A potência sexual do homem e o orgasmo da mulher ainda são tabu. Apesar das modificações comportamentais que ocorrem na sexualidade no decorrer dos anos, algumas pessoas não se permitem falar sobre o assunto e os diversos problemas relacionados à sexualidade.

Dados especulativos mostram que, a cada cinco homens sexualmente ativos, um está insatisfeito. Em relação  às mulheres, por não apresentarem um imediatismo para a solução da queixa sexual, demoram mais tempo para procurar tratamento.

O ciclo sexual pode ser definido em quatro fases:

1. Excitação: o início das sensações sexuais;

2.Platô: o organismo estabiliza-se excitado;

3.Orgasmo: descargas das tensões acumuladas, o ápice do prazer sexual;

4. Resolução: o organismo volta à fase de repouso.

A disfunção sexual é caracterizada pela ausência de qualquer uma das fases do ciclo sexual.  São  elas:

  • Disfunção erétil:  incapacidade persistente ou recorrente de se obter ou manter uma ereção adequada até a conclusão da atividade sexual.
  • Ejaculação precoce: É basicamente todo aquele que ejacula antes do desejado, por não inibir voluntariamente a ejaculação, antes ou logo após a penetração. Pode ocorrer de forma persistente ou recorrente.
  • Inibição do desejo sexual ou baixo desejo sexual do homem: É uma disfunção especialmente interessante, pois coloca o homem em situações inconscientes ao papel cultural proposto para ele. Alguns fatores etiológicos também estão relacionados a problemas hormonais, educação familiar rígida, dificuldades de relacionamento interpessoal, utilização de  medicamentos anti-hipertensivos e  psicotrópicos.
  • Anejaculação: É caracterizada pela falta de ejaculação ou grande dificuldade do homem em ejacular.
  • Anorgasmia masculina: Trata-se da dificuldade ou falta da sensação orgásmica com a ejaculação.
  • Anorgasmia feminina: atraso ou ausência, persistente ou recorrente, de orgasmo após uma fase normal de excitação sexual. São várias as causas das disfunções orgásmicas nas mulheres, a falta de informação, informações distorcidas, educação estritamente religiosa (sexo associado à culpa, sentimentos de repugnância), mulher impedida de expressar sua sexualidade.
  • Vaginismo: contração involuntária, recorrente ou persistente, dos músculos do períneo quando é tentada penetração vaginal com o pênis, dedo ou espéculo. Pode ser classificado como primário ou secundário. O vaginismo muitas vezes pode estar relacionado a condicionamento sexual negativo, por formação religiosa rígida, situações de abuso sexual, casos de estupro, experiências traumáticas com um primeiro exame pélvico, medo de gravidez ou doenças sexualmente transmissíveis, podem acarretar essa disfunção. Além disso, no caso do vaginismo, pela dificuldade de penetração não é impossível que o parceiro com o tempo desenvolva uma disfunção erétil, por acabar acreditando ser responsável pelo insucesso da penetração, pois poderá ficar condicionado a uma perda de ereção no momento que vai fazer a penetração.
  • Dispareunia: dor genital associada ao intercurso sexual, está relacionada à falta de lubrificação decorrente de uma excitação insuficiente.

O vaginismo secundário ocorre quando a dor genital relacionada a falta de lubrificação tenha sido fator motivante para estabelecer e condicionar a resposta de contração da musculatura genital, ou seja quando a dispareunia leva ao vaginismo.

Todas as disfunções sexuais devem ser avaliadas por médicos para identificação de causas orgânicas e independente do resultado o tratamento psicológico ajudará nas disfunções, uma vez que afetam de forma significativa o casal  e a  autoestima da pessoa que possui a disfunção seja ela qual for.

O diálogo, o reconhecimento do problema, a busca por profissionais e a determinação e vontade em superar uma disfunção são determinantes como em tudo na vida. Inclusive nossa vida sexual.