Embora a gestação seja um dos momentos mais sublimes e esperados da vida de muitas mulheres, é preciso tomar certas cautelas durante esse período, sobretudo quando se fala em gravidez de risco.

Vários são os fatores que podem fazer com que uma gestação seja classificada de alto risco, entre eles a idade e determinados sintomas.

Para saber mais sobre o que é uma gravidez de risco e aprender dicas para viver o momento especial da gestação com segurança e alegria continue com a gente! 

Tenha uma excelente leitura!

Quando uma gravidez é considerada de risco?

De acordo com a definição do quadro, uma gravidez de risco é aquela na qual a vida ou a saúde da mãe e/ou do bebê têm maiores chances de serem atingidas que a média das demais gestações.

Nesse sentido, há alguns fatores que podem fazer com que uma gestação seja considerada de alto risco, confira:

  • Idade da grávida: por conta da condição hormonal após os 35 anos, mulheres que engravidam depois dessa idade se enquadram em uma gestação de alto risco. Da mesma forma, a gravidez na adolescência (com menos de 17 anos), por ainda não ter uma estrutura corporal completamente desenvolvida, têm maior risco de complicações durante a gestação;
  • Hábitos alimentares e medicações: o hábito de ingerir álcool e outras drogas durante a gestação representa um grande risco para a saúde do bebê, uma vez que tais substâncias dificultam o pleno desenvolvimento fetal e aumentam o risco de aborto. Além disso, algumas medicações são consideradas lesivas ao bebê durante a gravidez, sendo necessário, na grande maioria dos casos, cessar o uso. No entanto, quando o fármaco precisa ser tomado mesmo por conta de seus potenciais efeitos, estabelece-se uma gravidez de alto risco;
  • Histórico: mulheres que em outras gestações tiveram história de problemas que levaram a uma gravidez de alto risco, bem como história de abortos, enquadram-se, com uma nova concepção, em uma gravidez de risco;
  • Condições de saúde da gestante: mulheres que apresentam doenças crônicas como hipertensão e diabetes antes de engravidar, terão que ser acompanhadas em ambulatórias de gravidez de alto risco, pois se essas doenças não estiverem corretamente tratadas, aumenta-se as chances de malformações fetais e até mesmo morte da mãe e do bebê.
  • Gemelaridade: a gravidez de gêmeos também estão entre os fatores de risco, porque os sintomas são mais intensos do que em uma gravidez única.

Existem sintomas de gravidez de risco?

Nem sempre uma gravidez de risco é esperada previamente à concepção.

Ou seja, alguns sintomas podem sinalizar a mulher, durante a gestação, da necessidade de procurar um médico obstetra para avaliar se não se trata de uma gravidez de risco. Entre esses indicativos estão:

  • Sangramento pela vagina associados ou não à corrimentos,
  • Contrações uterinas antes do tempo,
  • Liberação de fluido amniótico antes do tempo;
  • Não sentir o bebê se mexendo mais de um dia – geralmente o bebê começa a se movimentar a partir da 5ª semana e a gestante. Diminuição ou ausência dos movimentos podem indicar, por exemplo, baixa oxigenação para o bebê ou descolamento da placenta;
  • Vômitos e náuseas frequentes;
  • Tonturas e desmaios frequentes;
  • Dores ao urinar;
  • Inchaço repentino do corpo;
  • Aceleração repentina dos batimentos cardíacos;
  • Dificuldade para caminhar;
  • Vômitos e náuseas – apesar de comuns sobretudo no 1º trimestre da gestação, em excesso podem causar a perda de peso e desidratação;
  • Tontura ou desmaios (podem sinalizar um aumento da pressão arterial);

Como a gravidez de risco é identificada?

O diagnóstico de uma gravidez de risco é feito por meio do médico através da consulta e do resultado de exames de triagem ou do próprio pré-natal como, por exemplo:

  • Relato de abortos em outras gestações;
  • Descoberta de algumas doenças infecciosas;
  • Medida da pressão arterial elevada;
  • Índices de glicemia aumentados;
  • Ultrassom que mostra diminuição do fluxo de sangue para o bebê.

Quando antes é feita a identificação da gravidez de risco, melhor para a segurança da gestação, uma vez que se pode encaminhar a mãe para um atendimento obstétrico especializado e também oferecer amparo psicológico para a mãe viver essa fase da melhor forma possível.

Principais causas da gravidez de risco

Como visto antes, a gravidez de risco pode ter relação com uma série de fatores.

Vejamos mais à fundo as principais causas de tal condição:

Pré-eclâmpsia e eclâmpsia

​A pressão alta na gravidez é um problema comum e ocorre quando esta é superior a 140/90 mmHg após duas medições realizadas com um intervalo mínimo de 6 horas.

Quando tais níveis pressóricos são identificados e se confirma que antes da gestação a pressão era normal, faz-se o diagnóstico de pré-eclâmpsia. 

Além de mudanças na alimentação e a inserção de atividades físicas moderadas, o médico poderá prescrever remédios para reduzir a pressão e melhorar a segurança da gestação.

Há um grande risco em não se tratar a pressão alta durante a gestação, pois ela pode evoluir para um quadro chamado de eclâmpsia em que a mãe apresenta convulsões, podendo causar o óbito tanto dela como do bebê.

Diabetes

Faz parte da rotina do pré-natal a solicitação de exames de glicemia para se verificar a quantidade de glicose no sangue.

Embora seja normal, no início da gravidez, os níveis de glicose no sangue da mãe aumentarem, elevações muito grandes podem apontar para um quadro de diabetes.

A diabetes gestacional atinge cerca de 7% das mulheres na gravidez, e ocorre quando o pâncreas não consegue produzir o suficiente de insulina para regularizar os níveis de glicose.

Ao diagnosticar a condição, deve-se tratá-la imediatamente, uma vez que uma mãe diabética pode dar à luz a um bebê macrossômico, ou seja, com mais de 4 kg, o que acarreta em riscos para a saúde do bebê.

Gravidez de gêmeos

Embora o útero seja um órgão flexível, a gestação de gêmeos é de alto risco, porque exige mais do sistema reprodutor da mulher.

Além disso, na gemelaridade existem maiores chances de ter todas as complicações de uma gravidez, principalmente pressão alta, pré-eclâmpsia, diabetes gestacional e dores nas costas, por exemplo.

Sistema imune enfraquecido

A queda no sistema imunológico pode ser causada por uma série de condições, entre elas:

  • Determinadas doenças como, por exemplo, fibromialgia;
  • Uso de medicações imunossupressoras;
  • Estresse na gravidez e situação de alta vulnerabilidade social da gestante.

O sistema imunológico enfraquecido é um problema, uma vez que nesse quadro o risco da mãe adquirir infecções e passá-las ao bebê aumenta de forma considerável.

Grávida com baixo peso ou obesidade

Gestantes muito magras, com IMC abaixo de 18,5 kg/ m2, não oferecem uma quantidade satisfatória de nutrientes ao bebê, aumentando o risco de:

  • Parto prematuro;
  • Aborto;
  • Atraso de crescimento do bebê. 

Por outro lado, a obesidade também é fator de risco para a gestação.

Por outro lado, mulheres obesas, ou seja, IMC maior que 35 kg/ m2, têm maiores chances de desenvolver pressão alta e diabetes na gestação.

Hipotireoidismo

O hipotireoidismo na gravidez pode ser considerado caracterizar a gestação como de alto risco.

Afinal, quando a glândula da tireoide não funciona corretamente pode trazer sérios problemas durante a gestação como, por exemplo:

  • Aumento de sangramentos;
  • Abortos prematuros;
  • Hipertensão;
  • Problemas mentais, déficit cognitivo e aparecimento de bócio (“papeira”) no bebê.

Quais os cuidados que devo ter em uma gravidez de risco?

Embora o diagnóstico de gravidez de risco possa assustar, tomando os cuidados corretos é plenamente possível ter uma gestação saudável e segura.

Abaixo seguem 6 dicas de ouro para cuidar da saúde durante uma gravidez de alto risco:

1) Realizar consultas regulares com o obstetra – ter um obstetra lado a lado com a gestante é essencial, principalmente quando se fala em gravidez de risco. Ao chegar próximo do parto, essa mamãe precisa ir pelo menos 1 vez por semana se consultar com o obstetra para verificar se está tudo bem; 

2) Cuidar da alimentação – diferente do que algumas mamães pensam, a grávida não precisa comer “por dois”, mas sim comer bem! Durante a gravidez de alto risco é importante ter uma dieta saudável e equilibrada, rica em proteínas, frutas e vegetais.

3) Cortar as bebidas alcóolicas – o álcool é uma substância considerada teratogênica, ou seja, pode causar malformações no bebê. Por isso, é imprescindível que a mamãe não ingira nada que tenha bebidas alcóolicas.

4) Repousar – apesar de algumas mulheres terem que trabalhar durante a gestação, o ideal é ter momentos de repouso, evitando situações muito estressantes e cansativas, pois a ansiedade na gravidez pode causar uma série de malefícios ao bebê e à mamãe;

5) Evitar a relação sexual – embora durante uma gravidez normal não haja contraindicação para o sexo, no caso de uma gestação de risco o mais recomendado evitar a relação, sobretudo porque o sexo pode ter implicações na inserção da placenta, causando sangramentos perigosos.

6) Controlar o peso – se o índice de massa corporal (IMC) da mulher ao engravidar é normal, é aceitável que engorde entre 11 e 15 Kg na gestação, seja ela de alto risco ou não. É importante controlar o ganho de peso de acordo com as recomendações do obstetra.

Quero engravidar mas me enquadro numa possível gravidez de risco. O que devo fazer?

No quadro de mulheres que se enquadram em gravidez de risco, como as que têm mais de 35 anos, é muito importante que elas se preparem, com antecedência, mental e fisicamente para a gestação.

Assim, é imprescindível que a futura gestante passe pela avaliação de um obstetra, que irá passar suplementos bem como outras recomendações para preparar o corpo da mulher para receber o bebê.

Um ponto importante é realizar a vacinação necessária antes de engravidar, pois algumas infecções podem prejudicar o desenvolvimento fetal, principalmente em casos de alto risco.

Além disso, os cuidados com a saúde mental são indispensáveis para que a mulher se prepare para desfrutar da gestação com leveza e segurança.

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