Hoje vamos falar sobre: consumo excessivo. Costuma-se dizer que a dificuldade de administrar o próprio dinheiro e a incapacidade de economizar, são apenas consequências de um mau planejamento financeiro. Mas, para a psicanálise, a compreensão dessas dificuldades vai além disso.
Na compreensão Psicanalítica, quando nos deparamos com uma angústia, sintomas compulsivos podem surgir em uma tentativa de alívio. Associamos a origem desses sintomas ao sentimento de desamparo ou desvalorização por figuras parentais nos primeiros anos de vida.
A compulsão por compras pode ser compreendida então como uma tentativa de “auto-cuidado’’, com o objetivo de amenizar o sofrimento psíquico.
É como se inconscientemente quando compra de maneira compulsiva, o sujeito estivesse em busca de algo, o preenchimento de um vazio que ele não sabe bem do que se trata. Algumas atitudes compulsivas impedem que algo doloroso seja elaborado ou ressignificado.
Quando falamos sobre a compulsão falamos sobre qualquer ação que se refira a autonomia do consumo. Podemos dizer que para a Psicanálise, a compulsão do alemão, (Zwang), se remete a neurose obsessiva (Zwangneurose).
Já para Sigmund Freud, Psicanalista alemão, considerado o fundador da psicanálise, essa compulsão se refere a um conflito psíquico entre duas injunções opostas, onde o sujeito se vê incapaz de decidir entre uma delas.
Logo abaixo, listei alguns fatores que valem a pena refletir. Faça o exercício e observe se você se vê em alguma delas.
Confira:
Para a psicanálise, as atitudes compulsivas tendem a proporcionar alívio imediato e momentâneo da angústia. Então, pode-se relacionar essas compulsões a dificuldade do sujeito de lidar com a sua realidade psíquica, conceito que para a psicanálise, possibilita a assimilação entre as representações do mundo externo e interno.
Além disso, é essencial que você se questione qual a verdadeira necessidade de comprar tal coisa em determinado momento.
Importante também considerar a cultura. As pessoas podem se sentir mais valorizadas quando adiquirem coisas e bens.
Mas, ao comprar algo, logo este objeto perde seu valor e o sujeito recomeça a busca por um novo “sonho de consumo’’, pode-se dizer que esse fenômeno se dá não pelo objeto comprado em si, mas pela sensação de bem-estar que o mesmo traz.
As relações de consumo excessivo, devem ser observadas muito além da superficialidade. Além disso, se pensarmos na ideia de que quando consumimos, estamos buscando a satisfação de nossos desejos, e que quando conseguimos satisfazer, logo pensamos em um novo desejo. Então, podemos concluir que o consumo está ligado a satisfação imediata ou momentânea.
Também é importante considerar que, culturalmente, o consumo inconsciente é embasado no conceito que temos de sociedade, que é dividida em classes de poder econômico, onde o “poder tem maior valor’’. Portanto, é comum que se confunda “consumir excessivamente’’ com ‘’ter qualidade de vida’’.
Então, para aprender a lidar com a compulsão por compras, primeiro é preciso perceber que isso é um problema em sua vida e depois desejar mudar. É importante também que converse com um profissional de sua confiança para que estabeleçam juntos as melhores maneiras de solucionar esse conflito. Além de revisitar as origens dessa dificuldade para que possa compreender porque elas existem e possibilitar novos caminhos.
Eu posso te ajudar a entender os seus sentimentos e emoções. Você pode conversar comigo sobre ansiedade, depressão, pânico, stress, angústia, relacionamentos, profissão ou família. Vem comigo nessa jornada rumo ao autoconhecimento!