A gravidez psicológica (também conhecida como pseudociese), embora rara, é uma realidade.

Tal condição pode chegar ao extremo em que a mulher chega ao pronto socorro obstétrico com sinais claros de trabalho de parto e é submetida a uma cesariana sem na verdade ter um bebê.

Em 2013, uma mulher foi operada no Rio de Janeiro ao chegar no pronto-socorro apresentando sinais claros de trabalho de parto. Ao tentar retirar o bebê, a surpresa dos médicos: não havia uma gestação real…

Para descobrir mais sobre o interessante tema da gravidez psicológica, continue com a gente!

É possível ter gravidez psicológica?

Sim! Embora seja uma condição rara, a gravidez psicológica pode sim existir.

Estima-se que uma em cada 22 mil gestações não seja real. Estamos falando da pseudociese, o nome científico para a gravidez psicológica.

Este problema afeta principalmente mulheres que enfrentam um forte impacto emocional relacionado com a gestação como, por exemplo, a dificuldade para ter filhos ou o medo intenso relacionado à gravidez.

Por exemplo, o estresse na gravidez é uma angústia que faz muitas mulheres terem medo da gestação. 

O mais importante aqui é esclarecer que a mulher com gravidez psicológica tem sintomas reais, isto é, que são sentidos no próprio corpo.

Assim, não se trata de um “fingimento”. Julgamentos nesta fase irão prejudicar a saúde mental da mulher que enfrenta a questão.

Como saber se estou tendo uma gravidez psicológica?

Nem todo mundo sabe, mas a mente e o corpo estão intrinsecamente conectados.

Tal união se reflete a ponto de o que se pensa gerar sintomas físicos.

Ou seja, a gravidez psicológica pode sim gerar impactos no próprio corpo da mulher.

Nesse sentido, há uma série de sintomas que podem indicar a presença de uma gravidez psicológica, entre eles:

  • Ausência de menstruação;
  • Náuseas e enjoos matinais;
  • Desejos alimentares;
  • Ganho de peso;
  • Sonolência;
  • Aumento do volume abdominal;
  • Crescimento das mamas;
  • Seios doloridos;
  • Sentir “movimentos do bebê”;
  • Produção de leite nas mamas;
  • Aumento do apetite.

Como se pode notar, a gravidez psicológica atrasa até mesmo a menstruação, o que exige atenção para o reconhecimento dela.

No entanto, embora a gravidez psicológica tenha sintomas semelhantes a uma gestação real, há diferenças como, por exemplo, o exame beta-HCG negativo em casos de gravidez psicológica.

Quais são as causas de uma gravidez psicológica?

A gravidez psicológica tem, assim como a maior parte dos transtornos da mente (como, por exemplo, a depressão), uma causa multifatorial.

Isto é, o motivo pelo qual surgem os sintomas de gravidez psicológica envolve, na maioria dos casos, fatores:

  • Biológicos (como, por exemplo, alterações hormonais);
  • Psíquicos;
  • Sociais.

No entanto, há expressiva relação de gravidez psicológica em mulheres que:

  • Desejam muito engravidar e encontram dificuldades para isso;
  • Tiverem várias perdas gestacionais;
  • Perderam um filho;
  • Apresentam outros transtornos psíquicos (por exemplo, depressão nas mulheres);
  • Sofreram abusos sexuais;
  • Têm um grande receio de engravidar, como acontece durante a adolescência, por exemplo.

Quanto tempo dura uma gravidez psicológica?

O tempo de duração de uma gravidez psicológica varia de caso a caso.

Por exemplo, alguns casos podem ser esclarecidos em poucas semanas, após a realização do teste beta HCG, que dá negativo em casos de gravidez psicológica.

No entanto, os casos podem se perdurar até os tradicionais 9 meses quando há uma somatória de fatores, entre eles:

  • Teste de gravidez (de farmácia) dá um falso positivo, ou seja, o resultado é como se a mulher estivesse grávida, mas não está;
  • A “gestante” não tem acesso ou não procura um serviço de pré-natal (o recomendado são no mínimo 6 consultas).

Assim, em casos extremos, a mulher pode ser submetida a uma cirurgia e a obstetra que está realizando a cesariana pode se deparar com um útero completamente vazio!

O que faz a barriga crescer na gravidez psicológica?

Como a mulher que sofre de gravidez psicológica vivencia uma “cascata” de emoções, ela pode ter alterações em seus hormônios.

Isso, por sua vez, suscita sintomas físicos como, por exemplo, o crescimento da barriga.

Nesse caso, um hormônio chamado prolactina pode distender o intestino e fazer a barriga parecer maior.

Além disso, esse mesmo hormônio pode até fazer o seio produzir leite.

Como tratar uma gravidez psicológica

Como a gravidez psicológica é uma condição complexa, ela exige um tratamento de vários profissionais da saúde, entre eles:

Ginecologista

Geralmente é ele quem irá fazer o diagnóstico da questão.

O mais importante é que todas as mulheres que apresentarem sintomas de gravidez procurem uma ginecologista que irá solicitar os exames essenciais do pré-natal.

Um desses exames é o ultrassom para verificar o tamanho e uma série de informações sobre o bebê.

O ultrassom irá mostrar que não há gestação uterina, mas não “bate o martelo” de que se trata de uma gravidez psicológica.

Nesse sentido, são solicitados outros exames de imagem para ter certeza de que não se trata de um caso (também raro) de gravidez extrauterina. 

Excluída essa possibilidade, o ginecologista orientará o melhor tratamento para a gravidez psicológica, podendo passar uma medicação para estabilizar o ciclo menstrual, por exemplo.

Endocrinologista

Em casos nos quais a gravidez psicológica envolve grandes alterações hormonais, o ginecologista pode solicitar o auxílio do endócrino.

Este profissional é especialista em restabelecer os níveis fisiológicos de hormônios do corpo.

Assim, além de evitar uma nova gravidez psicológica, o tratamento endocrinológico melhora a qualidade de vida da paciente, uma vez que os hormônios são fatores importantes do bem-estar.

Terapia

De fato, não há profissional mais importante para tratar a gravidez psicológica que o próprio terapeuta.

Por meio das sessões de terapia a mulher irá compreender melhor quais foram os fatores causadores da condição, bem como conseguirá lidar com as expectativas frustradas e outras angústias que possam estar presentes.

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