Segundo a OMS, no Brasil, mais de 25 milhões de homens com mais de 18 anos têm algum grau de impotência sexual, sendo que pelo menos 11,3 milhões apresentam o problema em nível moderado e severo.

Além disso, um levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo no Centro de Referência e Especialização em Sexologia (Cresex), aponta que a falta ou diminuição do desejo sexual afeta 48,5% das mulheres que procuram auxílio médico por conta de disfunções sexuais.

Confira tudo que você precisa saber sobre isso:

O que é impotência sexual?

A impotência sexual é um transtorno da excitação que pode ocorrer mesmo apesar do estímulo adequado, causando dificuldades para praticar a relação sexual.

Esse transtorno pode acontecer devido a fatores físicos e psicológicos e ocorre tanto com homens, que sofrem com a disfunção erétil, quanto com mulheres, que podem sentir dores durante o sexo ou dificuldade para ter lubrificação.

Como é feito o diagnóstico da impotência sexual?

No caso dos homens o diagnóstico deve ser feito pelo médico urologista baseado nos sinais e sintomas apresentados pelo paciente. Além disso, no momento da avaliação, o médico deve levar em consideração história clínica, sexual e psicológica para que possa chegar à conclusão diagnóstica.

No que diz respeito às mulheres, é importante que, assim que ela perceber a falta de desejo, lubrificação ou dores recorrentes, um ginecologista realize um diagnóstico. O médico irá investigar as causas que, em muitos casos, podem ser descobertas com a ajuda de um psicólogo, uma vez que o transtorno pode estar relacionado com fatores emocionais, como estresse, ansiedade e abuso sexual, por exemplo.

Quais são as causas da impotência sexual?

  • Distúrbios psicológicos
  • Doenças hormonais (diabetes, queda de testosterona, problemas endócrinos)
  • Doenças neurológicas (lesões na medula, mal de Alzheimer e Parkinson)
  • Doenças vasculares, que causam entupimento das artérias e veias, prejudicando a chegada do sangue ao pênis (hipertensão arterial, aterosclerose)
  • Consumo excessivo de medicamentos
  • Cirurgias pélvicas
  • Doença de Peyronie ou fibrose dos corpos cavernosos
  • Alcoolismo e tabagismo
  • Uso de alguns tipos de anticoncepcionais, diuréticos ou antidepressivos
  • Endometriose
  • Infecção urinária ou genital
  • Mulheres na menopausa ou que tiveram os ovários retirados podem sofrer de impotência sexual devido à alteração da produção dos hormônios

Quais são os sintomas da impotência sexual: masculina x feminina

Sintomas em mulheres

  • Falta de desejo sexual
  • Falta de fantasias sexuais
  • Dores durante a relação
  • Dificuldade de ficar excitada
  • Incapacidade de atingir o orgasmo
  • Lubrificação insuficiente

Sintomas em homens

  • Ereção mais flácida
  • Ejaculação tardia ou precoce
  • Demora a conseguir a ereção;
  • Redução da libido sexual
  • Ereções espontâneas, como durante a noite ou pela manhã, reduzidas
  • Perda da ereção durante a relação sexual, especialmente se houver mudança de posição
  • Redução dos pelos corporais
  • Fadiga ou cansaço rápido durante a relação sexual.

Quais são os tratamentos para impotência sexual?

O transtorno pode ser tratado por meio de psicoterapia, quando está relacionado a fatores emocionais. A terapia sexual também é indicada e pode ajudar o casal a descobrir sua própria anatomia e a do parceiro.

Outra possível solução, poucas vezes debatida, principalmente em relações de sexo causal, é o diálogo sobre posições preferidas, quais formas de prazer são as preferidas do casal, etc.

As opções básicas de tratamento para mulheres são as seguintes:

Farmacológicas:

O médico poderá indicar a aplicação do estrogênio diretamente na vagina. Isso irá ajudar a melhorar o tônus e elasticidade da mesma, aumentando o fluxo sanguíneo da região e também a lubrificação.

Hormônios:

Outra solução é a terapia feita com hormônios masculinos, como a testosterona, hormônio responsável pela libido também na mulher.

Qual o melhor remédio para impotência sexual?

O médico generalista Iuri Matias Oliveira Schreiner afirma que, antes de mais nada, é preciso ter uma avaliação criteriosa com seu médico, pois os vasodilatadores podem potencializar doenças vasculares, cerebrais, pulmonares e cardíacas.

“A primeira linha de tratamento são os inibidores de fosfodiesterase tipo-5, como o Citrato de Sildenafila, Tadalafila, Vardenafila e Avanafila. Uma boa qualidade de vida, prática de atividades físicas, cuidado com excessos no álcool, tabagismo e obesidade, ajudam e evitam tanto gatilhos psicológicos como orgânicos”, explica.

Quando a medicação oral não resolve, existem outras modalidades terapêuticas consideradas de “segunda linha” como bomba de vácuo, injeções de vasodilatadores e, na chamada “terceira linha”, as próteses penianas, que são o último recurso.

Como a impotência sexual pode impactar a saúde mental e vice-versa

Como mencionado anteriormente, situações de trauma ou transtornos psicológicos podem ser uma das principais causas da impotência sexual. A ansiedade, por exemplo, pode contribuir para a ejaculação precoce. No caso da depressão, há uma intensa perda da libido.

Os elevados níveis de cortisol, produzidos pelo estresse, diminuem a produção de testosterona. Com a redução deste importante hormônio sexual, os homens não conseguem desempenhar as funções sexuais como antes.

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Referências:

LARA, Lúcia Alves da Silva, SILVA, Ana Carolina Japur de Sá Rosa e, ROMÃO, Adriana Peterson Mariano Salata, JUNQUEIRA Flavia Raquel Rosa. Abordagem das disfunções sexuais femininas. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbgo/a/gR6xLY789rj3f9tmMmT9CGw/?lang=pt#:~:text=Estima%2Dse%20que%20entre%2040,em%20torno%20de%2030%20

GIAMI, Alain, NASCIMENTO, Keyla Cristiane do, RUSSO, Jane. Da impotência à disfunção erétil: destinos da medicalização da sexualidade. Disponível em: https://www.scielo.br/j/physis/a/qyfrvWs5d3V8w3XrSwSsYNt/?lang=pt&format=html