Figura paterna tem influência direta na formação da personalidade
Construir relacionamentos saudáveis e fortalecidos é muito importante durante toda a vida. Pesquisas comprovam que são as relações sólidas, afinal, o motivo real da nossa felicidade. Não é dinheiro, status, trabalho, nada disso. É a família e os amigos que nos fazem sentir que somos felizes.
Construir uma base sólida, rodeada de todas as figuras familiares (materna e paterna) nos ajuda a desenvolver a noção do que são esses vínculos, e investir nos relacionamentos desde a infância contribui para que, na vida adulta, tenhamos inteligência emocional para nos relacionar, estabelecer os nossos limites e até a sentir mais empatia pelas pessoas que estão ao nosso redor.
Figura paterna tem influência direta no desenvolvimento
A antropóloga e médica Catherine Panter-Brick, realizou um estudo na Universidade de Yale sobre como os pais influenciam no desenvolvimento dos indivíduos. Em artigo publicado no The Journal of Child Psychology and Psychiatry, ela afirma que ambos os pais são importantes na criação e desenvolvimento dos filhos, e defende que os homens devem ser mais considerados nas pesquisas. “Não há dúvidas de que o cuidado com as crianças depende de ambos os pais”, diz ela.
Ao contrário do pensamento popular que se estabeleceu ao longo dos anos em diversas culturas, a figura paterna e a sua participação em todas as fases do desenvolvimento infantil, desde o nascimento do bebê, é essencial e traz consequências positivas para o indivíduo em toda a sua existência, não somente durante a infância.
“Segundo estudos da psicologia pré-natal, a importância do contato do pai antes do nascimento traz benefícios emocionais ao bebê, pois a criança é capaz de guardar e registrar em seu inconsciente este contato. Experiências de acariciar a barriga da mãe, conversar com o bebê, expressões de afeto junto à barriga, são assimiladas pela criança e são muito importantes para formar o vínculo emocional de pai e filho”, escreve a psicóloga Rosângela Corrêa, que atende por vídeo-chamada no Zenklub, em artigo sobre a participação dos pais já durante a gravidez.
O psicólogo e pesquisador sobre desenvolvimento humano e família Ronald P. Rohner, da Universidade de Connecticut, realizou um estudo sobre a relação entre a rejeição dos pais e a influência dos pais no desenvolvimento da personalidade. De acordo com ele, “Não parece haver dúvidas de que o investimento emocional tanto materno quanto paterno está associado com essas características de personalidade”, afirma o psicólogo, que afirma que o pai é tão importante quanto a mãe. “Culturalmente, a grande ênfase na figura da mãe levou a uma tendência inadequada de responsabilizá-la pelos problemas de comportamento das crianças quando, de fato, o homem está muito mais implicado nessas situações do que as pessoas em geral imaginam.”