O estilo de vida que levamos atualmente é totalmente voltado para o exterior. Estamos sempre correndo, atrasados, com 1001 atividades, cuidando dos outros ou da nossa aparência e não nos damos tempo para ouvir o que os nossos sentimentos e pensamentos nos dizem todos os dias.

Estamos ficando totalmente “surdos” para os chamados internos e, em uma espécie de grito de socorro, nosso corpo adoece. A doença passa a ser o indicativo de que estamos há tempos mantendo comportamentos que nos fazem mal e que não estamos lidando com as emoções, e por isso estamos pré-dispostos a adoecer.  Os sinais físicos vão desde os mais simples, como um gripe que aparece quando estamos num rotina intensa, aos mais complexos, como uma doença cardíaca, nos obrigando a parar e entrar em contato com nós mesmos.

Desde Hipócrates (o pai da medicina) se fala da ligação entre emoções e doenças físicas, mas nosso percurso histórico não permitiu maior aprofundamento nessas questões. Na Idade Média, com a grande influência da religião, predominou-se a ideia de que as doenças eram punições divinas. No Renascimento, as ideias do pensador René Descartes de que mente e corpo eram entidades distintas e por isso deveriam ser estudadas separadamente trouxeram grande avanço para a medicina, mas acabaram ofuscando outros aspectos importantes do nosso ser. Afinal, não somos só corpo.

Somente por volta de 1900, com o psicanalista Sigmund Freud, volta-se a falar da influência de mente-corpo. Hoje, já temos a psiconeuroimunologia, que estuda a influência da nossa psique no nosso sistema imunológico. Mesmo a relação mente-corpo tendo mais visibilidade, ainda há resistência em relação às áreas que estudam a mente, e afirmações como  “tristeza? Isso é frescura! Falta do que fazer!” ou “eu não sou louco para ir ao psicólogo” continuam sendo reproduzidas.

Precisamos lembrar que somos um organismo composto de vários aspectos (mente-corpo-alma, dentre outros), e que precisamos cuidar de todos eles. Nosso organismo é sábio e vai sempre buscar equilíbrio. Quando privilegiamos apenas um aspecto ou quando esquecemos de um desses, o organismo tenta se equilibrar da melhor forma que pode. Mas geralmente o chamado ao qual respondemos é o aspecto biológico, o adoecer, uma vez que ficamos impossibilitados de desempenhar nossas atividades diárias. Só então pedimos ajuda.

Uma maneira de evitar muitas doenças é cuidar de todos os aspectos do organismo. Olhar para dentro, ouvir os próprios sentimentos e pensamentos são formas de conquistar o equilíbrio entre corpo, mente e alma. Em alguns casos, é preciso buscar ajuda para conseguir escutar os chamados que o nosso organismo nos faz – e não há vergonha alguma nisso.

Ps. Se quiser agendar uma consulta por vídeo-chamada com a Thabata Fonseca, ela atende no Zenklub.