Dislexia: entenda o transtorno de aprendizagem dos gênios
De Leonardo da Vinci a Albert Einstein, diferentes gênios da história têm algo em comum: todos foram disléxicos. Mas, afinal, o que é dislexia? Conheça esse transtorno que atinge entre 5% e 17% de toda a população mundial.
O que é dislexia?
A dislexia é um transtorno de aprendizagem que causa dificuldade de ler e escrever, assim como problemas na fala e soletração. Além disso, é comum que a pessoa tenha dificuldade de concentração e confusão entre letras de sons ou grafias. Ou seja, esses são alguns sinais de alerta que podem ajudar a identificar esse distúrbio mais cedo.
Os primeiros sinais são, geralmente, percebidos na infância. Isso porque esse é o período de alfabetização, onde distúrbios como a dislexia, Hiperatividade e o Transtorno de Déficit de Atenção começam a atrapalhar o dia a dia da criança.
Além disso, as causas da dislexia podem ser tanto genéticas como ambientais. Ou seja, fatores como alterações neurobiológicas e traumas no começo da vida da criança podem dar inicio a esse transtorno e ao Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
Como identificar os sinais e diagnosticar a dislexia?
Os sintomas da dislexia são iguais para crianças, adolescentes e adultos. Mas, é mais fácil identificar na infância, quando começamos a notar dificuldades de aprendizagem e alfabetização.
Por isso, é muito importante que a família preste muita atenção na criança nessa fase. Além disso, procure a ajuda de especialistas caso note alguma dificuldade um pouco fora do normal.
Ou seja, apenas profissionais como o pedagogo, o psicólogo e o fonoaudiólogo podem dar o diagnóstico certo. Veja os principais sinais da dislexia que aparecem nas salas de aula:
PRIMEIROS SINAIS NA INFÂNCIA
- Dispersão;
- Falta de atenção;
- Atraso na fala e linguagem;
- Dificuldade em aprender rimas e canções;
- Atraso na coordenação motora;
- Falta de interesse por livros.
OS IMPACTOS DA DISLEXIA NO APRENDIZADO ESCOLAR
- Dificuldade para aprender a ler e escrever;
- Desatenção e dispersão em sala de aula;
- Dificuldade em copiar palavras de de livros e lousa;
- Problemas em ler em voz alta e entender o que leu;
- Dificuldade em colocar pensamentos em palavras: hesita muito, deixa e até gagueja sob estresse;
- Confunde letras, números e palavras;
- Lê e não consegue entender muito bem;
- Muitas vezes é visto como preguiçoso ou com problemas de comportamento;
- Tem baixa autoestima.
Características e comportamentos de pessoas disléxicas
Separamos algumas características muito comuns a pessoas disléxicas, como traços de personalidade, habilidades motoras e hábitos do dia-a-dia:
- Não tem um bom desempenho escolar, mas têm um alto QI;
- Costumam ser talentosos em áreas como arte, música, esportes, mecânica, vendas e negócios;
- Parecem viajar ou sonhar acordado muitas vezes;
- Aprendem melhor por experiências práticas, demonstrações, experimentação, e observação;
- Podem ser ambidestros, mas muitas vezes confundem esquerda com direita;
- Têm uma memória de longo prazo excelente para experiências, lugares e rostos, mas memória ruim para, fatos e coisas que não tenham sido experimentadas;
- Pensam principalmente com imagens e sentimentos, ao invés de sons ou palavras;
- Mas, podem ter seus sintomas agravados com locais bagunçados, sob pressão e estresse emocional;
- Costumam ter um senso forte de justiça e grande sensibilidade emocional.
Como posso ajudar meu filho nas tarefas escolares?
Algumas estratégias podem ajudar na aprendizagem, como por exemplo pedir que a criança leia em voz alta com a ajuda de um adulto. Além disso, vale lembrar que isso pode ser muito trabalhoso e exige muita atenção, dedicação e repetição. Mas, se for feito certo, esse esforço pode render bons resultados.
Desta forma, acredita-se que quando os filhos têm ajuda de sua família, escola e especialistas, as dificuldades são bem menores. Por isso, veja o que você pode fazer para ajudar seu filho:
- Valorize sempre os feitos das criança, os disléxicos necessitam de estimulação continua.
- Seja claro e dê exemplos. Tenha paciência para repetir o que for preciso.
- Esteja sempre em contato com o professor e profissionais que acompanham o aluno. Ou seja, saiba quais as letras já foram trabalhadas para que você possa ajudar no reforço.
- Revise as tarefas da criança e seja paciente na hora de corrigir.
- Trabalhe o erro como forma de aprendizado e nunca de punição.
As principais formas de tratar a dislexia
Não há cura para dislexia, mas sim tratamentos que podem ter ótimos resultados e ajudar muito no dia a dia. O tratamento envolve o suporte da escola, família e profissionais como o pedagogo, o psicólogo e o fonoaudiólogo. Além disso, é feito por meio de estratégias de aprendizagem que ajudam a leitura, a escrita e a visão.
Veja como os sintomas da dislexia podem ser tratados:
Fonoaudiologia
Nessa parte, o fonoaudiálogo ensina dicas para facilitar a leitura e diminuir a dificuldade em associar os sons da fala à escrita. É importante que a pessoa treine sempre essas estratégias para manter e reforçar o que aprendeu.
Adaptações na escola
A escola tem um papel muito importante na inclusão da criança ou adolescente disléxico em sala de aula. O professor e outros profissionais devem estimular a autonomia e autoestima da criança. Como por exemplo, dando instruções orais e escritas, explicando com calma as atividades e fazendo atividades em grupo e fora da sala de aula.
Acompanhamento psicológico
O tratamento psicológico é muito importante. É muito comum que o disléxico tenha baixa autoestima e dificuldades em relacionamentos interpessoais. A terapia pode ajudar a se relacionar com outras pessoas de uma forma mais saudável.
O Zenklub
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Rui Brandão é médico, com experiência em Portugal, Brasil e Estados Unidos da América, e mestre em Administração pela FGV em São Paulo. Hoje é CEO & Co-fundador do Zenklub, plataforma de saúde emocional e desenvolvimento pessoal que oferece conteúdos, profissionais e ferramentas especializadas para mais de 1.5 milhões de pessoas no Brasil.