A culpa é aquele sentimento de arrependimento que surge quando fazemos algo e logo depois ficamos em dúvida. Seja por fugir da dieta ou por magoar alguém que gostamos, todos nós já passamos por isso.
A verdade é que a culpa é um sentimento com diversas causas, principalmente psicológicas e emocionais. Por isso, hoje vamos entender melhor esse sentimento e avaliar se você não está pegando pesado consigo mesmo e sentindo uma culpa exagerada.
É um sentimento que aparece geralmente quando avaliamos e reprovamos nossas ações. Para a psicologia, a culpa é baseada na frustração.
Ou seja, está ligada à violação dos nossos valores, crenças e moral. Estamos sempre julgamos a nós mesmos, mas às vezes estamos sendo duros demais.
Há vários tipos de culpa que experimentamos durante nossa vida. Esse sentimento pode acontecer de forma consciente ou sem querer.
A culpa inconsciente é quando nos arrependemos de algo que não podíamos prever o resultado. Já a culpa consciente é quando você sabia qual poderia ser o resultado, mas escolher culpar-se do mesmo jeito.
A imprudência, agir sem pensar e a negligência são exemplos de tipos de culpas.
Mas afinal, qual foi a intenção? Esse é um conceito importante quando falamos de culpa. Quando sentimos culpa, devemos sempre refletir a intenção e avaliar nosso grau de responsabilidade sobre os atos.
Seja no pessoal ou no profissional, devemos analisar se nossa culpa vem de atos que foram nossa responsabilidade ou aconteceriam de qualquer maneira.
O excesso de culpa vem justamente quando não somos capazes de fazer essa reflexão. Sentimos culpa até mesmo quando o resultado era inevitável ou fora do nosso controle.
Então, o primeiro passo é refletir e entender nossa responsabilidade dentro de uma situação. Isso está diretamente ligado com uma inteligência emocional e um autoconhecimento mais apurados. Assim, reconhecemos qual foi a real intenção e a nossa responsabilidade.
Sobre o assunto, a psicóloga Lígia Gonçalves cita:
Responsabilizar-se é nos apoderar do problema conscientemente. Parar de usar ferramentas de autodepreciação que não levam a nada. É conseguir pegar a chave das correntes e algemas e abri-las. É aprender com os erros. Repensar, diminuir os danos e evitar repeti-los
O principal é entender que assumir responsabilidades é viver sem o peso da culpa. Dessa maneira, podemos ser pessoas melhores, capazes de evoluir com empatia e resiliência.
Vale lembrar que estigmas e tabus da sociedade podem também provocar esse sentimento.
Por exemplo, podemos sentir culpa por não pertencer a um grupo, ou corresponder a expectativas que foram estabelecidas.
Afinal, vemos com frequência pessoas LGBT convivendo com a culpa por serem que eles sã. Outro exemplo são pessoas que sofrem com transtornos alimentares e se culpam por não pertencem a um padrão de beleza.
Nesses casos, a culpa deixa de ser apenas um sentimento e pode se torna uma doença, como por exemplo depressão, ansiedade, anorexia ou bulimia.
Pode ser sua, pode ser do outro ou pode ser de ninguém. Buscar e apontar um culpado pode não resolver seus problemas, e sim criar outros.
Em uma relação amorosa, por exemplo, depois de diversos conflitos, pode ser que de fato não haja um culpado para o término do casal. O que pode ter acontecido é um conjunto de sentimentos e de atitudes que levaram à esse resultado.
No trabalho, é mais fácil apontar apenas um culpado. No entanto, o ideal é que um time todo trabalhe junto para evitar erros. Dessa maneira não existe apenas um culpado, e sim pessoas que colaboram para um resultado positivo.
Tendo isso em mente, evitamos desgastar relações nesses ambientes. É importante assumir responsabilidade e não apenas culpar alguém.
A desculpa é um termo comum para não ir a lugares ou fazer certas coisas que não queremos. O problema é que, muitas vezes, seguido de uma desculpa, vem a culpa.
É importante entender em qual contexto estamos aplicando essa desculpa. Reflita se os afazeres que você anda evitando não são realmente importantes, pois usar uma desculpa para isso pode causar arrependimento depois.
O excesso de desculpas pode alimentar culpas desnecessárias. Além disso, nos afastamos das nossas responsabilidades. Se você anda dando desculpas demais, é bom procurar entender como você pode agir para evitar desculpas e a culpa.
Para a psicologia, devemos tratar a culpa como tantos outros sentimentos que trabalhamos na psicoterapia. Isso porque, a culpa pode ser sim um obstáculo e chegar ao limite, nos impedindo de viver plenamente.
O psicólogo pode tratar esse sentimento, entendendo suas causas e oferecendo uma visão mais ampla de como desenvolver ferramentas para lidar com isso. Além disso, você pode começar a entender o que é uma responsabilidade e o que pode ser superado.
Mea Culpa é o termo usado para designar o ato de pedir perdão. Ou seja, é assumir o risco e entender o por quê você está arrependido e tentar resolver com quem você possa ter errado.
Mas o que queremos trazer com isso aqui é a motivação para que você se abrace e dê espaço para errar, se responsabilizar e aprender com os erros, sem carregar essa angústia e o peso por toda a sua trajetória.
Então, se você sente que carrega esse sentimento e isso te impede de seguir seus objetivos, pode ser uma boa procurar ajuda profissional. Dessa maneira você vai estar melhorando seu autoconhecimento e trabalhando os problemas da maneira correta.
O Zenklub conta com profissionais disponíveis que podem te ajudar nessa busca.