Absenteísmo: entenda o que é, como calcular, os tipos e causas comuns
No ambiente corporativo, o absenteísmo é um termo que se refere à falta de pontualidade ou ausência no trabalho por parte do colaborador.
Esse indicador, usado pelo departamento de Recursos Humanos, serve para identificar os padrões de ausência que possam impactar na eficiência operacional e também na produtividade das equipes.
Além disso, o absenteísmo também permite que a empresa avalie as causas das faltas no trabalho, como problemas de saúde, questões familiares, descontentamento e falta de motivação no trabalho.
Dessa maneira, é possível adotar alternativas para reduzir o absenteísmo, além de promover um ambiente organizacional mais saudável e produtivo, priorizando o bem-estar do trabalhador.
Leia o nosso artigo e entenda como identificar o impacto das ausências no trabalho e como reduzir esse índice na sua empresa de forma adequada.
Como calcular o índice de absenteísmo na minha empresa?
O cálculo do índice de absenteísmo é relativamente simples e consiste em comparar o número de horas não trabalhadas pelos colaboradores devido à ausência com o número total de horas que os funcionários deveriam ter sido trabalhadas no mesmo período.
Para fazer esse cálculo, utilize a seguinte fórmula:
total de colaboradores x total de faltas e atrasos ÷ total de colaboradores x total de dias trabalhados = índice de absenteísmo.
Para ficar mais claro, confira um exemplo prático:
Suponhamos que uma empresa tenha em seu quadro 100 funcionários, e, em um mês, 15 desses colaboradores tiveram faltas e atrasos. Ao somar todas as ausências, a empresa perdeu o equivalente a 3 dias úteis de trabalho.
Considerando que o mês teve 22 dias úteis de trabalho, o cálculo será o seguinte:
100 colaboradores x 3 dias úteis perdidos ÷ 100 colaboradores x 22 dias úteis
300 ÷ 2.200 = 0,136 ou 13,6% de absenteísmo naquele mês.
Vale ressaltar que essa taxa refere-se ao mês analisado; por isso, ela pode variar de um mês para o outro, pois o número de faltas e atrasos em cada período pode ser maior ou menor, independente se forem justificados ou não.
Somado a isso, lembre-se que a variação na taxa de absenteísmo depende de diversos aspectos, como sazonalidade, problemas de saúde ou mudanças nas condições de trabalho, entre outros.
Qual é a taxa de absenteísmo aceitável?
A taxa de absenteísmo aceitável pode variar de acordo com o porte e segmento da empresa.
Um estudo feito pela Levee e publicado pela Revista Exame, em 2019, indica que o setor de serviços, por exemplo, tem um índice de falta no trabalho que fica em torno de 5%. No caso do setor varejista, essa taxa pode variar entre 7% a 10%.
Contudo, de forma geral, um índice de até 4% pode ser considerado aceitável dependendo do contexto da empresa. Quando essa porcentagem é ultrapassada, é preciso analisar os motivos das ausências e implementar ações corretivas.
Como monitorar o absenteísmo com frequência?
Em ambientes corporativos, as faltas nunca devem ser tratadas como casos pontuais de ausência. O ideal é que as empresas monitorem a frequência dos colaboradores de forma estruturada e sistemática.
Acompanhar as taxas de absenteísmo de forma esporádica pode mascarar padrões e tendências, comprometendo, assim, a detecção de problemas recorrentes, que exigem medidas imediatas.
Ao observar padrões, como picos de ausências em períodos específicos ou altas taxas de afastamentos, as empresas podem agir de forma preventiva, como ajustar carga de trabalho, promover escuta ativa ou melhorar os espaços laborais.
Hoje em dia, é possível contar com diferentes ferramentas, como sistemas de ponto, pesquisas de pulso, softwares de gestão e plataformas especializadas em saúde emocional corporativa, como o Zenklub.
Nossa plataforma oferece suporte psicológico e diversos recursos, que permitem o acompanhamento de dados, como clima organizacional, engajamento, fatores de risco, etc, o que possibilita que gestores e RHs tomem decisões mais estratégicas e seguras.
Com essas ferramentas, é possível implementar medidas para a construção de ambientes de cuidado contínuo, mantendo sempre colaboradores saudáveis, satisfeitos e presentes.
Quais são as principais causas de um alto índice de absenteísmo?
Um alto índice de absenteísmo é motivo de preocupação, exigindo uma análise minuciosa das causas associadas às ausências no trabalho para que medidas corretivas possam ser adotadas.
Normalmente, as causas de absenteísmo estão relacionadas a uma combinação de fatores, tanto externos quanto internos. Listamos abaixo os principais:
Fatores internos
- Ambiente de trabalho tóxico: conflitos entre colegas de forma frequente e falta de apoio das lideranças criam um ambiente estressante, podendo elevar as taxas do absenteísmo.
- Impacto na saúde mental e bem-estar: excesso de trabalho, conflitos constantes, lideranças autoritárias e más condições de trabalho podem levar a problemas, como a Síndrome de Burnout, caracterizada pelo esgotamento físico e mental.
- Falta de segurança nos métodos de trabalho: a insegurança relacionada aos processos e metodologias usadas pode causar ansiedade e estresse, resultando em ausência dos funcionários.
- Tarefas em excesso: sobrecarga de trabalho é uma condição que pode causar estresse e ao esgotamento, o que pode contribuir para o aumento do absenteísmo ou mesmo para a elevação das taxas de turnover.
- Assédio moral ou sexual: atitudes abusivas por parte de superiores ou colegas criam um clima de tensão e medo no ambiente de trabalho, aumentando a frequência de faltas.
- Discriminação: atitudes discriminatórias pela raça, classe social ou orientação sexual pode gerar estresse, medo e insatisfação, impacto na presença no trabalho.
- Doenças relacionadas ao trabalho: condições insalubres ou perigosas podem elevar a probabilidade de doenças, como LER e DORT, levando a ausência ou mesmo afastamento do trabalho.
- Liderança inadequada: ausência de liderança adequada e eficaz dos funcionários pode reduzir o engajamento e aumentar o absenteísmo.
Fatores externos
- Condições climáticas: a ocorrência de tempestades, nevascas, enchentes, também podem dificultar ou impedir o deslocamento dos funcionários até a empresa.
- Problemas familiares: familiares doentes, crianças pequenas ou outros dependentes que precisam de auxílio, além de outras emergências.
- Dificuldades no deslocamento: em cidades grandes, o funcionário pode ter problemas para chegar ao trabalho em razão de trânsito intenso, greves de transporte público, etc.
- Doenças contagiosas: surtos de doenças que necessitam do isolamento do funcionário para se recuperar ou mesmo para evitar a propagação da doença podem impactar no absenteísmo.
- Acontecimentos inesperados: acidentes, falecimentos de parentes próximos, etc, que exigem a atenção imediata do funcionário também colaboram com essa situação.
- Compromissos pessoais inadiáveis: consultas e procedimentos médicos, audiências judiciais, etc., que não podem ser remarcados.
Ergonomia, NR17 e absenteísmo
A NR-17, instituída pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), define regras e parâmetros específicos que devem ser adotados, em sua totalidade, pelas empresas, a fim de assegurar condições laborais adequadas de segurança, conforto e eficiência na execução das atividades profissionais.
Essa Norma Regulamentadora tem força legal e estabelece que as condições e estruturas laborais devem se adequar às características psicofisiológicas dos profissionais, incluindo questões, como esforço físico, postura, mobiliário, condições ambientais e organização do trabalho, como prevê o item 17.1 da NR-17,
Isso porque, a falta de cumprimento dessas regras pode resultar em dores crônicas, lesões por esforços repetitivos, estresse e outras condições, que podem levar a faltas recorrentes e até afastamentos mais longos, o que impacta diretamente nos índices de absenteísmo.
O artigo 157 da Lei 5.452/43 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), também reforça a responsabilidade do empregador em garantir um ambiente saudável.
Além dos impactos financeiros e jurídicos, a falta de cuidado com a ergonomia pode prejudicar a produtividade e a qualidade de vida dos colaboradores.
Sendo assim, é importante que a empresa adote rotinas de avaliações ergonômicas periódicas, promova treinamentos regulares com os colaboradores e invista em adequações físicas e organizacionais.
Esses cuidados garantem o cumprimento da NR-17 e promovem um ambiente de trabalho seguro e eficiente.
Quais são os tipos de absenteísmo?
Existem diferentes tipos de absenteísmo que ajudam a compreender as razões por trás das ausências dos funcionários e a adotar estratégias para lidar com essas situações de maneira adequada.
Confira quais são elas:
Absenteísmo justificado
Refere-se a ausências do trabalho que são devidamente explicadas e autorizadas, que incluem licenças médicas, licenças maternidade ou paternidade, faltas por motivos familiares ou outras situações em que o funcionário tem uma razão legítima para faltar.
Absenteísmo injustificado
Ocorre quando um funcionário falta ao trabalho sem uma razão válida ou sem notificar adequadamente seu superior, como atrasos frequentes, faltas repentinas ou ausências não autorizadas.
Presenteísmo
Ocorre quando os colaboradores comparecem ao trabalho, mas seu desempenho é comprometido devido a problemas de saúde ou pessoais.
Principais impactos do absenteísmo nas empresas
O absenteísmo pode provocar impactos negativos relevantes em diversos aspectos do ambiente empresarial, como:
- Redução da produtividade: ausências ao trabalho podem causar atrasos em projetos e na produção, resultando em perdas financeiras e prejudicando a competitividade da empresa no mercado.
- Aumento dos custos: as faltas no trabalho podem gerar custos diretos, como pagamento de horas extras para cobrir ausências, contratação de trabalhadores temporários e treinamento de substitutos.
- Comprometimento da qualidade do produto ou serviço: o absenteísmo pode resultar na queda da qualidade do produto final ou no serviço, podendo comprometer a reputação da empresa e levar à perda de clientes.
- Aumento do risco de acidentes: ausências no trabalho podem resultar na falta de profissional qualificado para operar equipamentos de forma segura, elevando o risco de acidentes de trabalho e lesões ocupacionais.
Para minimizar os impactos do absenteísmo, o ideal é implementar estratégias eficazes para reduzir faltas no trabalho e promover um ambiente de trabalho saudável e produtivo.
Como diminuir o absenteísmo na minha empresa?
Reduzir o absenteísmo pode ser desafiador, especialmente para empresas sem processos claros e análise de dados robusta.
Se você quer diminuir os índices de faltas no trabalho, a sua empresa pode adotar práticas e estratégias para combater ou mesmo evitar as ausências dos funcionários, confira:
Desenvolva a cultura da organização
Para reduzir as taxas de absenteísmo, o primeiro passo é promover uma cultura organizacional saudável, que considere diversos aspectos, como comunicação aberta, flexibilidade no trabalho, incentivo ao bem-estar dos funcionários e apoio mútuo.
Além disso, é importante também que sua empresa reconheça e valorize o desempenho dos colaboradores, cultivando uma liderança inspiradora.
Essas práticas ajudam a construir um ambiente de trabalho positivo e produtivo, reduzindo ausências não planejadas e fortalecendo o comprometimento da equipe.
Ofereça benefícios e salários justos
Outro cuidado importante para reduzir as ausências no trabalho é a oferta de benefícios e salários justos.
Lembre-se sempre que funcionários que se sentem valorizados e recompensados são menos propensos a faltar ao trabalho.
Além de salários competitivos e justos, benefícios como plano de saúde abrangente, programas de assistência, horários flexíveis e oportunidades de desenvolvimento profissional são essenciais para atrair e reter talentos.
Por isso, invista no bem-estar e no crescimento dos colaboradores, pois isso demonstra um compromisso com a equipe, o que pode auxiliar na redução do absenteísmo e no aumento da produtividade.
Tenha um plano de desenvolvimento para colaboradores
Ter um plano adequado e eficiente de desenvolvimento para colaboradores também é uma medida importante para diminuir o absenteísmo e melhorar o engajamento das equipes.
Ofereça iniciativas como Planos de Desenvolvimento Individual (PDI), treinamentos e feedback construtivo.
Não se esqueça que investir no crescimento dos colaboradores demonstra um compromisso com seu sucesso e bem-estar.
Estabeleça programas de reconhecimento
Os programas de reconhecimento também podem ser uma excelente estratégia para diminuir as taxas de absenteísmo, pois seu objetivo é valorizar e recompensar o desempenho e o compromisso dos funcionários.
Você pode incluir prêmios por produtividade, reconhecimento público de conquistas, bônus por metas atingidas e outros incentivos.
Esses programas de reconhecimento melhoram a motivação das equipes, fortalecem o comprometimento e fomenta um clima positivo.
Ofereça políticas de bem-estar
Implementar políticas de bem-estar é um dos cuidados mais importantes para empresas que buscam não somente a diminuição do absenteísmo, mas também que priorizem a qualidade de vida de seus colaboradores.
Dessa forma, implemente programas de bem-estar, ofereça flexibilidade nos horários de expediente, crie um ambiente confortável, forneça apoio psicológico, estabeleça políticas adequadas de licença e férias, e cultive uma cultura de reconhecimento e celebração.
Ao adotar essas práticas, você, certamente, experimentará uma melhoria geral na produtividade e na frequência dos funcionários no trabalho.
Reavalie a ergonomia
Uma estratégia muito eficaz para reduzir o absenteísmo é promover um espaço de trabalho que garanta a saúde dos profissionais.
Por isso, é importante manter uma revisão periódica da ergonomia dos ambientes de trabalho, analisando fatores, como iluminação, mobiliário, condições sanitárias e circulação de ar.
Acompanhe também a forma como os profissionais lidam com os equipamentos de trabalho, como posição da tela e altura da cadeira, por exemplo.
Ofereça a possibilidade de licença
Defina políticas de licença remuneradas ou não em situações complexas, como problemas de saúde, emergências familiares ou questões pessoais mais urgentes.
Isso possibilita que o funcionário se sinta mais acolhido, garantindo satisfação e uma sensação de confiança no empregador. Mas lembre-se de ter um processo documentado para evitar problemas.
Promova a escuta ativa
Priorize nos espaços de trabalho uma cultura de diálogo aberto e escuta ativa entre profissionais, gestores e o departamento de Recursos Humanos.
Quando os colaboradores sentem confiança para compartilhar problemas e dificuldades sem julgamentos, a empresa se posiciona como um agente acolhedor, fortalecendo o vínculo com a equipe.
Flexibilize rotinas
Oferecer a possibilidade de flexibilizar as rotinas pode ser uma estratégia eficaz para garantir o engajamento e a motivação dos funcionários.
Sua empresa pode oferecer home office parcial, horários alternativos ou banco de horas, o que pode contribuir para o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, resultando em maior comprometimento das equipes.
Diferenças entre turnover e absenteísmo
Turnover e absenteísmo são termos muito comuns na gestão de pessoas, contudo, esses conceitos geram muita confusão nos profissionais.
O turnover é um indicador relacionado ao número de saídas e entradas de colaboradores em um período específico, que pode acontecer por iniciativa da empresa ou do próprio colaborador.
Essa taxa tem impacto direto na continuidade das operações, na cultura da empresa e nos custos para a contratação de novos profissionais.
Por outro lado, o absenteísmo, como já explicamos, refere-se ao comportamento dos colaboradores em relação à presença no trabalho, que pode estar associada a diferentes questões, como problemas pessoais, imprevistos, condições de saúde, etc.
Nesse sentido, ele pode comprometer o fluxo de trabalho, prejudicar as entregas e sobrecarregar as equipes.
Vale lembrar que tanto o turnover quanto o absenteísmo têm impacto direto nos resultados da organização.
Qual é a conexão entre absenteísmo e saúde mental dos colaboradores?
Muitas vezes, o absenteísmo está diretamente associado à saúde mental dos colaboradores, principalmente, porque boa parte do nosso tempo é dedicada ao trabalho, incluindo as horas gastas com deslocamentos e tarefas acumuladas.
Sendo assim, os ambientes corporativos não podem ser considerados somente como um local de produção, mas um espaço que contribui significativamente com o bem-estar, a qualidade de vida e o equilíbrio emocional.
Situações adversas, como pressão frequentes, conflitos com colegas e gestores, metas exageradas ou falta de reconhecimento tendem a comprometer a satisfação e a motivação dos colaboradores, aumentando, assim, os níveis de estresse no trabalho e na vida pessoal.
Com o passar do tempo, essas condições que, muitas vezes, são silenciosas podem resultar em afastamentos, queda de produtividade e até pedidos de demissão voluntários ou não, refletindo em níveis elevados de turnover.
Diante disso, é importante adotar medidas que proporcionem qualidade de vida no trabalho, promovendo a saúde mental e criando um clima organizacional acolhedor e de apoio para manter equipes saudáveis e motivadas.
Essas ações integradas garantem um ambiente onde os colaboradores querem permanecer.
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