Não quero ser mãe: porque você deve ter liberdade de escolher
Você quer ser mãe? Sendo mulher essa pergunta cedo ou tarde vai bater na sua porta. Gerar vida é algo essencial para a continuidade de qualquer espécie, principalmente quando está ameaçada de extinção. Mas em um mundo cada vez mais populoso, complexo e cheio de opções, as mulheres começaram a questionar o que antes parecia algo compulsório.
Apesar da ausência do desejo de ser mãe ainda receber uma carga de preconceito, as pesquisas dizem que cadas mais mulheres não tem planos de engravidar. Segundo o IBGE, 14% das mulheres brasileiras não pretendem ter filhos. Outro ponto apresentado na pesquisa é a escolha pela maternidade tardia em mulheres que tem mais de 7 anos de estudo. A média de filhos por mulher diminuiu de 6,1 para 1,9 nos últimos 50 anos. A mesma pesquisa revelou que um em cada cinco casais não têm filhos.
Isso significa que a mulher contemporânea é um fenômeno e por não querer ser mãe? Não, o desejo de não ter filhos sempre existiu, o que acontece nos dias de hoje é mais mulheres tem coragem de expressar essa vontade. Apesar disso ainda existem muitos preconceitos e pressões associadas à essa escolha.
Pensando nisso, listamos algumas razões porque as mulheres devem estar livres para escolher se desejam ser mães ou não.
Porque ter ou não filhos é uma opção
Essa é o principal justificativa. Longe de sermos um animal em extinção, somos mais de sete milhões espalhados pelo mundo, não há necessidade de sentir-se obrigado a ter filhos para dar continuidade a espécie. A pressão social que existe em torno da necessidade de ter filhos pode tornar a vida de quem não deseja tê-los mais difícil.
Parece que a ordem é simples: nascer, crescer, encontrar um parceiro e ter filhos, netos e morrer. Porém, o mundo é lugar muito mais complexo do que quando essa ordem foi estabelecida. As mulheres têm outras posições na sociedade e desejo de alcançar outros objetivos.
Hoje, todos os comportamentos que foram estabelecidos como obrigatórios não são mais considerados assim. É uma mudança de cultura que leva tempo, nem todos passam por ela ao mesmo tempo. Por isso, ainda existe essa sensação de obrigatoriedade de algo que é apenas opcional.
Porque ser mãe é uma grande responsabilidade
É necessário admitir: ser mãe é uma carga de trabalho considerável. Por mais que se compartilhe com um companheiro as responsabilidades de criar um filho, ser mãe coloca você na posição de protagonista dessa história. Pelo menos no que diz respeito a amamentação e alguns cuidados iniciais, já que no Brasil a mulher ainda tem o maior tempo de licença maternidade.
Em um mundo ideal mãe e pai dividiram igualmente as tarefas da criação de um filho, porém sabemos que a realidade brasileira não é essa. Segundo a pesquisa Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, realizada pelo Ipea, o número de lares chefiados por mulheres subiu de 23% para 40% em 20 anos. Das casas onde a mulher é a principal provedora 66% não tem cônjuge. O que significa que a mulher é responsável por sustentar a casa e por toda a criação dos filhos.
Porque ser mãe não é o único papel de uma mulher na sociedade
Ser mãe é um dos papéis que uma mulher pode ter dentro da sociedade contemporânea. É uma experiência um importante, profunda e transformadora, mas não é a única. A escolha de não ser mãe dá a oportunidade da mulher de viver outras funções em profundidade.
Claro, ser mãe não impossibilita ninguém ter uma carreira ou mesmo cumprir um papel importante dentro da sociedade. Nenhuma mulher deveria ser definida por uma única função, seja ela ser mãe de alguém ou profissional de sucesso.
Você deseja ser ser mãe? Nos conte sua experiência nos comentários.