Violência contra a mulher: saiba como agir
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) o Brasil é o quinto país com maior índice de violência doméstica, ou seja, há muitas mulheres sofrendo algum tipo de violência em seus lares. Porém, quando falamos sobre violência contra a mulher, não se trata apenas de violência física.
5 tipos de violência contra a mulher
1. Violência física
Todo e qualquer tipo de violência que cause dor física à mulher como por exemplo: bater, empurrar, jogar objetos contra a mulher durante as brigas e discussões, sacudir, morder ou puxar os cabelos, entre outros.
2. Violência psicológica
Todo e qualquer tipo de violência que cause dor emocional à mulher como por exemplo: insultos, xingamentos, humilhações, ameaças, intimidar ou amedrontar a mulher; realizar críticas contínuas, desvalorizar as atitudes da mulher e ou desconsiderar a sua opinião, qualquer tipo de atitude que possa diminuir a autoestima da mulher. Provocar situações para tentar fazer a mulher ficar confusa ou achar que está louca, controlar tudo o que ela faz, impedir que ela tenha relacionamento com amigos e/ou familiares, usar os filhos para fazer chantagem, entre outros.
3. Violência sexual
Forçar a mulher a manter relações sexuais quando ela não quiser, quando ela estiver dormindo ou sem condições de consentir. Obrigar a mulher a olhar imagens pornográficas quando ela não quer, obrigar a mulher a fazer sexo com outra pessoa, impedir a mulher de prevenir a gravidez, forçá-la a engravidar ou ainda forçar o aborto quando ela não quiser, entre outros.
4. Violência patrimonial
Controlar, reter, esconder ou tirar dinheiro da mulher, causar danos de propósito a objetos de que ela gosta; destruir, reter objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais e outros bens e direitos, entre outros.
5. Violência moral
Debochar publicamente expor a vida íntima do casal para outras pessoas, inclusive nas redes sociais. Realizar críticas contínuas na frente de outras pessoas, bem como qualquer tipo de calúnia, difamação ou injúria, entre outros.
As formas de expressar violência são diversas. Por isso, é preciso estar sempre atenta aos primeiros sinais de qualquer um desses tipos de violência. Quanto mais cedo for identificada, mais fácil é se posicionar.
Apesar de não deixar marcas físicas evidentes, as violências psicológica, patrimonial e moral também são uma grave violação dos direitos humanos das mulheres. Ou seja: muitas mulheres podem estar sofrendo violência doméstica e nem sabem que é considerada como tal.
O dado citado no início do artigo, foi criado baseado nas denúncias, mas muitas mulheres apesar de sofrerem violência doméstica, talvez por vergonha, ou por medo, não buscam ajuda, não denunciam, não contam para ninguém e sofrem sozinhas. A mulher não precisa sofrer sozinha, pode buscar a ajuda de um psicólogo, que é alguém que não a conhece, que não tem vínculo com sua família, nem amigos e não vai julgá-la.
Geralmente, quando as mulheres compartilham que sofrem violência, surgem perguntas como:
Por que você não se separa dele?
Para quem está de fora, é fácil falar. Porém, a relação envolve a história do casal, o amor que a mulher sente em relação ao homem com quem escolheu se envolver, filhos, bens materiais, dinheiro. Se separar não é simples.
Por que você não denunciou antes?
Trabalhei durante aproximadamente um ano na delegacia de mulheres, realizando atendimento às vítimas de agressão e a maioria delas relata que sofre violência há anos e só decidiram denunciar seu companheiro por medo de que ele a matasse. Elas relatam também que desde o início aceitaram a violência por medo de perdê-los, medo de se posicionar e o companheiros a deixarem.
Mulheres, estejam atentas ao tipo de relacionamento que você está se propondo a aceitar. Ele pode te violentar sem medo de te perder e você não pode denunciá-lo por medo de perdê-lo? Há um desequilíbrio muito grande nesta relação. É a dependência e o medo que mantêm a mulher refém.
A culpa é de quem?
Independentemente do que a mulher faça que provoque a raiva do outro, o respeito precisa existir de ambos os lados. A mulher é a vítima. Não há motivos ou causas específicas para que um homem cometa uma violência contra sua mulher. Uso de drogas ou álcool também não são justificativas, pois não geram um comportamento agressivo, apenas reforçam.
Por fim, fique atenta aos sinais e observe o comportamento do seu companheiro desde o início da relação. Um relacionamento abusivo não surge do dia para a noite. Ciúme excessivo e agressão verbal são indícios de que há algo para se atentar. Procure sempre por ajuda e conte com uma terapeuta para te ajudar nesse processo.