Autoestima Feminina: como o amor próprio pode te libertar
Autoestima é um sentimento subjetivo, uma opinião, seja ela positiva ou negativa, que nós temos sobre nós mesmos. Esse sentimento diz respeito às mais diversas áreas de nossa vida, nossa aparência física, nossas habilidades, qualidades e defeitos.
Se você é mulher e já se olhou no espelho hoje sabe que ter autoestima é um desafio diário. Parece que existe uma voz no seu interior que diz constantemente que aquele relatório podia ter ficado melhor, que os filhos não estão recebendo atenção suficiente e que você não vai à academia há semanas. A autoestima feminina é posta à prova todos os dias.
A pressão sobre os corpos e atitudes de meninas mostra que a construção de uma autoimagem saudável requer esforço dobrado. Em um Relatório Global de autoconfiança feminina, a marca Dove constatou que 7 em cada 10 mulheres se sente pressionada a nunca cometer erros e demonstrar fraqueza.
Quando o assunto é a aparência, os números são ainda maiores. 92% das mulheres brasileiras afirmaram abrir mão de fazer atividades como sair com os amigos, entrar no time do esporte favorito porque se sentiam insatisfeitas com a própria aparência.
A estrada para a construção de uma autoestima feminina elevada pode ser longa, mas traz muitos benefícios às mulheres. Comentamos alguns abaixo:
Você não irá se envolver em relacionamentos abusivos
Quando uma mulher tem problemas com baixa autoestima e dificuldades para reconhecer o próprio valor pode se envolver com mais facilidade em relacionamentos abusivos. Uma das principais características de um parceiro abusivo é se aproveitar de problemas com a autoestima, fortalecendo ainda mais as inseguranças.
Mulheres com uma boa auto imagem podem viver relacionamentos assim? Claro, porém quando você possui amor próprio as chances de uma situação assim acontecer é menor. Ter amor próprio permite que você perceba que os erros apontados pelo parceiro não podem vir somente do seu comportamento.
As relações de trabalho serão mais justas
O mercado de trabalho também é um espaço onde as mulheres sentem a pressão de maneira diferente dos homens. Uma pesquisa realizada pela Catho mostrou que homens ganham um salário maior que mulheres em até 62,5% em cargos de consultoria, 51,4% para especialista graduado e em posições operacionais o número chega a 58%.
Portanto, para além da autoestima feminina, o mundo do trabalho não tem sido justo com as mulheres. Apesar disso, é importante destacar que se posicionar de maneira segura e ativa, principalmente quando se ocupa cargos de chefia, pode fazer toda a diferença no que diz respeito às relações de trabalho e ao sucesso profissional.
Quando se busca valorizar os pontos fortes e reconhecer os pontos fracos, respeitando limites e sendo generosa consigo mesma, as mulheres têm mais chance de evitar ambientes tóxicos de trabalho, além de assédios.
Com a autoestima feminina, a imagem que você tem de si mesma será positiva
Na pesquisa realizada pela Dove, 71% das mulheres acredita que mídia precisa se esforçar para retratar mulheres de diferentes tipos de beleza, mostrando maior diversidade de idades raça, biótipo e tamanho. Elas estão certas! Estar ciente de que existem diferentes tipos de belezas, geral identificação e bem-estar.
Alguém que compreende que a importância de autoimagem positiva, busca ter mais cuidado consigo e isso transparece para as pessoas que estão ao redor. Ter uma imagem positiva de si mesma não significa tornar-se perfeita. É reconhecer que existem características das quais se orgulhar em todos os tipos de mulher.
Como melhorar a autoestima feminina?
A autoestima feminina é um tema central e muito importante, já que tem um efeito direto na vida pessoal, social e no dia a dia do trabalho de muitas mulheres. Uma autoestima feminina baixa tem o poder de gerar inseguranças nos relacionamentos, dificuldades na hora de progredir em sua carreira e, até mesmo, gerando ansiedades.
Por isso, ao trabalhar essa autoestima juntamente com o autoconhecimento é possível gerar muito resultados positivos. Mas, afinal, como melhorar a autoestima feminina? Separamos algumas dicas simples com um poderoso efeito no dia a dia.
Pratique o autocuidado
Praticar o autocuidado é, não apenas buscar a melhor versão de si, mas também respeitar o próprio corpo, dar liberdade para si, proporcionar momentos de qualidade e descanso. Quando praticamos o autoamor e o autocuidado, mostra que estamos bem com nosso corpo, com nossa mente e todo o restante.
Cuidar é um ato de amor e respeito consigo mesmo, praticar o autocuidado ao cuidar da sua saúde física, saúde emocional, descansando, buscando passar tempo de qualidade com as pessoas que te fazem bem, também são maneiras de manter sua autoestima bem e no lugar.
Desenvolva a autoconfiança
O trabalho de desenvolver autoconfiança é feito diariamente, com a mudança de pensamentos e pequenas e grandes atitudes, que podem ter um efeito enorme e positivo em seu dia a dia.
Muitas vezes, a insegurança fala alto e deixamos de acreditar em nosso potencial. Achamos que não temos habilidades suficiente para aceitar um novo desafio no trabalho, ou competência para fazer uma grande apresentação.
É fato que essa insegurança não vai sumir do dia para noite, mas podemos mudar a maneira que pensamos aos poucos no nosso dia a dia. Ao invés se pensar que não consegue, começa a pensar que você vai fazer e vai dar o seu melhor.
Em pequenos passos você começa a trabalhar e desenvolver a autoconfiança, tendo efeitos muito positivos a autoestima.
A ajuda de um profissional, como por exemplo na Terapia Cognitivo Comportamental, pode tornar esse processo mais rápido e até mesmo mais fácil, usando técnicas através do autoconhecimento e da compreensão dos seus comportametos.
Não se cobre em excesso
Um dos principas fatores que destroem a autoestima é a cobrança em excesso. Parte do processo de desenvolver autoconfiança é entender que nem sempre seremos perfeitos em tudo.
Todas as pessoas do mundo erram e não existe ninguém perfeito. Por isso, valorize as coisas boas que você alcançou e valorize o caminho para chegar em casa resultado. Essas duas coisas são muito moiores do que a cobrança em excesso atrás de uma perfeição que não existe.
Tenha mais compaixão com si mesma
Ter autocompaixão é entender que somos pessoas com qualidades e defeitos, que apesar de cometer erros estamos dando o melhor diante da situação que temos em nossa frente.
É muito importante saber que uma pessoa com uma boa autoestima não é aquela que tem muitas qualidades e demonstra elas com segunrança, mas sim aquela pessoa que reconhece seus pontos fracos mas também enfrenta suas inseguranças e medos com compaixão por entender que ninguém é perfeito.
Faça atividade física
Corpo e mente andam sempre em sintonia. Ou seja, se deixamos um desses aspectos de lado, o outro também sai prejudicado. Por isso, além de dar atenção para nossa saúde mental e emocional, precisamos nos atentar à nossa saúde física, nos alimentando bem e praticando atividades físicas.
Praticar atividade física vai muito além de cuidar apenas da parte estética, mas também auxilia o funcionamento da circulação, do coração, libera hormônios da felicidade, além de aliviar o estresse e ansiedade. Todos essas fatores contribuem e muito para a autoestima.
Bônus – 5 TEDs sobre empoderamento feminino que você deveria assistir
As mulheres têm muito a dizer. Histórias de conquista, maneiras de superar as próprias limitações, etc. Elas podem ter vindo de diferentes países e culturas, mas compartilham do mesmo desejo: mostrar que por meio do empoderamento feminino podemos ter uma sociedade melhor e mais justa.
Para inspirar mais mulheres a contarem suas histórias e fazer delas o combustível para ações que podem mudar a vida de outras, separados cinco TEDs que contam a jornada de diferentes mulheres que têm importantes papéis na nossa sociedade.
Sheryl Sandberg: Por que temos tão poucas mulheres líderes?
Sabemos que mesmo com mais qualificação as mulheres ainda têm dificuldades de chegar a posições de destaque em empresas e governos. A chefe operacional do Facebook, Sheryl Sandberg, fala na palestra “Faça Acontecer – Mulheres, trabalho e a vontade de liderar”, sobre a necessidade de existirem maiores oportunidades para as mulheres.
Ela aborda questões relacionadas a maneira com que as mulheres se veem dentro do ambiente de trabalho. Além das dificuldades internas, ela aborda também a maneira como a sociedade vê as mulheres em posições de liderança.
Reshma Saujani: Ensine coragem às garotas, não perfeição
Fundadora do “Girls Who Code”, Reshma Saujani, fala sobre como mulheres são ensinadas desde cedo a não correr riscos, enquanto os homens são incentivados a viver aventuras. Ela afirma a sociedade está criando mulheres para serem perfeitas e meninos para serem corajosos. Reshma acredita que esse comportamento tem deixado as mulheres distantes das posições de comando.
Reshma conta que em seu projeto, busca ensinar meninas que falhar é parte importante do processo de criação. Ela acredita que se ensinarmos as mulheres que não é preciso ser perfeito, elas conseguiram criar uma mudança no mundo.
Chimamanda Ngozi Adichie: Nós todos devemos ser feministas
Chimamanda é uma famosa escritora nigeriana e seu TED ficou reconhecido mundialmente por falar da necessidade de todos, homens e mulheres olharem para o feminismo como um movimento que busca pela igualdade. Parte dessa palestra foi usada em uma famosa apresentação da cantora Beyoncé.
Maynara Fanucci Leme: Empodere duas mulheres
Criadora do Empodere Duas Mulheres, Maynara Fanucci Leme, conta a história sobre como descobriu o feminismo e como o movimento criado por ela tem o objetivo de ser uma espaço de apoio às mulheres, criando uma rede que busca a capacitação coletiva.
Ela conta que existem diversas formas de empoderar uma mulher, pode ser através da escuta, contratando uma mulher para a sua empresa, etc. Maynara também fala sobre a necessidade da construção de vínculos verdadeiros entre mulheres distante dos estereótipos de competição.
Ana Lúcia Fontes: As mulheres podem melhorar o mundo
Fundadora da Natheia Coworking e a Rede Mulher Empreendedora, a primeira e maior rede de apoio a empreendedoras do Brasil, Ana Lúcia conta a sua jornada como mulher e nordestina em busca de fazer faculdade. Hoje ela é professora na FGV e já ajudou mais de 200 mil mulheres empreendedoras no Brasil.
Conclusão
A autoestima feminina faz parte de um processo de construção diário, onde devemos investir em nossa saúde física, saúde emocional, autocuidado e exercitar a compaixão e confiança. É possível aprender a valorizar todas as nossas qualidades sem gerar cobranças excessivas.
Estar em dia com nossa nossa autoestima nos traz mais segurança, felicidade, otimismo e tudo isso reflete também em bons resultados. Mas, alcançar isso não é uma missão simples.
Nesses casos, buscar ajuda profissional pode facilitar o processo, causando efeitos positivos em seu dia a dia, na vida pessoal e na vida profissional. O autoconhecimento pode se tornar uma ferramenta poderosa e de qualidade de vida.
Investir em autoconhecimento e na sua saúde mental garante retorno em bem-estar, qualidade de vida e financeiro para todos. Ganhe em performance e impulsione os seus resultados investindo em saúde emocional com o Zenklub.
Referências
SOUZA, Daniela Borges Lima de; FERREIRA, Maria Cristina. Auto-estima pessoal e coletiva em mães e não-mães. Psicologia em estudo, v. 10, p. 19-25, 2005.
BANDEIRA, Cláudia de Moraes. Bullying: Auto-Estima e diferenças de gênero. 2009.
Rui Brandão é médico, com experiência em Portugal, Brasil e Estados Unidos da América, e mestre em Administração pela FGV em São Paulo. Hoje é CEO & Co-fundador do Zenklub, plataforma de saúde emocional e desenvolvimento pessoal que oferece conteúdos, profissionais e ferramentas especializadas para mais de 1.5 milhões de pessoas no Brasil.