Hipomania: o que é e quais os sintomas
Embora não seja um termo muito conhecido, a hipomania atinge grande parte das pessoas que sofrem com o transtorno de bipolaridade. Ela pode ser definida como um quadro mais leve da mania, que se trata de uma das etapas do transtorno bipolar associada à doença maníaco-depressiva.
De forma mais objetiva, existem diferentes tipos de mania que podem ocorrer com o transtorno bipolar, porém algumas pessoas podem sofrer menos dessa mania e, assim, é identificado como hipomania.
Talvez você esteja um pouco confuso, mas, para esclarecer melhor sobre esse assunto, abaixo separamos alguns tópicos onde explicaremos com mais detalhes o que é a hipomania e quais os seus sintomas.
O que é hipomania
Embora semelhante com a mania bipolar, a hipomania é uma forma mais leve de mania, com sintomas menos agressivos que tendem a não gerar prejuízos nas relações profissionais e pessoais do indivíduo.
Muitas vezes passa despercebido e é tratado como casos isolados de depressão, com um período de duração muito menor do que o transtorno bipolar ou mania bipolar.
Embora a hipomania não seja considerada tão grave, ela ainda assim pode causar grandes danos na vida de uma pessoa, principalmente quando colocamos em questão seu comportamento e bem-estar.
Além disso, quando ocorre uma alternância entre a hipomania e a depressão, esse transtorno se torna conhecido como bipolar secundário ou tipo 2.
Sintomas da hipomania
O que já sabemos é que a hipomania é considerada um transtorno mais leve que a mania, embora seus sintomas estejam mais ligados a um excesso de energia, impaciência, agitação e impulsividade, ao se comparar a mania, seus níveis são mais baixos.
É preciso destacar que, quando uma pessoa é diagnosticada com hipomania não significa que ela sofra com o transtorno de bipolaridade. Para que a pessoa seja diagnosticada com exatidão é preciso que ela procure um psiquiatra.
Afinal, apenas o psiquiatra poderá orientar a pessoa da melhor forma, iniciar o tratamento o quanto antes e prescrever os medicamentos corretos.
É importante destacar que os episódios de hipomania costumam durar alguns dias e por esse motivo, o apoio de um profissional é muito importante.
Assim como qualquer outro transtorno, a hipomania também apresenta sintomas e é preciso ficar atento para buscar ajuda de um profissional. Abaixo separamos os sintomas mais comuns desse transtorno.
- Pensamentos confusos;
- Energia além do normal;
- Sensação de felicidade;
- Muitos planos criativos;
- Irritabilidade;
- Ansiedade;
- Desejo sexual aflorado;
- Falar excessivamente;
- Envolvimento em atividades arriscadas;
Quais as fases da hipomania?
Como já mencionamos, a hipomania é uma fase do transtorno bipolar onde esse transtorno é composto por três fases: a depressão bipolar, a mania e a hipomania.
A pessoa que sofre com a hipomania apresenta sinais de sociabilidade, impulsividade, proatividade, conseguem regular o sono e por consequência possui mais energia para desenvolver suas atividades. Porém, diferente da mania, essas fases são mais leves e em alguns casos não é identificada.
Por ser uma fase mais difícil de ser identificada, alguns pacientes resistem em manter o tratamento e acabam interrompendo principalmente as medicações, o que prejudica muito na estabilização de seu humor.
Embora seja um estágio mais leve da mania, ela ainda assim está associada ao transtorno de bipolaridade e precisa de atenção. Por isso, ficar atento a qualquer sinal e buscar ajuda de um profissional é fundamental.
Além disso, é de suma importância que o tratamento não seja interrompido, afinal, assim como qualquer outro tratamento, se seguido à risca os resultados positivos se tornam visíveis e a melhora pode ser notada.
Diferença de mania para hipomania
É preciso deixar claro que ambos os distúrbios apresentam sintomas muito semelhantes, porém a forma como eles se manifestam diferenciam de acordo com cada indivíduo. Para que seja possível entender a hipomania é preciso começar falando sobre a mania.
Mania é uma das etapas do transtorno de bipolaridade mais relacionada à doença maníaco-depressiva ou doença bipolar, que de forma breve, se trata de uma doença caracterizada por variações de humor com crises repetidas de depressão.
A mania é caracterizada por vários sintomas que levam a pessoa a uma euforia intensa, onde aparenta estar extremamente agitada ou extremamente irritada. Além disso, é muito comum a perda do sono, delírios, episódios de alucinações ou até mesmo momentos de gentileza extrema.
Já a hipomania, é definida como um quadro mais leve da mania, onde seus sinais e sintomas interferem menos na vida em geral da pessoa, além de serem mais fáceis de controlar.
Embora a pessoa fique irritada, impaciente ou até mesmo agressiva e extremamente agitada e falante, diferente da mania, essa pessoa ainda possui disposição e vontade para seguir realizando suas tarefas do dia a dia.
Ou seja, dentro do quadro de transtorno bipolar, existem alternância de humor entre crises de mania ou hipomania e episódios depressivos. Funcionando da seguinte forma: quando os episódios de mania e depressão se alternam, o diagnóstico é definido como transtorno bipolar primário ou tipo 1.
Porém quando a alternância ocorre entre a hipomania e a depressão, o diagnóstico é definido como bipolar secundário ou tipo 2.
Como tratar a hipomania
A grosso modo, os objetivos dos tratamentos que possuem relação com as doenças psicossociais variam de acordo com o nível de comprometimento do paciente, que na grande maioria dos casos é a grande questão.
O fato é que de primeiro momento, é preciso trabalhar a questão da negação da doença, além de incentivar o comprometimento com o tratamento, para que assim a frequência dos episódios vá se reduzindo e o próprio paciente passe a notar as mudanças.
Além disso, um dos principais focos é minimizar os danos que esse transtorno causou na vida dessa pessoa, sejam eles no contexto social, familiar e profissional.
É preciso destacar que, o tratamento mais adequado e indicado para esse tipo de caso é a junção do trabalho do psicólogo com o psiquiatra. Ambos profissionais quando trabalham juntos e o paciente segue à risca todas as orientações, é possível notar mudanças positivas em pouco tempo.
Psicoterapia
Com o psicólogo a base do tratamento é a terapia, que pode ser realizada tanto individualmente como em grupo. Além disso, quando os familiares estão mais presentes nesse processo, os resultados são ainda mais satisfatórios.
Consultas com psiquiatras
O tratamento com o médico psiquiatra geralmente é conciliado ao tratamento com o psicólogo, porém, apenas o psiquiatra possui autorização para prescrever medicamentos, diferente do psicólogo.
Ao realizar o tratamento com medicamentos, o psiquiatra poderá avaliar sua evolução e com o tempo, se entender que é possível, poderá reduzir ou até mesmo aumentar a dosagem, mas, isso tudo dependerá se o paciente está seguindo da forma correta o tratamento e como ele está reagindo.
Uso de medicação
É preciso que fique claro que os medicamentos só podem ser ministrados com acompanhamento de um psiquiatra, portanto, não se automedique.
Nesses casos, os medicamentos utilizados para tratar esse transtorno são os ansiolíticos e os antidepressivos. Porém é como já mencionamos, procure ajuda e orientação de um psiquiatra. Ele saberá te avaliar e prescrever quais os melhores medicamentos para o seu caso.
Conclusão
A hipomania é parte de um transtorno psicológico que pode afetar gravemente o bem-estar e saúde de quem sofre com ela e das pessoas ao redor. A psicoterapia e o acompanhamento com um médico psiquiatra são partes fundamentais do tratamento.
Buscar ajuda profissional é importante não apenas se você sofre com o transtorno de ansiedade e as crises, mas também se você precisa aprender a melhor forma de lidar com alguém do seu convívio e que passa por isso.
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Referência
DUBOVSKY, S.L.; DUBOVSKY, A. N. – Transtornos Secundários do Humor. In: Dubovsky, S.L. & Dubovsky, A.N. Transtornos do Humor Artmed, Porto Alegre, 2004.
Rui Brandão é médico, com experiência em Portugal, Brasil e Estados Unidos da América, e mestre em Administração pela FGV em São Paulo. Hoje é CEO & Co-fundador do Zenklub, plataforma de saúde emocional e desenvolvimento pessoal que oferece conteúdos, profissionais e ferramentas especializadas para mais de 1.5 milhões de pessoas no Brasil.