Violência Sexual: Como lidar com esta situação?
As mudanças que ocorrem na dinâmica de uma família após a revelação de fatos que por tempos ficaram ocultos vem à tona acompanhada de intensas emoções.
Quando ocorre o fato, um dos primeiros sentimentos é o medo. Quais serão as consequências se eu falar para alguém o que acabou de acontecer? Ainda mais sob uma ameaça, uma chantagem. Um segundo sentimento que acompanha o medo é a angústia de alguém lhe forçar a fazer algo que não é de sua vontade e se aproveitar do seu medo para próprio prazer. A angústia de não saber como sair dessa situação aflitiva e conflitante, lhe traz as expectativas e o sofrimento de como gostaria que as coisas fossem, ou ainda, que não fossem.
Aspectos da revelação de abuso sexual
Como compartilhar um fato de abuso sexual que lhe aconteceu? As famílias que se deparam com a violência sexual acontecida dentro de seu meio, vivenciam um grande conflito.
Como enfrentar essa situação e o que fazer? Campanhas são de extrema importância para ter esse fato manifestado, buscar impedir que esse sofrimento se prolongue, realizar a denúncia e auxiliar a prevenção.
A partir do momento da revelação é importante o acolhimento da criança / adolescente / adulto em busca da construção de segurança com a nova situação em que agora ela não precisa mais estar sozinha. Em muitos casos, a revelação virá espontaneamente, ou será apresentada a partir de um sinal físico, mas em outros poderá vir de suspeitas de pessoas ao redor se concretizando.
Mudanças ocorrem na dinâmica familiar, assim como no comportamento e pensamentos da pessoa que sofreu a violência. É natural reviver os momentos de angústia e sofrimento. É necessário acompanhar com cuidado o impacto e repercussões em atividades e sentimentos durante a continuidade de seu processo de desenvolvimento.
A violência sendo vista como um trauma, é importante uma avaliação para compreender os aspectos que interferem na família, na vida social, escolar, afetiva, profissional, fisiológica e de si mesmo.
Muitas pessoas da convivência de quem sofreu a violência, também sofrem intensamente e é preciso envolver a família no tratamento e acompanhamento do enfrentamento dessa ocorrência.
Profissionais da saúde e da justiça necessitam de treinamento específico na tentativa de amenizar danos aos envolvidos num caso de violência sexual. Em toda história da humanidade esse tema foi abordado com muitas mistificações e tabus, tendo atualmente um panorama voltado para o amparo e cuidado, mas ainda no caminho da construção de um ideal de atendimento.
Sendo uma longa jornada o fortalecimento e superação, é de grande valor expressar suas emoções na elaboração do trauma. Hoje em dia, a questão do abuso sexual é vista de forma real, já se tem acesso e incentivos em aprimorar e evoluir o combate desse mal. Estamos no caminho do progresso da sociedade no enfrentamento dessa dificuldade.
Violência Sexual é qualquer ato feito sem consentimento!
A Violência sexual é entendida nos dias de hoje como qualquer ato feito sem consentimento. Houve uma importante transição no entendimento do que é considerado estupro frente à lei. O progresso do manejo em lidar com o tema acarretou mudanças e repercussões positivas no combate e punição.
É necessário proporcionar um ambiente saudável e seguro para que possam falar. Atualmente, o incentivo à denúncia e a procura de direitos estão emergentes no apoio e acompanhamento das pessoas que sofreram alguma violência. No processo terapêutico desse acompanhamento, muitas reações vem à tona, manifestando reais e espontâneos sentimentos para com o autor da agressão e a punição.
A insegurança, a privação de liberdade e o medo da possibilidade do re-encontro com o agressor geram sofrimento e desesperança na autoestima e autoconfiança. No tratamento psicoterapêutico é possível oferecer técnicas semelhantes a quem vivenciou um fato que caracterizou estresse pós-traumático.
Você aborda alternativas, a construção da possibilidade de escolhas e não se silenciar a desejos de outro.
O ser humano é singular e seus enfrentamentos diferenciados também. Existem as mais diversas reações frente à violência sexual. No acompanhamento psicológico conseguimos visualizar nos discursos períodos de ansiedade, compulsão, cefaleia, somatizações, angústia, paranoia (devido aos pensamentos de vingança do agressor e de sua família quando é conhecido em seu ciclo social ou não), preocupação e medo de reencontrá-lo e, ainda depois de acontecido, lidar com intenso sofrimento em ficar repensando nos julgamentos externos e como sendo você o provocador do abuso, gerando culpa, entre outros infinitos sintomas e comportamentos.
Quando o silêncio de quem passou por uma situação de violência sexual é partido, nasce uma emoção ambígua: a de alívio, na busca de suporte e o fim da violência; mas, também, ao mesmo tempo, a fase de exposição e de reviver o fato a cada vez que precisa relatar para cada profissional de saúde e cada agente da justiça.
Muitos agressores, mesmo após a revelação, se encontram no centro de convivência, pois são da mesma família. Intensificando mais o sentimento de medo e insegurança.
Com a exposição e a repercussão social do acontecido, vem a decepção em seus ciclos sociais que aparecem; na escola, trabalho, vizinhança, seguidos de vergonha, culpa, pensamentos negativos atingindo diretamente a autoestima.
O resgate da autoestima
Na luta do resgate da autoestima é indispensável valorizar habilidades, assim como desenvolver as potencialidades. Orienta-se e valoriza-se as características e qualidades.
As equipes de saúde necessitam de avanços e serem capacitadas para tratar a família como um todo, pensando em menores danos possíveis e preparo para favorecer o resgate da saúde física, emocional e afetiva nas relações e dinâmicas de enfrentamento. A dimensão das consequências precisam ser muito bem estruturada no sistema para a garantia de proporcionar possibilidades de atuação terapêutica nas famílias e pessoas vítimas de violência sexual.
Eu posso te ajudar
Eu posso te ajudar a entender os seus sentimentos e emoções. Você pode conversar comigo sobre ansiedade, desmotivação, depressão, estresse, autoestima e relacionamentos.
Graduada em Psicologia, Aprimoramento Profissional em Atendimento Interdisciplinar em Geriatria e Gerontologia e pós-graduação em Gestão de Pessoas. Atuações como Psicóloga Hospitalar, Psicóloga Organizacional e Psicóloga Clínica. CRP: 06/93631.