O que é complexo de inferioridade e como tratar
Ter uma relação de amizade consigo mesmo é uma ótima forma para ter mais felicidade. No entanto, há quem sofra do chamado complexo de inferioridade.
Olhar para si com certo desprezo e até mesmo duvidar do próprio potencial é algo que faz parte de quem sofre de tal condição.
Para entender de fato sobre o que é o complexo de inferioridade, quais são suas características e como tratá-lo, continue com a gente até o final!
Afinal, o que é complexo de inferioridade?
O complexo de inferioridade é achar que o outro é sempre superior.
Ter esse olhar de menosprezo sobre si é um problema mais frequente do que se pensa.
Apesar disso, é possível não só entender como ele funciona, mas também tomar medidas para aperfeiçoar sua autoestima.
Qual a origem deste tipo de complexo?
Muitas vezes a origem do complexo de inferioridade não é conhecida. No entanto, depois de análise através de terapia, é possível localizar o que gerou a situação.
Comumente, tal sentimento geral de inferioridade está relacionado à traumas do passado, e também pode ter correlação com transtornos da mente como, por exemplo:
- Ansiedade;
- Depressão;
- Transtornos de personalidade.
Quais as características deste tipo de complexo?
Você já sabe o que significa complexo de inferioridade.
Mas quais são suas principais características?
É o que você verá a seguir…
Esquiva
Ter o comportamento esquivo é evitar situações cotidianas.
Por exemplo, alguém pode ter vergonha de ir à academia porque há outras pessoas lá.
Ou uma pessoa pode fugir de uma apresentação ou palestra, pois tem receio dos julgamentos alheios.
Sensibilidade aguçada
É claro que todos merecem o máximo de respeito e precisam exigir isso.
No entanto, pessoas que possuem sensibilidade aguçada, ou seja, sofrem muito por comentários ou críticas alheias, podem sinalizar que estão com complexo de inferioridade.
Afinal, quem conhece e valoriza a si, não se deixa abalar por discursos errôneos dos outros.
h3 Comportamento defensivo
Da mesma forma que ter sensibilidade aguçada, alguém que constantemente faz “tempestades em copo d’água”, pode manifestar um certo vazio interior.
É como se a necessidade de aprovação do outro refletisse a própria visão de si como alguém inferior.
Assim, entrar frequentemente em discussões sem propósito ou ser extremamente combativo ao defender seu ponto pode ser um sinal do complexo de inferioridade.
Constante busca por reconhecimento das pessoas
Todos podem desenvolver virtudes e fazer a diferença no mundo.
Contudo, quando atos virtuosos são feitos em busca do reconhecimento de terceiros, demonstra-se uma necessidade de aprovação.
Tal conduta baseia o valor próprio de acordo com o julgamento alheio, não pelo ato em si.
Ausência de amor-próprio
Somos a nossa maior companhia.
Por isso, para termos alegria verdadeira, é preciso estar bem consigo.
O amor próprio é reconhecer e valorizar o que somos, identificando nosso eu como algo singular e, portanto, especial.
Uma das maiores características do complexo de inferioridade é a falta de amor próprio.
Baixa autoestima
Uma pessoa com baixa autoestima possui dificuldade em confiar em si mesma.
Isso a impede de se permitir tentar algo novo em busca daquilo que se acredita.
Em alguns casos, a baixa autoestima pode ser fator causador de episódios depressivos.
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Comparação constante com outras pessoas
Comparar-se constantemente é uma faca de dois gumes.
Afinal, olhar para alguém com qualidades que não temos pode ser fonte de motivação ou de desmotivação.
Sempre haverá no outro algo que nos falta, pois todos são diferentes (e essa é a beleza!).
Ansiedade
Ansiedade é o medo em relação ao futuro.
Até certo ponto, a ansiedade serve como forma de nos prepararmos melhor para nossos objetivos.
No entanto, quando esse temor é tão intenso que causa paralisação, está-se diante de uma ansiedade nociva. Ela é comum, dentre outras situações, em pessoas que sofrem do complexo de inferioridade.
Tendência a se isolar das pessoas
A convivência social é muito importante para o nosso bem-estar.
Mas estar diante de um grupo é se expor às diferentes formas de pensar a vida.
Quem se acha inferior dificilmente terá prazer em estar com outros grupos, pois pode:
- Achar que não irá contribuir em nada nas interações;
- Ter vergonha de expressar o que acredita;
- Sentir-se triste com a opinião alheia.
Desmotivado
A motivação vem quando temos nossos olhos voltados a um certo objetivo.
Quando a pessoa sofre do complexo de inferioridade, o olhar dela está focado nela mesma.
Isso dificulta tal processo de “saída de si” para alcançar uma meta e, por tabela, deflagra-se a desmotivação.
Quais as causas do complexo de inferioridade?
Comparação depreciativa
As redes sociais são fonte inesgotável de comparações.
Muitas vezes, o cenário mostrado nas redes não reflete o cotidiano dos internautas, mas (literalmente) uma foto da realidade.
Comparar-se sucessivamente impede a pessoa de construir a própria individualidade, ao passo que reforça a sensação de inferioridade.
Bullying
Bullying nada mais é que violência dentro das escolas. Tais agressões podem acontecer das mais diversas formas, entre elas:
- Física;
- Verbal;
- Social.
Todas elas podem gerar impactos na vida adulta, fazendo com que a pessoa cresça com complexo de inferioridade.
Características pessoais
Muitas vezes o complexo de inferioridade tem um foco em características da pessoa que sofre.
Por exemplo, alguém, por não gostar da angulação do nariz ou do formato das costas, pode se ver como alguém “com menos beleza” que as demais.
Isso causa tristeza e perpetua o ciclo do complexo de inferioridade.
Saúde mental
Tão importante quanto a saúde do corpo é a saúde da mente.
Isso fica ainda mais claro quando se observa que problemas da psique podem deflagrar os complexos de inferioridade.
Por isso, é tão importante realizar acompanhamento regular com profissionais especializados a fim de melhorar o bem-estar psíquico.
Educação e atitudes dos pais
Sem dúvidas, a relação com nossos pais interfere na formação de nossa personalidade.
Quando há dificuldades nesse sentido, com comentários desencorajantes ou humilhações em público pelos pais, a criança ofendida pode se tornar um adulto com pouca confiança em si.
Isso reflete na qualidade das relações interpessoais e até mesmo na carreira profissional.
Discriminações sociais
Infelizmente, ainda vemos muitos casos de discriminação em nossa sociedade.
Essa triste realidade faz com que certos grupos e minorias estejam em situação de vulnerabilidade para desenvolvimento do complexo de inferioridade.
Por essa razão deve-se ter um olhar atento para tais populações e oferecer cuidados especiais a elas.
Mensagens culturais
A cultura é a base das populações.
É através dela que se pode expressar valores, crenças e ideias.
Mas quando segregações morais são criadas em relação às mensagens culturais, uma certa comunidade pode se ver por uma ótica inferior, embora isso não reflita a verdade.
Como tratar o complexo de inferioridade?
Você já sabe o que é o complexo de inferioridade e quais seus principais sintomas.
Chegou o momento de verificar como se intervém para mudar tal situação.
Confira na sequência…
Pare de se comparar
Cada ser humano é único.
Entender as diferenças é uma excelente oportunidade para motivar-se a melhorar nos aspectos que podemos.
Talvez uma boa ideia para deixar de se comparar seja evitar as redes sociais por um tempo.
h3 Mude o foco
Por vezes, o complexo de inferioridade se dá porque o olhar está voltado para o outro, não para o interior pessoal.
Ter consciência de cada momento é um ponto-chave para valorizar cada detalhe da personalidade.
Dessa forma, o desenvolvimento da autocompaixão se torna mais fácil.
Tenha autoconhecimento
Entender a si mesmo é o primeiro passo para se valorizar.
Afinal, ao se descobrir, cada um se vê como um universo à parte.
Cada um de nós temos defeitos, qualidades e é isso que nos enriquece como seres humanos.
Desenvolva sua inteligência emocional
O caminho do autodesenvolvimento é uma excelente fonte para aumentar a autoconfiança.
Porque na medida em que se aperfeiçoa, ganha-se ferramentas para fazer cada vez mais diferença no mundo, cada pessoa da sua forma.
Ter uma mentalidade de crescimento, buscando sempre melhorar, é uma forma eficaz para tratar o complexo de inferioridade.
Valorize suas conquistas
Grandes conquistas são frutos da soma de vários méritos.
Ou seja, cada etapa deve ser comemorada como uma vitória, pois a cada passo dado, fica-se mais próximo dos objetivos.
Valorizar cada conquista com celebrações não só motiva a continuar no processo de aperfeiçoamento, mas também é fator importante no tratamento do complexo de inferioridade.
Procure ajuda profissional
A base do tratamento do complexo de inferioridade sem dúvidas é a orientação profissional.
Através de tal assistência, a abordagem é individualizada, levando-se em conta as características pessoais de cada caso.
Além disso, o acompanhamento de um especialista faz com que as intervenções sejam mais assertivas e, portanto, eficazes.
Conclusão
Libertar-se do complexo de inferioridade é possível.
Para tanto, é fundamental ter ajuda de um profissional da saúde mental.
Com as orientações corretas é possível se conhecer melhor e, acima de tudo, desenvolver amor próprio.
Assim se constrói o caminho para o que mais importa: a sua felicidade!
Referências
http://www.institutoedinalvaborges.com.br/novidade/quais-os-sintomas-do-complexo-de-inferioridade
Rui Brandão é médico, com experiência em Portugal, Brasil e Estados Unidos da América, e mestre em Administração pela FGV em São Paulo. Hoje é CEO & Co-fundador do Zenklub, plataforma de saúde emocional e desenvolvimento pessoal que oferece conteúdos, profissionais e ferramentas especializadas para mais de 1.5 milhões de pessoas no Brasil.