Passou da hora de falar sobre prevenção do suicídio. Até o fim do ano 800.000 pessoas vão cometer suicídio. A cada 40 segundos, uma pessoa tira a própria vida.
No Brasil, 25 pessoas dão cabo à própria vida por dia e para cada uma dessas que conseguiu cumprir seu objetivo, outras 20 tentaram sem sucesso.
Se o problema é tão grande assim, por que não falamos sobre prevenção ao suicídio?
Primeiro é preciso entender o que leva uma pessoa a escolher esse destino. Suicidas geralmente são pessoas que sofrem com algum transtorno mental como depressão ou têm algum tipo de vícios e dependência química, como alcoolismo.
O suicídio é o fim da linha. É o recurso ao qual recorrem aqueles que já não suportam mais conviver com seus fantasmas.
Muitas vezes visto como covardia, o suicídio é, na realidade, um sintoma perigoso de uma sociedade que se recusa a falar abertamente sobre problemas tais como ansiedade, síndrome do pânico ou esquizofrenia, por exemplo.
Estima-se que 90% dos suicídios podem ser evitados, caso haja condições básicas para oferta de ajuda.
No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) atua há mais de 50 anos na prevenção de suicídios oferecendo aconselhamento de maneira gratuita.
O grupo mais sujeito a cometer suicídio no Brasil são homens com idade entre 15 e 34 anos. Apesar disso, para cada homem que tira a própria vida, há três mulheres que tentaram e não conseguiram.
Isso acontece porque os suicidas do sexo masculino geralmente usam métodos mais diretos como o emprego de armas de fogo, enquanto as mulheres optam por meios que proporcionem menos dor, como ingestão de remédios.
O estigma que cai sobre as pessoas que já não suportam mais viver é bastante pesado. Além de toda a carga de culpa que paira sobre a questão, vivemos tempos em que falhar não é uma opção.
Em épocas de sucesso obrigatório, admitir que o suicídio é um problema real é o mesmo que admitir que falhamos como civilização.
Os cinco sinais do suicídio estão divididos entre: o alarme, a mudança, a depressão, o abuso de drogas e o teatro. A seguir iremos falar sobre cada um deles:
Entre as causas mais comuns de suicídio está a doença mental. Algumas delas são transtorno de ansiedade, doença bipolar, esquizofrenia ou depressão.
Qualquer tipo de experiência traumática pode levar uma pessoa a se sentir desamparada, culpada e / ou envergonhada.
Vítima de abuso físico, abuso sexual ou algum ou outro trauma pode causar transtorno de estresse pós-traumático, que por sua vez pode levar a suicídio.
A maioria das pessoas que sofre bullying enquanto cresce ou anda na escola. O bullying pode ter um efeito profundo na maneira como as pessoas pensam e como se sentem.
A maioria das pessoas que sofrem acabam se sentindo extremamente deprimidas, sem valor e sem esperança de mudar sua situação.
Pessoas com um transtorno de personalidade podem ter problemas para manter relacionamentos, manter um emprego estável e / ou lidar com a vida.
Por exemplo, alguém com transtorno de personalidade dependente pode estar com muito medo de deixar um relacionamento abusivo.
Essa “dependência” pode levar a pessoa com esse transtorno a considerar o suicídio como uma fuga de suas circunstâncias.
Estar desempregado pode levar a sentimentos de isolamento e fazer com que sua vida pareça vazia.
Com uma economia em baixo, muitas pessoas perdem seus empregos e conseguir um novo emprego pode ser difícil.
Em muitos casos, estar desempregado não só faz as pessoas sentirem que não têm nenhum propósito na vida, mas também pode levar à depressão por falta de renda.
Socializar e interagir com outras pessoas é uma necessidade humana básica. Se as necessidades sociais não forem satisfeitas, uma pessoa pode começar a sentir-se sozinha, o que leva à depressão e, possivelmente, a pensamentos suicidas.
A solidão é definida como um sentimento geral de tristeza como resultado de estar sozinho ou se sentir desconectado dos outros.
Se você tem dor crônica, isso significa que você teve uma dor diária que persistiu por três a seis meses.
Essa dor muitas vezes prejudica sua capacidade de funcionar ao longo do dia e pode afetar a mobilidade, a capacidade de realizar determinadas tarefas e até mesmo a saúde mental de uma pessoa.
Embora os níveis de dor diferem entre os que sofrem de dor crônica, uma coisa que todos eles têm em comum é a incapacidade de escapar do desconforto diário associado à dor.
Acompanhamento profissional de psicólogo e psiquiatra é fundamental nestes casos. É importante que o profissional perceba o grau de entendimento do paciente sobre o conceito de morte.
Como exemplo: a gravidade, a motivação e o grau de consciência do ato suicida, intensidade e persistência da ideação suicida. Outro fator a ser investigado é o meio que o paciente utilizou para a preparação.
Saber o que ele fez para garantir que a morte em si fosse evitada e que um possível resgate fosse efetuado, antes da atual tentativa.
Devem-se evitar atitudes de censura ou julgamentos, utilizando uma abordagem de acolhimento e de cuidado.
Ela proporciona maior expectativa de uma evolução satisfatória. Tanto quanto à busca de um tratamento psiquiátrico posterior, quanto a uma menor incidência de tentativas posteriores de suicídio.
Veja o bate papo com a Graciele Cavagnoli, psicóloga especialista em tudo sobre suicídio.
O Zenklub é um serviço de acompanhamento psicológico e não foi desenhado para atender a emergências relacionadas a suicídio. Em casos assim, o melhor é entrar em contato com a emergência (192) ou com o CVV (141).
O reconhecimento e diagnóstico de depressão nem sempre são simples. Se você quer saber se tem depressão, clique no link: teste de depressão e faça um questionário de 8 perguntas (duração menos de 1 minuto). O teste é adaptado do teste científico Americano criado pelo Dr. Spitzer e Dr William (PHQ – Patient Health Questionnaire).