilo das informações;   

Deveres:

  • Proporcionar intervalos para descanso/almoço e férias;
  • Afastar o colaborador se necessário, com problemas de saúde mental.
  • Acompanhar o colaborador com sintomas de transtornos mentais;
  • Encaminhar e auxiliar o colaborador que precisar de tratamento psicológico.
  • Evitar jornadas de trabalho muito longas e exaustivas.

Desafios do retorno ao trabalho

Agora que tudo está voltando ao “normal” ou ao “novo normal” como muitos dizem, as empresas e os colaboradores estão se adequando a novos métodos de trabalho. 

Como sabemos, muitas empresas já estão exigindo o retorno de seus funcionários, porém diante do cenário do qual enfrentamos, esse retorno precisa ser bem planejado para que aconteça da melhor forma possível. 

A insegurança e tensão de se contaminar com a Covid-19 ainda existe, embora grande parte da população já esteja vacinada.

Sabendo que o retorno ao trabalho presencial é uma realidade, é comum que além da insegurança os funcionários sintam ansiedade, estresse, dificuldades para dormir, afinal, ainda temos que lidar com a existência desse vírus. Isso pode afetar diretamente a motivação no trabalho.

É importante ressaltar que para lidar com esse medo e insegurança da melhor forma, é necessário que se tenha em mente pontos positivos de se voltar ao trabalho presencial e que com a proteção correta o risco de contaminação diminui. 

Medidas de segurança que podem ser implementadas

A volta ao trabalho presencial é cercada de incertezas e muita insegurança da parte dos funcionários. 

Mas, para que esse retorno aconteça é extremamente importante que a empresa siga todos os protocolos sanitários determinados na Portaria Conjunta Nº 20, DE 18 DE JUNHO DE 2020. 

A empresa deve deixar bem claro e disponível todas as orientações e protocolos a serem seguidos pelos funcionários, e para que possa ter um bom convívio. Além disso, para que não ocorra a transmissão da doença, é de bom tom que sejam todos cumpridos. 

Abaixo vamos citar medidas que podem e devem ser adotadas pela empresa.

Disponibilizar e utilizar equipamentos de proteção

O uso de máscaras em ambientes fechados é obrigatório, porém, não é obrigatório que a empresa disponibilize para seus funcionários. No entanto, é preciso que haja avisos informando sobre o uso da máscara.

Álcool em gel 70% que também é uma forma eficaz de proteção e, é de bom tom que sejam espalhados pela empresa dispensers com o produto.

Divulgar protocolos e orientações

É muito importante que a empresa divulgue para seus funcionários as medidas que ela irá adotar e que deverão ser seguidas, para que o retorno ao trabalho presencial seja possível.

Enviar newsletter com orientações e informações, espalhar posters pela empresa, disponibilizar treinamentos e palestras, realizar a promoção da vacinação, todas essas ações fazem a diferença.

Distanciamento

A adequação do ambiente físico para a segurança dos funcionários é de extrema importância. Sinalizar no chão o distanciamento correto entre as pessoas, separar as mesas de trabalho por no mínimo 1 metro ou por divisórias acrílicas.

Evitar o uso do ar-condicionado e se possível manter portas e janelas abertas para que o ar possa circular, deixar claro que é necessário evitar o contato físico como abraços e aperto de mãos.

Trabalho presencial, híbrido e teletrabalho: vantagens e desvantagens

Durante a pandemia, as empresas precisaram se adaptar a uma nova rotina com o trabalho home office e grande parte delas, puderam observar que o rendimento de seus funcionários e qualidade do trabalho se mantiveram e alguns até aumentaram. 

Algumas empresas estão adotando 100% o teletrabalho, mas outras decidiram optar pelo retorno ao trabalho presencial ou pelo modelo de trabalho híbrido.

Abaixo veremos como funciona cada modelo de trabalho e quais suas vantagens e desvantagens.

Trabalho presencial

Começamos com o trabalho presencial, o próprio nome já é autoexplicativo, quer dizer que o funcionário vai até a empresa para cumprir sua jornada de trabalho.

Vantagens:

  • Tem o horário de trabalho bem definido;
  • Mais facilidade para a resolução de problemas;
  • Socialização com outros colegas.

Desvantagens:

  • Aumento de gastos.
  • Ter que se adaptar novamente à antiga rotina.
  • Pode afetar a qualidade de vida. 

Trabalho híbrido

É o modelo de trabalho que intercala a jornada entre presencial e home office.

Permite uma flexibilidade aos colaboradores para que além de vivenciar a rotina dentro da empresa, eles também tenham a possibilidade de trabalhar no conforto de sua casa ou local que achar melhor.

Porém, esse modelo de trabalho possui suas vantagens e desvantagens e abaixo citaremos algumas delas. 

Vantagens:

  • Não precisar se deslocar todos os dias até a empresa;
  • Otimização do tempo;
  • Mais tempo em contato com a família; 

Desvantagens:

  • Saber se expressar e comunicar de forma clara;
  • Dificuldade de adaptação, pois tem quem prefira estar na empresa todos os dias;
  • Ter disciplina; 

Teletrabalho

Também conhecido como home office, o teletrabalho permite que o funcionário desempenhe suas atividades fora da empresa onde ele tenha facilmente acesso a internet. Mas, é necessário que os colaboradores tenham apoio de seus líderes, com muita organização para evitar o desânimo

Vantagens:

  • Redução de gastos
  • Maior disponibilidade de tempo
  • Redução de estresse e aumento de bem-estar

Desvantagens:

  • Dificuldade em separar vida profissional da vida pessoal
  • Privação do contato direto com os colegas
  • Falta de disciplina

Como lidar com o retorno ao trabalho?

O home office foi a forma encontrada para que as empresas conseguissem cumprir o distanciamento social e não fechassem as portas no período da pandemia.

Mas com o avanço da vacinação, a grande maioria das empresas estão solicitando o retorno de seus funcionários ao trabalho presencial, porém, nem todos já se sentem confortáveis para retornar.

Como cada empresa tem sua política, é muito importante que o funcionário tenha ciência de que esse retorno é necessário.

Para lidar com esse retorno com mais facilidade, é legal que o funcionário estabeleça algumas mudanças antes de voltar à rotina do trabalho presencial, como por exemplo, voltar a acordar no mesmo horário que acordava quando era necessário ir até a empresa.

Com isso, podemos dizer que, da mesma forma que o home office possui pontos positivos, a volta ao trabalho presencial também possui. Abaixo iremos te mostrar alguns exemplos:

1.     Interação social

Um bate-papo breve com um café, horário de almoço mais descontraído, momentos que com o distanciamento social foram impossíveis de acontecer.

2.     Horários estabelecidos

Ter o momento certo para o cafezinho, o horário de almoço que por sua vez quando se está de home office, pode ser ou não cumprido, horário correto para parar de trabalhar.

3.     Estrutura de trabalho adequada

Ter um espaço adequado para trabalhar, uma mesa com a estrutura correta, é de extrema importância para o desempenho do funcionário. Sabemos que geralmente o funcionário não possui a estrutura correta em casa e acaba trabalhando na mesa de jantar, no sofá da sala ou até mesmo sentado na cama, o que não é legal.

É possível manter a saúde mental na volta ao trabalho presencial?

Como já sabemos, ainda estamos convivendo com o vírus da Covid-19, o que ainda causa muita insegurança na população, afinal se o vírus ainda existe, então existe a possibilidade de contaminação.

Vale lembrar que pequenas atitudes como continuar fazendo o uso de máscaras, álcool gel 70%, manter o distanciamento necessário, faz toda diferença.

É importante que o funcionário tenha em mente os aspectos positivos de se retornar ao trabalho presencial, identificar como essa mudança pode ajudar em sua evolução e tentar não pensar em pontos negativos.

Mas, também vale lembrar que grandes mudanças como essa não são fáceis para todos, e a ajuda de um psicólogo online pode facilitar esse processo de adaptação. O Zenklub é uma plataforma com diversos especialistas em desenvolvimento pessoal e bem-estar emocional que podem te ajudar a qualquer momento e de qualquer lugar.

Conclusão

Tanto os colaboradores quanto o time de Recursos Humanos sabem que é importante que o processo de volta ao trabalho presencial seja bem planejado e feito com cuidados. Cuidar da saúde mental e emocional dos colaboradores é fundamental para o sucesso da empresa.

Mas, sabemos que garantir a qualidade desses processos e cuidados com os profissionais podem ser um grande desafio. Por isso, contar com a ajuda de uma equipe variada de profissionais como psicólogos, terapeutas e coaches pode facilitar essa jornada. 

Investir em autoconhecimento dentro da sua empresa garante retorno em bem-estar, qualidade de vida e financeiro para todos. Ganhe em performance e impulsione os resultados da sua empresa investindo em gestão de saúde emocional com o Zenklub.

COMECE AGORA.

Referências

Portaria Conjunta Nº 20, DE 18 DE JUNHO DE 2020. Acesso dia 17/03/2022 no link https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-conjunta-n-20-de-18-de-junho-de-2020-262408085 

Ministério da Saúde (Brasil). (2020b). Saúde mental e atenção psicossocial na COVID-19: um guia para gestores Fiocruz.

Conselho Regional de Psicologia do Paraná. (2020). Nota técnica CRP-PR nº 001/2020. Orienta a(o) Psicóloga(o) sobre o atendimento psicológico nas políticas públicas e instituições privadas, diante da pandemia do COVID-19