Empatia no trabalho: Entenda como é importante desenvolvê-la
Hoje um dos pontos mais importantes para manter um bom clima organizacional, aumentar a produtividade das equipes e por consequência, obter melhores resultados, é desenvolver a empatia no trabalho.
Com o passar dos anos e as mudanças que o mundo organizacional vem sofrendo, muitos gestores já entendem que desenvolver essa habilidade entre os colaboradores da empresa, é o melhor caminho e o que está trazendo ótimos resultados.
Por isso, é muito importante entendermos a importância de desenvolver a empatia no trabalho. Para isso, separamos algumas informações sobre essa soft skill que é fundamental que todos desenvolvam.
O que é empatia?
Antes de entender melhor o por que desenvolver a empatia no trabalho é importante para nosso dia a dia organizacional, é preciso compreender qual a definição de empatia.
De acordo com o dicionário, empatia é a capacidade de compreender emocionalmente um objeto ou pessoa e, de projetar a personalidade de alguém em um objeto, como por exemplo em um quadro.
Ou seja, de forma objetiva, empatia se trata de uma habilidade socioemocional onde uma pessoa tem a capacidade de se colocar no lugar do outra e compreender os sentimentos dela como se fossem os seu próprio sentimento.
Qual o significado de empatia no ambiente de trabalho?
Empatia no trabalho, significa você ter a capacidade de conseguir se colocar no lugar do seu colega de equipe e também compreender suas emoções e seu ponto de vista.
Desenvolver essa habilidade dentro do ambiente de trabalho é muito importante, afinal, é onde passamos a maior parte do nosso tempo, podendo até mesmo dizer que passamos mais tempo com os colegas de trabalho, do que com nossa própria família.
Além de tudo, a empatia no trabalho contribui para um ambiente mais leve e tranquilo e também, para o aumento do desempenho e da produtividade dos colaboradores, trazendo maiores resultados para a empresa.
É compreensivo que desenvolver essa habilidade não é uma tarefa muito fácil, uma vez que vivemos em uma sociedade cada vez mais individualista. Mas é preciso, pois é uma forma de mudar o pensamento de muitos, além de torná-los mais sensíveis ao próximo.
Por que devemos ser empáticos no ambiente de trabalho?
Agora que entendemos melhor o que é a empatia de modo geral, é preciso entender também a importância de sermos mais empáticos dentro do ambiente de trabalho, afinal, é o local onde passamos boa parte do nosso tempo.
O fato é que, ser uma pessoa mais empática dentro do ambiente de trabalho, além de proporcionar melhores resultados para a empresa, torna o dia a dia um pouco mais fácil, além de melhorar o resultado da equipe e o clima organizacional.
Como sabemos, existem alguns dias em que as coisas não são muito fáceis, muitos problemas para serem resolvidos, alguns erros que precisam ser corrigidos, afinal, errar é humano e está tudo bem por isso.
Enfim, cobranças de todos os lados podem surgir e nesses dias tudo que a pessoa mais deseja é desligar seu computador e ir para casa descansar a cabeça. Mas, sabemos que não é bem assim, pois, o comprometimento com o trabalho vem em primeiro lugar.
Um ponto importante que devemos apontar é que, é fundamental que os gestores tenham a iniciativa de orientar seus colaboradores sobre a empatia e sua prática dentro da empresa, expor os benefícios que ela pode proporcionar e acima de tudo estimular e incentivar.
Se colocar no lugar do colega, compreender o que ele está sentindo e sempre que possível ajudá-lo, além de todos os outros benefícios, possibilitará que você forme alianças, o que dentro de uma empresa é muito importante e fortalece a cultura organizacional.
Entenda os principais benefícios da empatia no ambiente de trabalho
Entendemos que a empatia no ambiente de trabalho tem sim vantagens excelentes, não somente para a empresa como também para os colaboradores. Além disso, é importante dizer que, uma cultura empática deve começar a partir do cargo mais alto, como por exemplo, os diretores.
Afinal, não faz muito sentido pedir para que colaboradores de cargos mais baixos tenham empatia com os colegas se seus superiores não desenvolvem e colocam em prática essa mesma habilidade.
É fundamental que não apenas os colaboradores que possuem cargos mais baixos, mas também os gestores em geral, tenham em mente os principais benefícios, para que possam incentivar os demais e fazer com que essa habilidade funcione de maneira correta dentro da empresa.
Por isso, separamos quatro principais benefícios que são considerados importantes ter em mente, sobre a prática da empatia no ambiente de trabalho.
Melhor relação entre os funcionários
Na grande maioria das empresas, normalmente um processo é ligado ao outro, ou, para um setor desenvolver uma atividade, ele depende da atividade que é desenvolvida pelo outro setor.
Em casos como esse, praticar a empatia e saber lidar com diferentes tipos de profissionais pode abrir portas e facilitar processos.
Ou seja, pode ser que hoje você não precise da ajuda do colega da outra equipe, mas em uma determinada ocasião somente esse colega consegue te ajudar. Se ambos tiverem empatia, facilitará para que ele estenda a mão de forma mais imediata.
Diminui o nível de estresse
É fato que ninguém gosta de trabalhar em um local com muitos conflitos e desentendimentos constantes ou de um local que tenha uma carga negativa muito presente e evidente. Isso atrapalha a empresa, pois, afasta o profissional e faz com que ele saia em busca de outras oportunidades.
Ou seja, ambientes de trabalho estressantes, além de prejudicar no crescimento da empresa, prejudicam o desempenho de seus funcionários, afastam excelentes profissionais e também, prejudicam a saúde de todos.
Por esse motivo, desenvolver a empatia no ambiente de trabalho é fundamental, afinal, tornam as pessoas mais compreensivas, diminuindo de forma significativa o estresse, além de contribuir para a saúde mental de todos.
Melhora a produtividade
Uma empresa que preza por essa habilidade, costuma ter colaboradores que trabalham em prol do mesmo objetivo que ela, são mais compreensivos e por consequência, acabam produzindo muito mais e mostrando os benefícios refletidos nos números.
Melhora o atendimento ao cliente da empresa
Colaboradores que se sentem bem no ambiente de trabalho, tendem a levar para fora essa satisfação, tratando melhor os clientes e isso reflete de forma positiva.
Afinal, quando o cliente é bem tratado ele fica satisfeito, compra novamente, compartilha com os demais e por consequência trazem mais clientes para a empresa.
Problemas que a falta de empatia pode gerar:
Agora que já sabemos os principais benefícios de ter empatia dentro do ambiente de trabalho, compreendemos o quão importante ela é, não só para a empresa como também para o profissional.
Porém, precisamos destacar também os problemas que a falta de empatia pode gerar para todos. Abaixo, separamos alguns desses problemas.
Desmotivação
Começamos por um dos principais e talvez um dos mais significativos entre todos, a desmotivação.
Um ambiente de trabalho sem empatia, faz com que os colaboradores estejam mais insatisfeitos e levem seu dia a dia de forma mais pesada, o que desmotiva ainda mais. A desmotivação dos funcionários interfere significativamente no resultado final da empresa.
Colaboradores desmotivados, trabalham menos, se empenham menos, dificilmente irão colaborar com o colega e isso se torna um efeito cascata, afinal, mesmo que indiretamente um transmite esse sentimento para o outro.
Assédio
Um fator que também é desencadeado pela falta de empatia, é o assédio moral e psicológico, que pode partir de todos os colaboradores, mas principalmente de gestores ou cargos de liderança.
O assédio moral ocorre quando um colaborador é exposto com frequência a situações de constrangimento e humilhação dentro do ambiente de trabalho. Podem ocorrer através de comportamentos, palavras, gestos, entre outras situações que podem ocasionar algum tipo de dano para o colaborador.
Já o assédio psicológico, além dos mesmos motivos do moral, também pode-se incluir ações que ferem a autoestima do profissional, como insultos, piadas, fofocas, insinuações, além de situações que provocam a exclusão social do colaborador.
Um exemplo muito claro, é quando um gestor realiza comentários que dão a entender que o profissional não merece ocupar aquela posição e seu trabalho não é bom o suficiente.
Isolamento
Colaboradores que não praticam e não são motivados a praticar a empatia dentro do ambiente de trabalho, costumam se manter mais isolados dos demais.
Pensando mais em si e em cumprir seu trabalho, sem ter que precisar da colaboração de outro, consequência que também é causada pela falta de empatia.
Sentimentos negativos
Um fator negativo que também pode ser desenvolvido pela falta de empatia, são os sentimentos negativos dentro do ambiente de trabalho. Achar que não é bom o suficiente para a empresa, que a empresa não dá o devido valor aos funcionários.
Ou até mesmo, que o líder suga ao máximo os colaboradores e por fim se engrandece e fica com todo o mérito do trabalho desenvolvido. Esses e muitos outros fatores que ocorrem dentro da empresa, podem despertar sentimentos negativos.
Cansaço
O ambiente de trabalho é o local onde passamos a maior parte do nosso tempo. A falta de empatia, pode tornar esse ambiente, mais pesado, o que consequentemente torna as atividades mais maçantes e com isso, o cansaço se torna cada vez mais presente no dia a dia.
Diante de todos esses pontos negativos que mencionamos sobre a falta de empatia, devemos destacar que isso contribui para uma circulação maior de funcionários. Por isso, colocar em prática o turnover é muito importante para ter em números, a rotatividade de funcionários.
Ou seja, o turnover é a taxa de rotatividade, que mede os números de funcionários que saem da organização, dentro de um determinado período.
Ter esses dados em mãos permite que sejam tomadas atitudes para solucionar essa questão, afinal, não é algo positivo para a imagem da empresa.
6 maneiras para desenvolver a empatia no trabalho
Para colocar em prática a empatia dentro do ambiente de trabalho, é preciso ser implementado diversas mudanças culturais dentro da empresa. Além disso, é preciso em primeiro lugar, condicionar os líderes sobre a importância dessa habilidade.
Abaixo separamos algumas medidas que podem ser tomadas para desenvolver a empatia dentro do trabalho.
Ter líderes inclusivos
É importante que os líderes tenham em mente que a inclusão é fundamental, afinal a empatia está relacionada a reconhecer e aceitar as diferenças de todos, por isso, os líderes inclusivos são fundamentais nesse momento.
Além disso, a empatia é uma soft skill que fortalece diretamente a diversidade nas empresas, tornando um ambiente mais seguro para todos.
Possuir um quadro de liderança empático
A postura dos líderes é fundamental nesse processo, afinal, eles também precisam colocar em prática a empatia dentro do ambiente de trabalho.
Ou seja, de que adianta ter um discurso preparado para os demais colaboradores, cobrar essa postura deles, se a própria liderança não coloca em prática essa habilidade.
Os líderes são a primeira referência para os demais colaboradores, por isso, é fundamental que eles sejam capacitados, que se envolvam no dia a dia de todos e seja comunicativo para que os demais compreendam a importância de praticar a empatia
Possuir uma escuta colaborativa
A escuta também é um dos pontos mais importantes da empatia, e fazer com que os colaboradores entendam a existência dela, é fundamental, pois, assim eles se sentirão mais à vontade para expor suas ideias e opiniões.
E ver que seus superiores ouviram e colocaram em prática, faz com que eles se sintam mais valorizados e pertencentes à empresa. Por isso, é fundamental meios de comunicação abertos, para que as ideias surjam cada vez mais.
Oferecer flexibilidade
A flexibilidade está diretamente relacionada a um ambiente de trabalho mais empático e humanizado, por isso, ser uma empresa e ter líderes mais flexíveis, proporcionam muitos benefícios.
Afinal, está cada vez mais difícil conciliar o trabalho com as demandas pessoais, que principalmente precisam ser resolvidas dentro do horário comercial, que é o horário onde a maioria dos profissionais estão trabalhando.
Um exemplo muito claro de flexibilidade, é quando a empresa disponibiliza políticas como a short friday. Isso fará com que os colaboradores fiquem mais satisfeitos, produzam mais e tragam mais resultados positivos para a empresa.
Investir em aprendizado e inovação
Entender que os erros acontecem e fazem parte do processo, é uma característica dos colaboradores em geral, incluindo os líderes, que desenvolvem a empatia.
O que é preciso destacar, é que a empatia não evidencia o erro de forma negativa, mas sim como forma de aprendizado e incentivo, para que todos busquem conhecimento para não cometer os mesmo erros novamente.
Promover a diversidade e inclusão
Por fim, da mesma forma que é importante ter líderes inclusivos, é importante que os demais colaboradores entendam a importância da diversidade e da inclusão.
Ou seja, reconhecer e principalmente aceitar as diferenças dentro do ambiente de trabalho, é fundamental para ter um ambiente empático.
Conclusão
Tanto os colaboradores quanto a empresa podem se beneficiar com pessoas mais empáticas no trabalho. Incentivar um bom relacionamento entre os colaboradores e um clima organizacional traz benefícios que podem ser refletidos nos números.
Mas, sabemos que garantir a qualidade desses processos e cuidados com os profissionais podem ser um grande desafio. Por isso, contar com a ajuda de uma equipe variada de profissionais como psicólogos, terapeutas e coaches pode facilitar essa jornada.
Investir em autoconhecimento dentro da sua empresa garante retorno em bem-estar, qualidade de vida e financeiro para todos. Ganhe em performance e impulsione os resultados da sua empresa investindo em gestão de saúde emocional com o Zenklub empresas.
Referência
ESCORSIN, A. P.; WALGER, C. Liderança e desenvolvimento de equipes. [livro eletrônico]. Curitiba: Intersaberes, 2017
KRZNARIC, R. O poder da empatia: a arte de se colocar no lugar do outro para transformar o mundo. Rio de Janeiro: Zahar, 2015.
Rui Brandão é médico, com experiência em Portugal, Brasil e Estados Unidos da América, e mestre em Administração pela FGV em São Paulo. Hoje é CEO & Co-fundador do Zenklub, plataforma de saúde emocional e desenvolvimento pessoal que oferece conteúdos, profissionais e ferramentas especializadas para mais de 1.5 milhões de pessoas no Brasil.