A Síndrome do Impostor, também conhecida como Fenômeno do Impostor ou Síndrome da Fraude foi descrita pela primeira vez no final dos anos 70 pelas psicólogas americanas Pauline Rose Clance e Suzanne Imes. O aspecto primordial na identificação de uma pessoa que convive com ela está na incapacidade de internalizar e reconhecer suas vitórias e conquistas – ainda que existam evidências reais para tal.

O sentimento de inadequação também faz parte do quadro, bem como a sensação de que outras pessoas vão “desmascarar” o indíviduo, que ele será descoberto como uma fraude, uma farsa. Segundo Clance e Imes, as pessoas, geralmente bem sucedidas, possuem uma dolorosa consciência das suas fraquezas, o que os faz valorizar em demasia os pontos fortes das outras pessoas e entrar na armadilha da comparação.

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Conheça os sinais da Síndrome de Impostor

Perfeccionismo extremo

Se o perfeccionista é aquele que sente constante insatisfação com seu desempenho e dúvida da qualidade do seu trabalho, podemos traçar um paralelo e incluir alguns deles, no hall de indivíduos que sofre com a Síndrome do Impostor. A fantasia por trás desse ideal de perfeição, é a de que se fizerem o que deve ser feito, e fizerem com maestria, terão conquistado alguma parcela de bem estar em relação às suas conquistas.

Excesso ou contenção de tarefas

A pessoa acredita que todos ao seu redor são mais inteligentes e possuem mais competências e habilidades em todas as áreas. Dessa forma, dificilmente sente que está suficientemente preparada para uma apresentação, entrega de projeto, etc. Uma forma de evitar esse sentimento, é se doar 140% em tudo o que faz, sobretudo ao trabalho, para que ninguém descubra inaptidões escondidas. Neste caso, a crença é a de que quanto mais sucesso e prestígio, menores são as chances de que a revelem como uma fraude.

O contrário é inversamente proporcional, já que, ao fazer coisas de menos, a chance de falha, escorregão, erro ou equívoco diminui. Os outros vão pensar que foi por preguiça e não por incapacidade, que é justamente o ponto central da emoção no Fenômeno do Impostor. Além disso, quando não temos elementos suficientes para emitir um julgamento, melhor a chance de ser julgado.

Dificuldade em receber elogios

Como consequência dos itens 1 e 2, o indivíduo tem uma grande barreira para aceitar elogios de forma natural e genuína. Ele atribui qualquer aspecto que o torne passível de recebê-los como obra do acaso, ajuda externa ou sorte. Ele não merece.

Ciclo da autossabotagem

O medo da exposição é tão grande que sistematicamente se inicia o ciclo da autosabotagem e do boicote a si mesmo, camuflando uma ansiedade generalizada enorme – a pessoa passa então a fazer coisas que minam a sua capacidade de sucesso. Procrastinação, não terminar projetos, não se preparar para ocasiões importantes, chegar atrasado, dentre outros.

 Os principais tipos de síndrome de impostor:

O perfeccionista

Como já falei acima, o perfeccionismo e a síndrome do impostor geralmente andam de mãos dadas. Pense nisso: os perfeccionistas estabelecem metas excessivamente altas para si mesmos e, quando não atingem uma meta, sentem uma grande dúvida e se preocupam com a medição. 

A supermulher / superhomem

Como as pessoas que vivenciam esse fenômeno estão convencidas de que são falsas entre os colegas, elas geralmente se esforçam para trabalhar mais e com mais afinco. Mas isso é apenas um falso encobrimento de suas inseguranças, e a sobrecarga de trabalho pode prejudicar não apenas sua própria saúde mental, mas também suas relações com os outros.

Os workaholics impostores são realmente viciados na validação que vem do trabalho, não no trabalho em si. Comece a treinar para se desviar da validação externa.

O gênio natural

As pessoas que lutam contra isso, que também são “gênios” naturais, julgam o sucesso com base em suas habilidades em oposição aos seus esforços. Em outras palavras, se eles têm que trabalhar duro em alguma coisa, eles assumem que devem ser ruins nisso.

Esses tipos de impostores colocam sua barra interna incrivelmente alta, assim como os perfeccionistas. Mas os tipos de gênios naturais não se julgam apenas com base em expectativas ridículas, eles também se julgam baseados em fazer as coisas certas na primeira tentativa. Quando eles não conseguem fazer algo rápido ou fluentemente, o alarme soa.

O individualista robusto

Essas pessoas sentem como se pedir ajuda revela sua falsidade, é o que Young chama de individualistas robustos. Não há problema em ser independente, mas não na medida em que você recusa assistência para que possa provar seu valor.

O especialista

As pessoas que se enquadram nesse tipo de competência podem sentir que, de alguma forma, enganaram seu empregador para contratá-las. Eles temem profundamente serem expostos como inexperientes ou desconhecidos.

Como lidar com a síndrome do impostor?

O primeiro passo é identificar que você é um portador da Síndrome do Impostor. Examinar seus pensamentos e ações e ficar consciente deles é essencial para trabalhar os aspectos seguintes. O caminho mais indicado em seguida, é fortalecer sua autoestima.

Isso diminuirá o medo e a tendência a auto críticas excessivas e anulação de si. Contribuir com um grupo de estudos, por exemplo, pode ajudá-lo a sair da comparação com aqueles que sabem mais, e a reconhecer o caminho traçado junto com tudo o que você tem para compartilhar.

Listar realizações e conquistas também pode ser um excelente exercício prático para ajudar no acolhimento interior. Atribuir o sucesso a aspectos pessoais, sobretudo qualidades e habilidades que estiveram presentes e favoreceram cada ocasião de êxito em particular.

Por fim, buscar ajuda terapêutica vai auxiliar no processo de ressignificação de crenças disfuncionais. Todos temos crenças sobre nós mesmos. Mas o sofrimento aparece quando o que eu acho que sei sobre mim se torna ínfimo perto do que acho que os outros sabem sobre mim. É exatamente aí que o terapeuta vai atuar. Na busca pela compreensão desse modelo de comportamento e na inclusão de formas mais amorosas de lidar consigo mesmo.

Conclusão

Ao agir em direção à saída deste círculo vicioso de sentimentos negativos, a pessoa vai fazer uma transição de um estado de ego rígido, para um estado amoroso, mais equilibrado. É o que chamamos de Ego Adulto. Ele é capaz de tomar decisões de forma consciente, pautando-se na observação da realidade. Ou seja, a crença do Impostor vai perdendo força, a pessoa percebe quais são as consequências da autosabotagem e como pode ocupar verdadeiramente seu lugar em todas as áreas da sua vida.

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