O lorazepam é uma medicação ansiolítica (da classe dos benzodiazepínicos), ou seja, que serve para combater a ansiedade em casos de transtornos de ansiedade e de depressão, bem como no pré-operatório.

Entre os nomes comerciais do lorazepam estão:

  • Lorax® (Wyeth) – a marca que descobriu a substância e fez o primeiro medicamento
  • Ansirax® (Teuto)
  • Lorapan® (Neo Química)
  • Lorazefast® (Teuto).

As doses encontradas do lorazepam são de comprimidos de 1 e 2 mg.

Sumário

Para que serve?

Como funciona e como age no organismo?

Para que é indicado?

Transtornos de ansiedade e depressão

Antes de procedimentos cirúrgicos

Insônia (por conta da ansiedade)

Existem contraindicações? Quais?

Quais os efeitos colaterais?

Reações muito comuns (ocorrem em 10% dos pacientes que utilizam este medicamento):

Reações comuns (ocorrem entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento):

Reações incomuns (ocorrem entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento):

Frequência indeterminada

Quais os efeitos de tomar com outros remédios?

O que corta o efeito da lorazepam?

Lorazepam pode gerar dependência?

Crise de abstinência

Tolerância

Quais cuidados devo ter ao usar o lorazepam?

Quando interromper o tratamento?

Dúvidas Frequentes

Resumo

Referências

Para que serve?

Embora nem todos os casos de ansiedade e tensão exijam o uso de medicações (realize seu teste de ansiedade), o lorazepam é indicado para o controle dos distúrbios de ansiedade.

Assim, esse ansiolítico tem efeito de acalmar a tensão e tranquilizar o paciente, podendo causar melhora nos sintomas de ansiedade em casos de:

  • Transtorno do pânico
  • Transtorno de ansiedade generalizada
  • Episódio depressivo maior
  • Insônia
  • Situações pré-operatórias.

No entanto, o lorazepam não serve para tratar os distúrbios de neurotransmissores associados aos transtornos de ansiedade e de depressão (isso fica à cargo dos antidepressivos como, por exemplo, a fluvoxamina).

Sabendo para que serve o lorazepam, é importante frisar que juntamente com o tratamento medicamentoso é essencial que o paciente procure realizar terapia a fim de tratar a ansiedade com maior eficácia.

A Zenklub conta com mais de 4000 profissionais de saúde mental que oferecem sessões online de terapia.

Marque sua consulta com o especialista da Zenklub!

Como funciona e como age no organismo?

Assim como todos os medicamentos ansiolíticos (benzodiazepínicos) o lorazepam age como depressor do sistema nervoso central (SNC).

Nesse sentido, o lorazepam aumenta a ação do neurotransmissor GABA (ácido gama-aminobutírico), o maior neurotransmissor inibidor no sistema nervoso central).

Assim, essa medicação causa relaxamento e diminuição da ansiedade.

Os ansiolíticos agem no organismo de uma maneira semelhante ao álcool, por isso, não devem ser utilizados concomitantemente.

Para que é indicado?

O lorazepam é indicado para diminuir a ansiedade.

Por conta desse sintoma ser comum em vários transtornos e situações, o lorazepam é indicado para conter os sintomas de condições como:

Transtornos de ansiedade e depressão

Embora o tratamento seja feito por antidepressivos, os ansiolíticos podem ajudar a diminuir os sintomas dos transtornos de ansiedade.

O lorazepam pode ser especialmente útil no início do tratamento com antidepressivos, pois nesse momento pode haver um pico da ansiedade.

Antes de procedimentos cirúrgicos

Passar por cirurgias naturalmente causa ansiedade.

Por isso, alguns cirurgiões prescrevem benzodiazepínicos para reduzir a ansiedade do paciente.

A bula do lorazepam recomenda o uso da medicação na noite anterior e/ou uma a duas horas antes do procedimento cirúrgico.

Insônia (por conta da ansiedade)

O descanso é fundamental para uma vida saudável.

Nos casos de não conseguir dormir por conta da ansiedade, o lorazepam pode ser útil por conta de seus efeitos sedativos.

Mas é importante frisar que nem sempre as causas de insônia envolvem a ansiedade.

Existem contraindicações? Quais?

Segundo a bula do lorazepam, alguns pacientes com características específicas não podem fazer o uso da medicação, entre eles:

  • Alergia aos benzodiazepínicos (classe medicamentosa do lorazepam) ou a qualquer componente de sua fórmula.
  • Menores de 12 anos de idade
  • Mulheres grávidas ou que estão amamentando
  • Indivíduos propensos ao abuso, tais como os dependentes de drogas.

Além disso, algumas situações em que o lorazepam pode ser contraindicado (pesar relação risco-benefício) são:

  • Pacientes com comprometimento da função respiratória [p.ex., Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), Síndrome da Apneia do Sono]
  • Choque
  • Depressão mental grave
  • Doença orgânica cerebral
  • Glaucoma de ângulo fechado
  • Hipercinesia
  • Hipoalbuminemia
  • Idosos
  • Insuficiência hepática e renal
  • Miastenia grave
  • Psicose
  • Tendência suicida.

Quais os efeitos esperados?

Espera-se que em cerca de 30 minutos após o uso de lorazepam, haja uma redução dos sintomas de ansiedade como, por exemplo:

  • Apreensão.
  • Medo.
  • Angústia.
  • Inquietação.
  • Insônia.
  • Dificuldade de concentração.
  • Incapacidade de relaxar.
  • Sensação de estar “no limite”.

Quais os efeitos colaterais?

Os efeitos colaterais (secundários) que constam na bula no lorazepam são organizados de acordo com a frequência de aparecimento.

Assim, as reações podem ser classificados da seguinte maneira:

Reações muito comuns (ocorrem em 10% dos pacientes que utilizam este medicamento):

  • Sensação de cansaço
  • Sonolência.

Reações comuns (ocorrem entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento):

  • Alteração do caminhar e da coordenação
  • Confusão
  • Depressão
  • Tontura
  • Fraqueza muscular.

Reações incomuns (ocorrem entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento):

  • Náuseas
  • Lorazepam afeta a libido (alteração do desejo sexual)
  • Impotência
  • Orgasmo diminuído.

Frequência indeterminada

  • Reações alérgicas (de pele e inchaços de mucosas e vias aéreas internas)
  • Aumento da quantidade de urina
  • Diminuição do sódio no sangue
  • Temperatura corporal baixa
  • Queda da pressão arterial
  • Náusea
  • Intestino preso
  • Aumento de enzimas produzidas pelo fígado
  • Diminuição de plaquetas e/ou glóbulos brancos (células da defesa) e/ou vermelhos no sangue
  • Tremores
  • Vertigem (tontura)
  • Distúrbios visuais (incluindo visão dupla e visão turva)
  • Fala arrastada
  • Dor de cabeça
  • Convulsões
  • Amnésia
  • Desinibição
  • Euforia
  • Coma
  • Tentativa/ideação suicida
  • Atenção / concentração prejudicada
  • Desordem no equilíbrio

Quais os efeitos de tomar com outros remédios?

É importante ter atenção redobrada ao associar outras medicações ao lorazepam.

Nesse sentido, pode-se diminuir o efeito do ansiolítico ou aumentar seus efeitos sedativos, causando inclusive risco de vida.

Assim, alguns efeitos possíveis da associação do lorazepam com outros remédios são:

  • Aumentar os efeitos depressores do sistema nervoso central com: álcool; outro depressor do sistema nervoso central.
  • Aumentar os níveis e o risco de toxicidade de: digoxina. Monitorar o paciente e os níveis de digoxina.

O que corta o efeito da lorazepam?

Algumas medicações podem acelerar a metabolização do lorazepam.

Por isso, relate ao seu médico todos os remédios que você está fazendo uso.

Aliás, até mesmo fármacos naturais como os fitoterápicos podem cortar o efeito dos ansiolíticos.

Em caso de superdose do lorazepam e de outros benzodiazepínicos, algumas substâncias podem ser usadas para cortar o efeito dessas medicações, entre elas:

  • Flumazenil (se liga aos receptores de GABA e impede que o lorazepam faça efeito)
  • Carvão ativado (inibe a absorção do lorazepam pelo organismo).

Lorazepam pode gerar dependência?

Sim, o lorazepam, assim como os outros medicamentos da classe dos benzodiazepínicos podem causar dependência química. Esta é caracterizada por dois pontos essenciais:

Crise de abstinência

As manifestações de abstinência incluem:

  • Ansiedade
  • Irritabilidade
  • Insônia
  • Náuseas
  • Vômitos
  • Tremores
  • Sudorese
  • Diminuição do apetite (anorexia).

Esses sintomas podem ocorrer durante vários dias até mais de 1 semana após a interrupção do lorazepam.

Obs: como o álcool atua nos mesmos receptores cerebrais que o lorazepam, os sintomas da abstinência de ambas as substâncias são semelhantes.

Tolerância

Surge quando há aumento da capacidade de metabolizar ou excretar a droga ao longo do tempo.

Ou seja, a tolerância é um efeito da dependência química porque exige o uso de doses cada vez maiores da substância a fim de gerar os mesmos efeitos.

Obs: nem todos os ansiolíticos causam dependência química. Por exemplo, os agentes ansiolíticos não-benzodiazepínicos como a buspirona tem baixo potencial de causar dependência quando comparada ao lorazepam.

Quais cuidados devo ter ao usar o lorazepam?

  • Cuidado ao dirigir ou executar tarefas que exijam atenção.
  • Não ingerir bebida alcoólica associada ao lorazepam.
  • Contatar o médico antes de suspender a medicação; se o tratamento for com altas doses ou longo, pode ser necessária a retirada gradual do produto.
  • O medicamento pode provocar dependência, por isso, deve ser usado com cautela seguindo todas as recomendações médicas.

Quando interromper o tratamento?

O tratamento deve sempre ser interrompido após recomendação médica.

O interrompimento deverá ser feito de maneira gradual (chamado desmame) para evitar sintomas de retirada (os de abstinência).

Segundo a própria bula, o lorazepam deve ser utilizado na menor dose e menor prazo possível, de acordo com a orientação de seu médico.

Por isso, desde o início do uso do lorazepam é importante realizar terapia, pois as técnicas psicoterapêuticas não apenas reduzem os sintomas de tensão e ansiedade, mas comprovadamente tratam transtornos de ansiedade, depressão e insônia.

Dúvidas Frequentes

  • Qual a diferença entre o Rivotril e lorazepam?

Ambas as medicações são da mesma classe (benzodiazepínicos), mas seus tempos de eliminação são diferentes. A meia-vida (o tempo que 50% da substância demora para ser metabolizada do organismo) de eliminação do lorazepam é de aproximadamente 12-16 horas, enquanto do rivotril® (substância ativa clonazepam) tem a meia-vida de eliminação de 30-40 horas.

  • O que causa a sobredosagem?

Não somente o uso intencional de grandes quantidades de lorazepam causam a superdose (dose tóxica) da medicação. Associar os benzodiazepínicos com álcool pode desencadear efeitos de sobredosagem como, por exemplo:

  • Sonolência
  • Confusão mental
  • Vagarosidade
  • Dificuldade para falar
  • Alteração do caminhar
  • Depressão do Sistema Nervoso Central
  • Sensação de corpo “mole”
  • Queda de pressão arterial
  • Depressão respiratória
  • Diminuição do batimento cardíaco
  • Coma
  • Morte.

Em caso de sobredosagem procurar um hospital imediatamente após a ingestão dos comprimidos.

  • O que fazer se esquecer de tomar uma das doses? Se você esquecer de usar lorazepam no horário estabelecido pelo seu médico, use-o assim que lembrar. Entretanto, se já estiver perto do horário de usar a próxima dose, pule a dose esquecida e use a próxima, continuando normalmente o esquema de doses recomendado pelo seu médico.

Resumo

O lorazepam é um medicamento ansiolítico da classe dos benzodiazepínicos que serve para diminuir a ansiedade em vários contextos.

Entre os efeitos colaterais (secundários) que constam na bula do lorazepam estão a diminuição da libido, sonolência excessiva e sensação de cansaço.

Como essa medicação pode causar dependência química, seu uso é o mais breve possível, seguindo sempre as indicações do médico responsável para realizar o interrompimento do lorazepam de forma segura.

As medicações ansiolíticas não tratam os transtornos em si, mas sim aliviam sintomas de ansiedade. Por isso, sempre busque auxílio da terapia para melhorar a saúde mental de maneira mais duradoura.

Referências

1) https://www.medicinanet.com.br/conteudos/medicamentos/658/lorazepam.htm

2) https://www.ems.com.br/arquivos/produtos/bulas/bula_lorazepam_11060_1066.pdf