O acolhimento da família a pessoas LGBT’s
A Família, esse poderoso símbolo e núcleo, representa muito mais do que laços sanguíneos e está muito além do amor. A família, em sua natureza viva, pode ser composta por diversas relações conflituosas, difíceis e preocupantes. Afinal, seria muita inocência acreditar que todas as famílias são felizes e perfeitas. Todas elas apresentam problemas, defeitos, distúrbios e histórias.
O que conto é um dos inúmeros exemplos que podemos imaginar conhecer, por isso é tão importante falar sobre: a aceitação de pessoas LGBTQIA+ em casa.
A formação inicial desse núcleo se inicia bem antes da concepção da criança, ela se conforma na formação dos pais e pessoas próximas que compõem o núcleo. Então, há questões sociais, econômicas, culturais e morais envolvidas, e nada do que acontecer é mera questão do acaso, pois o mundo em que somos inseridos, já foi formado antes mesmo do nascimento.
O desejo da família
Quando a criança nasce, há toda uma expectativa, sonhos e desejos dos pais sobre os elas. Existe uma elaboração do que guiará a criança, e existe ainda mais forte uma vontade do filho ou da filha ser uma continuidade, rumo à eternidade, do que os pais são. Em muitos casos, filhos podem representar legados, sejam de características genéticas, culturais, econômicas ou sociais.
Apesar de toda essa elaboração e sonho pela parte dos pais, há sempre a possibilidade da criança, em sua natureza, não corresponder ao desejo do outro. A criança pode ser desde uma completa decepção até um completo sonho para os pais; orbitar entre os completos opostos parece mais plausível e real, afinal somos a composição de elementos, e não algo puro e reluzente.
E o que a criança deseja? Ou só começamos a ter vontade e desejo próprio quando somos adultos? As crianças também têm opiniões, e é importante entender e aceitar isso, o que pode ser muito difícil para algumas pessoas, pois muitas foram ensinadas que as pequenas e os pequenos são apenas seres para serem moldados ao desejo da família.
A sexualidade no seio da família
Se já sabemos que a história começa antes do nascimento e que a criança é um ser humano, assim como seus pais, então onde está o conflito familiar em pessoas diversas em sexualidade e gênero?
A elaboração de perspectivas representa um dos lados da história, e o enfrentamento da não realização dos desejos paternos representa outra. Além disso, como as pessoas LGBTQIA+ podem lidar com todo esse conflito? Como lidar com questões que foram impostas? Ou por natureza as pessoas nascem julgando a diversidade sexual e de gênero como erros irremediáveis?
É doloroso se olhar no espelho e se enxergar um erro, se enxergar como portador de uma maldição ou desastre da natureza. E não somos isso.
Somos seres humanos que possuem sentimentos, sonhos, aspirações e relações de carinho e afeto com muitas pessoas, principalmente, com familiares, por mais que nem sempre eles entendam e, nem sempre, nós entendemos eles.
Então, eu te pergunto: como está o laço familiar? Se sua família lhe pedisse perdão pelos julgamentos, ensinamos e opiniões erradas, você os perdoaria ou ignoraria?
A importância do diálogo na família
Falar sobre a aceitação em casa é falar das dores, das incertezas e das inseguranças que sentimos no passado, no presente e no futuro. A infelicidade de não ser reconhecido como ser humano, de não se sentir amado por quem você é e como você é. Nenhuma palavra em nenhum texto é capaz de descrever o que você sente na pele. E justamente por isso, por ser tão difícil lidar com todas essas questões é que eu lhe convido a pensar profundamente: O que você quer?
Felizmente e infelizmente, não é possível criar uma poção do respeito, do carinho e do amor sem preconceito. É possível compreender as pessoas, buscar espaços seguros, pessoas que são nossos portos seguros, e além de tudo, é possível e muito possível alcançar o amor próprio e reconhecer que existir não é um erro.
É extremamente difícil se olhar no espelho e se entender como humano, enquanto a sociedade nos julga como erro. Por isso, é tão importante estar em contato com pessoas que te apoiam, que tenham bons sentimentos para compartilhar, possam te ajudar de alguma maneira, e daquela maneira que você tanto gosta quando precisa.
Então, se você é LGBTQIA+ e está lendo esse texto, saiba que não está sozinho/sozinha/sozinhe, e seja responsável e consciente sobre o grupo de pessoas em quem confiar. Afinal, pessoas semelhantes não deixam de ser pessoas comuns e normais com elementos positivos e negativos. Seja responsável consigo mesmo.
A mensagem que quero deixar é: procure por um espaço seguro e confortável. Você não está sozinho/sozinha/sozinhe. Há pessoas como você e há pessoas que passam por problemas semelhantes aos seus, por isso não desista jamais.
Obrigado por chegar até aqui. Tenha orgulho de existir.
Eu posso te ajudar
Eu posso te ajudar a entender os seus seus sentimentos e emoções. Você pode conversar comigo sobre sexualidade, relacionamentos com amigos e conflitos familiares.
Vem comigo nessa jornada rumo ao autoconhecimento!
Sou psicanalista e acredito que a psicanálise se apresenta como corpo muito além da técnica aplicada na clínica, ela também representa a libertação e o conhecimento. O estudo, principalmente, de Freud e Lacan nos permite ressignificar nosso passado e elaborar nossa existência. A sessão de terapia tem uma papel fundamental na nossa formação como seres humanos.
O meu “descobrir” sexual não foi fácil: se na adolescência uma colega não correspondeu ao meu afeto por ela, beijando outro colega na minha frente, mas aos 20 anos, me relacionei sexualmente, com colega de trabalho, amigo e carinhoso, também. Aliado a isso, eu vivenciava o momento mais tormentoso da Fobia Social e eu e todos os meus irmãos fomos “aguardados” “meninas”: veja a memória fetal que carregamos. Quando senti o pênis do cara, entre as nádegas, de inicio, parecia aflorar tal memória!