Novembro azul, masculinidades e saúde mental
Depois do Setembro Amarelo, mês marcado pela campanha de prevenção ao suicídio, e do Outubro Rosa, em que debatemos a saúde mental e a saúde das mulheres, novembro é o mês do azul, é a vez de colocar as atenções no homem. Por isso, é a hora de falarmos da prevenção ao câncer de próstata e da saúde do homem.
Falar sobre saúde do homem é uma oportunidade para também tratar da saúde mental do homem. Por preconceito, tabu, falta de informação, dificuldade para lidar com os sentimentos, entre outros, os homens têm mais barreiras para iniciar o processo de terapia. É um tabu crônico que precisamos quebrar. Acreditamos que falar sobre esse assunto é muito importante, é um primeiro passo.
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2020, foram registrados 65.840 novos casos da doença. De acordo com uma pesquisa encomendada pela Men’s Health Network em parceria com a Abbott, 63% dos homens só buscam ajuda quando existe risco à sua saúde.
Eles não procuram quando existe algum tipo de coceira, sangramento, vômitos ou por uma simples consulta médica. Além disso, muitos relatam “medo e ansiedade” como principais fatores para deixarem a saúde de lado, sendo esses, 46% dos entrevistados.
Por isso, este ano o Zenklub abraçou a causa e lançou, em prol do Novembro Azul, a campanha: “Veja em si mesmo o que ninguém vê”, com pontos importantes sobre saúde mental e física do homem. Baixe a cartilha e vem saber mais.
Masculinidades, machismo e saúde mental
Além do medo citado acima, muitos homens acreditam que buscar ajuda é sinônimo de fraqueza ou até mesmo que o ato atinge sua masculinidade.
Então, por conta do machismo e/ou por piadas vividas constantemente, eles se fecham e não veem a importância de olharem para si mesmos.
Existe na nossa sociedade a ideia estereotipada de que mulheres devem ser mais sensíveis, emotivas, gentis, etc; já os homens carregam a ideia de serem agressivos, competitivos, independentes. Por isso, esse tipo de ideia (bastante machista) faz com que homens se escondam e não busquem ajuda quando necessário.
Uma pesquisa realizada pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) revela que as expectativas sociais sobre os homens é de serem provedores de suas famílias; terem condutas de risco; serem sexualmente dominantes; e evitarem discutir suas emoções ou procurar ajuda e isso contribui para o aumento de ansiedade, depressão, suicídio e também para o surgimento de doenças crônicas, pois buscar ajuda, acaba não sendo uma opção.
Como as empresas podem ajudar?
As empresas têm um papel fundamental para auxiliar pessoas com próstata. Seja aquela que já tem a doença como também formas de prevenção.
Para o psicólogo Iury Florindo, mestre em Análise do Comportamento pela Universidade Estadual de Londrina, esta é uma importante tarefa das empresas para a manutenção da saúde integral de seus colaboradores.
“Em doenças prevalentes da população masculina, como o câncer de próstata, a prevenção e diagnóstico precoce são muito importantes. Para o colaborador que já está em tratamento de câncer, o apoio da empresa é crucial”, afirma o psicólogo.
Outras ações também são importantes como muita informação sobre o tema, palestras, workshops, ações sobre masculinidades, saude e claro, oferecer como benefício aos colaboradores a psicoterapia, afinal, ela é uma grande aliada para o caminho do autoconhecimento.
Além disso, confira mais algumas dicas que as empresas podem fazer no Novembro Azul:
- Muitas vezes as campanhas de conscientização funcionam como um empurrão para os homens que querem buscar ajuda, mas não o fazem por medo, por sentirem algum sintoma em segredo da família e da empresa. As campanhas precisam ser informativas, mas também promoverem acolhimento.
- O RH precisa ser um ambiente de confiança para os colaboradores e servir como um ponto de orientação para serviços complementares, como o incentivo à psicoterapia, exames e consultas médicas, sem expor o colaborador.
Sou favorável ao check-up, até porque faço acompanhamento de outras doenças, mas não vejo tanto preconceito por parte dos pacientes, na questão urologica, mas somos avaliados, via de regra, superficialmente, bem diferente da avaliação ginecológica nas mulheres, que vai além do exame nas mamas! Já trouxe questões sobre a próstata há muitos urologistas, que foram evasivos nas respostas! Como orienta o Diretor do Hospital Albert Einsten, aos médicos do Ambulatório: ” pacientes chegam já com muitas perguntas e uma base de conhecimento sobre a questão, que não podemos estar a lhe oferecer dados da doença aquém do conhecimento que ele já tem”!