Transtorno de acumulação: o que é, causas e sintomas
O transtorno de acumulação é uma condição de saúde que causa uma série de prejuízos para quem sofre e para os que estão no círculo de convivência do paciente.
Tal situação é o contrário do minimalismo. Enquanto neste a pessoa busca ter somente o que é essencial em sua casa, naquela, acumula-se até mesmo o que não tem valor algum.
Nem todo o tipo de acumulação é um transtorno. Para saber mais sobre o assunto, continue com a gente por aqui.
Tenha uma ótima leitura!
O que é transtorno de acumulação?
O transtorno de acumulação é um problema de saúde que envolve acúmulo de objetos de pouco ou nenhum valor e grande angústia no desapego de tais artigos.
Assim sendo, diferente de colecionadores, que acumulam objetivos da mesma categoria de forma ordenada, no caso do transtorno de acumulação há 3 características específicas:
- Os objetos acumulados não representam grande significado sentimental ou material;
- Não há nenhuma ordem para guardar ou estruturar os objetos acumulados;
- Forte componente de ansiedade envolvido.
Normalmente, esse problema começa na adolescência, por volta dos 11 aos 15 anos de idade, e tende a piorar com o passar do tempo.
Além do transtorno de acumulação, a pessoa acometida pode ter outros problemas de saúde mental associados, tais como:
- Depressão;
- Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC);
- Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).
Não só objetos podem ser acumulados nesse problema, mas também animais. Nesta última situação, o paciente não consegue manter os animais em bom estado de saúde, nem fazer a limpeza adequada das necessidades dele.
Quais são as causas do transtorno de acumulação?
Não está bem claro o que causa o transtorno de acumulação. No entanto, a genética, o funcionamento do cérebro e os eventos da vida são causas possíveis.
Vale pontuar que alguns fatores aumentam o risco de desenvolver o transtorno de acumulação, a saber:
- Temperamento indeciso;
- História familiar do transtorno de acumulação;
- Traumas – por exemplo, morte de um ente querido, divórcio, despejo.
Quais são os sintomas?
No caso do transtorno de acumulação, vários dos sintomas seguintes estão presentes:
- Comprar vários artigos que não são necessários ou para os quais não há espaço;
- Dificuldade de se desapegar dos objetos independentemente do valor real deles;
- Só a ideia de descartar os objetos causa grande sofrimento;
- Criação de desordem ao ponto de certos cômodos da residência ficarem inutilizáveis;
- Indecisão, perfeccionismo, procrastinação, problemas de planejamento e organização;
- Não querer desperdiçar nada, justificando que haverá um momento propício para o uso.
A aquisição excessiva e a recusa de descarte de tais artigos resulta em:
- Pilhas e pilhas desorganizadas de objetos, tais como jornais, roupas, papelada e livros;
- Cria-se um ambiente insalubre;
- Sofrimento significativo da pessoa com o transtorno e dos demais ao redor;
- Conflitos com outros que tentam reduzir ou remover a desordem da casa;
- Perda de documentos importantes em meio à bagunça.
Como é feito o diagnóstico do problema?
Antes de dar o diagnóstico, é importante que um médico ou psicólogo avalie os sintomas dos pacientes.
Nesse sentido, ao momento do diagnóstico observa-se:
- Muita dificuldade em descartar ou se desfazer dos artigos;
- A pessoa guarda objetos principalmente porque ela sente que precisa fazer isso e acha que irá precisar deles em algum momento;
- Os objetos acumulados causam desorganização nas áreas de convívio (não há um espaço reservado para organizá-los), interferindo no uso dos cômodos;
- A pessoa se sente muito angustiada com a possibilidade de ter que se desfazer dos objetos;
- A acumulação compulsiva interfere em alguma das áreas da vida como, por exemplo, no trabalho, na família ou com amigos.
Em alguns casos, a suspeita do diagnóstico se dá por vizinhos ou conhecidos por causa das repercussões dos acúmulos.
Qual o tratamento para o transtorno de acumulação?
O tratamento envolve terapia e, em alguns casos, é preciso lançar mão de remédios.
A principal abordagem de psicoterapia usada no tratamento do transtorno de acumulação é a terapia cognitivo comportamental (TCC).
Entre os fármacos usados estão os antidepressivos, sobretudo os da classe dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) como é o caso da (o):
- Fluoxetina (disponível no Sistema Único de Saúde – SUS);
- Sertralina;
- Fluvoxamina;
- Paroxetina;
- Escitalopram;
- Citalopram.
Como posso ajudar alguém que tem esse transtorno?
É importante que alguém próximo possa acolher a pessoa com o transtorno e ajudá-la.
Para isso, é ideal abordar sem julgamentos, mostrando que entende o lado da pessoa que sofre.
Após o acolhimento, é interessante propor a busca por ajuda especializada, a fim de aliviar o sofrimento do paciente e das pessoas ao redor.
Destacar de forma objetiva os riscos e complicações do comportamento de acumulação pode ser uma boa alternativa para convencer a pessoa a procurar ajuda. Entre os pontos que podem ser levantados estão:
- Aumento do risco de quedas;
- Conflitos familiares;
- Solidão e isolamento social;
- Condições insalubres de moradia que representem um risco para a saúde;
- Risco de incêndio;
- Mau desempenho no trabalho;
- Questões legais, tais como despejo;
- Surgimento de outros transtornos de saúde mental;
<H2> Conclusão
O transtorno de acumulação possui sintomas específicos que o diferenciam do ato de guardar objetos de forma pontual e organizada (como é o caso, por exemplo, dos colecionadores).
As causas da condição não são bem conhecidas, mas sabe-se que pode haver relação com genética e questões de temperamento.
Um dos principais tratamentos do transtorno de acumulação é a terapia cognitivo comportamental (TCC). Contudo, em casos mais graves pode ser necessário o uso de remédios como os antidepressivos.
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