A quetiapina ou hemifumarato de quetiapina é um antipsicótico atípico, também usado como estabilizador de humor. Popularmente, costuma ser resumido como remédio para bipolaridade. Mas a medicação vai muito além disso.

Então, para que serve a quetiapina? Quais são os efeitos colaterais? Quetiapina dá sono? Descubra essas respostas e outras informações neste post. E lembre-se que o seu uso deve ser somente sob prescrição e acompanhamento médico.

Introdução

A quetiapina foi desenvolvida em 1985 pelo laboratório AstraZeneca. Mas a sua aprovação oficial veio somente em 1997, nos Estados Unidos, e em 2000, na Alemanha. Embora tenha sido uma longa caminhada até chegar ao mercado, o Seroquel (medicamento referência) logo ganhou o mundo todo.

Como resultado, hoje está presente em cerca de 70 países como Canadá, Japão e em quase toda a Europa. Todo esse sucesso se deve ao perfil dessa substância e aos resultados apresentados.

Derivada da dibenzotiazepina, a quetiapina possui grande afinidade por diferentes tipos de receptores no sistema nervoso central. Por exemplo, os serotonérgicos (5HT2A), histaminérgicos (H1) e dopaminérgicos D1 e D2.

Esse trabalho se mostrou bastante eficaz em tratamentos de doenças mentais – especialmente os distúrbios graves. Além disso, a quetiapina se destaca quando comparada a outros antipsicóticos. Isso porque é um estabilizador de humor com menos efeitos colaterais.

Para que serve a quetiapina

Em princípio, a quetiapina tem indicação para tratar distúrbios mentais. ou seja, sua ação regula a serotonina e a dopamina no cérebro. Assim, melhora o humor, o pensamento e o comportamento.

Então, para que serve a quetiapina? Na prática, segundo a bula, é um medicamento indicado para tratar:

Quais são as contraindicações?

De acordo com a bula, a quetiapina é contraindicada no seguinte caso:

  • Pacientes com hipersensibilidade ao hemifumarato de quetiapina ou a qualquer um dos excipientes

Precauções

Se você quer saber para que serve a quetiapina, precisa estar ciente de que ela só terá sucesso com algumas precauções.

Por isso, é fundamental informar o seu médico sobre a presença de outras doenças ou tratamentos em andamento. Afinal, a substância exige cautela em pacientes que apresentem, por exemplo:

  • Sinais ou sintomas de infecção
  • Diabetes ou risco de desenvolver diabetes
  • Alterações nos níveis de triglicérides e colesterol
  • Doença cardíaca conhecida, doença vascular cerebral ou outras condições que os predisponham à queda da pressão arterial
  • Histórico ou risco para apneia do sono e que estão recebendo concomitantemente depressivos do sistema nervoso central
  • Risco de pneumonia por aspiração
  • Histórico de convulsões
  • Síndrome neuroléptica maligna
  • Distúrbios cardiovasculares ou histórico familiar de prolongamento do intervalo QT
  • Uso de medicamentos conhecidos por aumentar o intervalo QT e em concomitância com neurolépticos
  • Diagnóstico atual ou histórico de retenção urinária, hipertrofia prostática clinicamente significativa, obstrução intestinal ou condições relacionadas, pressão intraocular elevada ou glaucoma de ângulo fechado
  • Histórico de abuso de drogas ou álcool
  • Cardiomiopatia (enfraquecimento do músculo do coração) e miocardite (inflamação do coração)

Interações medicamentosas

Em princípio, o hemifumarato de quetiapina deve receber atenção especial ao ser administrado com alguns remédios. Antes de mais nada, a interação medicamentosa pode ser prejudicial à saúde.

Portanto, mantenha seu médico informado sobre outras doenças presentes e medicamentos que esteja tomando.

Conheça a seguir exemplos de fármacos que requerem cautela para que o tratamento com quetiapina seja bem-sucedido.

  • Medicações que geram desequilíbrio eletrolítico ou que atuam no aumento do intervalo QT
  • Medicamentos com efeitos anticolinérgicos
  • Tioridazina
  • Carbamazepina
  • Fenitoína
  • Cetoconazol
  • Rifampicina
  • Barbitúricos
  • Antifúngicos azóis
  • Antibióticos macrolídeos
  • Inibidores da protease (medicamentos usados para o tratamento de pacientes portadores do HIV)
  • Medicamentos que causam constipação

Efeitos colaterais

Em resumo, a quetiapina é vista como uma medicação com menos efeitos colaterais em sua categoria. No entanto, como qualquer outro fármaco, pode causar reações adversas em algumas pessoas.

Vale lembrar que a manifestação ou não desses sintomas varia de pessoa para pessoa. Aqui, destacamos os efeitos colaterais da quetiapina que são mais comuns, como:

  • Boca seca
  • Sintomas de abstinência por descontinuação
  • Elevações dos níveis de triglicérides séricos
  • Elevações do colesterol total, diminuição de HDL colesterol
  • Ganho de peso
  • Tontura
  • Sonolência
  • Diminuição da contagem de uma proteína do sangue chamada hemoglobina e sintomas extrapiramidais

Nomes comerciais

O Seroquel ou Seroquel XRO, do laboratório AstraZeneca, são os medicamentos referência da quetiapina. No entanto, esse mesmo princípio ativo pode ser encontrado na versão genérica e também em outros nomes comerciais:

  • Queropax
  • Atip
  • Quetipin
  • Queopine
  • Kitapen

Dúvidas

Quetiapina dá sono?

O medicamento quetiapina pode dar sono em alguns pacientes. Isso acontece porque o fármaco atua no sistema nervoso central e na redução e prevenção dos episódios de mania. Isso ameniza irritabilidade, ansiedade, impulsividade e insônia, por exemplo.

Mas, não significa que o uso da quetiapina para dormir esteja na recomendação da bula. Cabe destacar que é um remédio principalmente para transtorno bipolar e esquizofrenia. E somente deve ser utilizado com acompanhamento e prescrição médica.  

Devo tomar quetiapina para ansiedade?

A quetiapina pode ajudar a reduzir a ansiedade e a irritabilidade dos pacientes. Além disso, sua ação pode potencializar o efeito de antidepressivos e ajudar a dar um ânimo ao paciente.

No entanto, o hemifumarato de quetiapina deve ser utilizado com cautela e em combinação com os fármacos certos. Portanto, só utilize essa medicação com acompanhamento psiquiátrico.

As informações desta página foram disponibilizadas com fins puramente informacionais. Em hipótese alguma, elas devem embasar a autoprescrição ou indicação para terceiros. Sempre consulte um especialista sobre qualquer assunto relativo à sua saúde mental.